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Vaticano condena padre acusado de pedofilia "a uma vida de oração"

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Um padre católico de Nova York acusado de ter abusado de uma dezena de adolescentes nos anos 1980 em uma escola no bairro do Harlem foi condenado pelo Vaticano "a uma vida de oração e penitência", confirmou nesta quinta-feira à Agência Efe um porta-voz da arquidiocese da cidade.

Wallace Harris, antigo pároco da Igreja de St. Charles Borromeo, no Harlem, está sob supervisão religiosa em uma residência do templo.

Antes de as denúncias terem vindo à tona, Harris era um dos padres mais conhecidos do Harlem e foi um dos principais organizadores da grande missa que o papa Bento 16 celebrou no estádio dos Yankees em 2008.

Meses depois da visita do papa a Nova York, o sacerdote foi afastado das funções depois que dois homens o acusaram de ter abusado deles em uma escola católica do Harlem na década de 1980.

Posteriormente, outras oito pessoas, inclusive um agente do Departamento de Polícia de Nova York, denunciaram Harris por abusos, mas a promotoria de Manhattan não chegou a apresentar acusações criminais contra ele porque os crimes já haveriam prescrito.

"Monsenhor Wallace Harris deveria ser afastado do sacerdócio pelo Vaticano",
afirmou o sacerdote Robert Hoatson, conhecido por suas críticas à maneira como o Vaticano lidou com os casos de pedofilia.

Hoatson disse que as vítimas que tiveram a coragem de denunciar Harris "merecem algo mais" e, por isso, lamentou que o Vaticano envie à sociedade a mensagem de que nunca se responsabilizará por esses "desprezíveis" abusos, informa o jornal "Daily News".

Fonte
 
Antes que os ânimos se elevem, pensem: a qual pena a Igreja Católica pode condenar alguém? Certamente não à prisão ou ao suicídio. Sendo ele um fiel e crente, ainda que tenha cometido dolosos crimes, será o mínimo necessário para que ele se reconverta. Não tem nada de errado nisso.

Isso, claro, sem prejuízo das outras penas que a Lei dos homens pode impor. Quanto à vida em oração, é simplesmente a Penitência, o que tem de mais nisso?
 
Não tem muito o que ela poderia fazer. Mas...

Po, gente, NO MÍNIMO a pena de perda de estado clerical não seria válida? E eu acho que existe algo nos cânones do concílios que falam algo sobre 'excomunhão' mesmo pra quem comete 'abominações da carne' se for um sacerdote. Tem que ver isso ae.
 
Na verdade, não existe pecado que não seja reabilitável. A regra da doutrina cristã é que se dê o benefício da dúvida. E não entendo por que os não-crentes vêem isso com tanta indignação, já que são preceitos que não os vinculam; ninguém é obrigado a se submeter à doutrina católica. Eu me submeto porque gosto e acredito, mesmo que não consiga seguir à risca todos os preceitos.

Para o perdão, entretanto, deve haver o arrependimento verdadeiro. É aquele de dentro para fora, e não aquele derivado de um sentimento ruim gerado pelas consequências externamente impostas, como uma pena privativa de liberdade, por exemplo.
 
Sim, é verdade, por hediondo que seja é um pecado e como tal, pode ser perdoado. Acho que não tem muito que a Igreja pudesse fazer.

Mas se o padre vai ser processado pela justiça pra que querem que a Igreja faça algo mais drástico? Não entendo isso.
 
Acho que prum padre tá bom... Afinal, teoricamente, a cadeia também deveria ser um lugar onde pessoas levam vida de penitência, e não a escolinha do crime que é hoje.
 
Antes que os ânimos se elevem, pensem: a qual pena a Igreja Católica pode condenar alguém? Certamente não à prisão ou ao suicídio. (...)

Realmente não. Mas a Igreja poderia condenar o safado a usar o cilício, bem apertado (por terceiros), por uns dez anos.
Se ele aceitasse, isso seria uma prova (inicial) de que ele está arrependido.
Se não aceitasse...
 
A Igreja Católica poderia muito bem expulsar o sacana da instituição.
Como disseram ae, parece que tão se inspirando na justiça brasileira, só falta a mídia influenciar a decisão final.
 
Antes que os ânimos se elevem, pensem: a qual pena a Igreja Católica pode condenar alguém? Certamente não à prisão ou ao suicídio. Sendo ele um fiel e crente, ainda que tenha cometido dolosos crimes, será o mínimo necessário para que ele se reconverta. Não tem nada de errado nisso.

Isso, claro, sem prejuízo das outras penas que a Lei dos homens pode impor. Quanto à vida em oração, é simplesmente a Penitência, o que tem de mais nisso?

Não vejo nemhum motivo para um padre estar acima da lei, eu não acredito em deus, e se eu abusar de criancinhas certamente tenho que pagar por isso, idem ao padre, cadeia no pedofolo safado sem duvida!
 
A Igreja não recomenda e não permite que se use de tortura, ainda mais como sanção. Isso por um motivo simples: o arrependimento não será válido. Arrependimento provocado não é o arrependimento capaz de gerar a Redenção. É como no filme Laranja Mecânica: um religioso questionou a aplicação daquele procedimento revolucionário de indução à rejeição da violência porque aquilo não seria uma reabilitação verdadeira, vinda de dentro para fora.

Não vejo nemhum motivo para um padre estar acima da lei, eu não acredito em deus, e se eu abusar de criancinhas certamente tenho que pagar por isso, idem ao padre, cadeia no pedofolo safado sem duvida!

Quem falou que ele deveria ser "anistiado" pela justiça do país dele? Estamos falando sobre sanções eclesiásticas, e não jurídico-penais.
 
Pensei o mesmo quando li a chamada, Fëa.

Penso que esse cara mereça no mínimo a excomunhão.
Por que não caberia uma medida como essa por parte da Igreja?
 
Não necessariamente. O Padre também tem sua própria vida. Ele, como fez seus votos, só deverá se abster de praticar algumas condutas da sociedade em geral, além de não poder casar. Também está obrigado a viver na devoção.

Há patamares em relação a "viver uma vida de oração". Não sei dos detalhes sobre a pena que o Padre recebeu. Mas imagine que você tivesse a obrigação de rezar, durante um mês, um rosário inteiro (200 Ave-Marias)? Já seria um grande sacrifício, mas, ao menos, é um sacrifício com sentido. Não deixa de ser um sacrifício, todavia.

Por que não caberia uma medida como essa por parte da Igreja?

Porque ainda cabe arrependimento, e são poucos os casos de Excomunhão latae sententiae (sem sentença, sem declaração por uma autoridade eclesiástica). E mesmo excomungado pode-se reconverter. Excomungado significa que o sujeito deixará de receber o sacramento. A não ser que, claro, arrependa-se e peça perdão. O perdão está aí para todos, basta pedir, com muita confiança, e com o arrependimento.
 
Ainda me parece um tanto quanto nebuloso, Furia. Não sei se entendi bem o que você quis dizer. E o padre não continuará tendo sua própria vida? Quem vai vigiar isso? Quem vai impor uma punição se o tal padre resolver parar as Ave-Marias e os Pai Nossos pra assistir um futebolzinho? Acho que quem abusa de crianças tem que ser afastado do convívio social em caráter definitivo. E a Igreja devia parar de acobertar esses casos.

(e não vejo nenhum sentido no sacrificio de rezar um rosário inteiro durante um mês... vejo sacrifício em trabalho pela coletividade, aí sim... oração não enche a barriga de ninguém)
 
Ainda me parece um tanto quanto nebuloso, Furia. Não sei se entendi bem o que você quis dizer. E o padre não continuará tendo sua própria vida? Quem vai vigiar isso? Quem vai impor uma punição se o tal padre resolver parar as Ave-Marias e os Pai Nossos pra assistir um futebolzinho? Acho que quem abusa de crianças tem que ser afastado do convívio social em caráter definitivo. E a Igreja devia parar de acobertar esses casos.

(e não vejo nenhum sentido no sacrificio de rezar um rosário inteiro durante um mês... vejo sacrifício em trabalho pela coletividade, aí sim... oração não enche a barriga de ninguém)

Vejamos, caro Lobo:

Quando se fala em sanções eclesiásticas, não devemos pensar da mesma forma que nas sanções civis em sentido amplo, tais como as sentenças que um juiz do Estado lhe impõe. Essa era a função antiga da Igreja, quando havia fusão entre Igreja e Estado, e a Igreja era o Estado. Pareceres paroquiais eram vinculantes e o que o Papa dizia era lei e obrigava ao recolhimento à prisão, portanto. Isso é a Igreja institucional. Não estou justificando, mas a Igreja, enquanto instituição, precisava de um sistema de funcionamento para sobreviver, daí a confusão entre poderes temporais e poderes sacros. Daí que adviria uma das grandes críticas feitas à Igreja historicamente, que é a de ser à maior detentora de terras do mundo. Não entendo por que ser grande proprietário seja um crime, mas, independente disso, a "promiscuidade" entre membros da Igreja e famílias reais dos reinos da Alta Idade Média servia para que, por meio de alianças, a Igreja subsistisse, e não fosse sumariamente exterminada por nenhum líder regional que, por acaso, não gostasse da Doutrina Cristã.

É onde a religião se confunde com a política.

Hoje, com o advento do Estado moderno, promoveu-se a gradual separação entre Igreja e Estado, mas mantendo a liberdade dos indivíduos de terem um credo. Não significa, porém, que a Igreja tenha o mesmo poder de antigamente, quando tinha condições de impor penas de encarceramento e, segundo alguns historiadores, até decapitações.

Porém, tudo isso tem sua parte boa, que, na verdade, é a parte essencial: possibilitou a sobrevivência do Cristianismo. E isso é bom porque a palavra de Deus que temos na Bíblia é muito boa, pelo menos para mim, que sou católico, e garanto que, mesmo que você não acredite em Deus, você achará reconfortante ler a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, desde que faça com vontade. Eu mesmo queria terminar de lê-la um dia. A lição não é só para crentes: até já definiram o próprio Slavoj ZiZek (Google aí, filósofo esloveno da contemporaneidade, até foi entrevistado pela GloboNews) como um "adepto do Cristianismo sem Deus". Os valores podem combinar com qualquer tipo de ser humano.

Pois bem.

Hoje, você tem o direito de ser ou não ser cristão. Se é e aceita a palavra de Deus, então o mínimo que se espera de você que aja de acordo com ela. Por exemplo, não pecar: não matar, não cobiçar a mulher alheia, não roubar, honrar pai e mãe. De acordo com nossa crença, aquele que segue esses preceitos é um candidato a obter a Salvação. Aquele que, por outro lado, lesa outras pessoas, não deixa de ser um candidato, mas precisará passar por um estágio probatório, que é o de, espontaneamente, se arrepender e pedir perdão. E a função da Igreja é dizer o Direito Canônico para os fiéis, para os que a ele, por vontade própria, se submetem. Então, na condição de crente, ele sabe o que significa receber essa cominação do Vaticano. Não haverá sanção aos olhos das Leis Humanas para a não observância de sua penitência. Ele mesmo cumprirá se quiser. E a quem cabe monitorar? Deus!

E por que isso? Porque, realmente, não há como, por exemplo, um representante da Igreja monitorá-lo durante a vida inteira, ou quem quer que fosse designado teria que abrir mão da própria vida. É ele próprio que sabe o que é pecado, e o que não é.

E aqui vem a grande coisa:

Se não sabe que algo é pecado, então não é pecado para ele! Da mesma forma que um silvícola, que não teve a chance de ser evangelizado, de forma alguma estará condenado quando morrer. Em outras palavras, se sua consciência não sabe que algo é pecado, então não é pecado, mesmo que a mesmíssima conduta seja pecaminosa para outra pessoa. Por exemplo: um adepto do islã pode entender que é justo e até obrigatório executar a mulher adúltera. Na consciência dele, não há erro. Então não há pecado. Há pecado para aquele que, no fundo, sabe que está errando.

Portanto, ao receber a sanção do Vaticano, a ele foi feito, na verdade, um convite: a repensar a própria existência e, assim, talvez venha a se arrepender. Talvez não. É com ele agora.

Edit: Ah sim, oração pode sim encher barrigas! Vai da fé de cada um. Para quem vê de fora, não faz o menor sentido mesmo. Até que começa a entender as ideias. E são boas, viu!

Edit: agora que fui notar sua assinatura:

Pareço uma boa pessoa, mas abandonava o Yoshi pra saltar mais alto.

Morri de rir :D
 
Última edição:
Só eu li a parte onde, pelo tempo transcorrido entre os crimes e a denúncia, os mesmos prescreveram? Talvez por isso ele não seja preso :roll:

Mas, de qualquer forma, estupradores deveriam ser mantidos em cárcere por tempo indeterminado.

Acabei de ver no jornal um sujeito que respondia em liberdade por crime de estupro (achava que não tinha como darem liberdade provisória nesses casos, mas enfim) e foi preso de novo por estuprar. Agora é suspeito de mais 20 estupros.

Vai saber o que o padre andou fazendo durante esses anos todos...
 
Por que não caberia uma medida como essa por parte da Igreja?
Porque a Igreja ainda reserva o perdão aos seus fieis. Algum assassino pode receber o perdão advindo da confissão e ainda ter seu segredo guardado pelo padre não? Pois é.
Ainda me parece um tanto quanto nebuloso, Furia. Não sei se entendi bem o que você quis dizer. E o padre não continuará tendo sua própria vida? Quem vai vigiar isso? Quem vai impor uma punição se o tal padre resolver parar as Ave-Marias e os Pai Nossos pra assistir um futebolzinho? Acho que quem abusa de crianças tem que ser afastado do convívio social em caráter definitivo. E a Igreja devia parar de acobertar esses casos.

(e não vejo nenhum sentido no sacrificio de rezar um rosário inteiro durante um mês... vejo sacrifício em trabalho pela coletividade, aí sim... oração não enche a barriga de ninguém)
O Rossa respondeu já a isso. Sò queria dizer que felizmente essa visão mundana de que só trabalho enche barriga não dominou a Igreja ainda, nem a maioria das instituições religiosas. Você pode pensar assim mas não quer dizer que as religiões devam menosprezar a vida espiritual de seus membros porque o resto do mundo secularizado acha que isso é norma.

O Rossa debulhou a questão, não tem muito mais o que falar aqui.
 

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