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Os órfãos da mitologia Tolkieniana

Tolkien como muitos aqui devem saber ficou órfão muito jovem, perdendo seu pai aos 4 anos de idade, e aos <?xml:namespace prefix = st1 ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:smarttags" /><st1:metricconverter w:st="on" ProductID="12 a">12 a</st1:metricconverter> mãe. A partir desse momento, o jovem Tolkien tornava-se órfão.

Podemos ver, assim como em muitas mitologias, heróis órfãos nas obras de Tolkien, dentre os quais, o heróico Frodo Bolseiro, portador do anel e personagem principal da trilogia O senhor dos anéis, Aragorn Elessar, perdeu seu pai muito cedo, sendo criado pelos elfos de Imladrins. Boromir e Faramir, filhos de Denethor II e de Finduilas de Dol-Amroth, perderam a mãe quando eram muito jovens. Na terra dos cavaleiros podemos citar Éomer e Éowyn, tiveram seu pai Eomund morto pelos orcs, e sua mãe morta por uma doença, ficando então aos cuidados de seu tio Théoden. Para citar mais exemplos mãe de Theodred, que deveria ser o futuro governante de Rohan, morreu durante o parto.

Em algumas ocasiões, os pais deixam seus filhos. Como no caso dos filhos de Elrond, Celebrían, partiu para as terras imortais, depois de ter sido capturado e torturada por orcs, enquanto ia visitar seus pais.

Túrin Turambar, O Espada Negra, era criança quando seu pai deixou a família para lutar nas batalhas das Nirnaeth Arnoediad, capturado pelos orcs de Angbad, Húrin foi aprisionado no alto das Thangorodrim, seu filho jamais o viu novamente.

que mais me chama atenção é que existem muitos outros casos nas histórias de Tolkien, talvez não só por ter sido órfão, um sentimento que deixou profundas feridas em Tolkien, afinal vemos que a vida e a morte são temas constantemente abordados por ele, mas também um motivo para que seus heróis embarquem em aventuras.

Basenado-se em Joseph Campbell:

O herói entra no primeiro estágio da aventura por uma “separação ou partida”

Se formos analisar os grandes heróis da mitologia Nórdica, muitos deles eram órfãos, como Sigurd, que perdeu seu pai prematuramente. Os órfãos são quase que destinados a embarcar em aventuras.
 
Última edição:
Interessante ponto de vista...
Na verdade a frase postada ao final aprece que dá uma explicação bem lógica á tudo! A separação ou a perda parecem despertar um desejo natural... de impacto o chamaríamos de vingança, mas creio que se for analisado oa longo do percurso de muitos personagens, O que o impulsiona pode ser a vingança sim, mas o que o faz continuar deixa de ser vingança e parece que se torna uma determinada Gana em demonstrar que é superior ou que pode ir mais além...
A famosa força de vontade de saber que vc pode ir mais... uns alegam ser o destino, outro ser a linhagem de família que não pode ser fraca, outros apenas demonstram que querem mais... uma espécie de não contentamento...

O que somando tudo da um belo motivo... começa com "vingança ou com ódio" de ter perdido alguém, segue com um impulso de que precisa "seguir para vingar este alguém", que se transforma em "seguir para provar ser capaz", depois alegam não poder esmerecer pois "esse é o destino" e bla bla bla.... Acredito que no fundo é apenas uma necessidade de buscar um motivo pra seguuir... continuar e superar.... uma prova de desafiar a si mesmo....

E convenhamos, nenhuma vitória é tão saborosa quando provamos para nós mesmo ou para os outros, que realmente fomos capazes de mais do que nos era esperado...
E a perda é um impulsor perfeito
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Quando não acaba sendo ao contrário e a pessoa se afunda de vez.... =) Mas isso que é o bom dos personagens e dos herois.... eles sempre se reerguem e seguem!
 
A vigança nem sempre é o que impulsiona um órfão a seguir o caminho de aventuras. Talvez pelo fato de não ter mais o que perder, veem as aventuras como forma de preecher esse vazio, já que estarão ocupados em não perde a própria vida. E se morrerem não tem famíia que ficará para sentir saudades e sofrer pela perda de um ente querido.
 
Interessante...

O caso de Frodo eu acho que Tolkien se inspirou nele mesmo.
Pois quando escrevia O Hobbit ele se baseou em uma cidadezinha que ele morava.

Mais é bem interessante como Tolkien aborda os órfãos, pois muitos deles ficaram em suas obras.
Talvez tenha muita inspiração em querer passar um pouco de sua vida para suas obras.
 
A separação ou a perda parecem despertar um desejo natural... de impacto o chamaríamos de vingança, mas creio que se for analisado oa longo do percurso de muitos personagens, O que o impulsiona pode ser a vingança sim, mas o que o faz continuar deixa de ser vingança e parece que se torna uma determinada Gana em demonstrar que é superior ou que pode ir mais além...

mas não creio que a maioria dos heróis da obra de Tolkien tinham como motivação essa vontade de se demonstrar superior, creio que o incentivo maior deles era realmente fazer o bem.

mas agora sobre o fato de terem vários orfãos, pode ter sido, ou não, influenciado realmente pelo próprio fato de Tolkien ter sido orfão, mas também se analisarmos eles perderam seus pais, ok, mas praticamente nenhum deles ficou vagando por ai sozinho, como um proscrito, acho que talvez Túrin somente, mas por 'escolha própria' pelos atos que ele fez e pela maldição que Glaurung jogou nele.
 
Creio que a necessidade básica é a de quebra de laços, e amadurecimento decorrente de não poder voltar para casa.

(Se um herói tem papai-mamãe, é difícil ele partir em aventura sem celular da mamy ligando preocupada com ele.)

No entanto, a presença de figuras paternas ainda é presente, porque senão ele não se torna herói e sim rufião. Essas figuras fornecem a bagagem moral do herói, reforçando os valores que um pai-mãe transmitiriam se estivessem vivos.

Aí entra uma coisa interessante: raramente jovens escutam seus pais. Decerto há várias coisas do passado/tradição que são erradas e não podem ser aceitas para o futuro. (Li outro dia um texto interessante sobre tradição ser uma forma de democracia, onde até os mortos tem palavra). Mas em geral, não aceitamos qualquer coisa que nossos pais digam mesmo quando estão certos, pelo menos até os 30 anos!

E isso por um motivo muito simples:quais coisas escutar e seguir e quais são besteira? Acredito que vocês já ficaram um pouco confusos também nestes cenários:

1) o conselho é bom, e você segue
2) o conselho é ruim, e você não segue
3) o conselho é bom, mas você não segue
4) o conselho é ruim, e mesmo assim você segue

A presença dos pais torna nossas escolhas muito ruins: não temos um distanciamento necessário para saber se o conselho é bom ou não para nossas vidas. Então na dúvida, melhor fazer normalmente o contrário do que ele aconselha, pois pelo menos serão seus erros, e não os dele.

Então ouvir os ensinamentos de pais através de um substituto é quase como um amplificador: quando você não ouviria dos lábios de seus pais, você escuta quando elas são proferidas conforme as lembranças de seu pai adotivo sobre os valores do pai verdadeiro. Você é quem precisa refletir se o conselho é bom ou não, pois seu pai não vai "ajudar" com teimosia para facilitar sua decisão de rebeldia.

O que nos remonta à maturidade: não dá para ser adolescente revoltado e herói. Você deve ter certo nível de maturidade - mesmo que jovem Timothy Drake ou Dick Grayson - para ser considerado herói.

Aqui, a figura do papai-mamãe dificilmente facilita o amadurecimento, seja consciente ou inconscientemente a presença deles nos faz imaginar que ainda podemos ser "infantis" e voltar para casa da mamãe. A linha de separação entre independência infelizmente normalmente É a morte.

Boromir e Faramir servem de bom contraponto a Aragorn: ambos ainda tem Theodén.

Percebemos que aquele que menos tem pinta de "herói" (apesar de eu pessoalmente adora-lo) é Boromir. Faramir por ser o preterido tem mais maturidade em relação a Um Anel.

Boromir concorda com o pai (e é preferido) enquanto Faramir é mais independente/desobediente. Apesar do valor de ambos, Faramir está mais próximo do caminho do herói, do que seu irmão mais velho, que em outras ocasiões mostrou até um lado infantil quando descobriu que Aragorn era o herdeiro de Isildur.

Como disse, apesar de ser um homem nobre, Theoden pode cometer erros. Eles encaixam-se nos cenários 2 e 4, onde Faramir escolhe seu caminho não por ser "rebelde", mas porque ele está mais afastado do amor de seu pai (ou assim acredita), enquanto que Boromir por obediência a seu pai acaba pouco desenvolvido em maturidade.
 
Não vou me aprofundar muito, pois existe um texto que aborda bem o tema, acredito que os heróis de Tolkien, tinham a orfandade como um pré-requisito para sair do anônimato, já que eram como estranhos em suas novas raízes adotivas e mais nada os segurava, já que haviam perdido seu elo familiar mais forte e isso abre caminho para que esses órfãos saiam do ninho e vivenciem suas jornadas heróicas. Aqui está a coluna de que falei, no site Dúvendor.
 
Interessante, nunca tinha parado pra pensar nisso, até mesmo na história que estou criando a personagem principal é órfã. Acho que se deve ao fato da perda, quando perdemos algo ou alguém importante nos sentimos vulneráveis e acabamos embarcando em coisas fantásticas, numa tentativa de provar algo a alguém, ou de ouvir alguém dizer "seus pais teriam ficado orgulhosos". Talvez seja uma simples tentativa de tapar um buraco profundo.
Acho que pq esses se deparam com a crueldade, com a dor mais cedo, tem a mente mais "preparada" para encarar uma aventura.
 
Bem legal sua questão, Thorin!
Parabéns!
Bom... vamos ao que eu penso...
Todas as pessoas tendem a reproduzir conflitos, aflições ou situações reais, de suas próprias vidas, para suas obras, filmes, livros, artes em geral... Isso falando de escritores, atores, diretores, roteiristas, pintores, músicos, etc.
E nós, que recebemos estas dádivas da produção criativa humana, também nos identificamos, de uma forma ou de outra. Digamos que nos tocam, direta ou indiretamente.

No caso de Tolkien não foi diferente e ele reproduziu isso em seus livros.

Mas analisando de um outro ponto de vista, creio que essa ausência de papéis maternos nas obras era o que de verdade aconteceria na TM, e mais realisticamente falando, aconteceu na História Humana na Idade Média, por exemplo: as mulheres não iam à guerra, mas muitas morriam em partos, por falta de assepsia ou parto doloroso, hemorragia, etc, ou eram sequestradas, estupradas e mortas.

As poucas mulheres das obras de Tolkien, em contrapartida, eram tão ou mais fortes que muitos dos grandes homens. Não vou citar exemplos, pq todos sabem quais são: seja por sabedoria, por audácia, determinação, amor, paciência, ponderação ou impulsividade, Galadriel, Lúthien, Arwen e Éowyn suprem a "falta" de uma mãe.
 
Bom, se formos analizar que na época do lançamento do Senhor dos Anéis as mulheres eram tidas com bem mais preconceito do que agora, é fantástico que Tolkien as bote com tanta importância nas suas istorias.
 
Última edição:
Na verdade, é muito bem observado.

E creio que o ter ficado orfão tão novo, moldou o lado heróico do próprio Tolkien. Por certo que ele mesmo se sentiria um resistente que conseguira sobreviver a tão poderosos inimigos.
A tristeza de ficar sózinho no mundo (sensação que se tem quando se perde os pais) é provavelmente a que mais pode marcar uma criança.

As personagens que referiu são como ele: resistentes, sobreviventes e com valores morais muito definidos.
Mas acima de tudo, espelhos da sua alma.
 
As personagens que referiu são como ele: resistentes, sobreviventes e com valores morais muito definidos.
Mas acima de tudo, espelhos da sua alma.


É verdade isso esta bem explicito mesmo.
Todos tem seu valores e não duvidam deles ou deixam de lados por alguem tempo. Os valores estão ai na mente deles, na ação e nas falas.
O fato de ser orfãos reforça mais isso, afinal ele não tem mais os pais para ensinarem mais sobre a vida. O pouco tempo que tiveram para aprender com eles não deixam de lado.
 
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Bloody disse:
O fato de ser orfãos reforça mais isso, afinal ele não tem mais os pais para ensinarem mais sobre a vida. O pouco tempo que tiveram para aprender com eles não deixam de lado.

Baseando-se em Tolkien podemos ver que ninguém nasce Nobre, a nobreza e heroismo moldam-se com o tempo, se alguem consegue superar essa experiência então já é forte o suficiente para embarcar em uma aventura.

Bloody disse:
A vigança nem sempre é o que impulsiona um órfão a seguir o caminho de aventuras. Talvez pelo fato de não ter mais o que perder, veem as aventuras como forma de preecher esse vazio, já que estarão ocupados em não perde a própria vida. E se morrerem não tem famíia que ficará para sentir saudades e sofrer pela perda de um ente querido.




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Interessante...
Muitos autores criam um alter-ego em seus livros.
Tolkien uma vez disse(não lembro a quem): ''De fato, sou um hobbit''.
Os hobbits em parte foram inspirados nele mesmo.
Mas parece que ele espalhou isso em muitos personagens.

Baseando-se em Tolkien podemos ver que ninguém nasce Nobre, a nobreza e heroismo moldam-se com o tempo, se alguem consegue superar essa experiência então já é forte o suficiente para embarcar em uma aventura.

Verdade.
Superando as experiência da perda dos pais, a pessoa fica mais forte.
 
Última edição:
Mas parar moldar um heroismo ou nobreza tem que ser feito algo. Dentro de uma cidade ou reino é mais dificil ganha experiencia do que sair para uma aventura.
 
Realmente eu nunca havia visto essa questão por esse ângulo. Apesar de saber da historia de vida de Tokien, saber dos seus percalços eu jamais haveria imaginado que talvez a falta dos pais se fizesse presente de forma tão intensa em sua literatura.

Com relação á pessoa orfão perder os pais e ser motivada por uma vontade de vingança não creio exatamente que seja assim. Uma pessoa que se torna órfão quando crescer espera se tornar uma pessoa melhor e ser um bom pai para seus futuros filhos. Deixando assim seus falecidos pais de certa forma orgulhosos.
 

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