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Raciocínio lógico pode afetar fé em Deus, diz pesquisa

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
O "ministério da cultura" adverte: contemplar a escultura "O Pensador", do francês Auguste Rodin (1840-1917), pode fazer com que você fique menos religioso.

A frase soa como loucura, mas esse é um dos achados de um estudo que acaba de sair na revista "Science".

Trata-se, na verdade, de um caso particular de um fenômeno mais amplo: aparentemente, levar as pessoas a pensarem de modo mais "racional", por meio de influências sutis (como a exibição da célebre imagem do homem refletindo), reduz as tendências religiosas dos sujeitos.

A pesquisa é assinada por Ara Norenzayan e Will Gervais, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), que estão entre os mais destacados estudiosos da psicologia da religião.

Eles partiram de uma hipótese apoiada por outros estudos, segundo a qual pessoas religiosas preferem usar a intuição ao processar dados, enquanto os não religiosos usam o raciocínio detalhado.

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Exposição a imagens de 'O Pensador' e verbos como 'ponderar' faz as pessoas se declararem menos religiosas​

Os religiosos, por exemplo, acabam caindo com mais facilidade em "pegadinhas" lógicas, independentemente de seu QI ou nível educacional.

A dupla de pesquisadores combinou esse dado com uma técnica comum de psicologia experimental, o chamado "priming", que envolve o uso de um estímulo prévio para "preparar" a mente do participante de forma a reagir de certa maneira.

Sabe-se que o "priming" funciona em contextos educacionais. Se alunos de uma escola da periferia leem, antes de uma prova de ciências, sobre garotos pobres que se tornaram grandes cientistas, tiram notas melhores.

No estudo canadense, dezenas de voluntários tinham de realizar tarefas, metade das quais poderia levar a um "priming" do pensamento analítico, enquanto a outra metade era neutra.

Sabe-se que até ler um texto com letras miúdas pode favorecer a ativação desse tipo de raciocínio.

Os voluntários que fizeram as tarefas "analíticas" tiveram menos propensão a se declarar religiosos depois.

Para os pesquisadores, um motivo possível para isso é que a religiosidade depende de processos mentais intuitivos, como detectar "personalidade" no mundo -mesmo em contextos inanimados, como a natureza, o que levaria à crença em deuses. O raciocínio analítico poderia bloquear isso.

Fonte
 
Compreensível. Afinal, quando se olha para o Pensador de Rodin, você é levado a imaginar o que a estátua está pensando e começa a se questionar por que raios está fazendo tal patetice. Isso gera um conflito cerebral violento entre o hemisfério esquerdo e o direito.
 
Parafraseando o Dave Mustaine, que na música Hangar 18 diz "inteligência militar, duas palavras que juntas não fazem sentido", eu digo o mesmo de raciocínio lógico e fé.
 
Compreensível. Afinal, quando se olha para o Pensador de Rodin, você é levado a imaginar o que a estátua está pensando e começa a se questionar por que raios está fazendo tal patetice. Isso gera um conflito cerebral violento entre o hemisfério esquerdo e o direito.
Desculpa, eu não entendi bem o que você disse ser patetice, seria olhar para a imagem ou ter fé em Deus?
 
Cara sinceramente eu achei essa pesquisa uma tremenda besteira. Raciocinio logico e religião não são coisas paradoxais se fosse assim jogariamos pelo lixo grandes filosofos como Augostinho ,Thomas de Aquino e Kant, entre outros.
Na verdade o problema não é com a pesquisa, mas com a mídia que escolhe a informação que quer passar, eu estou dando uma olhada na pesquisa de verdade e não existe a mínima intenção de fazer tais afirmações que o público em geral acaba tomando ao ler essas notícias.
 
A pesquisa é bem especifica, mas a afirmação que ele faz ali no final é bem clara.Podemos dizer quase que um tapa com luva de veludo na cara de pessoas religiosas. Chegando a quase dizer que pessoas religiosas só sabem raciocinar com a intuição e não com a logica.
 
Podemos dizer quase que um tapa com luva de veludo na cara de pessoas religiosas. Chegando a quase dizer que pessoas religiosas só sabem raciocinar com a intuição e não com a logica.
E é errado propagar esse pensamento, em um certo nível todos somos crentes e céticos, podemos acreditar cegamente em dogmas, em teorias, acreditar em anjos, em aliens, podemos questionar o padre, questionar um estudo, questionar nossa existência, mas algumas pessoas gostam de se achar "os racionais" enquanto julgam outros como burros, e essa é uma atitude bem idiota, mas que infelizmente presenciamos em todo lugar; o que a pesquisa realmente trata são os fatores cognitivos que podem influenciar nesta característica (crença/ceticismo) de cada um, a pesquisa afirma que se a pessoa pensa mais para resolver um problema em vez de se decidir por intuição, essa pessoa terá uma tendência maior a não compartilhar crenças religiosas, é como se alguém falasse "eu acredito em duendes", porém ao pensar mais no assunto começasse a se questionar se eles de fato existem, a pesquisa tem o intuito (entre outros talvez) de diminuir a rejeição à descobertas científicas, mas nada disso serve para diminuir a razão ou a inteligência das pessoas religiosas.
 
Eu não sei o que é mais difícil: um religioso provar a existência de Deus ou um cientista comprovar que com o paradigma científico é possível tanger todo o conhecimento possivelmente existente do Universo.

Até lá, o que existe é uma razão limitada e uma fé brutal.
 
Como vc já falou o problema não é pesquisa. E sim o titulo da materia e a forma como é conduzido o texto. A interpretação de pessoas é que é o problema, não existe nada de errado com o raciocinio intuitivo. Todos nós de alguma forma temos a necessidade de alguma forma projetar nossos medos, preconceito,crença, e etc sobre o que está a nossa volta e isso é a intuição. O problema é a materia dizer que os religiosos serão mas sujeitos a esse tipo de raciocinio, uma vez que todos tem esse tipo de pensamento. E as religiões não são construidas em cima de intuições pura e simples, mas sim sobre leis e logicas que não são as cientificas mas sim as proprias de cada religião. Foi isso que eu tentei dizer.
 
É preciso usar fé e lógica com equilíbrio (como tudo na vida).

O fascínio das idéias opostas (nem tão opostas porque acredito numa integração) atrai muita gente equivocada e é possível ver pessoas viciadas em guerra dentro de uma religião (como aquelas pessoas que para emagrecer abraçam desesperadamente a abstinência e ficam num ciclo bipolar de guerra e paz) assim como pessoas viciadas em lógica e em busca apenas da sensação de segurança, de uma sensação de cultura e erudição como solução absoluta da realidade.

A parte da física que descreve o comportamento de elementos rígidos do universo, a mecânica simples, está na origem do termo mecanicismo que aponta apenas os fenômenos mais evidentes do universo. Pessoalmente penso que a eletricidade e a óptica são muito mais inteligentes na descrição do pensamento e revelam uma forma muito mais saudável e aproximada do ideal da mente humana. Por serem mais fluidas e dinâmicas revelam que a mente não pode sofrer com esclerose de inflexibilidade psicológica tanto quanto não deve engolir de primeira tudo o que recebe.

Quando aparece um maluco querendo eliminar uma das facetas do cérebro humano é bom ficar ligado. O foco de atenção do cérebro humano enxerga em camadas e em planos e é pobre em integrar sistemas. Para isso também existe a fé (evitar neuroses e ter coragem de receber o inesperado). Em razão de problemas de conscientização no uso dessas duas ferramentas do sistema nervoso é que aparecem coisas como Hitler sendo eleito por um sistema lógico como homem do ano (politicamente correto) ou sacerdotes realizado sacrifícios humanos (lógica limitada e fé limitada).

O cérebro tende a ter mecanismos de inibição com efeitos negativos como destruição de memórias úteis e que deve ser combatido por hábitos ativos. Penso que cada característica humana tem seu papel.
 
Última edição:
Pra mim parece mais um caso típico de não-religiosos balançado a rola de aço que julgam ter na cara dos religiosos. Again.

Isso não merece uma discussão séria. Merece desprezo.

Nem precisa falar de santo Agostinho, Aquino, todos os santos Pais da Igreja, escolástica medieval, todos os filósofos pagãos e hindus, poetas latinos e uma boa dose de relação entre fé e filosofia, que ocupou boa parte do pensamento cristão por séculos.

É uma questão também de constatar o que é o fenômeno religioso. Ele é, em si, racional. Irracional e ilógica é a forma como certas pessoas encaram sua fé, suas filosofias, sua ciência. E como encaram as dos outros.

No final, vale a máxima: gente idiota existe em todos os lugares, países, religiões, filosofias,... inclusive fazendo pesquisas como essa.
 
então, tem que relembrar o que o Siker comentou: a pesquisa em si não tem "culpa". Os caras tem mais é que pesquisar mesmo, até mesmo o mais absurdo dos problemas. Se a pesquisa for imparcial, tiver um bom método e apresentar um resultado coerente, os pesquisadores estão de parabéns, por regra geral; independente do problema pesquisado - desde vantagens genéticas dos caucasianos (aliás, é impossível pesquisar as efetivas diferenciações entre caucasianos, asiáticos, etc etc por conta de motivos ditos éticos) até a aprimoração sustentável da eficiência de motores.

teoricamente, a instituição que reconhece essas pesquisas deveria filtrar e barrar as que não respeitam os critérios acima citados. como foi provavelmente o caso, é bem mais provável que a equipe Folha tenha apresentado a informação tendenciosamente distorcida (não li o papel da pesquisa para ter certeza de qqer coisa). mas e quem culpar? a folha? ou o público (aquele mesmo que leu o discurso do método de descartes e já acha que é _o_ cético) que visualiza, compartilha no facebook, dá curtir, etc etc etc?

anw, o grande problema é que a galera n sabe diferenciar premissas de indução/dedução =/
 
O primeiro link em inglês que eu achei comentando sobre essa pesquisa repetiu por várias vezes que ninguém poderia usar isso para afirmar que religiosos são irracionais, ou não raciocinam direito, ou que a religião atrapalha o raciocínio, e tentou explicar melhor o intuito dos pesquisadores, agora se for procurar por essa pesquisa divulgada em qualquer mídia daqui, só encontra títulos tendenciosos contra a fé, crença e/ou religião, seguidos de piadinhas do público em geral...

ps: é interessante também entender que "religious belief" neste caso não se trata de religiões em si, mas acreditar em qualquer tipo de "entidade sobrenatural".
 
Os sites e comentaristas brasileiros ignoram com freqüência as condições em que são postadas as notícias. Basta ela ter cara de novidade que vira a última palavra sobre o assunto. De modo que os jornais começam a jogar para a torcida pela popularidade em detrimento da factualidade (até o STF está populista e nocivo).

Lembro de uma matéria que li sobre um pesquisador trabalhando com material genético e resolvi contactar o editor norte americano da revista em que a matéria foi postada. Na época vários blogs e sites brasileiros já vinham republicando o texto com até 3 anos da época de publicação da notícia original.

Segundo o que o editor da revista me esclareceu o autor da pesquisa estava cumprindo pena numa prisão estadual americana em razão da falta de ética na coleta de dados, enquanto isso aqui no Brasil o povão só na base da popularidade mesquinha espalhando tudo com anos de defasagem numa promiscuidade de dar inveja aos antigos romanos. Se fosse por aqui o governo federal ainda era capaz de condecorar com uma medalha o condenado já que a moda é favorecer quem joga para a torcida.

E como também é moda colocar todo mundo que tem fé no mesmo saco pra massacrar e parecer "cool" a rede enche de oportunistas e indignidades.
 
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Sou um laicista convicto e portanto creio que religiões são assunto de foro íntimo e que jamais devem pautar políticas públicas.

Mas repudio veementemente a noção de que pessoas religiosas têm maior "propensão à irracionalidade".

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