Elessar Hyarmen
Senhor de Bri
Até nisso o Brasil consegue ser um dos grandes líderes no mundo. É uma situação muito triste e preocupante mesmo. A língua é um dos elementos que confere identidade a um grupo, se isso se perde o resultado pode ser irreparável para sempre.
Vale lembrar também que não é somente as línguas indígenas; podemos colocar os dialetos dos afro-descendentes das comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil correm sérios riscos de serem extintas.
Veja a matéria abaixo:
Por Bárbara Nascimento | Yahoo! Notícias – qui, 15 de set de 2011
O Brasil é uma das maiores nações multilíngues do mundo, mas é também o país com maior número de idiomas ameaçados de extinção. É o que revela o Atlas Interativo de Línguas em Perigo no Mundo da Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura). De acordo com a organização, todas as 178 línguas indígenas faladas em território nacional estão classificadas como vulneráveis (97), em perigo (17), seriamente em perigo (19) ou em situação crítica (45).
Entre os idiomas relacionados, estão o apiaká (norte do Mato Grosso), o diahó (Humaitá, no Amazonas), e o kaixana (Japurá, no Amazonas), faladas por apenas uma pessoa. O tikuna (Alto Amazonas) é o idioma indígena com mais falantes no Brasil, são três mil.
Aryon Rodrigues, diretor do Laboratório de Línguas Indígenas da UnB (Universidade de Brasília) e referência mundial no tema, afirma que aproximadamente 1,2 mil idiomas desapareceram do Brasil desde que o país foi colonizado. “Podemos considerar todas as línguas indígenas ainda existentes correm o risco de sumir porque não há política pública oficial a favor delas e não tem nenhuma delas reconhecida pelo Estado”, ressalta.
Segundo Aryon, a população indígena nem sempre tem relação com a sobrevivência do idioma. “Algumas tribos do Alto Xingu têm menor de falantes do idioma, mas estão estáveis devido às áreas que se encontram, bem demarcadas e protegidas. Por outro lado, os kaiapós (Mato Grosso e Pará) têm população de mais de 8 mil pessoas, mas vivem em terras invadidas; isso arrebenta com a sociedade indígena e com a língua”.
Resgate
Atualmente, o Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, por exemplo, trabalha em parceria com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no registro e resgate da língua do povo Asuriní do Tocantins, do Pará.
O projeto faz parte de um programa piloto para produzir o Inventário Nacional da Diversidade Linguística; a pesquisa inclui o português, línguas indígenas, estrangeiras e de sinais.
Os Asurinís sofrem interferências externas há seis décadas. O primeiro contato com o homem branco aconteceu na década de 1950, mas o maior impacto aconteceu nos anos 1980, com a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí na região.
Para Rodrigues, as universidades também deveriam abrir cursos de pós-graduação para que indígenas pudessem se tornar especialistas nas suas próprias línguas. “O índio tem o direito de aprender seu idioma e precisamos de disseminadores de cada uma dessas culturas”.
Idiomas em extinção
Dos 6 mil idiomas recenseados no mundo, mais de 2,5 mil estão em perigo. A maior ameaça acontece na Oceania e nas Américas.
Depois do Brasil, o México é o segundo país com mais línguas em perigo: 143. Os Estados Unidos tem 137 idiomas em perigo, enquanto a Colômbia possui 64 e o Peru, 57. “O desaparecimento de línguas está cada vez mais acelerado”, lamentou a linguista Marleen Haboud, em entrevista à agência de notícias EFE.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/brasil...-de-idiomas-ameaçados-de-extinção.html?page=2
Vale lembrar também que não é somente as línguas indígenas; podemos colocar os dialetos dos afro-descendentes das comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil correm sérios riscos de serem extintas.
Veja a matéria abaixo:
Por Bárbara Nascimento | Yahoo! Notícias – qui, 15 de set de 2011
O Brasil é uma das maiores nações multilíngues do mundo, mas é também o país com maior número de idiomas ameaçados de extinção. É o que revela o Atlas Interativo de Línguas em Perigo no Mundo da Unesco (Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura). De acordo com a organização, todas as 178 línguas indígenas faladas em território nacional estão classificadas como vulneráveis (97), em perigo (17), seriamente em perigo (19) ou em situação crítica (45).
Entre os idiomas relacionados, estão o apiaká (norte do Mato Grosso), o diahó (Humaitá, no Amazonas), e o kaixana (Japurá, no Amazonas), faladas por apenas uma pessoa. O tikuna (Alto Amazonas) é o idioma indígena com mais falantes no Brasil, são três mil.
Aryon Rodrigues, diretor do Laboratório de Línguas Indígenas da UnB (Universidade de Brasília) e referência mundial no tema, afirma que aproximadamente 1,2 mil idiomas desapareceram do Brasil desde que o país foi colonizado. “Podemos considerar todas as línguas indígenas ainda existentes correm o risco de sumir porque não há política pública oficial a favor delas e não tem nenhuma delas reconhecida pelo Estado”, ressalta.
Segundo Aryon, a população indígena nem sempre tem relação com a sobrevivência do idioma. “Algumas tribos do Alto Xingu têm menor de falantes do idioma, mas estão estáveis devido às áreas que se encontram, bem demarcadas e protegidas. Por outro lado, os kaiapós (Mato Grosso e Pará) têm população de mais de 8 mil pessoas, mas vivem em terras invadidas; isso arrebenta com a sociedade indígena e com a língua”.
Resgate
Atualmente, o Laboratório de Línguas Indígenas da UnB, por exemplo, trabalha em parceria com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no registro e resgate da língua do povo Asuriní do Tocantins, do Pará.
O projeto faz parte de um programa piloto para produzir o Inventário Nacional da Diversidade Linguística; a pesquisa inclui o português, línguas indígenas, estrangeiras e de sinais.
Os Asurinís sofrem interferências externas há seis décadas. O primeiro contato com o homem branco aconteceu na década de 1950, mas o maior impacto aconteceu nos anos 1980, com a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí na região.
Para Rodrigues, as universidades também deveriam abrir cursos de pós-graduação para que indígenas pudessem se tornar especialistas nas suas próprias línguas. “O índio tem o direito de aprender seu idioma e precisamos de disseminadores de cada uma dessas culturas”.
Idiomas em extinção
Dos 6 mil idiomas recenseados no mundo, mais de 2,5 mil estão em perigo. A maior ameaça acontece na Oceania e nas Américas.
Depois do Brasil, o México é o segundo país com mais línguas em perigo: 143. Os Estados Unidos tem 137 idiomas em perigo, enquanto a Colômbia possui 64 e o Peru, 57. “O desaparecimento de línguas está cada vez mais acelerado”, lamentou a linguista Marleen Haboud, em entrevista à agência de notícias EFE.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/brasil...-de-idiomas-ameaçados-de-extinção.html?page=2