Ana Lovejoy
Administrador
Copiando aqui o que já postei lá no Meia Palavra:
Depois de meses de silêncio, a Ediouro confirmou com exclusividade ao Universo HQ a notícia que a maioria dos leitores preferia não ler: o contrato com a DC Comics foi rescindido.
Numa entrevista por telefone, Luiz Fernando Pedroso, diretor-geral da Ediouro, disse que estão definitivamente canceladas as revistas Pixel Magazine e Fábulas Pixel, além de todas as séries que vinham sendo lançadas em formato de minisséries nas bancas; títulos como Authority, 100 Balas, Monstro do Pântano, Wild C.A.T.s e outros.
"A Pixel não acabou. Ela virou um selo especializado em quadrinhos da Ediouro, mas não lançará mais títulos da DC", explica Pedroso. A editora deve continuar com Spawn, cujo contrato foi renovado recentemente.
Vale lembrar que outra editora que virou um selo da Ediouro recentemente foi a Desiderata.
O executivo ainda não sabe dizer exatamente que outros materiais continuarão saindo pela Pixel, se nacionais (como O corno que sabia demais e outras aventuras de Zózimo Barbosa e Os inimigos não mandam flores) ou estrangeiros (como Corto Maltese e os álbuns do italiano Guido Crepax).
Indagado sobre a saúde financeira do negócio, Pedroso foi direto: "A operação dava um prejuízo razoável. E em virtude da crise econômica, que gerou uma desvalorização cambial significativa, e dos valores pagos serem altos, tentamos uma renegociação com a DC. Como a editora não demonstrou interesse, chegou-se a um acordo e o contrato foi cancelado".
Assim, para saber como terminam obras excelentes, como Fábulas, Preacher, Promethea e 100 Balas, o leitor brasileiro terá que torcer, mais uma vez, para que outra editora as conclua.
Nem mesmo Sandman, que havia sido reiniciado após a publicação completa pela Conrad e cujos dois primeiros livros, referentes à saga Prelúdios & Noturnos, figuraram nas listas de mais vendidos após o lançamento, será retomado.
Esta não foi a primeira experiência frustrada da Ediouro com quadrinhos. Ainda nos anos 2000, a editora carioca lançou títulos como Star Wars e os europeus, como Aquablue (que não foi concluído) e Arthur - Uma epopeia celta, mas todos foram de curta duração.
Mesmo assim, Pedroso diz que quadrinhos continuam sendo uma fatia interessante do mercado. "Mas depende muito do produto a ser lançado", finaliza.
O cancelamento de títulos e a diminuição da presença no mercado de uma editora, seja ela qual for, é sempre uma notícia ruim. Nesses casos, é comum que quem esteja de saída cite as vendas baixas como a única razão para o insucesso, mas é preciso avaliar os próprios erros.
A Pixel, por exemplo, nunca teve uma distribuição satisfatória - nem em bancas e nem em livrarias. E seus produtos jamais tiveram qualquer divulgação com o objetivo de ampliar o público leitor.
No começo de 2007, o UHQ realizou uma entrevista com André Forastieri, Odair Braz Júnior e Cassius Medauar, então os responsáveis pela edição dos materiais. Uma das perguntas era a seguinte: "É fato que títulos dessas linhas (Vertigo, ABC e WildStorm) nunca foram campeões de vendas em bancas. Como sobreviver nesse segmento, então?".
Na época, parecia haver um plano para garantir essa sobrevivência. No entanto, em pouco tempo o rumo do negócio mudou, com a saída de Forastieri da sociedade e a Pixel passando a pertencer somente à Ediouro. Hoje, Odair Braz Júnior e Cassius Medauar também não estão mais ligados à editora.
Assim, o que começou como a chance de uma saudável concorrência à Panini, termina como frustração. Especialmente para os leitores, que, novamente, são os maiores prejudicados.
Fonte: Universo HQ
Depois de meses de silêncio, a Ediouro confirmou com exclusividade ao Universo HQ a notícia que a maioria dos leitores preferia não ler: o contrato com a DC Comics foi rescindido.
Numa entrevista por telefone, Luiz Fernando Pedroso, diretor-geral da Ediouro, disse que estão definitivamente canceladas as revistas Pixel Magazine e Fábulas Pixel, além de todas as séries que vinham sendo lançadas em formato de minisséries nas bancas; títulos como Authority, 100 Balas, Monstro do Pântano, Wild C.A.T.s e outros.
"A Pixel não acabou. Ela virou um selo especializado em quadrinhos da Ediouro, mas não lançará mais títulos da DC", explica Pedroso. A editora deve continuar com Spawn, cujo contrato foi renovado recentemente.
Vale lembrar que outra editora que virou um selo da Ediouro recentemente foi a Desiderata.
O executivo ainda não sabe dizer exatamente que outros materiais continuarão saindo pela Pixel, se nacionais (como O corno que sabia demais e outras aventuras de Zózimo Barbosa e Os inimigos não mandam flores) ou estrangeiros (como Corto Maltese e os álbuns do italiano Guido Crepax).
Indagado sobre a saúde financeira do negócio, Pedroso foi direto: "A operação dava um prejuízo razoável. E em virtude da crise econômica, que gerou uma desvalorização cambial significativa, e dos valores pagos serem altos, tentamos uma renegociação com a DC. Como a editora não demonstrou interesse, chegou-se a um acordo e o contrato foi cancelado".
Assim, para saber como terminam obras excelentes, como Fábulas, Preacher, Promethea e 100 Balas, o leitor brasileiro terá que torcer, mais uma vez, para que outra editora as conclua.
Nem mesmo Sandman, que havia sido reiniciado após a publicação completa pela Conrad e cujos dois primeiros livros, referentes à saga Prelúdios & Noturnos, figuraram nas listas de mais vendidos após o lançamento, será retomado.
Esta não foi a primeira experiência frustrada da Ediouro com quadrinhos. Ainda nos anos 2000, a editora carioca lançou títulos como Star Wars e os europeus, como Aquablue (que não foi concluído) e Arthur - Uma epopeia celta, mas todos foram de curta duração.
Mesmo assim, Pedroso diz que quadrinhos continuam sendo uma fatia interessante do mercado. "Mas depende muito do produto a ser lançado", finaliza.
O cancelamento de títulos e a diminuição da presença no mercado de uma editora, seja ela qual for, é sempre uma notícia ruim. Nesses casos, é comum que quem esteja de saída cite as vendas baixas como a única razão para o insucesso, mas é preciso avaliar os próprios erros.
A Pixel, por exemplo, nunca teve uma distribuição satisfatória - nem em bancas e nem em livrarias. E seus produtos jamais tiveram qualquer divulgação com o objetivo de ampliar o público leitor.
No começo de 2007, o UHQ realizou uma entrevista com André Forastieri, Odair Braz Júnior e Cassius Medauar, então os responsáveis pela edição dos materiais. Uma das perguntas era a seguinte: "É fato que títulos dessas linhas (Vertigo, ABC e WildStorm) nunca foram campeões de vendas em bancas. Como sobreviver nesse segmento, então?".
Na época, parecia haver um plano para garantir essa sobrevivência. No entanto, em pouco tempo o rumo do negócio mudou, com a saída de Forastieri da sociedade e a Pixel passando a pertencer somente à Ediouro. Hoje, Odair Braz Júnior e Cassius Medauar também não estão mais ligados à editora.
Assim, o que começou como a chance de uma saudável concorrência à Panini, termina como frustração. Especialmente para os leitores, que, novamente, são os maiores prejudicados.
Fonte: Universo HQ