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A catástrofe dos cursos de Letras

Ana Lovejoy

Administrador
o texto fala de cursos de Letras mas acho que é uma realidade em outros cursos também. Enfim, opinião do linguista Marcos Bagno sobre o assunto:

A formação dos professores de português, hoje, no Brasil, é uma catástrofe. Nós, os responsáveis pelos cursos de Letras, não enxergamos a bomba-relógio que temos nas mãos. As estatísticas não mentem: a retumbante maioria dos estudantes de Letras vêm de camadas sociais pobres ou mesmo miseráveis, filhos de pais analfabetos ou que têm escolarização inferior a quatro anos. Isso significa muita coisa. Significa que esses estudantes têm um histórico de letramento muito reduzido: no ambiente familiar, não convivem com a cultura letrada, não têm acesso a livros, revistas, enciclopédias etc. Significa que não são falantes das normas urbanas de prestígio (as mesmas que supostamente terão de ensinar a seus futuros alunos) e têm domínio escasso da leitura e da escrita. Só na faculdade é que a maioria deles vai ler, pela primeira vez na vida, um romance inteiro ou um texto teórico. Vêm, quase todos, do ensino público, essa tragédia ecológica brasileira muito pior que as queimadas na Amazônia. Nós, porém, fingimos que eles são ótimos leitores e redatores, e despejamos sobre eles, logo no primeiro semestre, teorias sofisticadas, que exigem alto poder de abstração e familiaridade com a reflexão filosófica, e textos de literatura clássica, escritos numa língua que para eles é quase estrangeira. E assim vamos nos iludindo e iludindo os estudantes.

O resultado é que os estudantes de Letras saem diplomados sem saber lingüística, sem saber teoria e crítica literária e sem saber escrever um texto acadêmico com pé e cabeça. Todos os dias, recebo mensagens de formandos que me pedem orientação para seus trabalhos finais. Alguns até me enviam seus projetos. São textos repletos de erros primários de ortografia, pontuação, sintaxe, vocabulário, com frases truncadas e sem sentido. Assim eles chegam ao final do curso, e suas monografias, mal escritas, sem nenhum rigor teórico ou metodológico, são aprovadas alegre e irresponsavelmente por seus supostos orientadores.

O problema, é claro, não está no fato (que merece comemoração) de acolhermos na universidade alunos vindos das camadas mais desfavorecidas da população. O problema é não oferecermos a eles condições de, primeiro, se familiarizar com o mundo acadêmico, que lhes é totalmente estranho, por meio de cursos intensivos (e exclusivos) de leitura e produção de textos, de muita leitura e muita produção de textos, para só depois desses (no mínimo) dois anos de preparação eles poderem começar a adentrar o terreno das teorias, das reflexões filosóficas, da alta literatura. Se não fizermos isso urgentemente (anteontem!), as salas de aula do ensino básico estarão ocupadas por professores que, mal sabendo ler e escrever adequadamente, não poderão desempenhar sua principal tarefa: ensinar a ler e a escrever adequadamente! Não sei, aliás, por que escrevi “estarão ocupadas”: elas já estão ocupadas, neste momento, por essas pessoas, de quem se cobra tanto e a quem não se oferece uma formação docente que também seja, minimamente, decente.

E aí, o que vocês acham disso?

upz, esqueci a fonte >>> http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=464
 
Bagno é DEUS! Eu amo Sociolinguística, justamente por ela focar nessas questões estruturais levantadas pelo Bagno, não apenas no texto em questão, mas em diversos artigos dele. Eu não consigo discordar de UMA LINHA do que ele escreveu. Não quero falar sobre as exceções (estudei a vida inteira em escola pública, meu pai não concluiu o primário; minha mãe só conseguiu voltar a estudar em 2005 e, em 2007, concluiu o Ensino Médio; não havia livros aqui em casa; etc. Mesmo assim, comecei a ler, muito cedo, pois passava os "recreios" na biblioteca e coisa e tal. Mas o meu ritmo de leitura, quando cheguei à faculdade, era uma exceção.), acho que, no momento, o importante é falar sobre a regra. E é bem isso o que ele apontou.

Lembro que no primeiro período do curso, em uma das primeiras aulas, uma professora pediu uma resenha do artigo "As abordagens da Leitura", de Ângela Kleiman. Foi um DEUSNOSACUDA! A maioria da turma NUNCA tinha ouvido falar sobre resenha. Não sabia como fazer uma (a professora era fantástica; a culpa não era dela. Isso foi tipo um diagnóstico, para ela saber como começar a trabalhar resenha com a turma). E as resenhas ficaram assustadoras. Não estou falando sobre as peculiaridades do gênero, estou falando sobre a produção textual, mesmo. Coisa impossível de se construir coerência. E sabe o que é mais triste, embora verdadeiro? A maioria da turma concluiu a graduação sem saber fazer resenha, e saiu do curso com os mesmos problemas de coerência e coesão textuais que tinham quando ingressaram na universidade. Ou seja, o que o Bagno disse, procede, mesmo.
 
Última edição por um moderador:
Isso se alastra a qualquer curso.

O governo não faz o mínimo esforço pra melhorar o ensino fundamental e médio e joga iletrados em universidades.

Só por passar no vestibular não quer dizer que fulano ou beltrano tenha capacidade pra estudar no nível superior, o governo devia saber disso, mas número é melhor que qualidade, né?
O Fantástico uma vez pegou vestibulares de faculdades do Rio e deu pra crianças de quarta série fazerem. A maioria passou.

Um país que não investe na base está fadado à ruína educacional. Um país não se faz apenas com universitários, antes disso se faz com técnicos.
Bendito o dia em que todos os alunos estudarem em escola técnica ou poderem optar por cursar uma ou não...
 
É como eu mencionei em outro tópico. Na área da geografia tem muito professor que não ensina cartografia porque não sabe fazer conta de matemática básica e conversão nas escalas de KM hm dac m dc cm mm.

Isso é muito triste de ver, ainda mais agora com essa epidemia de faculdades de fundo de quintal. É tudo normal, ou seja, o anormal é o certo e o certo se tornou o errado.

Outro dia eu fiz a correção de algumas redações de alunos do 8 ano do ensino fundamental e tinham vários erros. O tema da redação era "viver nas cidades". E um dos erros mais grotescos foi um determinado aluno escrever cidade com "s" "sidade"

Mantive a postura porque minha vontade era de mandá-lo tomar no "copo"

Tem alunos que iniciam parágrafo com letra minúscula, nomes próprios, de lugares também com minúscula dentre outras aberrações.

OBS: mas esse fenômeno também atinge alunos de escolas particulares e tem muita escola famosa com alunos de péssima qualidade.
 
Última edição:
Na faculdade de Ciências Sociais se ve muito disso também, e os professores ficam bem bravos.

Lembro uma vez na sala que uma aluna perguntou para a professora: "O que é empirismo?".
A professora se disse assustada e falou que esperava que os alunos que entraram na faculdade já tivessem o minimo de noção sobre o curso.

Quem sabe com a inclusão de Sociologia e Filosofia isso melhore na CS, quem sabe...

Um país que não investe na base está fadado à ruína educacional. Um país não se faz apenas com universitários, antes disso se faz com técnicos.
Bendito o dia em que todos os alunos estudarem em escola técnica ou poderem optar por cursar uma ou não...
Eu sou um grande critico as escolas técnicas. Elas não ensinam ninguém a pensar, a estudar, a ter pensamento critico nem nada.

Elas só pegam uma pessoa e a transformam e uma "maquina". Programam ela para responder a uma função exigida pelo mercado e e etc...

Faculdades são essenciais para a formação de qualquer cidadão. Infelizmente no Brasil ela é um luxo caro para quase todos.
 
Não conheço a realidade do curso de letras, mas é fato que cursos que não dão alto status social (letras, matemática, história, física, filosofia, etc etc etc) normalmente não são escolhidos pelos alunos que tiveram uma formação educacional boa. Resumo: quer ganhar dinheiro? passe em engenharia, medicina, direito, etc. sua formação (normalmente ditada pela tua classe social) não te permite passar nestes vestibs? preste cursos mais fáceis (de entrar). infelizmente este cenário é uma ofensa a quem presta determinado curso unicamente pq quer estudar determinado conteúdo, independente dos demais fatores.

dois bons exemplos são os cursos de física e filosofia da universidade de são paulo. ambos possuem um vestibular relativamente fácil, mas ambos são muito difíceis e exigem muito dos alunos. mesmo neste cenário, a usp não facilita a graduação dos alunos, o que acaba implicando um gigantesco número de DPs para esses cursos, e uma baixa taxa de graduandos em relação aos ingressantes. eu particularmente gosto dessa postura da usp; mesmo não "atendendo" uma necessidade social, eles mantém o rigor que um curso de ensino superior deve ter: exigem que o aluno atenda, no mínimo de forma medíocre, as necessidades básicas para desempenhar a sua função.

hoje em dia, na própria usp, existem iniciativas que visam tratar esse problema de uma forma também interessante: dentro do IME, em horários alternativos, existem cursos de cálculo zero, que intencionam disponibilizar os conceitos básicos que deveriam ter sido transmitidos no ensino médio. é curioso como cursos de engenharia (poli, um dos vestibulares mais concorridos do país) já podem partir da premissa que diz que o aluno conhece os básicos do ensino médio, e os cursos de matemática não podem - apesar de cálculo de engenharia ser sabidamente muito mais simples do que cálculo de matemática. contradições do nosso sistema :)

sempre defendi que a universidade não é responsável por uniformizar o que entra, mas sim garantir a qualidade do que sai. porém, infelizmente a nossa realidade é incompatível com essa idéia - apesar de continuar defendendo até a morte que a universidade deve garantir a qualidade do que sai, ela hoje em dia tem que se preocupar em uniformizar o que entra (em harmonia com a posição do bagno)
 
Em direito vi a mesma coisa. Pouca leitura, pouco conhecimento, pouco estudo, pouco domínio e saí de la sabendo bem menos do que eu gostaria.

As escolas tem educação vergonhosa e creio ser pela falta de material adequado dado aos professores e pela falta de acompanhamento em casa ao aluno de realmente estudar o que lhe é dado. Acompanhei isso pelo meu primo que qdo tinha 12 anos eu ainda tinha que ficar perto para que ele fizesse tarefas. Pedir para que lesse algo então era quase falar que nunca mais comeria doces! Não tem estímulo em casa, não tem educação na escola e os professores ficam de mãos atadas.

Se formam atrás do curso que possa lhe render mais dinheiro (salvo exceções que realmente vão atrás e se esforçam pelo que querem, mas esses normalmente já fazem isso na escola), estudam de forma precária e vergonhosa, copiam tudo o que podem, inclusive o trabalho de conclusão de curso. Saindo da faculdade com um diploma a mais e conhecimento de menos.

Acontece que não acho que isso tudo é pelas pessoas serem menos favorecidas. Acho que é por falta absurda de vontade. Minha mãe só foi ter grana qdo eu era adolescente, até aí era fazer docinho de madrugada pra complementar o salário e não nos deixar passar fome, entretanto, sempre que eu não tinha aula a tarde, ela me deixava na Biblioteca Pública Infantil e me buscava no final da tarde. PÚBLICA... não precisei pagar pra ler, para aprender a ler, para gostar de ler e com isso levar o hábito a diante.
Ela acompanhou meus estudos e me fazia fazer tarefa, ajudando sempre que eu tinha dúvidas, as vezes fazendo brincadeiras com as matérias que eu tinha para me ajudar a aprender e decorar para as provas. E não precisou ser alguém "mais favorecida" para ajudar na minha educação dentro de casa para que fora de casa meu interesse aumentasse.
 
Entendo a crítica do Felagund às escolas técnicas, mas dado o estado da educação básica aqui no Brasil, técnico é a melhor opção. Pq aí eu concordo com o General Artigas, a reforma tem que começar na base.

Não conheço a realidade do curso de letras, mas é fato que cursos que não dão alto status social (letras, matemática, história, física, filosofia, etc etc etc) normalmente não são escolhidos pelos alunos que tiveram uma formação educacional boa.
Tenho que discordar quanto a Física, porque só um colegial bom vai despertar o interesse da pessoa por esta área, IMO...
 
Tenho que discordar quanto a Física, porque só um colegial bom vai despertar o interesse da pessoa por esta área, IMO...
Então, nem me refiro a interesse pelo conteúdo, mas ao status social no seguinte sentido:

- oi fulano, vc é formado em qual curso?
- em física
- que bosta, hein?

*realidade alternativa*

- oi fulano, vc é formado em qual curso?
- em medicina
*todos baba*

academicamente, medicina não tem mais méritos que física. entretanto, socialmente, tem (aí entra todo aquele papo "ah, médico mexe com a vida humana, por isso merece tal status" que é anulado pela pergunta "pq advogado tem também esse status?")

querendo ou não, todo curso carrega consigo esse "status", positivo ou negativo. tal status se reflete também na remuneração - um matemático, por exemplo, tem que ser bom pra ganhar o que um engenheiro medíocre ganha. naturalmente, os cursos que "sobram"/"são escolhidos praticamente ao acaso" são aqueles que tem menor remuneração média garantida (os citados: filosofia, física, etc etc etc).
 
Ahhh, entendi. Antes tava pensando só na educação/formação antes da faculdade, não no status que vem depois.
 
Da mesma forma semelhante aquele tópico sobre o ensino de matemática não adianta reclamar de quem chega ao ensino superior culpando em 100% a qualidade da etapa de estudo anterior, pois o problema na maioria das vezes começou bem lá atrás no ensino de base, então continuaremos sempre com esse problema se ao menos não tivermos um ensino fundamental e médio seja ele público ou particular de qualidade.
 
Eu sou um grande critico as escolas técnicas. Elas não ensinam ninguém a pensar, a estudar, a ter pensamento critico nem nada.

Elas só pegam uma pessoa e a transformam e uma "maquina". Programam ela para responder a uma função exigida pelo mercado e e etc...

Faculdades são essenciais para a formação de qualquer cidadão. Infelizmente no Brasil ela é um luxo caro para quase todos.

Se o aluno não quiser pensar, pode enfiar uma enciclopédia homérica no cérebro que ele vai continuar sem raciocínio crítico.
Nunca estudei em escola técnica, mas pelo que eu vejo elas programam os alunos a atenderem as necessidades do mercado, mas não o transforma numa máquina incapaz de raciocinar.

Aqui onde eu moro uma turma do SENAI criou um "guindaste" pra cadeirantes poderem guardar a cadeira dentro do carro. Considerando que são apenas adolescentes, já é uma grande coisa.

E se for pra não ensinar a pensar, que se estude numa escola pública.

O maior problema da educação é que as escolas não podem/querem decidir o que vão ensinar da forma que quiserem ensinar. Esses assuntos deviam ser debatidos no conselho de pais e mestres, mas só reúnem esse conselho pra reclamar da bagunça dos alunos.
 
Se o aluno não quiser pensar, pode enfiar uma enciclopédia homérica no cérebro que ele vai continuar sem raciocínio crítico.
Nunca estudei em escola técnica, mas pelo que eu vejo elas programam os alunos a atenderem as necessidades do mercado, mas não o transforma numa máquina incapaz de raciocinar.

Aqui onde eu moro uma turma do SENAI criou um "guindaste" pra cadeirantes poderem guardar a cadeira dentro do carro. Considerando que são apenas adolescentes, já é uma grande coisa.

E se for pra não ensinar a pensar, que se estude numa escola pública.

O maior problema da educação é que as escolas não podem/querem decidir o que vão ensinar da forma que quiserem ensinar. Esses assuntos deviam ser debatidos no conselho de pais e mestres, mas só reúnem esse conselho pra reclamar da bagunça dos alunos.

Concordo completamente com a sua critica a educação, só quis levantar a critica ao ensino tecnico como "salvação da educação".
Para mim o ensino técnico é dado de forma errada, eu considero ele unica e exclusivamente mercadológico. É a mercantilização do ensino em seu maior grau.

Claro que sai um pessoal bom de lá, caras competentes e tudo mais, mas o ponto que eu quero colocar é que APENAS isso não basta para a educação. Precisamos das Universidades pelo debate, pela formação do pensamento e tudo mais que ela proporciona, não apenas a capacitação na execução de uma ou duas tarefas especificas.
 
Então, nem me refiro a interesse pelo conteúdo, mas ao status social no seguinte sentido:

- oi fulano, vc é formado em qual curso?
- em física
- que bosta, hein?
Bom, depende do que a pessoa considera importante. Eu tenho o maior respeito por quem faz/fez física porque é difícil pra caramba!! Se o cara vai ganhar pouco, é outra coisa, mas que ele tem que ser cabeção, ah, tem!

Eu também acho que o problema esteja na base, mas não só na educação pública. Sempre estudei em colégio particular e, no ensino médio, a mensalidade estava mais de 800 reais. Entrou um professor de física MUITO BOM e muito comprometido, e as provas dele tinham questões de vestibular, e a galera rodava feio! O que fizeram? Estudaram? Não, os pais foram reclamar na escola que as provas eram muito difíceis :roll: Resultado: ele teve que baixar o nível da prova! Ainda assim, o povo ia mal. Simplesmente porque não estudava! É só questão de nível sócio-econômico? É só questão de tipo de instituição? Infelizmente não, então não dá pra resolver o problema sem identificar sua causa.

Na minha opinião, falta comprometimento! Tipo eu, estudo medicina, se cometer um erro, posso por uma vida ou qualidade de vida em risco, além da minha própria carreira. Assim, eu sei que eu tenho que ser cuidadosa e estudar e trabalhar com carinho. Mas o professor que ensina errado, seu aluno só vai ser prejudicado lá na frente, ele não vai ser punido, então pra que se esforçar?

Hipóteses, hipóteses... Só sei que, quando leio que mais de 50% dos professores não foram bem na prova de avaliação, me dá uma tristeza e uma raiva!

P.S.: reli o post antes de postar e vi que está mal-escrito, mas estou com tanto sono pra consertar! Boa sorte aí pra entender! :hihihi:
 
Cara, minha mãe foi toda formada em escola publica. Ela se formou em Comunicação pela Ufrj, depois fez pos-graduação em finanças coorporativas pela FGV pago pelo banco do brasil e agora sem estudar quimica e biologia a mais 30 anos passou no vestibular pra Nutrição pra UniRio. Se escola publica não ensina as pessoas a pensarem, minha mãe é o que? O que houve foi um sucateamento criminoso pós decada 80 e uma hiperlotação e falta de investimento na area.
Olha eu cresci a vida toda em escola particular, e tenho um portugues deprimente perto da minha mãe.
 
Matou a pau.

O problema é sim social e econômico. Realmente vi isso na minha faculdade. Fiz Comunicação para Web (que é um lixo) e tinha pessoas na minha classe que não tinham micro em casa. E estamos falando de 2007.

Acho que é o mesmo que uma pessoa que entre numa faculade de Letras e tenha lido só "A Marca de Uma Lágrima".


Mas temos outras prioridades na frente. Copa do Mundo. Gente, vai parar o país agora, que está em franco crescimento por conta de uns adolecentes que falam "vou está fazenu pra nóis elaborá uma pesquisa" ?????

EDIT:

Ouvi isso de alguém que tendou me dizer que falar errado é certo. Bom, nem sei se era isso que ela queria dizer mas:

- Isso é que é a linguá gente. A linguá é morta, quem ta vivo é que interessa.
 
Última edição:
Mas temos outras prioridades na frente. Copa do Mundo. Gente, vai parar o país agora, que está em franco crescimento por conta de uns adolecentes que falam "vou está fazenu pra nóis elaborá uma pesquisa" ?????

Isso é que é a linguá gente. A linguá é morta, quem ta vivo é que interessa.

jesus, mene. essas frases finais são tão estapafúrdias que eu prefiro acreditar que você está só fazendo piada. o_O
 
Na minha opinião, falta comprometimento! Tipo eu, estudo medicina, se cometer um erro, posso por uma vida ou qualidade de vida em risco, além da minha própria carreira. Assim, eu sei que eu tenho que ser cuidadosa e estudar e trabalhar com carinho. Mas o professor que ensina errado, seu aluno só vai ser prejudicado lá na frente, ele não vai ser punido, então pra que se esforçar?

Aproveitando sua fala é o seguinte:

A pessoa pode até ter muita dificuldade quando entra pra faculdade, mas independente do seu histórico (se fez uma excelente educação básica ou não) o cidadão se quiser, se tiver vontade pode melhorar e aperfeiçoar. Acho que vai mundo da pessoa também, muitos ficam no conformismo e seja no que Deus quiser.

Infelizmente a instituição família não existe mais, não há pais que cobram de verdade, não existe mais a referência pai e mãe (isso está raro), tanto na burguesia quanto nas classes mais pobres.

Tem gente que fica puto comigo quando eu falo que na época da ditadura existia o senso de limite, respeito, família participativa e um ensino de alta qualidade. Eu tenho muito orgulho do meu ensino fundamental (antigo primeiro grau) que foi muito bem feito, o meu ensino médio no início dos anos 90 foi excelente. E tudo isso em escola pública. Só que na época até mesmo nas escolas públicas os alunos para entrar tinham que fazer um prova. Quem adquirisse os 60% estava dentro, quem não conseguisse estava fora. Isso ajudava muito na valorização da educação, quem era rico ou pobre tinha o sentimento de que pela educação conseguiríamos um lugar de honra na sociedade. Hoje....isso não existe mais.

OBS: repudio qualquer governo ditatorial, mas não podemos ser hipócritas em achar que tudo que era oriundo de um determinado período era lixo e que não servia.

Os meus colegas dessa época todos estão formados e muito bem empregados, alguns eram de família muito humilde mesmo. O que dizer de hoje? É uma incógnita.

Hoje os alunos não conseguem sequer resolver uma equação do segundo grau ou fazer conta de divisão básica de números decimais.
 

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