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Por que Tolkien não ganhou o Nobel?

Administração Valinor

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Qualquer fã maisentusiasmadoda obra de J.R.R. Tolkien já deve ter pensado por que no final das contas ele nunca ganhou o Nobel de Literatura. Pois a pesquisa deAndreas Ekström parece trazer uma resposta bem ruim: o comitê sueco simplesmente considerava sua prosa fraca. Conforme noticiado pelo jornal suecoSydsvenska Dagbladet, o nome de Tolkien chegou a [...] Artigos relacionados:
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Na verdade eu nunca tinha parado para pensar nisso, mas pensando bem, é mesmo, mas isso também não seria por causa do tema tratado em sua obra, por ser fantasia talvez achassem que estava abaixo dos outros autores, ou pode ser que em sueco Tolkien não seja tão bom.
 
A academia sempre prestigiou obras de algum teor político, mesmo que fossem de fantasia ou de realismo fantástico, e como Tolkien sempre fez questão de deixar bem claro que não há alegorias políticas, sociais, religiosas etc em sua obra, penso que isto minou suas chances.
 
Acreditar que em sueco não é tão bom é algo difícil, mas bem perturbador...rsrsrs...Será mesmo? Acho que alguém poderia testar! Se for verdade deveríamos banir esse idioma já! Enfim, concordo com a Melian, Tolkien é maior do que o Nobel e ele já recebeu outros prêmios importantes, mesmo se não recebesse prêmio algum ele continuaria a ser um cara genial! Prêmios não são tão importantes assim, tornam algo importante através de determinados julgamentos. Fazem uma seleção do que é considerado bom pela maioria de qualquer tipo de grupo, só isso!
 
A academia sempre prestigiou obras de algum teor político, mesmo que fossem de fantasia ou de realismo fantástico, e como Tolkien sempre fez questão de deixar bem claro que não há alegorias políticas, sociais, religiosas etc em sua obra, penso que isto minou suas chances.

Pior que é mesmo... O mesmo aconteceu com Júlio Verne, que era depreciado pela Academia de letras por suas obras de ficção (que aliás falavam de coisas visioária e que muitas vieram ter no futuro...).

Muitos não compreendem e nem querem compreeder o mito ou a fantasia. É como Tolkien mesmo dizia... Esse caras só conseguem enxergar o concreto e o que está a sua volta. Mas não conseguem interpretar um mito, ou uma alegoria e compreeder o que ela nos traz a realidade.

Quem sou eu para julgar esses caras... Mas ainda acredito no Tolkien dizia, que o Conto de Fadas , o mito, tudo isso é importante, pois nos ajuda a entender aquilo que vai alem de nossos sentidos... Além da própria ideia...
 
Mas quer prêmio maior do que ser prestigiado por tantos fãs ao redor do mundo?

Não sei, quando eu lançar meu livro (só falta começar) e vender milhões, mas for preterido pelo Nobel eu falo com mais convicção. Até lá eu acho que a melhor crítica é a dos leitores/público, até lá eu fico com uma frase que (se ninguém aparecer provando se há algum autor, eu sou o autor (ou estava no meu sub-consciente), eu parodiei as duas primeiras frases, mas coloquei a final): "quem sabe faz, quem não sabe ensina e quem não sabe ensinar julga".
 
MAMYLOS!

Não chega a ser um assombro ler que os membros do júri do Nobel, em 1961 esnobaram J.R.R. Tolkien. Me parece que o verbo esnobar não cabe no caso, por sua forte carga pejorativa. O que encontro nos jornais, e onde mais encontraria? é que CS Lewis tentou indicar seu colega ao Prêmio Nobel de Literatura, provocando reação contrária dos outros membros do júri.

razão apresentada, “o resultado não se comparava às ficções de boa qualidade”, não me parece fora de propósito, muito menos ofensivo. Quando alguém resolve escrever, precisa fazer algumas opções. E a propósito transcrevo trecho encontrado no facebook de Matheus Arcaro: A alta literatura faz o leitor tropeçar. E não é todo mundo que está preparado para cair. Por isso os best sellers são best sellers: porque dizem o que o leitor espera. O leitor menos preparado chama isso de “identificação” com a obra. “Puxa vida, este autor diz exatamente o que eu penso.” Não percebe que o prazer da leitura é justamente “fechar o círculo”. Recusar alguém sob a alegação de pouca qualidade não me parece que seja esnobar.

Ora, não há como negar que em literatura se têm duas categorias básicas: alta literatura e literatura digestiva. A primeira é arte; a segunda entretenimento. A primeira vende pouco, pois são poucos seus leitores; a segunda tem um caráter marcadamente comercial e consegue atingir o grande público. Não faço aqui apologia nem de uma nem de outra. Isso é apenas juízo de realidade, não de valor.

O júri do Prêmio Nobel pode muitas vezes ser questionado, como aconteceu no caso de Günter Grass, acusado de ligações com os nazistas em sua juventude. Alega-se, também, que o júri tem um viés político, conferindo o prêmio de acordo com tal critério. Tudo isso pode ser verdade, mas o que não se pode negar é que o júri esteve desde o início do prêmio preocupado com a “boa qualidade”, como alegou o júri em 1961. Ser bem ou mal vendido nunca entrou na cogitação desses senhores.

Aceito um autor da chamada literatura digestiva, isto é, de entretenimento, não só o futuro do prêmio estaria comprometido, como todo seu passado. Estaria esfacelado o prestígio daqueles autores que já foram agraciados pelo prêmio bem como daqueles que a ele ainda farão jus.

Caso semelhante aconteceu com nossa Academia Brasileira de Letras. A partir do momento em que Getúlio Vargas, General Lira Tavares, Roberto Marinho, e muitos outros de nomes bem conhecidos, conseguiram assento em nossa academia, até Machado de Assis foi arranhado em seu prestígio. O que se pode pensar num caso desses? Que o sodalício não imortaliza ninguém, isso é uma balela, e além disso, que nele tomam assento quaisquer pessoas que por prestígio consigam eleger-se. E o prestígio, meus amigos, sabe-se lá por que meios é obtido.

daqui
 
a notícia original que li para fazer o post lá pra valinor fala em

de forma alguma chega ao nível de narrativa de alta qualidade

o que de certa forma é a mesma coisa que dizer “o resultado não se comparava às ficções de boa qualidade”, né?

(BTW, não concordo com o que o cara escreveu nesse artigo, mas agora estou sem tempo para expor o motivo, volto aqui outra hora. só resolvi compartilhar com vcs e talz)
 
a notícia original que li para fazer o post lá pra valinor fala em



o que de certa forma é a mesma coisa que dizer “o resultado não se comparava às ficções de boa qualidade”, né?

(BTW, não concordo com o que o cara escreveu nesse artigo, mas agora estou sem tempo para expor o motivo, volto aqui outra hora. só resolvi compartilhar com vcs e talz)

Rapaz, os caras tinham um nível fodástico de qualidade naquele tempo.
To louco pra ler o que eles consideravam "narrativa de alta qualidade".

Volte. fiquei intrigado com você não concordar com ele.
Até porque, não tenho embasamento para questionar o que ele escreveu.
 
Então, minha opinião.

O cara não está errado em dividir literatura de entretenimento de alta literatura, porque essa diferenciação realmente existe. O problema é que é um fenômeno moderno, atual - essa coisa de escrever o que o povão quer ler, coisa facilmente digerível, a cultura do bestseller. O Senhor dos Anéis é anterior a isso. É entretenimento também, mas não venham me dizer que é ruim. Há um trabalho com a linguagem que muito autor hoje em dia julga desnecessário se tiver um bom enredo em mãos. E por trabalho com linguagem, quero dizer mais do que as línguas que Tolkien criou. Eu sei que muita gente aqui "take it for granted", mas gente, wtf, tem POEMAS no meio do romance. E não são ruins. O trabalho com ambientação, desenvolvimento de personagens e afins, não é qualquer coisa. E é por isso que tanta fantasia nos dias de hoje tenta imitar seu estilo. E vocês sabem que o trabalho de Tolkien é foda porque essas tentativas de imitação são simplesmente patéticas perto das obras dele.

A questão é que batemos aí sempre no velho preconceito com a fantasia e sci-fi - de que é subliteratura. Quem leu As Crônicas Marciana de Ray Bradbury sabe que eu não estou aloprando: há qualidade além do entretenimento, assim como com Tolkien. Não é coisa de fã (porque apesar de estar na Valinor tem tanto tempo, eu nem sou fã, tanto que nunca entrei em grandes debates na área Tolkien). Essa conversa de que se eles premiassem Tolkien abririam precedentes para outros livros "que não são alta literatura" me parece uma bobagem enorme. Concordo que Tolkien não deveria levar Nobel naquele ano,mas porque estava concorrendo com Robert Frost, um poeta foda pra caraleo (que opa, não levou o Nobel naquele ano tb). Mas não por causa dessa conversa de alta literatura e literatura de entretenimento.
 
Eu sempre considerei essa questão da fruição um conceito muito complexo. Se partirmos da ideia de que literatura é, antes de tudo, arte feita por pessoas para a apreciação de outras pessoas, então perceberemos que a leitura, em algum momento, vai passar pelo entretenimento, seja ela a leitura que for (afinal, quem nunca leu um livro considerado pela maioria como denso, mas que fez vc viajar? Pois é.). Compreendo o conceito de bestseller, mas isso não responde a todos os questionamento levantados sobre sua validade.

A arte é um diálogo com o real mas que, mesmo quando busca priorizar a realidade, ainda assim é fuga. Os gregos já entendiam esse conceito e o aplicavam sem muitos entraves em suas comédias e tragédias. De qualquer maneira, os critérios usados para catalogar, rotular qualquer tipo de arte, serão antes de tudo arbitrários. Por mais que seja trabalhada a imparcialidade, sempre vai haver a influencia do campo de visão que cada teórico tem (no fundo, sempre vai existir uma pitada de achismo, de opinião própria). São grandes homens, mas que se deixam, naturalmente, influenciar não só pelo que estudaram e pesquisaram a vida toda, mas principalmente por seus valores. Tipo, alguém ousaria
 
Última edição:
Eu sempre tenho a impressão que a maior parte da arte que é abraçada por uma legião de fãns costuma ser vista de uma forma meio esnobe por parte de especialistas.

Não diria que foi pelo comite (afinal o nome do Tolkien foi cogitado), mas eu senti isso por parte de quem escreveu o artigo da Carta Capital.

A Ana comentou com razão do preconceito que não permite enxergar a qualidade da arte.
 

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