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Os VERDADEIROS Contos de Fadas!

Antes de começar o tópico, 2 avisos:

1º Eu sei que já existe esse tópico sobre os Irmãos Grimm, mas eu não vou postar apenas os dos Grimm, por isso criei um tópico novo.

2º Para as garotas que - como eu - cresceram sonhando com as histórias da Disney, preparem-se para um enorme CHOQUE!

Bom, achei isso agora há pouco. É um resumo de histórias adaptadas em desenho pela Disney, só que na versão real e sinistra.
As únicas que eu conhecia eram a da Ariel [Pequena Sereia] e de Alladin [que não aparece nesse artigo, mas eu tenho As Mil e Uma Noites e vou procurar e posto depois ;)]. Outra, cujo desenho é bem mais recente e não é da Disney, que conheço bem é a de Anastasia... que além de ser muito mais sinistra, infelizmente é real! :(
Ah, sim... Hercules tem umas diferenças gritantes da lenda original pro desenho também!

Vou esperar outras opiniões para depois comentar, ok? [me passaram umas possibilidades interessantes pela cabeça :think:]





A Verdade dos Contos

Creio que não é só eu que conhece vários contos de fadas graças a Disney e quem sabe, outras produtoras de vídeos. O problema é que aquela versão fica para nós como a “certa” ou a “normal” e taxamos as originais com a “hardcore” ou a “true metal” ou também “from hell agressive”. Seja como for que se expressem, leiam o texto retirado do Leitor e conheçam um pouco das histórias que cresceram ouvindo, lendo e assistindo:



Chapeuzinho Vermelho

A versão desse conto que conhecemos é aquela em que Chapeuzinho Vermelho, no final, é salva pelo caçador, que mata o lobo mau.
Porém, a versão original do francês Charles Perrault não é tão bonita. Nessa versão, chapeuzinho é uma garotinha bem educada que recebe falsas instruções quando pergunta ao lobo sobre o caminho até a casa da vovó. No fim, ela é simplesmente devorada pelo lobo. Só isso, e a história acaba. Não há caçador e nem vovozinha, apenas um lobo gordo e a Chapeuzinho Vermelho morta. A moral da história é que não se deve falar com estranhos.



A Pequena Sereia

A versão de 1989 de A Pequena Sereia poderia ser intitulada “A Grande Sortuda”. Nessa versão da Disney, a princesa Ariel termina sendo transformada em um ser humano para que possa casar com Eric. Há uma festa maravilhosa com a presença de seres humanos e seres do mar.
No entanto, no original de Hans Christian Andersen, Ariel vê o príncipe casar-se com outra e entra em desespero. Oferecem-lhe uma faca com a qual ela poderia matá-lo, mas, em vez disso, ela salta para o mar e morre ao voltar para a costa. Hans Christian Andersen modificou um pouco o final para amenizar a história. Na nova versão, ao invés de morrer na espuma da praia, ela se torna “filha do ar”, esperando ir para o céu. De qualquer forma, ela morre.



A Branca de Neve

Na história da Branca de Neve que nós conhecemos, a rainha manda o caçador matá-la e trazer seu coração como prova. O caçador não consegue fazer isso e lhe traz o coração de um tipo de porco.
A boa notícia é que a Disney não distorceu tanto essa história, mas omitiu detalhes importantes: no conto original, a rainha pede o fígado e os pulmões de Branca de Neve, que serão servidos no jantar daquela noite! Também no original, a princesa acorda com o balanço do cavalo do príncipe, enquanto era levada para o castelo. Não há nada de beijo mágico. O que o príncipe queria fazer com o corpo desfalecido de uma garota é algo que vou deixar para sua imaginação. Ainda na versão dos irmãos Grimm, a rainha má é forçada, no final, a dançar até a morte usando sapatos de pedra, quentes como brasas.



A Bela Adormecida

Na versão conhecida de A Bela Adormecida, a adorável princesa adormece quando fura seu dedo em uma agulha. Ela dorme por cem anos até que o príncipe finalmente chega, beija-a, e acorda-a. Eles se apaixonam, casam, e (surpresa!) vivem felizes para sempre.
Contudo, o conto original não é tão doce. Nele, a jovem garota adormece por causa de uma profecia, não de uma maldição; e não é o beijo do príncipe que a desperta: o rei a vê dormindo e, querendo se divertir, a estupra. Depois de nove meses, nascem duas crianças (e ela continua dormindo). Uma das crianças chupa o dedo da mãe, retirando a peça de linho que fazia ela dormir. A princesa acorda para saber que foi estuprada e é mãe de gêmeos. Fim.



João e Maria

Na versão largamente conhecida de João e Maria, ouvimos sobre duas crianças que se perdem na floresta e encontram uma casa feita de doces e guloseimas que pertence a uma bruxa. Elas então são aprisionadas enquanto a bruxa se prepara para comê-las. Eles conseguem escapar e atiram-na no fogo, salvando-se.
Numa versão francesa mais antiga (chamada As Crianças Perdidas), ao invés de uma bruxa, há um demônio, que também é enganado pelas crianças. Contudo, ele não cai na cilada e está prestes a colocá-los na guilhotina. As crianças fingem não saberem como entrar no instrumento e pedem para a esposa do demônio mostrar como se faz. Nesse momento, elas cortam seu pescoço e fogem.



Cinderela

Na Cinderela moderna, nós temos a linda princesa casando-se com o príncipe depois que este viu que o sapatinho de cristal servia em seus pés.
Esse conto tem suas origens por volta do século I a.C, no qual a heroína de Strabo se chamava Rhodopis, não Cinderela. A história era muito parecida com a atual, com exceção dos sapatinhos de cristal e da abóbora. Porém, oculta por trás dessa linda história há a versão mais sinistra dos irmãos Grimm: nela, as irmãs de Cinderela cortam partes dos próprios pés para que eles caibam no sapato de cristal, querendo enganar o príncipe. Ele, então, é avisado por dois pombos, que bicam os olhos das irmãs. Elas passam o resto de suas vidas como mendigas cegas enquanto Cinderela vive no castelo do príncipe.



Os Três Porquinhos

O conto dos Três Porquinhos foi muito amenizado para as crianças de hoje, ao contar uma história cheia de violência sem mostrar violência. Terminamos com um conto muito simplório que mostra “como é bom ser esperto”.
A história original perdeu muito. O conto original não é mais longo, já que o lobo mau não perde tanto tempo assoprando casas. Ele faz isso para pegar os dois primeiros porquinhos. Aqueles coitados são logo pegos e devorados. O terceiro porquinho – o mais esperto de todos – é o entrave. Sem conseguir assoprar a casa de tijolos, o lobo tenta blefar. Ele faz de tudo para trazer o porco para fora de casa, promete nabos, maçãs, e uma visita à feira. O porco recusa a tentação, sabendo que há coisas mais importantes. O lobo decide então voltar à violência. Ele escala a casa e entra pela chaminé. Porém, o porquinho tinha planejado isso, e colocou um caldeirão de água fervendo na lareira. O lobo cai ali dentro e morre. Ele – e os dois outros porquinhos em seu estômago – são agora o sinistro jantar do terceiro porco.

Fonte: http://www.zonanerd.com.br/2010/03/a-verdade-dos-contos/
 
só uma coisa, é complicado classificar como "verdadeiros", porque o que os irmãos grimm fizeram foi o registro escrito de histórias que eram contadas oralmente ao longo dos anos (talvez até mesmo séculos), então tem pencas e pencas de versões dessas, algumas provavelmente até mais sangrentas. lembrando que eram histórias de cunho moralizante, parecido com os fabliaux, mas a contrário desses não eram costruídos sobre o humor, mas sobre o horror. aliás, vale lembrar que não existia a noção de infância, portanto nem a ideia de livro voltado para o público infantil, ou o que seria apropriado para esse público ou não - daí esse jeitão mais filme de horror b de algumas histórias que conhecemos mais fofinhas através de walt disney.

para quem tem curiosidade sobre o assunto, essa coletânea da clarissa pinkola estes tem uma introdução bem legal sobre o assunto (inclusive falando sobre o processo de bowdelirização que as obras sofreram até chegar na versão disney), além de algumas dessas versões mais cruas dos grimm.
 
Há um tempo atrás vi em uma revista, Aventuras na História se não me engano, algo falando sobre a versão "original" de vários contos de fadas -que de fadas não tinham nada-. Quando li fiquei aterrorizada, principalmente com a da Chapeuzinho Vermelho e a da Bela Adormecida, as outras eu já conhecia.

Anastácia e Hércules são realmente histórias trágicas e muito tristes. Nada, nada parecido com seus respectivos desenhos.
 
Eu adoro essas versões mais antigas, bem que poderiam fazer adaptações delas para o cinema, apesar de em Cannes terem mostrado uma "Bela Adormecida" mais pesada, falando de drogas e prostituição, o melhor seria mesmo um terror com as versões mais sangrentas.
A versão da chapeuzinho vermelho que já escutei foi que no final o lobo mata a vovozinha, faz um jantar ao estilo Hannibal com o corpo da vovozinha, e quando a chapeuzinho chega eles comem juntos a vovozinha, só não lembro como o lobo engana ela e nem o que faz depois...
Também já li que a capa vermelha representa a menarca (primeira menstruação) e que o lobo come ela de uma outra forma, enfim, são todas versões melhores que as infantis :mrgreen:
 
Bom, já que o tópico é sobre os verdadeiros contos e como a Anica disse, é complicado definir "o conto verdadeiro", o que existem são várias versões antigas, acho interessante quem souber de uma nova versão postar aqui, ou mesmo que sejam apenas alguns trechos diferentes, vou começar com algumas:

Branca de Neve

Na versão dos Irmãos Grimm a pobrezinha da Branca de Neve só tem 7 anos, o que também levanta ideias sobre pedofilia. Dentre outras coisas amáveis, consta que Branca de Neve levou uma surra de algum parente ou servo, já adormecida, e um soco no estômago a fez vomitar a maçã e acordar de seu sono.

Cinderela

Talvez o mais antigo dos contos de fadas e também o mais bizarro. Cinderela teria ido parar na mansão das irmãs malvadas fugindo de um casamento incestuoso com o próprio pai: um velho gordo e pançudo, interessado em casar com ela por lembrar a falecida mãe.

Alice no País das Maravilhas

Alice de fato existiu. O escritor dos livros Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, Lewis Carroll, era psicólogo e tinha, sim, uma queda por corpos de meninas pequenas. Alice era uma garota espevitada e curiosa. O médico, Carroll, dava chá de cogumelos para ela, nas sessões, para que expandisse sua mente em direção ao inconsciente. Segundo seus relatos, nunca chegou a se aproveitar da menina e, depois de algum tempo, foi afastado dela pelos pais. O fato é que Alice foi a obsessão profissional de Lewis e suas sessões com a menina, incluindo as viagens por causa do chá de cogumelos, foram os ingredientes para formar a história como a conhecemos.

fontes: 1, 2.
 
Até a estória do Pinóquio que também tem a sua fadinha pode ser inclusa nessa lista de contos já que a versão do Pinóquio do Disney que eu até assisti no cinema quando criança é bem mais leve e no original mostra a vida dele de uma forma muito mais sofrida e dura.

Sinceramente não acho condenável Disney ter suavizado/alterado os contos para que fossem melhor aceitos pelo público infantil, afinal quantas coisas suavizadas e alteradas nós adultos fazemos por aí como manter a tradição do papai noel, o coelhinho da Páscoa e explicar pra um filho ainda bem pequeno como um bebê nasce de uma maneira bem suave? Isso sempre fez parte, pois infância é um momento breve e único em nossas vidas. Aí depois crescemos e vemos que nem tudo é fantasia.

Mas o importante que vejo nisso é nunca deixarmos de conhecer os originais e que estes não caiam no desconhecimento público em detrimento das versões mais "suaves".
 
Última edição:
só uma coisa, é complicado classificar como "verdadeiros", porque o que os irmãos grimm fizeram foi o registro escrito de histórias que eram contadas oralmente ao longo dos anos (talvez até mesmo séculos), então tem pencas e pencas de versões dessas, algumas provavelmente até mais sangrentas. lembrando que eram histórias de cunho moralizante, parecido com os fabliaux, mas a contrário desses não eram costruídos sobre o humor, mas sobre o horror. aliás, vale lembrar que não existia a noção de infância, portanto nem a ideia de livro voltado para o público infantil, ou o que seria apropriado para esse público ou não - daí esse jeitão mais filme de horror b de algumas histórias que conhecemos mais fofinhas através de walt disney.

para quem tem curiosidade sobre o assunto, essa coletânea da clarissa pinkola estes tem uma introdução bem legal sobre o assunto (inclusive falando sobre o processo de bowdelirização que as obras sofreram até chegar na versão disney), além de algumas dessas versões mais cruas dos grimm.

Isso é bem interessante. Lembro-me de ter lido um livro (emprestado de um amigo) chamado "Os Mais Belos Contos de Fada Italianos", e nele havia versões diferentes de uma mesma história, todas elas muito parecidas com esses contos clássicos, com madrastas malvadas e mocinhas inocentes levando frutas pela floresta para a avó, até mesmo um idêntico ao "A Bela e a Fera", só que mais "pervertido", digamos. Mas os títulos eram outros. Aliás, para os leitores de Tolkien, havia o conto de um personagem que era um homem muito grande e mal humorado, com espessos pelos negros e que se transformava em urso (olá, Beorn!). Na verdade, muitos desses contos trabalham com arquétipos compartilhados por muitas culturas. E, certamente, dentro do território europeu o intercâmbio dessas histórias, e suas várias versões, era bem grande. Por isso encontra-se muita correspondência entre eles, a ponto de ser quase impossível afirma se ele é originalmente italiano, alemão, dinamarquês, francês...
 
Última edição:
Já li uma vez uma matéria que saiu na Mundo Estranho sobre isso há um tempo, e mostrava até mais de uma versão da mesma história, uma mais sangrenta que a outra.

Tem uma versão da Chapeuzinho inclusive que envolve canibalismo (ela come a vovó, sem saber) e sexo com o lobo. Com três finais alternativos, um em que o lobo devora a chapeuzinho, outro que ela pede pra fazer xixi e foge, e outro que o caçador abre a barriga do lobo e salva todo mundo.

E também a da Bela adormecida, continua, depois que ela acorda e tem os gêmeos, a esposa do Rei aparece e resolve cozinhar e jantar todo mundo, os bebês, o rei e a Bela, junta um monte de bichos como cobras e etc na panela pra preparar o caldo, o Rei aproveita um momento de distração e joga a esposa lá dentro, que morre devorada pelos bichos. Aí aparece a mãe do Rei, que é uma ogra do mal que se alimenta de crianças, no fim o Rei acaba salvando todo mundo e foge com a Bela e os bebês.
 
Última edição:
Poxa, li o post inteiro só pra ver a parte da Anastasia! ><

:lol:

Oxe, Bel... desculpa :lol: Foi mal!

É que eu ia fazer um post depois com as 3 histórias que conheço, mas que não tavam na matéria: Anastasia, Alladin e Hércules.

Mas resumindo...
[Uma parte foi tirada de Aventuras na História e outra de um documentário do History Channel].

Durante muito tempo acreditou-se que Anastasia realmente teria sobrevivido ao massacre da família real Russa. Se não me engano, a avó ou tia-avó dela realmente chegou a oferecer uma recompensa por seu paradeiro [tal como no desenho].

E de fato apareceu uma moça dizendo que era ela... O problema é que ficou provado que no fim das contas a moça era louca. Naquela época não tinha exame de DNA, então demorou anos até descobrirem a verdadeira identidade dela. E depois que ela morreu acho que fizeram mesmo o DNA pra acabar com a polêmica de vez!

Quanto à verdadeira Anastasia, eis o que de fato aconteceu:
ela morreu ainda criança junto com o resto das irmãs.
Os soldados que invadiram a casa levaram todas as meninas para um porão, para executá-las a tiros. Mas elas QUASE foram salvas justamente por sua ganância. Elas encheram as roupas e espartilhos de jóias da coroa na esperança de salvá-las. Quando os homens atiraram, as balas ricochetearam e eles não entendiam porque não conseguiam matá-las. Então, finalmente mandaram-nas virar de costas e atiraram na cabeça.

Acreditava-se que a caçula Anastasia tivesse sobrevivido porque seu corpo não foi achado junto com o do resto da família - onde foram enterrados pelos comunistas.
Daí - foi no documentário que vi - acharam o corpo dela depois e explicaram porque tava separado, mas não lembro o motivo e nem do resto...




Ana,

obrigada pelo adendo!


Fúria,

concordo com você!

Mas ambos tocaram em pontos que eu já pretendia comentar depois. Só não vai dar pra postar agora. À noite escrevo com calma...
 
Vale lembrar que essas histórias foram criadas, em sua maioria, na Idade Média. Nos tempos medievais as florestas eram consideradas zonas perigosas (ainda são) onde viviam os loucos, os ladrões, os assassinos e demais marginalizados. Muitos contos eram criados como histórias aterrorizantes para impedir que as crianças vagassem sozinhas pela floresta.

Alguns historiadores dizem que isso ocorria especialmente nos tempos de fome, em que os camponeses praticavam o canibalismo, e as crianças perdidas eram as principais vítimas. Mas a questão no canibalismo na Idade Média é bastante controversa.

Então não tem mesmo como saber como eram as versões originais, dado que elas eram passadas oralmente e assim foram se modificando. Essa mudança de propósito dos contos de fadas é mesmo muito interessante de observar.
 
Vale lembrar que essas histórias foram criadas, em sua maioria, na Idade Média. Nos tempos medievais as florestas eram consideradas zonas perigosas (ainda são) onde viviam os loucos, os ladrões, os assassinos e demais marginalizados. Muitos contos eram criados como histórias aterrorizantes para impedir que as crianças vagassem sozinhas pela floresta.

Se for isso faz sentido, já que eram outros tempos, outros costumes e a sociedade medieval tinha um sistema de punição a quem transgredia as regras daqueles tempos nada muito piedosa.
 
Achei outras versões, tem similaridades com o que Aranel postou (ou em alguns casos mais detalhes):

Chapeuzinho Vermelho

A história atual todos nós conhecemos: chapeuzinho vermelho, lobo mau, vovozinha e lenhador... Não preciso explicar certo!? Mas, na história original o lenhador não existe, na verdade a chapeuzinho e sua vovó são devoradas e pronto, parou por ai, nada de final feliz aqui.

Em outra versão ainda mais antiga, a chapeuzinho faz um strip-tease pro lobo (que as vezes era representado por um lobisomem ou um ogro) para assim poder fugir enquanto ele esta "distraído". Existe ainda uma versão mais bizarra ainda da história, onde o lobo estripa a vovó e obriga a chapeuzinho a jantá-la com ele. A chapeuzinho, que não é besta, diz que precisa ir ao banheiro (que naquela época ficava do lado de fora das casas) e fugia. Percebam que, em todas as versões que citei, o lobo sempre se dá bem no final, de uma forma ou de outra.

Branca de Neve

Na história original da Branca de Neve, a "madrasta malvada" (que em algumas versões não é madrasta e sim sua mãe original) não cai de um penhasco como é mostrado no final do filme da Disney. Ela na verdade é forçada a vestir sapatos de ferro em brasa e dançar até cair morta. Outra bizarrice nessa história é a idade da branca de neve. Na versão dos Irmãos Grimm ela tem apenas sete anos, ou seja, príncipes pedófilos eram normais naquela época. E ao invés de dar um "beijo de amor", o principie carrega o CORPO MORTO (ou adormecido, se vocês quiserem) da branca de neve para seu palácio, para que assim ela estivesse sempre com ele (isso pode ser considerado um tipo de necrofilia?). Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de ter que carregar um caixão de um lado pro outro, resolve descontar suas frustrações dando uma baita SURRA na branca de neve. Um dos golpes desferidos no estômago faz com que ela vomite a maçã envenenada e assim volte à vida.
Mas de todas as mudanças feitas através dos anos, a mais sangrenta foi em relação ao coração da Branca de Neve. Nas histórias mais antigas a rainha não pedia ao caçador para trazer só ele. Ela queria também outros órgãos principais como pulmão, fígado etc... fora isso ela também queria um jarro com seu sangue (acho que o caçador precisou mais que um cervo pra resolver isso). Vocês devem estar perguntando: "pra que tudo isso?". Simples, ela queria JANTAR a branca de neve! Bizarro não!?

A Bela Adormecida

Essa sim tem um passado bizarro. Nas primeiras versões, ao invés de espetar o dedo numa agulha e cair desacordada, a bela adormecida tinha uma "farpa" encravada debaixo da unha. Parece uma mudança pequena, mas ela nos leva ao ponto que realmente importa. Nessa mesma versão, o príncipe não é tão encantado assim, e resolve, digamos... se satisfazer na bela ainda adormecida. Depois de satisfeito, ele simplesmente vai embora (o Budd do Kill Bill não foi tão inteligente e acabou morto). Nove meses depois, a adormecida dá luz a gêmeos que, em busca de leite acabam acidentalmente chupando o dedo dela, retirando assim a farpa amaldiçoada.

E a coisa não para por ai, o príncipe que a engravidou (estuprou) continuou voltando (se é que vocês me entendem) durante os nove meses. Quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais adormecida e com duas crianças, ele decidiu se casar com ela (pelo menos isso, né?), mas ele não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe era uma OGRA! (o feminino de ogro é ogra?) que tinha o habito de comer qualquer criança que aparecesse em seu caminho.

Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morresse e ele virasse rei para aí então poder levar sua mulher para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe ogra resolveu fazer o que todo ogro tem que fazer: comer seus dois netos, e não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro a bela acordada conseguiu se esconder até o retorno de seu marido (rei “half-ogro”), que quando ficou sabendo dos planos de sua mãe (ogra) mandou mata-la. Bunito né!?

Em outras versões, o príncipe na verdade já era rei, e a mãe ogra era a esposa do rei, o resto é bem parecido. A esposa ciumenta quer, como vingança, comer (no sentido alimentício) os dois filhos bastardos do rei, mas acaba sendo descoberta e é queimada viva numa fogueira. Moral da história, se você encontrar uma mulher desmaiada num bosque, se divirta e não volte nunca mais; ou, se você for uma ogra, não tente comer seus netos; ou ainda, se vocês for uma mulher adormecida no meio do bosque, use cinto de castidade, ou ainda, não espete seu dedo numa agulha amaldiçoada!

Eu podia ficar nisso o resto da semana...

Cinderela

Esse é um dos contos de fadas mais antigos já registrados, e com a maior quantidade de variações também (+ou-700). Algumas versões envolvendo um peixe gigante no lugar da fada madrinha datam de 850AD! Em outras histórias a fada madrinha é na verdade uma árvore que nasce sobre o túmulo da mãe da Cinderela.

Uma das modificações mais brutais ocorre no momento em que as irmãs malvadas tentam calçar os sapatos de cristal para enganar o príncipe, numa versão bem bizarra da história, uma delas CORTA fora seus dedos do pé para vestir o sapatinho e assim enganar o príncipe. Mas ela é desmascarada pelos pássaros amigos da Cinderela, que mostram ao príncipe o sangue escorrendo pelos sapatinhos, e depois, como vingança, arrancam os olhos das duas irmãs que terminam suas vidas cegas e mancas.

Há ainda uma outra versão (na verdade, ela é tão diferente que alguns nem a consideram como uma versão e sim um tipo de CINDERELLA ORIGINS) onde a cinderela era filha de um rei viúvo (algumas vezes a própria Cinderela foi quem matou a mãe) que jurou nunca mais se casar, a não ser que encontre uma mulher tão bela quanto a falecida esposa, que tivesse os cabelos cor de ouro, e que conseguisse calçar os mesmos sapatos da finada (fetiche por pés sacou!?). Acaba que sua filha (cinderela) preenche todos os requisitos, como 2 e 2 são 4, nada mais lógico que ele se casar com a própria filha.

Ela, por sua vez, na tentativa de fugir do casamento com seu próprio pai velho, barrigudo e incestuoso, foge pelo mar num armário de madeira (eu também achei estranho mais fazer o que, os caras eram criativos oras), no final ela consegue fugir, mas acaba do outro lado do mundo trabalhando como escrava na casa das irmãs malvadas, e daí pra frente começa a historia que vocês conhecem.

João e Maria

Essa por si só já é assustadora, afinal, um pai que larga os filhos na floresta para morrer de fome não é lá o tipo de coisa que se lê para crianças certo!? Mas, numa versão mais antiga, a madrasta má, que pressiona o marido a lagar seus filhos na floresta, e a bruxa má são a mesma pessoa. Achei isso bem esquisito, mas as duas personagens tem personalidade bem similar. Outra alteração feita durante os anos foi com relação à própria bruxa que, em certa versão da história, na verdade é um casal de demônios, e ao invés de cozinhar João, eles querem estripa-lo num cavalete de madeira.

Quando o demônio "macho" sai para uma caminhada, a "demônia" manda Maria ajudar João a subir no cavalete, assim, quando seu marido voltar, tudo já estaria preparado. A esperta Maria finge não saber como colocar João deitado e pede para a "demônia" mostrar como se faz. Quando ela deita no cavalete, João e Maria a amarram ela e rapidamente cortam sua garganta. Depois fogem levando o dinheiro e a carroça do pobre casal de demônios.

O Flautista de Hamelin

Nessa historia, um tocador de flautas mágico é contratado por uma cidade para livra-la de uma infestação de ratos. Ele cumpre seu papel, mas quando volta para receber seu tão suado dinheirinho, a cidade se recusa a pagar. Daí, como vingança, ele usa os poderes de sua flauta para raptar todas as crianças da cidade e só as devolve após receber seu pagamento. Até aqui tudo bonito, mensagem positiva e uma moral no fim da historia. Mas, o conto original não é bem assim, nele, o encantador não devolve as crianças depois de receber da relutante cidade. Na verdade ele faz com que elas todas se afoguem num rio. E, em algumas versões ainda mais antigas, há referencias a pedofilia em massa dentro de uma caverna escura.

A Pequena Sereia

A grande diferença nesse conto está em seu final. Ao invés de se casar com o príncipe e viver feliz para sempre, a pequena sereia na verdade é abandonada por ele logo após ela beber a poção mágica que lhe transforma em mulher. Mas, como tudo tem seu preço, a poção tem um pequeno efeito colateral: durante o resto de sua vida a pequena ex-sereia iria sentir uma dor tremenda nos pés, como se eles estivesse pisando constantemente em facas. Vendo a traição, alguém (juro que não consegui descobrir quem) oferece um punhal para que ela tenha sua vingança. Mas, ao invés disso, ela pula no mar e "morre" se dissolvendo em espuma. Bom, comparado com a chapeuzinho vermelho, essa é até bem tranqüila.

Fonte


Outras fontes sobre o tema (em inglês):
http://www.pitt.edu/~dash/grimmtales.html

http://www.surlalunefairytales.com/index.html

http://jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/nerdcast-66-era-uma-vez-um-nerdcast/ (português)
O que o príncipe queria fazer com o corpo desfalecido de uma garota é algo que vou deixar para sua imaginação.

O quê? pensei que você fosse explicar.
 
Eu acho fascinantes essas versões mais antigas desses contos de fadas. Provavelmente, a primeira vez que tomei contato com uma delas foi em Sandman, no arco A Casa de Bonecas. Neil Gaiman reconta a versão de Chapeuzinho Vermelho que aparece em The Great Cat Massacre: and other episodes in French cultural history, de Robert Darnton, que por sua vez é baseada na versão coletada por Achille Millien (Conte de la Mère-Grand) na província francesa de Nivernais, por volta de 1870.

LittleRedRidingHood1.jpg

LittleRedRidingHood2.jpg
Achei interessante que o final da versão de 1870 é feliz (para a Chapeuzinho), mas de um jeito que eu ainda não conhecia (e pela astúcia de uma menina, algo que não esperava nessas versões mais cruas).

Agora, acho que, em relação a Pinóquio e A Pequena Sereia, são criações literárias de, respectivamente, Carlo Collodi e Hans Christian Andersen, não? São diferente desses contos de fadas transmitidos via oral e que não possuem "forma original". É claro que já viraram histórias clássicas, tiveram inúmeras adaptações e muita gente acabou não lendo as versões originais. Eu mesmo conheci Pinóquio pela versão da Disney, no cinema, mas depois de alfabetizado li o livro de Collodi (Pequena Sereia foi através de um filme sobre Andersen, só muito tempo depois li o texto).

Por fim, encontrei uma página repleta de textos em inglês de uma infinidade de contos de fadas, nas mais diversas versões: Folklore and Mythology Electronic Texts. Cinderella, por exemplo, está presente em 23 versões diferentes, de vários países.
 
Já ouvi falar sobre esses contos de "fadas" verdadeiros.
Tem um matéria, em uma revista (não me recordo o nome :think: e não estou em casa para ver :blah:) onde fala que a história da Chapeuzinho vermelho tem um cunho totalmente sexual.

Sempre achei Branca de Neve uma história sombria e é a minha preferida (nunca gostei de Cinderela).
 
A Branca de Neve

Na história da Branca de Neve que nós conhecemos, a rainha manda o caçador matá-la e trazer seu coração como prova. O caçador não consegue fazer isso e lhe traz o coração de um tipo de porco.
A boa notícia é que a Disney não distorceu tanto essa história, mas omitiu detalhes importantes: no conto original, a rainha pede o fígado e os pulmões de Branca de Neve, que serão servidos no jantar daquela noite! Também no original, a princesa acorda com o balanço do cavalo do príncipe, enquanto era levada para o castelo. Não há nada de beijo mágico. O que o príncipe queria fazer com o corpo desfalecido de uma garota é algo que vou deixar para sua imaginação. Ainda na versão dos irmãos Grimm, a rainha má é forçada, no final, a dançar até a morte usando sapatos de pedra, quentes como brasas.

Branca de Neve

Na versão dos Irmãos Grimm a pobrezinha da Branca de Neve só tem 7 anos, o que também levanta ideias sobre pedofilia. Dentre outras coisas amáveis, consta que Branca de Neve levou uma surra de algum parente ou servo, já adormecida, e um soco no estômago a fez vomitar a maçã e acordar de seu sono.

Quando eu li, há não muito tempo, o conto Snow, Glass, Apples do Neil Gaiman (do livro Fumaça e Espelhos ou Smoke and Mirrors) eu simplesmente adorei e ele continua sendo um dos meus preferidos. Apesar de, na época, não conhecer a versão dos irmãos Grimm e nem outras mais antigas, fiquei imaginando quais seriam os elementos não presentes na versão Disney (que eu tb gosto) que inspiraram o Gaiman (ele mesmo escreve que se inspirou a partir de um conto do The Penguin Book of English Folktales, do Neil Philip, lido muitas vezes). Acho agora o conto ainda mais bacana, à luz dessas referências todas

O fato de a Branca de Neve ser uma criancinha, o que é feito de sua natureza (um ser vampiresco!!), que casa perfeitamente com o lance da necrofilia do príncipe, a forma horrível como morre a madrasta (uma bruxa clássica), que tem a ver com os sapatos em brasa, etc

Branca de Neve rocks!!!
 
Eu já havia lido sobre isso quando estava fazendo pesquisa para escrever um conto que foi publicado no livro "Histórias envenenadas - contos de fadas de terror" (se alguém ficar curioso, pode ler mais informações sobre o livro aqui: http://meigaemalefica.blogspot.com/p/livro.html).
Algumas versões são surpreendentes. A que mais me chocou quando li foi a da "Bela Adormecida", que sempre foi minha princesa preferida quando menina.
 

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