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Brasil e Líbia, postura correta?

Maria Pretinha

Usuário
Olá, lindos.

Apesar de amar política, não costumo ficar muito por aqui, porque política, mais do que religião, mais do que futebol, mais do que qualquer outro assunto, é o que mais me inflama e me deixa brava.

Pois bem, Líbia tá aí, filha da primavera árabe, com um conflito que se estende desde fevereiro e parece agora estar perto do fim. O ditador Mummar Kadhafi está em local desconhecido, mandando mensagens aos rebeldes e à população à maneira de nosso conhecido Bin Laden. Os rebeldes tomaram Trípoli, inclusive o quartel general do ditador, e já cantam vitória, mesmo sabendo que a verdadeira mudança só virá com a rendição ou a cabeça do coronel.

Por 42 anos ele comandou a Líbia com mãos de ferro e desrespeito aos direitos humanos e só nunca sofreu interferência internacional porque não costumava dificultar a vida das grandes potências quando o assunto era exploração do pertrólio em suas terras. Mas, agora, viram, não dá mais, e, pouco a pouco, todos foram se posicionando. EUA,, França, Inglaterra, todos mandando ele vazar e declarando seu apoio às forças rebeldes.

E o Brasil, NADA.

Indu disse em um twitter que era à favor da neutralidade do Brasil, daí, me inflamei. Tanto que, já que ele não respondeu meus tweets, tie que parar o que estava fazendo e vir escrever este post.

Minha opinião: o Brasil não pode ficar em cima do muro com a Líbia. E por quê?

Primeiro, por razões políticas. Já não é de hoje que o Brasil pleiteia uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU. Pois bem, pra que serve o conselho? para deliberar, justamente, em situações como essas. Daí, na hora de se posicionar, o Brasil prefere não se posicionar? Do que serviria sua cadeira lá então? Para votar nulo infinitamente? Todo poder vem com grandes responsabilidades, como já sabemos. Como, então, pleitear o poder sem se arriscar a assumir a responsabilidade?

Segundo: O Brasil também tem um interesse econômico na Líbia. Várias empresas brasileiras gigantes têm operações no país, entre elas a Petrobrás. E de vital interesse econômico para o país que a instabilidade política chegue ao seu fim, mas como querer o fim sem interferir para que o desfecho aconteça mais rápido?

Pra mim a postura do Brasil na questão Líbia não condiz com o potencial ou as pretenções internacionais do Brasil e foi / está sendo um erro grosseiro.
 
Concordo totalmente. Um país com as pretensões brasileiras, seja na ONU, na Líbia, no cenário político-econômico internacional, não pode se eximir dessa forma. Tudo bem que o Lula fez suas cagadas mas isso não é motivo pra fingir que esse momento histórico não é histórico. Isso seria atestar a insignificância do Brasil.
 
Eu mantenho a minha opinião que já posto aqui nesses mais de 8 anos e assim com eu não vou usar botões especiais pra depreciar as opiniões em contrário de niguém, espero o mesmo de todos também, pois isso se chama respeito.

Pra mim como cidadão brasileiro acho louvável prestar ajuda humanitária a outro país como foi o caso do Haiti alguns anos atrás que foi devastado por um grande terremoto.

Mas em outras questões bélicas e problemas internos de outros países defendo totalmente a neutralidade do Brasil, pois sou da opinião que temos prioridades internas infinitamente mais importantes que Copa do Mundo e vaga no conselho de segurança da Onu.

Jamais ficarei orgulhoso do meu pais ostentar essa vaga ou mesmo estar no Top 5 das maiores economias do mundo enquanto a nossa educação e saúde pública continurem como estão. Sempre mencionei que prefiro meu pais ser uma Suiça ou uma Islândia que nem de longe estão entre as maiores economias do mundo ou ambicionam essa tão desejada vaga, mas o seu povo vive muito bem, pois as prioridades básicas da população estão sempre em primeiro lugar.
 
Mas aí já é outra história. O nível de desenvolvimento humano e qualidade de vida também está ligado a uma certa responsabilidade diplomática. Uma Suíça não precisa de conselho de segurança da ONU, mas as pessoas respeitariam a voz da Suíça porque lá o povo vive bem. Isso pesa. Agora o Brasil, independente da sua saúde e segurança, tem um papel a cumprir e não dá pra fugir disso. Claro que a situação interna do país também vai influir: 'e daí que é uma potência econômica? O povo lá morre de fome!', porém, ainda assim, o Brasil tem uma grande responsabilidade. Essa ideia de sacrificar o crescimento econômico do país em prol de investimentos internos não cola, porque as duas coisas estão relacionadas, se complementam.
 
Eu mantenho a minha opinião que já posto aqui nesses mais de 8 anos e assim com eu não vou usar botões especiais pra depreciar as opiniões em contrário de niguém, espero o mesmo de todos também, pois isso se chama respeito.

OFF TOPIC:Fúria, então não começa com mimi e indireta dessa forma. Te expliquei meu fail. o botão de fail está aí para ser usado e não foi usado por mim simplesmente porque não concordava com seu argumento, já que não foi um argumento, apenas uma opinião que considerei estúpida e merecedora do meu fail.
 
Nem li isso, chama-se frescura issaê. Mas enfim, ON-TOPIC: não houve nenhuma declaração ou nota do Itamaraty sobre o que está acontecendo na Líbia?
 
Nem li isso, chama-se frescura issaê. Mas enfim, ON-TOPIC: não houve nenhuma declaração ou nota do Itamaraty sobre o que está acontecendo na Líbia?

O ministro das relações exteriores, Antônio Patriota, declarou formalmente que o Brasil não iria adotar nenhuma posição sobre a Líbia até que a ONU se manifeste.

A declaração oficial é: estamos em cima do muro.
 
Mas aí já é outra história. O nível de desenvolvimento humano e qualidade de vida também está ligado a uma certa responsabilidade diplomática. Uma Suíça não precisa de conselho de segurança da ONU, mas as pessoas respeitariam a voz da Suíça porque lá o povo vive bem. Isso pesa. Agora o Brasil, independente da sua saúde e segurança, tem um papel a cumprir e não dá pra fugir disso. Claro que a situação interna do país também vai influir: 'e daí que é uma potência econômica? O povo lá morre de fome!', porém, ainda assim, o Brasil tem uma grande responsabilidade. Essa ideia de sacrificar o crescimento econômico do país em prol de investimentos internos não cola, porque as duas coisas estão relacionadas, se complementam.

Então respeito sua opinião, mas pra mim a aquisição dessa vaga não mudará em nada a vida de milhões de pessoas algumas na fila de transplantes, outras desejando apenas sair do corredor pra serem atendidas decentemente num leito de um hospital e outras desejando apenas esperar menos que 30 dias pra terem uma consulta.

Pra mim não existe responsabilidade maior de uma nação que com a sua própria população em primeiro lugar. Só no dia que o país cumprir decentemente essa meta, aí tudo bem pode assumir outras responsabilidades. A coisa que menos me dá orgiulho na politica do Brasil, é o país querer almejar ser o que não é e carregar um fardo que não pode.
 
Ah sim, agora entendi. O país tem sim suas responsabilidade, mas como eu disse: a situação interna está interligada à situação externa, logo, tem de haver um equilíbrio entre os dois. E ser exteriormente o que não se é interiormente é uma hipocrisia gigante. Só que nesse caso, o mínimo que o Brasil podia fazer era dar uma declaração positiva. Nem isso. Não é por cautela, abstençaõ. É medo mesmo. Covardia.
 
Mas as ações "tomar uma posição a respeito da Líbia" e "tomar uma atitude para o bem estar da população" são mutuamente excludentes? Não existem setores e setores para se cuidar de variados assuntos no Brasil?
Eu acho que a prioridade está naquilo que deve ser feito, independente de qual o assunto.
 
Ah sim, agora entendi. O país tem sim suas responsabilidade, mas como eu disse: a situação interna está interligada à situação externa, logo, tem de haver um equilíbrio entre os dois. E ser exteriormente o que não se é interiormente é uma hipocrisia gigante. Só que nesse caso, o mínimo que o Brasil podia fazer era dar uma declaração positiva. Nem isso. Não é por cautela, abstençaõ. É medo mesmo. Covardia.

Pra mim a única coisa que acho plausível e aceitável é o Brasil mandar uma missão de paz após a derrubada oficial do ditador líbio, ajudando a pacificar o país e prestar ajuda humanitária a população civil como foi no Haiti.

E fazer isso de livre e espontânea vontade de forma autruísta e solidária e não com a intenção de se mostrar pra ONU pensando na enorme ambição por essa vaga.
 
Pra mim a única coisa que acho plausível e aceitável é o Brasil mandar uma missão de paz após a derrubada oficial do ditador líbio, ajudando a pacificar o país e prestar ajuda humanitária a população civil como foi no Haiti.

E fazer isso de livre e espontânea vontade de forma autruísta e solidária e não com a intenção de se mostrar pra ONU pensando na enorme ambição por essa vaga.

Mas aí voc~e exclui o seu argumento de "não deve se envolver porque não resolveu os problemas daqui".

Com gente morrendo na guerra do tráfico, morrendo de fome, etc, etc, vai gastar uma dinheirama para ajudar a população de outro país? Não que eu discorde, mas essa discussão já é outra já.

O que mudaria o Brasil declarar apoio às forças rebeldes? Para a Líbia, talvez nada. Para a imagem do país e para as aspirações brasileiras na política internacional, muita coisa.
 
Nas aulas de história o professor falava que o Brasil fez o jogo do agente duplo até o último minuto com Alemanha e Eua antes de se decidir entre eixo ou aliados. O grande risco é que em tempos de guerra costuma-se dizer que jogo-duplo é também duplamente perigoso. Existe também o caso da neutralidade em que se decide por não mudar as relações com o país (esperando cair de maduro) mas corre-se o risco de ser visto como traidor malicioso por ambos os lados e na dúvida os dois lados sempre compram mais armas.

Eu penso que o Brasil não está pronto para uma cadeira no conselho de segurança. O orçamento de atualização e inovação nas nossas forças armadas e a nossa agência de inteligência ainda deixam muito a desejar em seriedade em comparação aos outros membros do conselho. Se me perguntassem eu preferiria que desistissem da vaga no CS em prol de um plano de defesa nacional melhor e de uma postura mais nítida com relação a práticas condenadas pelo estado brasileiro.
 
Ah sim, agora entendi. O país tem sim suas responsabilidade, mas como eu disse: a situação interna está interligada à situação externa, logo, tem de haver um equilíbrio entre os dois. E ser exteriormente o que não se é interiormente é uma hipocrisia gigante. Só que nesse caso, o mínimo que o Brasil podia fazer era dar uma declaração positiva. Nem isso. Não é por cautela, abstençaõ. É medo mesmo. Covardia.

Medo de que? Corvardia para o que? Em muitas discurssões de política eu discordo do furia, mas desta vez ele está absolutamente correto. Não há como exigir que o Brasil se preocupe o tempo todo com o que acontece fora de suas fronteiras sendo que aqui dentro tem muito mais a se preocupar como o básico, saúde, educação e segurança e por ai vai e como foi falado qual a importãncia de ter uma vaga na ONU se no final se os EUA quizer por exemplo ele desconsidera as recomendações da ONU e faz o que quer e o que bem entende. A ONU funciona em parte, mas não tem moral para evitar que paises como os EUA não ataquem o afeganistão ou Iraque como eles exigiram que os EUA não fizesse e eles fizeram e não sofreram nada a se considerar. Ter uma vaga Na ONU é o mesmo que está a mercê dos EUA que desobedece quando quizer que nada acontece, ou seja, se for participar de um Orgão sem a funcionabilidade necessária, falho e muitas vezes sem moral é melhor resolver o que está dentro das fronteiras para depois se preocupar com o que está fora.
 
Concordo, Lyvio, o porém é que um país do porte e importância do Brasil ficar sem se colocar é uma omissão grave, diria uma irresponsabilidade. E é por medo dessa responsabilidade que ele parece se omitir.
 
Neutralidade também é uma posição política.

E o Brasil não almeja uma "vaga na ONU", coisa que ele já tem, mas sim uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Onu, que é quem realmente manda em alguma coisa.
Nosso país aspira uma vaga para ser um porta-voz das nações em desenvolvimento, sobretudo do eixo Sul. Como uma nação quase sem guerras na sua história, o Brasil quer se manter como "pacificador", vide casos com o Irã (que lamento muito não ter dado certo, sobretudo devido ao esforço homérico dos EUA de ignorar as negociações brasileiras, turcas e iranianas) e o próprio Haiti.

Acho válida a posição do Brasil. Com nossa posição política nas questões exteriores em transição (saída do Amorim, entrada do Patriota), parece que estamos indo aos poucos ao nos colocar de novo para o mundo.
Obviamente condenaremos qualquer "crime contra a humanidade" realizado na Síria (conceito tãããão abstrato), e seguiremos a posição da ONU no caso.
 
Pode ser uma posição válida mas não creio que seja a ideal para a situação. Não se trata de duas facções lutando pelo poder mas de um DITADOR derrubado por rebeldes nativos que querem a democracia. Neutralidade, nesse caso, beira a inércia incompetente, covardia mesmo.

Não se trata de uma opção juridicamente inválida, mas moralmente inválida. Fica feio pro Brasil, só isso.
 
Mas aí voc~e exclui o seu argumento de "não deve se envolver porque não resolveu os problemas daqui".

Não exclui, se você leu eu afirmei que acho apenas razoável o Brasil mandar a missão DEPOIS que o ditador estiver oficialmente deposto, coisa que ainda não está já que ele está meio sumido e enquanto a coisa oficialmente não consumar não acho certo o Brasil declarar ainda uma posição em carater bélico. No outro quote eu complemento..

O que mudaria o Brasil declarar apoio às forças rebeldes? Para a Líbia, talvez nada. Para a imagem do país e para as aspirações brasileiras na política internacional, muita coisa.

Eu vejo pelo lado oposto, o Brasil se apresentando nesse pós guerra prestando solidariedade (dentro de suas condições, sem deixar faltar as coisas aqui é claro) aos civis e ajudando a serenar os animos e até contribuindo com a democracia de lá levando sua experiência positiva com o nosso sistema eleitoral informatizado, ajudando numa futura eleição lá é muito mais positivo pra imagem do nosso país.

Sem querer bancar um padre, madre Teresa de Calcutá ou Chico Xavier mas é o tipo de ajuda que você faz sem pensar nada em troca fazendo o Brasil ser respeitado sem precisar de algo maior.
 
Neutralidade também é uma posição política.

E o Brasil não almeja uma "vaga na ONU", coisa que ele já tem, mas sim uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Onu, que é quem realmente manda em alguma coisa.

foi o que eu disse.

Já não é de hoje que o Brasil pleiteia uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU.

Nosso país aspira uma vaga para ser um porta-voz das nações em desenvolvimento, sobretudo do eixo Sul. Como uma nação quase sem guerras na sua história, o Brasil quer se manter como "pacificador", vide casos com o Irã (que lamento muito não ter dado certo, sobretudo devido ao esforço homérico dos EUA de ignorar as negociações brasileiras, turcas e iranianas) e o próprio Haiti.

Mas o Brasil não está sendo pacificador. Ele não está contribuindo para o fim do conflito, não está contriobuindo nem para a guerra nem para a paz.

E os conflitos ao redor do mundo são sim uma parte importante das deliberações da ONU e não dá pra querer entrar num conselho e deliberar só no que diz respeito à sua pauta. Ah, não vou falar da Líbia, mas quando tiver alguma coisa a ver comigo eu falo, abs.? Não dá.
 
foi o que eu disse.

Sim sim, lendo o posto do Lyvio eu achei meio confuso tantos ONU sendo usados sem especificação. Só deixei claro pra futuras consultas :D

MP disse:
Mas o Brasil não está sendo pacificador. Ele não está contribuindo para o fim do conflito, não está contriobuindo nem para a guerra nem para a paz.

E os conflitos ao redor do mundo são sim uma parte importante das deliberações da ONU e não dá pra querer entrar num conselho e deliberar só no que diz respeito à sua pauta. Ah, não vou falar da Líbia, mas quando tiver alguma coisa a ver comigo eu falo, abs.? Não dá.

Se eu não me engano o Brasil no começo do conflito se manifestou no sentido de defender a posição de não-ingerência de outros países (como a França na Costa do Marfim) na Líbia.
Eu compreendo a postura brasileira. Na Líbia todo mundo condena, mas na Síria tudo bem? Melhor ficar "neutro" e não ser tão controverso.

Como disse, logo o Itamaraty libera uma nota politicamente correta e totalmente desnecessária.

Caio Paganus disse:
Não se trata de uma opção juridicamente inválida, mas moralmente inválida. Fica feio pro Brasil, só isso.
Infelizmente moral não entra muito em política. Uma pena!
Mas não é tão simples também. Bush democrata beleza, Khadafi ditador não?

Soa ingênuo.
 

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