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Os Frodos e Sams em nós

Sindar Princess

Que deselegante...
Estou relendo "O Senhor dos Anéis" e ontem finalizei o capítulo "A Montanha da Perdição", após praguejar por ler sofridamente a árdua tarefa de nossos dois pequenos heróis.

Estes mesmos heróis principais na história, mas que incomodam tanta gente.
E por que raios eles incomodam tanto?

Frodo incomoda pelo fato de parecer que vai fraquejar a qualquer momento? Por ser um comum no meio de tantos grandes, designado para uma tarefa tão importante? Como ele conseguiu ir adiante com a sensação e o estigma de que ele não era bom o suficiente para continuar, que ele era fraco e "pequeno" perante tantos homens, elfos e magos? Mas mesmo assim ele seguiu, caiu, fraquejou e conseguiu, mas sem a ajuda de amigos e inimigos (Gollum que o diga) ele não teria chegado lá. Que força é essa?

E o Sam então? Parece ser mais "forte" que seu amado mestre, mas parece anular-se o tempo todo. Anula-se, mas mantém a sanidade mental mesmo quando tudo parece ter ido pro saco. Abdica de seus amados equipamentos de cozinhar para ter forças suficientes pra carregar o peso do corpo de Frodo. Que desprendimento... que humildade...

Que... que incômodo que eles são!

Por que eles nos incomodam tanto? E ao fim desse capítulo nos mostram, de verdade, os verdadeiros valores de toda a Humanidade?

Porque ao meu ver, queremos nos igualar aos grandes, aos Reis, aos Magos, aos Elfos... sempre os mais poderosos... Talvez pelo fato de que nossa pequeneza incomode à nós mesmos?

E apesar de nossa importância pífia perante tanta coisa grandiosa e horrorosa nesse mundo, não somos, você e eu, um pouco como estes dois pequenos?

Have fun!
 
Frodo e Sam...mais humanos que nós, na verdade Tolkien transferiu para os personagens um ideal de amizade, uma determinação jamais vista. Somos fracos, possuimos nossos medos e nossas ambições maiores ou menores, sensações de ódio, paixão, fraternidade, amor, ganância, perseverânça, na vida real constantemente esses sentimentos nos assolam. Por isso a vontade de fantasiar, ser um Deus, um guerreiro forte e imortal, elfos, magos e reis, trata-se um pouco de fuga, querer ser o "SER" perfeito, desligando-se de toda a fraqueza.
 
Última edição:
Vc captou bem o sentido deste tópico, Arabael!
Penso praticamente a mesma coisa: tentamos nos identificar mais com figuras distantes de nós mesmos do que entrar em contato com o simples, o sofrido e o tão demasiadamente humano que há em nós.
 
Concordo, exceto nesse pedacinho.
Por isso a vontade de fantasiar, ser um Deus, um guerreiro forte e imortal, elfos, magos e reis, trata-se um pouco de fuga, querer ser o "SER" perfeito, desligando-se de toda a fraqueza.

Realmente as pessoas fantasiam por esses motivos. No entanto, existem aqueles que buscam apenas amor, amizade, compreensão, um mundo melhor, felicidade, aceitação de si pelos outros, e tantas outras coisas...
A fantasia, é uma fuga do mundo, um lugar onde ela pode ser quem é sem que ninguém a critique.

Voltando ao tópico, não preciso dizer mais nada, Arabael já disse tudo.
Só pra finalizar. Nós somos humanos, e quando o nosso mundo não é exatamente do jeito que desejamos, criamos um refúgio, vamos para o vasto universo da fantasia.
 
De fato, nos identificamos e admiramos os "grandes" e seus feitos, sonhando nos igualarmos a eles, ignorando e quase desprezando os "pequenos" personagens, gente simples, que acabamos cometendo, muitas vezes, os mesmos erros desses "grandes": subestimar a capacidade dos ditos "pequenos".

Esse tópico me fez lembrar as palavras de Elrond no Conselho: "Mas é sempre assim o curso dos fatos que movem as rodas de mundo: as mãos pequenas os realizam porque precisam, enquanto os olhos dos grandes estão voltados para outros lugares".

Os "pequenos" foram voluntários, cumpriram sua tarefa e se tornaram "grandes", enquanto que os ditos "grandes" estavam recebendo um pesado pagamento, com o terror e guerra, pelas negligências passadas.

Uma das lições, digamos assim, de SdA é justamente essa: não duvidar da força que existe até naquela pessoa considerada "pequena". Afinal, é uma história sobre pessoas simples que mostram o seu valor no momento em que são as únicas esperanças na hora de maior desespero dos "grandes". É comovente. =]
 
Última edição:
Uma das lições, digamos assim, de SdA é justamente essa: não duvidar da força que existe até naquela pessoa considerada "pequena". Afinal, é uma história sobre pessoas simples que mostram o seu valor no momento em que são as únicas esperanças na hora de maior desespero dos "grandes". É comovente. =]
Bingo, Eädsohn!
A verdadeira nobreza está em nossos atos mais singelos e descompromissados! Sam não estava ali apenas pelo compromisso assumido com Gandalf e Frodo, mas isso ou essa 'força' como a Sindar Princess chamou, era algo expontâneio que partia de seu interior, o fazia sem ter a intenção de ser nobre.
Não sei porque pessoas não gostam de Frodo e Sam, principalmente do jardineiro e fiel companheiro do portador do anel. Para muitos, Sam é nada mais que um simples tolo, bobo, e eu fico muito enfurecida com isto!
Tem gente que não gosta que as pessoas sejam boas. Ser bom às vezes é sinônimo de ser um babaca, uma pessoa 'sem-sal'... Eu mesma já reproduzi este tipo de esteriótipo, discriminei pessoas por isso... Sabe aquele cara ali, que tu julgas não saber de nada e de repente tu percebes que a simplicidade dele é a coisa mais sábia no mundo... Esse é o Sam!
E sobre querer ser 'grande'... O Senhor dos Anéis vem justamente nos alertar sobre isso! Esta foi a ruína de Isildur! E é um caminho obscuro que muitos ainda desejam!
Claro, não estamos falando de ambições pessoais, querer ser melhor no trabalho, na família e tal, mas o fato de estarmos constantemente descontentes com tudo e recusar a opção em ser 'pequeno'.
Se aplicarmos à nossa sociedade... podemos perceber a busca desenfreada de muitos pelo simples status.
Bem, acho que me estendi! :) Mas é isso!
Viva os pequenos, então!
 
Última edição:
Concordo com todos!! Nós fantasiamos tanto sermos pessoas melhores, nos baseando nos grandes, que nos esquecemos de que ser "grande" tem um conceito totalmente diferente do que imaginamos!! E acabamos passando por cima de tanta coisa boa, também de tantas pessoas para conseguirmos ser grande!! Que no final, mesmo tendo "conseguido", parece que falta algo!!!

Acho que Tolkien, mais do que ninguém sabia disso, e quis nos mostrar isso, o Sam mesmo é um exemplo de força, humildade, determinação e amizade, isso tudo, apesar de parecer para alguns pouco coisar, já o torna mais do que Grande!!!

No final falei o q já tinham falado....
 
Estou relendo "O Senhor dos Anéis" e ontem finalizei o capítulo "A Montanha da Perdição", após praguejar por ler sofridamente a árdua tarefa de nossos dois pequenos heróis.

Estes mesmos heróis principais na história, mas que incomodam tanta gente.
E por que raios eles incomodam tanto?

Frodo incomoda pelo fato de parecer que vai fraquejar a qualquer momento? Por ser um comum no meio de tantos grandes, designado para uma tarefa tão importante? Como ele conseguiu ir adiante com a sensação e o estigma de que ele não era bom o suficiente para continuar, que ele era fraco e "pequeno" perante tantos homens, elfos e magos? Mas mesmo assim ele seguiu, caiu, fraquejou e conseguiu, mas sem a ajuda de amigos e inimigos (Gollum que o diga) ele não teria chegado lá. Que força é essa?

E o Sam então? Parece ser mais "forte" que seu amado mestre, mas parece anular-se o tempo todo. Anula-se, mas mantém a sanidade mental mesmo quando tudo parece ter ido pro saco. Abdica de seus amados equipamentos de cozinhar para ter forças suficientes pra carregar o peso do corpo de Frodo. Que desprendimento... que humildade...

Que... que incômodo que eles são!

Por que eles nos incomodam tanto? E ao fim desse capítulo nos mostram, de verdade, os verdadeiros valores de toda a Humanidade?

Porque ao meu ver, queremos nos igualar aos grandes, aos Reis, aos Magos, aos Elfos... sempre os mais poderosos... Talvez pelo fato de que nossa pequeneza incomode à nós mesmos?

E apesar de nossa importância pífia perante tanta coisa grandiosa e horrorosa nesse mundo, não somos, você e eu, um pouco como estes dois pequenos?

Have fun!
Que sensibilidade ao escrever!

Penso a mesma coisa! A essência do que vc escreveu é a HUMILDADE!


Muitos de nós gostaríamos de experimentar a glória de poderes grandiosos, que nos transformássemos em alguém com "importância" e com a possibilidade de realizar grandes feitos através destes grandes poderes. Mas, bem lá no fundo, sabemos que todas essas coisas grandiosas relacionadas a Elfos, magos e deuses, mostram-se menores no fim da obra derradeira de Tolkien, pois no fim de todas as coisas estaria a vitória do espírito que cabe em qualquer um de nós; a máxima glória que se poderia atingir e do qual se poderia tirar as maiores lições. Os últimos passos de Frodo e Sam na Montanha da Perdição mostram-nos a redenção do sacrifício, a recompensa insubstituível por terem ido além de suas próprias forças: simplesmente o sentimento do dever cumprido, mesmo que viessem a perecer ali mesmo, em meio a fumaça, pedra e terra da Montanha da Perdição, seriam lembrados pelos grandes e por toda a Terra-média, até mais do que foram por terem sobrevivido.


Acima de todas essas lições, temos a lição da importância do poder de espírito que todos nós possuímos; e o espírito glorificado destes dois hobbits, seus exemplos máximos e inauditos, servem para jogar Luz em espíritos materialistas, que se digladiam por ouro e pelo poder, corrompendo a si mesmos e transformando a esperança de um povo em uma imagem pálida e soturna, que se arrasta dia após dia procurando alguém em quem se apoiar e espelhar.


Nós realmente temos um Frodo e um Sam dentro de nós quando nos emocionamos a cada vez que lemos ou assistimos aos filmes, e Tolkien, ao criar essa estória magnífica e atemporal, quis passar isso a nós, essa mensagem de que nem tudo na vida está acima de nossas possibilidades, ou, melhor, que não há nada que não possamos fazer para ajudar a melhorar a nós mesmos e o mundo a nossa volta. Sam e Frodo nos faz redescobrir a nossa pureza, acreditar no poder transformador diante das dificuldades causadas pela nossa cegueira materialista. Nos faz acreditar de forma pura no lado espiritual que todos nós temos, lado este tão escrachado por um tempo em que a sociedade jaz na podridão do poder, do dinheiro, da arrogância, da inimizade, do egoísmo, do individualismo...

Não tenho vergonha de dizer que acredito muito mais na pureza de espírito que sempre busco conservar do que nos falsos valores que supostamente nos trariam a felicidade à sociedade.


Muitas vezes somos fascinados por coisas grandiosas, personagens cuja força e sabedoria nos maravilham. Mas acho que há momentos em que nos rendemos ao sacrifício, à força aparentemente desproporcional ao tamanho e natureza de dois Hobbits pacatos.

Pode ser mesmo que esses personagens chamem menos a nossa atenção que os grandes, mas creio que tanto Frodo quanto Sam são mesmo a alma da estória. Sem eles, nada do que hoje é o SDA em termos de passar as mensagens nobres, seria possível.

Você disse perfeitamente sobre as condições em que se encontravam Frodo e Sam em seus momentos de duras provações, e disso explanou e coroou a majestade e nobreza singulares desses dois hobbits por terem conseguido derrotar uma força que lhes dilacerou a inocência e lhes guiou em direção à realidade terrível da corrupção

Mesmo depois de parecerem inevitavelmente entregues à dor, ao cansaço, à fome e à sede lancinantes, chegaram até o fim por um ideal que vale uma vida. Assim como para Frodo e Sam, sem nossos valores, nossas vontades de seguir em frente, não importando os incrédulos e os pessimistas que maldizem que nunca iremos conseguir realizar nossos objetivos, nada é mais essencial e importante do que nosso senso de tentar realizar o que julgamos como procedente de nossos desejos mais puros.
 
Sam e Frodo, assim como os outros Hobbits, não nasceram especiais, com alguma "importância". Frodo principalmente, já que o menos "especial" da comitiva foi encarregado de carregar o maior dos fardos, não o anel em sí, mas o destino da Terra-Média.

Muitos vezes vemo-nos em situações em que superamos nossos próprios limites, Frodo duvidava que pudesse carregar o Anel, em Moria disse que a Gandalf que não queria que o anel tivesse sido dado a ele. Só que com o decorrer da história Frodo e os outros hobbits descobrem que podem demonstrar coragem, peserverança e outros sentimentos "nobres", que antes pensava-se que só podia haver entre os grandes.

Uma grande lição de OSDA, mesmo o mais fraco pode mudar o destinos de muitos, como o própio Elrond diz: "É chegada a hora do povo do Condado, quando deve se levantar dos seus campos pacíficos para abalar as torres e as deliberações dos grandes"(OSDA-SDA, pág.281).

Tolkien quebrou a regra do Herói perfeito, e, pelo contrário, criou um herói que não nasce com nada de especial e que depois se torna nobre. Por isso somos como os pequeninos Hobbits do Condado.
 
Sam e Frodo, assim como os outros Hobbits, não nasceram especiais, com alguma "importância". Frodo principalmente, já que o menos "especial" da comitiva foi encarregado de carregar o maior dos fardos, não o anel em sí, mas o destino da Terra-Média.

Muitos vezes vemo-nos em situações em que superamos nossos próprios limites, Frodo duvidava que pudesse carregar o Anel, em Moria disse que a Gandalf que não queria que o anel tivesse sido dado a ele. Só que com o decorrer da história Frodo e os outros hobbits descobrem que podem demonstrar coragem, peserverança e outros sentimentos "nobres", que antes pensava-se que só podia haver entre os grandes.

Uma grande lição de OSDA, mesmo o mais fraco pode mudar o destinos de muitos, como o própio Elrond diz: "É chegada a hora do povo do Condado, quando deve se levantar dos seus campos pacíficos para abalar as torres e as deliberações dos grandes"(OSDA-SDA, pág.281).

Tolkien quebrou a regra do Herói perfeito, e, pelo contrário, criou um herói que não nasce com nada de especial e que depois se torna nobre. Por isso somos como os pequeninos Hobbits do Condado.

Uhuuuu! Falou tudo! Creio que isso é a maior prova de que nobreza não vem só de berço, mas sim de caráter e superação de limites. E o mais difícil é aceitarmos a nós mesmos. Mais fácil admirar os outros que a nós mesmos.
 

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