Ecthelion
Mad
Este é o local pra falar de um dos melhores campeonatos do Mundo. O Daniel Leite fez um pequeno guia dos principais times, que vale a pena a leitura.
Guia da Premier League: Quem vai à Europa?
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A Champions de 2005 foi uma falsa demonstração de força. O futebol inglês é muito mais selvagem agora
O título europeu do Liverpool em 2005 foi peculiar. Não só pela insanidade da final, porque o Milan tinha mais time ou Traoré e Kewell eram titulares, mas especialmente em função do real nível do clube naquele momento. O campeão do continente terminou a liga doméstica na quinta posição. Não fosse um arranjo promovido pela UEFA, nem sequer teria a chance de defender sua conquista. Era uma demonstração de força do futebol inglês? Não, nada disso.
Se o Liverpool do primeiro ano de Benítez ergueu uma taça tão importante, foi porque se superou de todas as maneiras. Não era um time consistente a ponto de a gente se surpreender com a campanha fraca na Premier League. Aquela temporada, aliás, marcava o auge de David Moyes no rival Everton, quarto colocado na liga. Os Toffees de 2011-12, que prometem ser tão sólidos quanto os de 2004-05, mal pensam em cruzar a barreira do sétimo lugar. Mas por quê?
Porque o mundo mudou, diria o filósofo. Como tem sido nos últimos anos, a dura concorrência vai excluir dois times fortes da Champions. Manchester United e Chelsea estarão lá. O Manchester City pode viver um conflito entre sua ambição e a cautela de Roberto Mancini, mas deve chegar. Sobra a quarta vaga para Tottenham, Liverpool ou Arsenal. O nível é tão alto, que pode ser difícil até dissociar essa disputa da corrida pelo título.
Kenny Dalglish explica que os mais de £100 milhões investidos pelo Fenway Sports Group desde janeiro foram absolutamente necessários para “o Liverpool voltar a seu caminho”. E é verdade. Roy Hodgson herdou de Rafa Benítez um elenco esburacado. Dalglish, que sucedeu Hodgson, conseguiu ótimos resultados subindo gente da base, resgatando relegados e improvisando em várias posições. Seria pouco para esperar do time uma temporada consistente.
Com Downing, Adam, Henderson, José Enrique e até Aquilani, o Liverpool ganha a profundidade de que precisava para não virar terra arrasada à primeira lesão. Além disso, essas contrações devem ter uma espécie de efeito multiplicador, como se diz em Ciências Econômicas: Carroll vai render muito mais. Se souberem aproveitar o lado bom da ausência em competições europeias nesta temporada, os Reds podem voltar ao top four.
A choradeira de Modric aumenta ainda mais a importância de Bale para uma boa campanha do Tottenham
O maior empecilho para isso é o Arsenal. Ainda que Nasri siga o impulso migratório que tira Clichy e Fàbregas do Emirates, Arsène Wenger terá um ótimo time. O que não se pode perder de vista é a necessidade de reinvestir bem o dinheiro das vendas até para evitar a atribuição de responsabilidades excessivas a jogadores muito jovens.
Gibbs está pronto para assumir de vez a lateral esquerda? Ramsey pode ser o substituto solitário de Fàbregas? Van Persie segue sendo a única opção decente para jogar na área? E a defesa que não impõe respeito? São questões para as quais Wenger precisa ter boas respostas se não quiser ficar, pela primeira vez em seu trabalho, mais perto da Liga Europa (ou equivalente) do que da Champions. Conviver com menos lesões também ajudaria.
O Tottenham continua o mesmo. A única adição ao elenco é Brad Friedel, ótimo goleiro quarentão que deve assumir o lugar de que Gomes parece ter desistido na temporada passada. O time segue rápido e perigoso, certamente muito forte em casa, mas tem pelo menos três grandes problemas para resolver: a pirraça de Modric, as duas laterais (ficam os votos de boa sorte para Kyle Walker na direita) e um ataque que não pode mais viver de Crouch, Defoe e Super Pav.
Pintando o sétimo
Os seis primeiros desta temporada devem ser os mesmos de 2010-11, restando descobrir a ordem. A sétima posição, no entanto, é um terreno sem dono. Ela pode ou não (tal qual o sexto lugar) valer vaga na Liga Europa, dependendo dos campeões das copas nacionais.
O maior candidato ainda é o Everton, por conta da solidez do trabalho de Moyes. Há problemas óbvios, elenco curto e dinheiro escasso, porém a manutenção de Baines e Jagielka, a capacidade de dificultar a vida dos grandes e a promessa de um bom início (bem diferente das últimas temporadas) podem ser suficientes.
Bent trocou o Sunderland pelo Aston Villa à procura de companhia. Da foto, sobrou a simpática leoa
O Sunderland também tem de prestar atenção à regularidade para não se perder em janeiro, fevereiro. Steve Bruce contratou bem, mas contratou muito, o que pode lhe exigir um tempo que ele não tem para montar o time. Brown e O’Shea levam uma experiência importante à defesa.
Pelo terceiro ano seguido, o Aston Villa vendeu seu melhor jogador da temporada anterior: agora foi Downing. N’Zogbia é boa alternativa a ele e Young. No entanto, o novo técnico, o já rejeitado Alex McLeish, tem uma longa estrada até fazer a defesa (carro-chefe de seus trabalhos) funcionar. Na frente, dependerá muito de Darren Bent.
Agora com Martin Jol, o Fulham também pode sentir o intenso revezamento de treinadores, porém a política de mercado parece apropriada. Com o retorno de John-Arne Riise à Inglaterra e as capturas de bons jogadores jovens pela Europa, os Cottagers devem fazer um ano forte.
O Bolton de Owen Coyle tenta, com Reo-Coker (ex-Villa) e Pratley (ex-Swansea), arrumar o coração de seu meio-campo. Entretanto, parece distante da Europa por conta das limitações ofensivas, ainda mais sem Elmander. Assim como os Trotters, Newcastle, Stoke e West Bromwich correm bem por fora.
Aposta do blog para a Champions (em ordem alfabética): Chelsea, Liverpool, Manchester City e Manchester United
Aposta do blog para a Liga Europa (do quinto ao sétimo): Arsenal, Tottenham e Everton
http://colunistas.ig.com.br/futebolingles/2011/08/11/guia-da-premier-league-quem-vai-a-europa/
Guia da Premier League: Quem vai à Europa?
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A Champions de 2005 foi uma falsa demonstração de força. O futebol inglês é muito mais selvagem agora
O título europeu do Liverpool em 2005 foi peculiar. Não só pela insanidade da final, porque o Milan tinha mais time ou Traoré e Kewell eram titulares, mas especialmente em função do real nível do clube naquele momento. O campeão do continente terminou a liga doméstica na quinta posição. Não fosse um arranjo promovido pela UEFA, nem sequer teria a chance de defender sua conquista. Era uma demonstração de força do futebol inglês? Não, nada disso.
Se o Liverpool do primeiro ano de Benítez ergueu uma taça tão importante, foi porque se superou de todas as maneiras. Não era um time consistente a ponto de a gente se surpreender com a campanha fraca na Premier League. Aquela temporada, aliás, marcava o auge de David Moyes no rival Everton, quarto colocado na liga. Os Toffees de 2011-12, que prometem ser tão sólidos quanto os de 2004-05, mal pensam em cruzar a barreira do sétimo lugar. Mas por quê?
Porque o mundo mudou, diria o filósofo. Como tem sido nos últimos anos, a dura concorrência vai excluir dois times fortes da Champions. Manchester United e Chelsea estarão lá. O Manchester City pode viver um conflito entre sua ambição e a cautela de Roberto Mancini, mas deve chegar. Sobra a quarta vaga para Tottenham, Liverpool ou Arsenal. O nível é tão alto, que pode ser difícil até dissociar essa disputa da corrida pelo título.
Kenny Dalglish explica que os mais de £100 milhões investidos pelo Fenway Sports Group desde janeiro foram absolutamente necessários para “o Liverpool voltar a seu caminho”. E é verdade. Roy Hodgson herdou de Rafa Benítez um elenco esburacado. Dalglish, que sucedeu Hodgson, conseguiu ótimos resultados subindo gente da base, resgatando relegados e improvisando em várias posições. Seria pouco para esperar do time uma temporada consistente.
Com Downing, Adam, Henderson, José Enrique e até Aquilani, o Liverpool ganha a profundidade de que precisava para não virar terra arrasada à primeira lesão. Além disso, essas contrações devem ter uma espécie de efeito multiplicador, como se diz em Ciências Econômicas: Carroll vai render muito mais. Se souberem aproveitar o lado bom da ausência em competições europeias nesta temporada, os Reds podem voltar ao top four.
A choradeira de Modric aumenta ainda mais a importância de Bale para uma boa campanha do Tottenham
O maior empecilho para isso é o Arsenal. Ainda que Nasri siga o impulso migratório que tira Clichy e Fàbregas do Emirates, Arsène Wenger terá um ótimo time. O que não se pode perder de vista é a necessidade de reinvestir bem o dinheiro das vendas até para evitar a atribuição de responsabilidades excessivas a jogadores muito jovens.
Gibbs está pronto para assumir de vez a lateral esquerda? Ramsey pode ser o substituto solitário de Fàbregas? Van Persie segue sendo a única opção decente para jogar na área? E a defesa que não impõe respeito? São questões para as quais Wenger precisa ter boas respostas se não quiser ficar, pela primeira vez em seu trabalho, mais perto da Liga Europa (ou equivalente) do que da Champions. Conviver com menos lesões também ajudaria.
O Tottenham continua o mesmo. A única adição ao elenco é Brad Friedel, ótimo goleiro quarentão que deve assumir o lugar de que Gomes parece ter desistido na temporada passada. O time segue rápido e perigoso, certamente muito forte em casa, mas tem pelo menos três grandes problemas para resolver: a pirraça de Modric, as duas laterais (ficam os votos de boa sorte para Kyle Walker na direita) e um ataque que não pode mais viver de Crouch, Defoe e Super Pav.
Pintando o sétimo
Os seis primeiros desta temporada devem ser os mesmos de 2010-11, restando descobrir a ordem. A sétima posição, no entanto, é um terreno sem dono. Ela pode ou não (tal qual o sexto lugar) valer vaga na Liga Europa, dependendo dos campeões das copas nacionais.
O maior candidato ainda é o Everton, por conta da solidez do trabalho de Moyes. Há problemas óbvios, elenco curto e dinheiro escasso, porém a manutenção de Baines e Jagielka, a capacidade de dificultar a vida dos grandes e a promessa de um bom início (bem diferente das últimas temporadas) podem ser suficientes.
Bent trocou o Sunderland pelo Aston Villa à procura de companhia. Da foto, sobrou a simpática leoa
O Sunderland também tem de prestar atenção à regularidade para não se perder em janeiro, fevereiro. Steve Bruce contratou bem, mas contratou muito, o que pode lhe exigir um tempo que ele não tem para montar o time. Brown e O’Shea levam uma experiência importante à defesa.
Pelo terceiro ano seguido, o Aston Villa vendeu seu melhor jogador da temporada anterior: agora foi Downing. N’Zogbia é boa alternativa a ele e Young. No entanto, o novo técnico, o já rejeitado Alex McLeish, tem uma longa estrada até fazer a defesa (carro-chefe de seus trabalhos) funcionar. Na frente, dependerá muito de Darren Bent.
Agora com Martin Jol, o Fulham também pode sentir o intenso revezamento de treinadores, porém a política de mercado parece apropriada. Com o retorno de John-Arne Riise à Inglaterra e as capturas de bons jogadores jovens pela Europa, os Cottagers devem fazer um ano forte.
O Bolton de Owen Coyle tenta, com Reo-Coker (ex-Villa) e Pratley (ex-Swansea), arrumar o coração de seu meio-campo. Entretanto, parece distante da Europa por conta das limitações ofensivas, ainda mais sem Elmander. Assim como os Trotters, Newcastle, Stoke e West Bromwich correm bem por fora.
Aposta do blog para a Champions (em ordem alfabética): Chelsea, Liverpool, Manchester City e Manchester United
Aposta do blog para a Liga Europa (do quinto ao sétimo): Arsenal, Tottenham e Everton
http://colunistas.ig.com.br/futebolingles/2011/08/11/guia-da-premier-league-quem-vai-a-europa/
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