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Justiça gaúcha manda retirar crucifixos de repartições

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
A Justiça do Rio Grande do Sul decidiu nesta terça-feira (6) acatar pedido de uma ONG e vai retirar crucifixos e símbolos religiosos de todas as salas do Judiciário do Estado.

O Tribunal de Justiça gaúcho considerou que a presença do objeto nos fóruns e na sede do Judiciário pode ir contra princípios constitucionais de um Estado laico (que não sofre influência de igrejas).

A retirada dos símbolos foi um pedido da ONG Liga Brasileira de Lésbicas, o que motivou um processo administrativo no tribunal.

O relator do caso, o desembargador Cláudio Baldino Maciel, afirmou em seu voto que um julgamento feito em uma sala onde há um "expressivo símbolo" de uma doutrina religiosa não é a melhor forma de mostrar que o julgador está "equidistante" dos valores em conflito.

A decisão foi tomada pelo Conselho da Magistratura, órgão do TJ gaúcho para planejamento e administração. Representantes de entidades religiosas acompanharam a sessão.

No ano passado, o TJ havia negado o mesmo pedido da Liga de Lésbicas, que encaminhou ainda solicitação semelhante à Câmara Municipal de Porto Alegre.

A presença de símbolos cristãos em prédios públicos motiva polêmica em outras partes do Brasil e do mundo.

Em São Paulo, o Ministério Público Federal ajuizou ação em 2009 pedindo a retirada de crucifixos de edifícios federais. O pedido foi negado em primeira instância porque a juíza responsável considerou "natural" a exibição do objeto em um país de "formação histórico-cultural cristã".

No mesmo ano, a Comissão Europeia condenou a Itália por manter objetos religiosos em salas de aula.

Fonte
 
Será que ela também consideria "natural" o marido bater nela em uma sociedade de "formação histórico-cultural machista"? :uhum:

Pera lá, Serenatas...

Eu que vivo criticando o machismo predominante (não chego a ser um White Knight sobre essa questão) , não entendi qual a conexão entre machismo e violência física. Ou vc não acredita que homens não-machistas podem ser estúpidos e perder a cabeça pq suas mulheres encontraram caras mais decentes e menos frouxos ou algo do tipo? Sim, é inconteste o fato de que as mulheres historicamente até pouco mais de 100 anos tinham seus direitos suprimidos. O que não é fato é que a mulher sempre foi saco de pancadas do homem machista. Historicamente o homem machista é sim um macho superprotecionista e possessivo e, por meio disso, havia o desencadeamento de outros problemas, como o descontrole emocional que potencializava uma agressividade natural do sexo masculino (culpe o instinto masculino). O que é fato é a questão do homem ainda hoje levar vantagem por seu físico naturalmente superior ao da mulher, como um meio de contrabalançar a falta de hombridade, caráter ou um emocional saudável.

Mas não há nada que prove que o machismo pressupõe violência física. Machismo pressupõe sim uma ilusória vantagem na cabeça dos homens...vantagem por historicamente ser o cabeça da família, o mantenedor do lar, aquele que caça o leão. Historicamente o homem é o que vai atrás e que por isso sempre esperou o reconhecimento da mulher, e quando esta não sabia dar valor ao seu homem, o mesmo partia para ignorância. Mas isso não era um comportamento generalizado ou mesmo majoritário em qualquer lugar do mundo. Enfim, estou tratando de obviedades. Hoje não tem cabimento ninguém usar como argumento a prevalência histórica ao tomar certas atitudes que visam um aperfeiçoamento das relações sociais, comerciais, etc.. Então, ponto para quem decidiu retirar os crucifixos das instituições (até pq, a Constituição defende a liberdade de culto, logo, se houver crucifixo, que haja tbm símbolos de outras religiões, nada menos que justo).
 
Última edição:
"expressivo símbolo" de uma doutrina religiosa não é a melhor forma de mostrar que o julgador está "equidistante" dos valores em conflito.

Abaixo vai minha opinião pessoal:

Penso que está com cara de que foi por impulso popular (populismo), para satisfazer a Ong, mais do que por apreço a laicidade. Estive olhando os símbolos da justiça e eles tendem a ilustrar a arquitetura histórica em prédios de justiça em várias partes do mundo como a deusa Themis/Justitia. Não apenas pela questão de as construções terem sido feitas por pessoas de uma determinada fé, mas pela justiça ocidental estar pontuada de exemplos e fatos em que as imagens serviram como guias no ensino de muitas gerações. É sabido que as metáforas ajudam a ampliar e dar vida a decisões importantes.

Fiquei insatisfeito por não haver uma explicação do critério geral para se diferenciar um patrimônio cultural de algo pessoal, como se houvesse uma urgência em apagar o rastro da história. Nem mesmo uma nota informando da reforma da memória, apenas uma confusão sobre ficar eqüidistante de simbolos sendo que no curso de direito existe um claro privilégio de certos símbolos. Essa guerra contra símbolos ao invés de combater a ignorância tem sido moda e gera coisas como a expulsão do verbete "cigano" do dicionário.

Não significa que todas as religiões do mundo têm que estar representadas lá no prédio. Significa que o cristianismo participou na construção da obra. E seria uma perda enorme desaparecer com aquelas belas estátuas com a deusa da justiça nos palacetes antigos.

O povo anda tão alucinado e com pressa que em breve todos terão que fazer aliança para se protegerem dos radicais.
 
Última edição:
Eu vi uma representante dessa ONG falando ontem no Jornal do SBT... Posso dizer que o povo dessa ONG não passa de revoltadinhos de merda.

Parafraseando a apresentadora do jornal, a constituição foi feita sob a proteção de Deus (tá escrito lá "sob a proteção de Deus", Deus com D maiúsculo, Javé/Jeová, o Deus hebraico-cristão). Como bem lembrou o Neoghostar, e as estátuas da deusa da justiça? "Ui, elas ofendem minhas crenças e mimimi porque existem mais de 100 religiões no Brasil e mimimi".

Pura falta do que fazer... como se retirando um crucifixo fosse alterar alguma coisa no pensar do juiz que, se for crente em alguma religiã, já vai ter uma opinião semi-formada sobre o assunto que irá julgar. Daqui a pouco só ateus poderão ser servidores públicos, porque o cristão, umbandista, paganista e o diabo a quatro vai ter o raciocínio interferido pela sua crença.
 
Me segurando pra não fazer a piadinha de viadagem de gaúcho.


Na verdade eu concordo. Eu já tinha reparado isso quando morava em Curitiba e em 2009 fui a um juri popular que aconteceu em baixo de uma cruz enorme. Serenatas tá certíssima.
 
Será que ela também consideria "natural" o marido bater nela em uma sociedade de "formação histórico-cultural machista"? :uhum:
O que uma coisa tem a ver com outra?

Isso é cristofobia mesmo, essa gana laicista de querer expulsar Deus da sociedade por preguiça de lidar com as consequências de uma sociedade plurirreligiosa. Ou por birra antireligiosa mesmo.

Acho isso um absurdo, como os 'argumentos' de quem fala em vender igrejas pra matar a fome dos pobres, ou retirar todos os símbolos religiosos por estes serem 'ofensivos'.

EM QUE um crucifixo ou QUALQUER símbolo religioso ofende alguém? Até a suástica eu considero erradíssimo proibir porque Hitler a conspurcou, é um símbolo religioso antiquíssimo com um significado importante. E não podemos usar. wtf?

Querem mesmo é expulsar a religião da formação cultural e humanista na contemporaneidade. Patético, depois de um século XIX radicalista e intolerante ao extremo, eu achava que tínhamos superado esse fundamentalismo positivista, mas parece que não mudou muita coisa.
 
O que uma coisa tem a ver com outra?

Embora sejam assuntos diferentes, em ambos os casos existe o fator: justifica-se a perpetuação de uma idéia pelo fato de ela ser de origem cultural. Isso não é argumento suficiente: existem coisas que são de origem cultural e nem por isso são boas. Como por exemplo o machismo.

Isso é cristofobia mesmo, essa gana laicista de querer expulsar Deus da sociedade por preguiça de lidar com as consequências de uma sociedade plurirreligiosa. Ou por birra antireligiosa mesmo.

Existe sim a birra antirreligiosa. MAS aqui não se trata de arrancar o cristianismo da sociedade, e sim separar ele do estado. O cristianismo deve existir da porta do governo pra fora.

Seria anticristianismo tentar impedir as pessoas de serem cristãs, em seus espaços pessoais. Do tipo "é proibido vender crucifixos para qualquer pessoa, porque o estado é laico". Daí sua indignação estaria justificada.

Acho isso um absurdo, como os 'argumentos' de quem fala em vender igrejas pra matar a fome dos pobres, ou retirar todos os símbolos religiosos por estes serem 'ofensivos'.

Vender igreja pra matar a fome dos pobres é um argumento que não se compara em nada. O estado não tem o direito de vender uma coisa que não é atribuição do estado. Se a igreja fosse um órgão estatal, aí, sim, mandar vender as igrejas faria algum sentido (não muito). Mas o estado deve lidar com propriedades estatais. Vender a decoração dos prédios estatais de brasília, para matar a fome dos pobres, faria, sim, sentido.

EM QUE um crucifixo ou QUALQUER símbolo religioso ofende alguém?

Não ofende, mas insinua mescla de valores. Se eu sou neopagão, e minha crença se lamenta a quantidade de pagãos mortos em julgamentos cristãos, e eu vou num tribunal por uma causa qualquer e atrás do juiz tem uma cruz, me ofenderia. O problema não é "existir mistura", e sim "soar como se tivesse".

Até a suástica eu considero erradíssimo proibir porque Hitler a conspurcou, é um símbolo religioso antiquíssimo com um significado importante. E não podemos usar. wtf?

Aqui eu concordo com vc. O estado não deve colocar uma suástica num órgão público, mas eu poderia ter o direito de usá-la, e até poderia ter o direito de manifestar idéias nazistas, se quisesse. Eu seria visto por todos como um imbecil, mas a opinião dos outros sobre mim deveria ser meu único ônus. Me prender por ter uma idéia e usar minha liberdade de expressão para manifestá-la, ainda que essa idéia fosse "devemos ser governados por rabanetes", é tirania. É absolutismo. É nazismo no sentido contrário. É o mesmo motivo de eu criticar o feminismo: embora as feministas queirem me queimar quando digo, é machismo ao contrário.

Querem mesmo é expulsar a religião da formação cultural e humanista na contemporaneidade. Patético, depois de um século XIX radicalista e intolerante ao extremo, eu achava que tínhamos superado esse fundamentalismo positivista, mas parece que não mudou muita coisa.

Se fosse expulsar da sociedade, eu te daria razão. Mas é expulsar de dentro de órgãos governamentais e judiciários, para manter a separação religião/estado. Gosta de cruz? Gosta de runas? Gosta de ajoelhar pra Meca? Gosta de erva no caldeirao? Goste em casa.
 
O que você está dizendo é a mesma coisa: banir Deus, mas pela porta dos fundos. A existência desses símbolos nas repartições públicas não visa demonstrar apoio do Estado a esta religião ou imiscuir valores. O fato é que tais valores existem na nossa formação como Estado e tais valores ajudaram e ainda nos guiam, ainda que apenas moralmente, na condução da justiça. A existência de uma cruz não ofende neo-pagãos, a não ser os mais birrentos e chatos que encaram o cristianismo como o juiz que os condena e o fazem de forma ignorante, reproduzindo sobre os símbolos e toda a religião ódios de situações muito particulares da história envolvendo bispos fdp e pagãos de determinada cultura que se massacravam há séculos atrás. Isso é misturar as bolas. O que massacres e guerras religiosas tem ainda de influir nessas questões?

E não é espaço pessoal também não, liberdade religiosa se exerce publicamente. Querer encerrá-la em 'espaço pessoal' é limitá-la. Assim como as igrejas são representadas no Congresso (ainda que porcamente), porque não teriam seus símbolos representados também?
 
Existe sim a birra antirreligiosa. MAS aqui não se trata de arrancar o cristianismo da sociedade, e sim separar ele do estado. O cristianismo deve existir da porta do governo pra fora.

[...]Não ofende, mas insinua mescla de valores. Se eu sou neopagão, e minha crença se lamenta a quantidade de pagãos mortos em julgamentos cristãos, e eu vou num tribunal por uma causa qualquer e atrás do juiz tem uma cruz, me ofenderia. O problema não é "existir mistura", e sim "soar como se tivesse".

O Brasil não é um Estado laico, prova disso é o primeiro parágrafo da constituição:

Preambulo
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Fonte

Mas, como vivemos num país onde todos são iguais, mas políticos tem foro privilegiado, normal haverem contradições na constituição.

Se querem tirar símbolos religiosos, retirem todos de uma vez, porque tirar crucifixos e deixar um parágrafo na constituição onde fica explícito que o Estado adota uma religião e sua entidade mór como protetora é idiota. Essa liga de lésbicas devia arranjar mais o que fazer...
 
Simbolos são imagens ou objetos que carregam alguma mensagem, alguma tradição e etc.

Não se pode alegar que a cruz ainda simbolize a justiça, pois assim era nos tempos de Roma. A cruz já está carregada de simbolismo cristão! Voce ve uma cruz, um crucifixo, uma pessoa crucificada e o que te remete isso? A Jesus, a crucificação, ao cristianismo e etc.
Mesma coisa remete a suástica. Nao podemos ser ingênuos de acreditar que ela ainda simbolize para os não-hindus alguma coisa que não seja o nazismo.
Tudo bem, se isso acontece com a suástica, deveria rolar um processo de desmitificação do simbolo, porém isso é quase sempre demorado ou impossível, é mais simples banir o simbolo.

Aqui eu concordo com vc. O estado não deve colocar uma suástica num órgão público, mas eu poderia ter o direito de usá-la, e até poderia ter o direito de manifestar idéias nazistas, se quisesse. Eu seria visto por todos como um imbecil, mas a opinião dos outros sobre mim deveria ser meu único ônus. Me prender por ter uma idéia e usar minha liberdade de expressão para manifestá-la, ainda que essa idéia fosse "devemos ser governados por rabanetes", é tirania. É absolutismo. É nazismo no sentido contrário. É o mesmo motivo de eu criticar o feminismo: embora as feministas queirem me queimar quando digo, é machismo ao contrário.
Eu discordo de voce camarada! Acredito que toda a opinião deva ser repeitada sim, desde que ela não alimente e incentive o ódio ao diferente.
O nazismo se explora de sentimentos muito primitivos dos homens. É absolutamente anti-democratico e seu discurso é racista, violento, preconceituoso e etc.
Tudo bem, voce pode dizer que a sociedade poderia considerar esse cara um idiota, um babaca e esse seria o onus dele.
Mas eu nao acho isso não, acredito que poderia ser até o oposto! Muita gente hoje em dia já se declara admirador de Hitler, da forma que o exercito alemão se organizava, do crescimento e bla bla bla.
Talvez surgisse até um partido, um movimento sério entre a direita fascista, os whitepowers e esses fascinados e iludidos pelo discurso nazista.

Agora voltando ao tema do tópico:
Eu nao vejo nenhum problema em se banir os crucifixos e qualquer outro simbolo religioso dos tribunais! Alias, acho mais do que natural.
Eu sou ateu, não me incomodo com nenhuma fé alheia, nem mesmo quando o meu ateismo incomoda a eles, poucas vezes discuto religião em aspectos científicos e evolutivos, sempre procuro discutir por âmbito filosófico, pois é nessa area que eu nego a religião e seus deuses.

O crucifixo é sim um simbolo cristão. Ele representa a fé em deus e a proteção do mesmo sobre o Brasil (como ja citado o trecho da nossa constituição).
Já temos influencias o suficiente da fé cristã do brasileiro na sociedade, como por exemplo os nossos feriados católicos, os nomes das nossas cidades e dos nossos estados (São Paulo, São Sebastião do Rio de Janeiro. Espirito Santo), até a nossa natureza e nossos monumentos são confundidos com nossa religiosidade, só olhar o Cristo Redentor sobre o Corcovado!
Isso já é intervenção o suficiente! Isso já está realmente na nossa cultura, afinal duvido que alguem queira acabar com os feriados católicos ou trocar o nome dos estados e cidades do Brasil.

Agora na nossa constituição, nos nossos tribunais, no nosso ensino publico já é demais! Podem falar que é nossa cultura, mas eu nego isso sempre! É a cultura que o super-católico e carola país de Portugal nos impôs! Nossa cultura antes da colonização era outra! Os portugueses submeteram índios, escravos, judeus, ciganos, muçulmanos, enfim, todas as culturas do Brasil colonial dentro da cultura católica-portuguesa! Era até crime vc nao andar junto com as romarias!

Então o argumento de "Essa é a nossa cultura" não me desce! Essa era a cultura da metrópole! Do colonizador! Não dos nativos e nem de todos os colonos!!
Claro, nao sou tonto, sei que hoje, tantos anos depois da nossa primeira Republica, o catolicismo e as tradiçoes já se firmaram. Os que nao eram católicos se converteram, e se não se converteram, aceitaram a dominação da maioria religiosa.
Porque os judeus precisam justificar seus feriados aos chefes, porque os judeus precisam respeitar o dia de Nossa Senhora? Porque o judeu precisa ser julgado por um tribunal sob a sobra de um crucifixo? Ao cristão as tradições são permitidas e celebradas ao céu aberto e sobre todo o respaldo do estado. As outras crenças sobra o culto doméstico, escondido do preconceito da maioria.

O Brasil é tão laico que existe ainda hoje o acordo Brasil-Vaticano de ensino religioso nas nossas escolas publicas!
Portanto eu concordo com a medida, o Brasil é um país de cristão e assim permanecerá para sempre provavelmente! Mas deixem o estado ser de todos os brasileiros, não apenas dos cristãos.
 
O que o acordo com o Vaticano tem a ver com o assunto? O acordo só estabelecia certas particularidades nas relações entre a legislação canônica e a legislação civil. O catolicismo é diferente das outras crenças nesse quesito, requer uma atenção maior do legislativo e judiciário por causa dessas questões canônicas.

Enfim, independente de como a religião tenha penetrado no Brasil, se foi bonito ou se foi feio, isso não importa. O que importa é que esses símbolos representam uma parcela numerosa da população e são importantes na nossa identidade. Não vejo porque isso seja tão gritante pra outras religiões, que poderiam até ser representadas nesse quesito.

Quem tem birra com símbolos geralmente é iconoclasta, aquele povo que gostava de destruir patrimônio histórico por fanatismo religioso, lembram? E que ainda fazem isso. Coisa que a Igreja católica nunca fez, pelo menos não no âmbito de sua religião.
 
O que o acordo com o Vaticano tem a ver com o assunto? O acordo só estabelecia certas particularidades nas relações entre a legislação canônica e a legislação civil. O catolicismo é diferente das outras crenças nesse quesito, requer uma atenção maior do legislativo e judiciário por causa dessas questões canônicas.
O acordo também abrange o ensino publico! As escolas brasileiras ensinam a criação cristã nas aulas, celebram datas religiosas e etc, foi por isso que eu citei o acordo.

Enfim, independente de como a religião tenha penetrado no Brasil, se foi bonito ou se foi feio, isso não importa. O que importa é que esses símbolos representam uma parcela numerosa da população e são importantes na nossa identidade. Não vejo porque isso seja tão gritante pra outras religiões, que poderiam até ser representadas nesse quesito.
Sim, isso já ficou para a História e hoje o Brasil é um país cristão, apesar de a cada dia se tornar menos católico.
O problema é que para quem não é cristão os símbolos são escancarados. Claro, um cristão não ve nada demais em ter uma crucifixo em uma casa, em um tribunal e etc, mas isso parece que "cerca" os não cristãos.
Tenho uma amiga judia que sai do Brasil todo o Natal porque ela se incomoda muito da forma que o Natal é tratado no nosso país. Ele é celebrado como uma data universal, de amor, de caridade e etc. Isso é a naturalização da religião ao estado e a sociedade, e sim, isso incomoda os não cristãos.
O cristianismo está realmente em 90% da sociedade brasileira, porem isso não o torna elemento "natural" a sociedade! Tanto que quando alguem se declara não-cristão, de credos diferentes, a primeira reação da sociedade é de estranhamento.
A criança criada em familias de outras religiões se sentem constrangidas em dizer que nao são critãos, que nao comemoram o Natal, que nao fazem catequese e etc.
Existe no Brasil uma pressão da sociedade cristã sobre as outras. Os cristãos exercem (de forma involuntária, as vezes) pressão sobre as outras culturas, seja pelo argumento da naturalização: "Po cara, o Brasil é um país cristão, se adapte", seja pela pressão aberta mesmo.

Quem tem birra com símbolos geralmente é iconoclasta, aquele povo que gostava de destruir patrimônio histórico por fanatismo religioso, lembram? E que ainda fazem isso. Coisa que a Igreja católica nunca fez, pelo menos não no âmbito de sua religião
Bom, católicos na idade média cansaram de profanar e destruir templos islâmicos e judeus, tanto na Europa quanto no Oriente médio, mas tudo bem.
Eu lembrei agora do Pereio, que disse uma vez que se depende-se dele, ele implodiria o Cristo Redentor. Mas o Pereio é maluco, então tudo bem haha
 
Bem, deixei lá: quando se trata de sua religião, Roma é um exemplo de civilidade. Quando se trata das outras... bom, deixa isso pra lá.

Isso tudo, todo esse estranhamento poderia ser muito minimizado se fôssemos uma sociedade plurirreligiosa, se nossas escolas propusessem um estudo crítico e sério sobre a religião, não este ou aquele credo, mas sobre a religião em si. Isso nos ajudaria a derrubar milhares de preconceitos, fomentar um interesse maior pelo assunto, relativizar as fronteiras religiosas, enfim, derrubar barreiras, criar vínculos, comunhão, mesmo respeitando os limites doutrinários das crenças.

Mas esse tipo de educação religiosa está longe da realidade do Brasil. Nossos educadores ou são tomistas inveterados, ou marxistas da pior espécie. Fica difícil criar um diálogo numa sociedade de extremistas.
 
O Brasil não é um Estado laico, prova disso é o primeiro parágrafo da constituição:

Preambulo
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Mas, como vivemos num país onde todos são iguais, mas políticos tem foro privilegiado, normal haverem contradições na constituição.

Sim, tanto há contradições que tem este artigo:

TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
 
O crucifixo é sim um simbolo cristão. Ele representa a fé em deus e a proteção do mesmo sobre o Brasil (como ja citado o trecho da nossa constituição).
Já temos influencias o suficiente da fé cristã do brasileiro na sociedade, como por exemplo os nossos feriados católicos, os nomes das nossas cidades e dos nossos estados (São Paulo, São Sebastião do Rio de Janeiro. Espirito Santo), até a nossa natureza e nossos monumentos são confundidos com nossa religiosidade, só olhar o Cristo Redentor sobre o Corcovado!
Isso já é intervenção o suficiente! Isso já está realmente na nossa cultura, afinal duvido que alguem queira acabar com os feriados católicos ou trocar o nome dos estados e cidades do Brasil.

Deixa eu ver se entendi: tirar qualquer coisa que envolva religião do sistema governamental, ok. Mas mexer em feriado católico e cristão não porque já é da nossa cultura? Isso é desculpa pra não trabalhar :lol:

Agora na nossa constituição, nos nossos tribunais, no nosso ensino publico já é demais! Podem falar que é nossa cultura, mas eu nego isso sempre! É a cultura que o super-católico e carola país de Portugal nos impôs! Nossa cultura antes da colonização era outra! Os portugueses submeteram índios, escravos, judeus, ciganos, muçulmanos, enfim, todas as culturas do Brasil colonial dentro da cultura católica-portuguesa! Era até crime vc nao andar junto com as romarias!

Então o argumento de "Essa é a nossa cultura" não me desce! Essa era a cultura da metrópole! Do colonizador! Não dos nativos e nem de todos os colonos!!
Claro, nao sou tonto, sei que hoje, tantos anos depois da nossa primeira Republica, o catolicismo e as tradiçoes já se firmaram. Os que nao eram católicos se converteram, e se não se converteram, aceitaram a dominação da maioria religiosa.
Porque os judeus precisam justificar seus feriados aos chefes, porque os judeus precisam respeitar o dia de Nossa Senhora? Porque o judeu precisa ser julgado por um tribunal sob a sobra de um crucifixo? Ao cristão as tradições são permitidas e celebradas ao céu aberto e sobre todo o respaldo do estado. As outras crenças sobra o culto doméstico, escondido do preconceito da maioria.

Não existe cultura brasileira. Não existiu nem antes dos portugueses chegarem.
Os índios viviam em aldeias isoladas ou confederações de tribos do mesmo grupo étnico, logo, não existia uma cultura que unisse todos os povos do Brasil pré-colonial.
A cultura predominante no Brasil é a portuguesa, sinto muito acabar com a tua ilusão. Os grupos étnicos que foram formados com as imigrações dos povos pra cá nem são reconhecidas pelo governo.
Se eu for morar em Israel, vou precisar justificar minha falta no Natal ao meu chefe.

O Natal no Brasil já nem é cristão, é capitalista. Cada vez mais o Papai Noel toma o lugar de Cristo na comemoração natalícia. Sair do Brasil por causa do Natal é intolerância religiosa.
Se eu for morar num país árabe vou ser obrigado a tolerar neguinho se ajoelhando e colocando a testa no chão pra rezar sei lá eu quantas vezes por dia.

O Brasil é tão laico que existe ainda hoje o acordo Brasil-Vaticano de ensino religioso nas nossas escolas publicas!
Portanto eu concordo com a medida, o Brasil é um país de cristão e assim permanecerá para sempre provavelmente! Mas deixem o estado ser de todos os brasileiros, não apenas dos cristãos.

Nas minhas aulas de religião nunca foi discutido religião, era praticamente aula de psicologia. Minhas professoras diziam que tinham recebido "dica" da diretoria regional de educação pra não focarem em uma religião justamente pra não constranger os alunos.

Isso de "um país de cristão" soa como raiva contida. Seria o mesmo que eu chamar Israel de país de judeus, ou o Egito país de muçulmano. Soa como pejorativo, mas enfim.

Se formos morar num país de maioria ateia, coitado quem cultuar alguma divindade...

O Brasil é um país cristão (a maioria são cristãos de merda, mas deixa pra lá), não entendo o problema disso pra qualquer minoria religiosa sendo que se um cristão for pra algum país onde a maioria da população seja hindu, wicca, asatrú, satanista, judaísta etc. vai ter que se conformar em ser minoria.

Sim, tanto há contradições que tem este artigo:

Como eu disse antes, primeiro adota um Deus como protetor, depois diz que não se pode fazer isso.
 
Deixa eu ver se entendi: tirar qualquer coisa que envolva religião do sistema governamental, ok. Mas mexer em feriado católico e cristão não porque já é da nossa cultura? Isso é desculpa pra não trabalhar
Cara, se a religião fez uma coisa boa no mundo, foram os feriados :lol:
Mas o que eu quis dizer foi que ninguém no Brasil seria louco de falar contra a religião cristã e alegar o fim dos feriados. Afinal, quase tudo no Brasil gira em torno dos feriados cristãos, tanto a economia como a cultura.
Ou alguem aqui imagina o Brasil sem carnaval? Impossivel e extremamente indesejado (por mim, pelo menos).


Não existe cultura brasileira. Não existiu nem antes dos portugueses chegarem.
Os índios viviam em aldeias isoladas ou confederações de tribos do mesmo grupo étnico, logo, não existia uma cultura que unisse todos os povos do Brasil pré-colonial.
A cultura predominante no Brasil é a portuguesa, sinto muito acabar com a tua ilusão. Os grupos étnicos que foram formados com as imigrações dos povos pra cá nem são reconhecidas pelo governo.
Se eu for morar em Israel, vou precisar justificar minha falta no Natal ao meu chefe.
Claro que os indios tinham cultura!! Que é isso cara!
Claro que nao era uma cultura só em todo o nosso territorio, nem uma lingua ou qualquer outra coisa. Os indios nao se organizavam em sociedade como os ocidentais, mas isso nao quer dizer que o que eles praticavam não era cultura, nem mesmo que essa cultura nao esteja no brasileiro.
Alias, se vc toma banho todo o dia, agradeça aos indios!

O Natal no Brasil já nem é cristão, é capitalista. Cada vez mais o Papai Noel toma o lugar de Cristo na comemoração natalícia. Sair do Brasil por causa do Natal é intolerância religiosa.
Se eu for morar num país árabe vou ser obrigado a tolerar neguinho se ajoelhando e colocando a testa no chão pra rezar sei lá eu quantas vezes por dia.
Concordo, Natal virou data capitalista, mas ainda remete a uma tradição cristã.
Mas já disse, nao tenho problemas com os feriados, pois eu sou ateu e para mim se tal dia eu nao preciso trabalhar porque a sociedade cristã quer celebrar uma data, que seja!

Nas minhas aulas de religião nunca foi discutido religião, era praticamente aula de psicologia. Minhas professoras diziam que tinham recebido "dica" da diretoria regional de educação pra não focarem em uma religião justamente pra não constranger os alunos.
Nas SUAS aulas talvez sim. Eu dou aula de história e sociologia pra mulecada do colégio publico aqui do lado de casa, e as aulas não são dessa forma.
Assim como as minhas aulas de teologia na PUC eram muito pouco cristãs. Alias a gente estudava mais outras crenças do que da fé cristã mesmo.

Isso de "um país de cristão" soa como raiva contida. Seria o mesmo que eu chamar Israel de país de judeus, ou o Egito país de muçulmano. Soa como pejorativo, mas enfim.
Nao foi minha intenção, de verdade.

Se formos morar num país de maioria ateia, coitado quem cultuar alguma divindade...
Eu nao vejo tanto isso.
Claro, se a maioria for ateia, pode rolar um constrangimento publico para que aconteçam atos de adoração em publico. Mas seria um constrangimento igual a de um ateu começar a negar a fé dos outros em publico em uma sociedade religiosa.

O Brasil é um país cristão (a maioria são cristãos de merda, mas deixa pra lá), não entendo o problema disso pra qualquer minoria religiosa sendo que se um cristão for pra algum país onde a maioria da população seja hindu, wicca, asatrú, satanista, judaísta etc. vai ter que se conformar em ser minoria.
Sim, se vc for um TURISTA em um país de crenças diferentes vc talvez tenha que se conformar que a cultura daquele país não é cristã.
Mas até nisso eu acho que o cristão tem facilidade. Afinal o cristianismo então no centro do mundo desde Roma! E existem grandes comunidades cristas no mundo inteiro. Até os nào-cristaos nao estranhariam um cristão em sua sociedade, pois a tradição cristã está nos filmes, nos livros, nos programas de tv do mundo todo.
Agora se vc é um CIDADÃO de um país que se declara laico e que ainda assim assume compromissos CLAROS com a fé cristã/católica, ai eu tenho sim o direito de me levantar como minoria (e não uma minoria desprezivel, pois no Brasil temos ateus, judeus, muçulmanos, candomblé, wiccas e varias outra crença em bom numero).
 
Eu vi uma representante dessa ONG falando ontem no Jornal do SBT... Posso dizer que o povo dessa ONG não passa de revoltadinhos de merda.

Parafraseando a apresentadora do jornal, a constituição foi feita sob a proteção de Deus (tá escrito lá "sob a proteção de Deus", Deus com D maiúsculo, Javé/Jeová, o Deus hebraico-cristão). Como bem lembrou o Neoghostar, e as estátuas da deusa da justiça? "Ui, elas ofendem minhas crenças e mimimi porque existem mais de 100 religiões no Brasil e mimimi".

Pura falta do que fazer... como se retirando um crucifixo fosse alterar alguma coisa no pensar do juiz que, se for crente em alguma religiã, já vai ter uma opinião semi-formada sobre o assunto que irá julgar. Daqui a pouco só ateus poderão ser servidores públicos, porque o cristão, umbandista, paganista e o diabo a quatro vai ter o raciocínio interferido pela sua crença.

Eu estava justamente curioso para saber o que um político em Brasília quis dizer quando mencionou ter observado a presença de "extremismo de centro" no governo. Pelo visto o primeiro alvo dele são as igrejas mas não irão parar por aí nem vai parar apenas no Brasil e é um inimigo em comum das igrejas e da ciência. Fica clara a atual inabilidade judicial com símbolos e memória. O caso do dicionário e do livro da Emília ofereceu uma amostra de que o governo escolheu esquecer que existem modos para se evocar um símbolo ou uma memória e desconhece que existem regras para ele ser usado ou esquecido e que é papel dele difundir conhecimento real. Fica a pergunta, até que ponto eles não sabem mais que estão sempre defendendo símbolos?
 
Se fosse expulsar da sociedade, eu te daria razão. Mas é expulsar de dentro de órgãos governamentais e judiciários, para manter a separação religião/estado. Gosta de cruz? Gosta de runas? Gosta de ajoelhar pra Meca? Gosta de erva no caldeirao? Goste em casa.

Acho que você aglutinou coisas que para mim são diferentes. Sou a favor da retirada de cruzes e objetos afins das repartições públicas, porque fica parecendo que aquilo é uma expressão do Estado, daquela entidade abstrata que é a repartição pública. A pessoa ajoelhar na rua para rezar, por a cachaça na esquina ou usar o colar com crucifixo é algo que não passa a impressão, que se entende ser algo pessoal, e isso também vale, nos países em que há muitos muçulmanos, para mulheres funcionárias públicas utilizando o hijab. Ninguém abstrai da situação que aquilo é uma manifestação do pensamento estatal.
 

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