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O que é Nostalgia?

Beren

Wannabe Rider
Decidi criar esse tópico pra definirmos Nostalgia, achei interessante discutirmos isso, já que em outros tópicos falamos de "melhores" e "mais nostálgicos" como diferentes, e também que Nostalgia não está relacionada a uma fase específica (infância normalmente) da vida.

Então, começo falando o que é nostálgico pra mim..

Quando sinto saudade de algo ou quando lembro e penso "ah, como era bom [tal coisa] e eu nem percebia". Esse é o meu critério, por mais tosca que a coisa seja comparado com o que temos hoje.. E por isso também adiciono que eu tenho que ter experienciado o objeto da nostalgia, senão eu desconsidero.

E pra vocês, o quê é Nostalgia?
 
Pra mim nostalgia é um misto de saudade recheada de grandes lembranças boas e/ou maravilhosas de algo do passado que na maioria das vezes não volta mais, mas que nos fazia bem e que as vezes no tempo presente nem sempre demos o devido valor.
 
Nostalgia não é saudade e sim uma sensação de saudades de um tempo vivido, que surge a partir da sensação de não poder mais reviver certos momentos da vida.

O interessante sobre a nostalgia é que ela aumenta ao entrar em contato com sua causa (o objeto da nostalgia) e não diminui como o sentimento da saudade. Exemplo: se alguém sente saudades ou falta de um conhecido, este sentimento cessa ao se reencontrar a pessoa, com a nostalgia é exatamente o oposto, ao reencontrar um amigo que gostava de brincar, este sentimento nostálgico irá se alimentar com lembranças daquele tempo e não diminuir como a saudade. Ou como aquela paixão que você nunca conseguiu esquecer e quando ouve uma música e se lembra daquele tempo.
 
É bem o que disseram.

Nostalgia pra mim é lembranças de um tempo que nunca mais voltará. Tipo:

-Deitar numa rede, no colo do meu pai, na minha casa da praia;
-Ver a rua onde fui criado, e o campinho de terra ao lado da casa;
-Jogar Super Nintendo por horas;
-Tomar banho de chuva com as irmãs;
-Morrer de felicidade quando o pai chega em casa com UM boneco de Forte Apache (ele me dava um por semana. Era o que dava);
-Comer a comida da avó, num prato que ela ainda tem guardado que é só meu (uma tigela).
-Comer o Sonho que meu pai fazia, assim que saia do forno ( :( Ngm nunca fará nada igual)
-Viajar de Panorama caindo aos pedaços para a praia do Caiçara (Praia Grande) e achar isso a coisa mais gostosa de TODO O MUNDO.
-Ter a família mais gostosa e incrível do mundo.

Nostalgia é uma saudade, um conjunto de boas lembranças de um tempo que não volta mais. Infelizmente. É uma vontade de voltar no tempo e viver tudo novamente, do jeito que foi. Passar Mertiolate (nunca sei escrever isso) e ARDER, ir pra escolinha; fazer lição de casa vendo Castelo Rá-Tim-Bum; assistir TV CRUJ tomando Yakult, enfim: viver uma infância deliciosa....

Tá, não sei bem descrever O QUE É NOSTALGIA. Sei descrever o que é nostalgia PRA MIM. E isso me basta. :mrgreen:
 
Concordei com o Neithan em gênero, numero e grau.

Nostalgia, embora aparentemente fácil de exemplificar, é algo muito introspectivo, pelo menos pra mim. Tempos bons, lembranças que deixam saudade, cheiros que não se encontram mais, abraços que ficaram no tempo e na memória...
Sentir falta nem sempre é nostalgico, mas a nostalgia vai ser sempre sentir falta de algo que marcou pra sempre.
 
A nostalgia com certeza é algo marcante. Pelo menos nesse ponto acredito todos concordam.

Por exemplo: pra quem viveu os tempos de Elvis, Beatles, Roberto Carlos e os grandes festivais da MPB no auge, hoje pegar um CD pra ouvir as músicas que eram sucesso naqueles tempos é matar saudade, isso você faz a qualquer momento e em qualquer lugar.

Mas querer assistir um show ao vivo deles, vestindo exatamente as mesmas roupas da época, se deslocando com os mesmos meios de transporte e indo nos mesmos salões e auditórios (dos quais vários deles nem existem mais), vai se tornando algo cada mais impossível, pois o tempo passa as coisas mudam e as pessoas que marcaram partem. É aí que a nostalgia entra e toma conta.
 
Quando sinto saudade de algo ou quando lembro e penso "ah, como era bom [tal coisa] e eu nem percebia".

Isso é saudosismo, mas como não tenho uma definição melhor e nem sei diferenciar uma da outra talvez essa sirva.

pra quem viveu os tempos de Elvis, Beatles, Roberto Carlos e os grandes festivais da MPB no auge, hoje pegar um CD pra ouvir as músicas que eram sucesso naqueles tempos é matar saudade, isso você faz a qualquer momento e em qualquer lugar.

Tu é veio, hein?
 
Citando Mad Men,
"the pain from an old wound". It's a twinge in your heart far more powerful than memory alone.
"a dor de uma ferida antiga." É uma pontada em seu coração muito mais poderoso do que a memória em si.
[video=vimeo;22521573]http://vimeo.com/22521573[/video]
 
Nem tem o que falar depois dos posts de vocês. Acho que nostalgia é um sentimento de impotência diante do que passou, não volta mais e é bom relembrar. Não é uma saudade que se satisfaz, mas é compensada pelas boas lembranças e pode ser revivida de forma relativa (eu assistindo Rei Leão, por exemplo). Claro que não é a mesma coisa de quando você era criança, mas quebra o galho, conforta o coração.

Foi mais ou menos o que eu senti vendo o vídeo daquele episódio da Punk que o Kainof postou outro dia. Muita saudade, lembranças da infância, coração quente.
 
Um trecho belíssimo do Schopenhauer a respeito desse sentimento, onde ele unifica-o com o sentimento estético:

"Essa bem-aventurança do intuir destituído de vontade é, por fim, também o que espalha um encanto tão extraordinário sobre o passado e a distância, expondo-os em luz exuberante por meio de uma auto-ilusão, pois, na medida em que tornamos presentes os perdidos dias pretéritos, longinquamente situados, na verdade a fantasia chama de volta apenas os objetos, não o sujeito do querer, que outrora carregava consigo seus sofrimentos incuráveis, como o faz agora. Mas tais sofrimentos foram esquecidos. Desde então cederam freqüentemente o seu lugar a outros. Com isso, a intuição objetiva faz efeito na recordação exatamente como faria a intuição presente, no caso de ser possível entregarmo-nos a esta livres do querer. Eis por que, sobretudo quando uma necessidade nos angustia mais do que o comum, a recordação súbita das cenas do passado distante muitas vezes paira diante de nós como um paraíso perdido. Apenas o objetivo, não o individual-subjetivo, é chamado de volta pela fantasia, figurando diante de nós aquele objetivo como se, outrora, fosse tão puro e tão pouco turvado por qualquer relação com a vontade como o é agora a sua imagem na fantasia - embora antes a relação dos objetos com o nosso querer provocasse tanto tormento quanto agora. Podemos furtar-nos ao sofrimento seja pelos objetos presentes, seja pelos objetos longínquos, desde que nos elevemos à pura consideração objetiva dos mesmos e consigamos criar a ilusão de que somente os objetos estão presentes, não nós. O resultado é que, libertos do si-mesmo sofredor, tornamo-nos, como sujeito do conhecer, inteiramente unos com os objetos; e, assim como nossa necessidade lhes é estranha, assim também, nesse instante, semelhante necessidade é estranha a nós mesmos. Resta apenas o mundo como representação; o mundo como Vontade desapareceu". (Schopenhauer)

Por meio disso podemos entender por que, por exemplo, a nostalgia ocorre não só em referência a tempos felizes, mas mesmo em tempos da nossa vida que, na época, desejávamos que logo passassem, para que seus sofrimentos fossem superados. Não é uma espécie de conhecimento privilegiado dessa época que ganhamos com o tempo, como se "fossemos felizes e não soubéssemos" (afirmação absurda, afinal ser feliz e não saber e ser triste são situações indistinguíveis), pelo contrário, com o tempo ganhamos uma visão afastada da coisa, longe das penúrias e anseios que envolviam o dia-a-dia nessas condições, permitindo idealizá-lo. Óbvio porém que essa idealização tem seus limites e não pode ocorrer com tempos realmente traumáticos, porque nesse caso aqueles eventos são ligados imediatamente com nossos sofrimentos presentes, impedindo o 'esquecimento' destes que constituiria a experiência estética.

Explica também porque a experiência nostálgica não pode ser concretizada em uma nova experiência de vida, isto é, o retorno dos hábitos e dos fazeres que nos causem nostalgia não nos causa uma experiência também nostálgica. Se eu sinto saudades de meu tempo de faculdade, pode ser que revisitando-a me venha à mente memórias e assim o sentimento de nostalgia... mas começar novamente a faculdade, mesmo que se fosse possível fazê-lo com os mesmos colegas e condições da época, ou mesmo se fosse possível voltar no tempo e viver tudo novamente, seria decepcionante, pois logo entraria em cena os anseios do querer, mesmo que fossem outros pelo fato de você estar revivendo aquilo.
 
Um trecho belíssimo do Schopenhauer a respeito desse sentimento, onde ele unifica-o com o sentimento estético:

"Essa bem-aventurança do intuir destituído de vontade é, por fim, também o que espalha um encanto tão extraordinário sobre o passado e a distância, expondo-os em luz exuberante por meio de uma auto-ilusão, pois, na medida em que tornamos presentes os perdidos dias pretéritos, longinquamente situados, na verdade a fantasia chama de volta apenas os objetos, não o sujeito do querer, que outrora carregava consigo seus sofrimentos incuráveis, como o faz agora. Mas tais sofrimentos foram esquecidos. Desde então cederam freqüentemente o seu lugar a outros. Com isso, a intuição objetiva faz efeito na recordação exatamente como faria a intuição presente, no caso de ser possível entregarmo-nos a esta livres do querer. Eis por que, sobretudo quando uma necessidade nos angustia mais do que o comum, a recordação súbita das cenas do passado distante muitas vezes paira diante de nós como um paraíso perdido. Apenas o objetivo, não o individual-subjetivo, é chamado de volta pela fantasia, figurando diante de nós aquele objetivo como se, outrora, fosse tão puro e tão pouco turvado por qualquer relação com a vontade como o é agora a sua imagem na fantasia - embora antes a relação dos objetos com o nosso querer provocasse tanto tormento quanto agora. Podemos furtar-nos ao sofrimento seja pelos objetos presentes, seja pelos objetos longínquos, desde que nos elevemos à pura consideração objetiva dos mesmos e consigamos criar a ilusão de que somente os objetos estão presentes, não nós. O resultado é que, libertos do si-mesmo sofredor, tornamo-nos, como sujeito do conhecer, inteiramente unos com os objetos; e, assim como nossa necessidade lhes é estranha, assim também, nesse instante, semelhante necessidade é estranha a nós mesmos. Resta apenas o mundo como representação; o mundo como Vontade desapareceu". (Schopenhauer)

Por meio disso podemos entender por que, por exemplo, a nostalgia ocorre não só em referência a tempos felizes, mas mesmo em tempos da nossa vida que, na época, desejávamos que logo passassem, para que seus sofrimentos fossem superados. Não é uma espécie de conhecimento privilegiado dessa época que ganhamos com o tempo, como se "fossemos felizes e não soubéssemos" (afirmação absurda, afinal ser feliz e não saber e ser triste são situações indistinguíveis), pelo contrário, com o tempo ganhamos uma visão afastada da coisa, longe das penúrias e anseios que envolviam o dia-a-dia nessas condições, permitindo idealizá-lo. Óbvio porém que essa idealização tem seus limites e não pode ocorrer com tempos realmente traumáticos, porque nesse caso aqueles eventos são ligados imediatamente com nossos sofrimentos presentes, impedindo o 'esquecimento' destes que constituiria a experiência estética.

Explica também porque a experiência nostálgica não pode ser concretizada em uma nova experiência de vida, isto é, o retorno dos hábitos e dos fazeres que nos causem nostalgia não nos causa uma experiência também nostálgica. Se eu sinto saudades de meu tempo de faculdade, pode ser que revisitando-a me venha à mente memórias e assim o sentimento de nostalgia... mas começar novamente a faculdade, mesmo que se fosse possível fazê-lo com os mesmos colegas e condições da época, ou mesmo se fosse possível voltar no tempo e viver tudo novamente, seria decepcionante, pois logo entraria em cena os anseios do querer, mesmo que fossem outros pelo fato de você estar revivendo aquilo.

Fiquei brigando comigo mesmo se lia ou não, o sim venceu, mas quase que perdia, não entendi a metade do post e a outra metade acho que também não entendi, então não sei se concordo, mas parabéns pelo tempo que passou digitando (considerando que não foi ctrl+c ctrl+v).
 

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