Elendil
Equipe Valinor
Relendo o livro O Hobbit e lembrando-me de algumas discussões e comentários em tópicos dessa área, fiquei pensando como esse filme pode ser até mais difícil de se adaptar as telas do que foi a Trilogia O Senhor dos Anéis. Como assim, se a Trilogia é imensamente maior e detalhada, complexa e vasta a ponto de fazer de O Hobbit sua mera introdução?
É exatamente por isso que vejo a grande dificuldade em se adaptar o Hobbit para as telas, e imagino o quão difícil deve estar sendo para Peter Jackson e Del Toro fazê-lo. A Trilogia literária de O Senhor dos Anéis é tão vasta e tão povoada de personagens, fatos e situações secundárias que foi possível, ainda que muitos dos fãs tenham ficado tristes e ofendidos, suprimir, excluir tais fatos e personagens. Isso não é tarefa fácil, claro! Imaginem que para substituir um personagem por outro, PJ e sua equipe tiveram que fazer Éomer, em as Duas Torres, funcionar como Erkenbrand; Arwen em A Sociedade do Anel (para horror de alguns e alegria de outros) funcionar como Glorfindel, por exemplo. Não bastou apenas excluí-los, mas foi preciso fazer os personagens secundários “funcionarem” nos personagens mais importantes, naqueles que teriam um papel mais crucial dentro da estória e ainda com certa coerência para que a essência da estória e do autor dela seja mantida. Isso está relacionado ao argumento de que nem tudo que funciona num livro funciona num filme.
O autor pode gastar páginas e páginas para descrever uma paisagem, uma situação, mas nas telas isso tudo, e até com os mesmos detalhes descritos pelo autor, podem ser, e geralmente são, mostrados em poucos segundos de cena. Levando isso em conta, imaginei que a tarefa de se transpor O Hobbit para as telas será um trabalho deveras complicado, pois não se pode, a meu ver pelo menos, excluir personagens e situações de O Hobbit, dado o tamanho e pouca complexidade da estória, sem comprometê-la em demasia.
Uma questão que vem me assombrando é o fato de O Hobbit ser mais inocente que O Senhor dos Anéis. Penso que a grande tarefa de Del Toro e Peter Jackson será manter essa “aura inocente”, de um tempo menos sombrio do que SdA, e ainda, ao mesmo tempo, fazer desse filme um digno prequel de SdA, ou seja, manter um certo “jeito” de se contar a estória sem que cause muito estranhamento para aqueles que conhecem a Trilogia de cabo a rabo, ainda que se leve em consideração que o diretor será Guilhermo Del Toro e não Peter Jackson.
Apesar da inocência de O Hobbit ter que ser mantida, e penso que isso é muito importante, pois não há ainda o Grande Inimigo da Terra-média se anunciando aí, será preciso tomar cuidado para que a inocência não seja infantil. Temos animais que falam, e isso é perigoso, pois a maneira como isso será mostrado pode decepcionar muita gente. Não gostaria, particularmente falando, de ver cães de Beorn carregando bandejas nas patas dianteiras enquanto andam com as traseiras. O mesmo vale para a bolsa falante (que eu duvido que vá aparecer) pertencente a um dos três Trolls que conversam como humanos e sendo um deles chamado pelo humano, clássico e britânico nome de William! Temos também o que eu chamo de elfos “tra-la-la-lalí” que se chocam um pouco com aqueles elfos de ar “arrogante” que vemos em SdA; e orcs cantores de músicas bobas que os fazem parecer menos perigosos e sombrios do que realmente são. Será preciso dar um ar mais “maduro” a tudo isso sem prejudicar a essência da estória que é inocente.
Temos treze anões, um hobbit e um mago encontrando seres fantásticos num caminho que os levarão a Montanha Solitária para tentar resgatar um antigo tesouro dos anões que estão sob as garras do terrível dragão Smaug. Isso tudo é muito inocente! Mas está aí o “charme” dessa estória. Temos o Um Anel que ninguém sabe ser o Anel Governante de Sauron, e temos um Necromante que ninguém julga ser o próprio Sauron. Apesar de o Anel ajudar Bilbo a passar despercebido em várias situações com orcs, Gollum, elfos... nem ele por ser o Um, e nem o Necromante por ser Sauron, influenciam nos rumos dos acontecimentos. A coisa todo gira em torno de Smaug, o grande vilão.
A Batalha dos Cinco Exércitos será um ponto importante para que a inocência se transforme em algo mais sombrio e violento, mas penso que essa “maturidade sombria” venha ganhando forma e espaço conforme a estória vai se desenvolvendo. Assim, acho muito provável que a parte cômica da estória fique a cargo dos treze anões, com suas trapalhadas, resmungos as situações engraçadas que os envolvem, mas a Batalha será uma boa oportunidade de fazê-los grandes guerreiros e mostrar que nem só de cenas cômicas vive um valoroso anão.
Também gostaria de ver um Beorn impressionantemente assustador e sua outra parte, o urso, algo exageradamente mais assustador do que o humano Beorn. Por isso penso não em um urso verdadeiro, como os usados em vários filmes, mas num urso em CG extremamente elaborado, muito parecido com os gigantescos ursos pré-históricos. O mesmo vale para o Grão-Orc.
Smaug, ao que parece, é o grande enigma desse filme e o mais aguardado personagem. Particularmente não quero vê-lo fugir muito ao padrão dos dragões, mas quero muito me surpreender com ele, como me surpreendi com o Balrog de Moria em A Sociedade do Anel anos atrás.
Dessa forma, vejo que algo extremamente importante nesse tão aguardado filme do O Hobbit, será a gradual mudança de “clima”: da “inocência ensolarada” do início da estória para uma “maturidade sombria” que já se apresentará no final dela. Vejo isso como a “ponte para o filme ponte”. Nele sim, a Sombra já estará presente e consolidada, se agitando no coração dos personagens envolvidos na trama que ainda está para ser criada e organizada. Lá estará a ignorância quanto ao fato de o Um Anel estar com um simples e inocente Hobbit – já não tão simples, já não tão inocente. As incertezas, dúvidas e medos também já estarão lá na trama e nos personagens quando os créditos finais de O Hobbit começar a subir pela tela do cinema.
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E os amigos e colegas? Que ponderações fazem quando pensam e enquanto aguardam O Hobbit? Quais suas dúvidas e medos com relação ao que PJ e DT estão preparando para nós?
É exatamente por isso que vejo a grande dificuldade em se adaptar o Hobbit para as telas, e imagino o quão difícil deve estar sendo para Peter Jackson e Del Toro fazê-lo. A Trilogia literária de O Senhor dos Anéis é tão vasta e tão povoada de personagens, fatos e situações secundárias que foi possível, ainda que muitos dos fãs tenham ficado tristes e ofendidos, suprimir, excluir tais fatos e personagens. Isso não é tarefa fácil, claro! Imaginem que para substituir um personagem por outro, PJ e sua equipe tiveram que fazer Éomer, em as Duas Torres, funcionar como Erkenbrand; Arwen em A Sociedade do Anel (para horror de alguns e alegria de outros) funcionar como Glorfindel, por exemplo. Não bastou apenas excluí-los, mas foi preciso fazer os personagens secundários “funcionarem” nos personagens mais importantes, naqueles que teriam um papel mais crucial dentro da estória e ainda com certa coerência para que a essência da estória e do autor dela seja mantida. Isso está relacionado ao argumento de que nem tudo que funciona num livro funciona num filme.
O autor pode gastar páginas e páginas para descrever uma paisagem, uma situação, mas nas telas isso tudo, e até com os mesmos detalhes descritos pelo autor, podem ser, e geralmente são, mostrados em poucos segundos de cena. Levando isso em conta, imaginei que a tarefa de se transpor O Hobbit para as telas será um trabalho deveras complicado, pois não se pode, a meu ver pelo menos, excluir personagens e situações de O Hobbit, dado o tamanho e pouca complexidade da estória, sem comprometê-la em demasia.
Uma questão que vem me assombrando é o fato de O Hobbit ser mais inocente que O Senhor dos Anéis. Penso que a grande tarefa de Del Toro e Peter Jackson será manter essa “aura inocente”, de um tempo menos sombrio do que SdA, e ainda, ao mesmo tempo, fazer desse filme um digno prequel de SdA, ou seja, manter um certo “jeito” de se contar a estória sem que cause muito estranhamento para aqueles que conhecem a Trilogia de cabo a rabo, ainda que se leve em consideração que o diretor será Guilhermo Del Toro e não Peter Jackson.
Apesar da inocência de O Hobbit ter que ser mantida, e penso que isso é muito importante, pois não há ainda o Grande Inimigo da Terra-média se anunciando aí, será preciso tomar cuidado para que a inocência não seja infantil. Temos animais que falam, e isso é perigoso, pois a maneira como isso será mostrado pode decepcionar muita gente. Não gostaria, particularmente falando, de ver cães de Beorn carregando bandejas nas patas dianteiras enquanto andam com as traseiras. O mesmo vale para a bolsa falante (que eu duvido que vá aparecer) pertencente a um dos três Trolls que conversam como humanos e sendo um deles chamado pelo humano, clássico e britânico nome de William! Temos também o que eu chamo de elfos “tra-la-la-lalí” que se chocam um pouco com aqueles elfos de ar “arrogante” que vemos em SdA; e orcs cantores de músicas bobas que os fazem parecer menos perigosos e sombrios do que realmente são. Será preciso dar um ar mais “maduro” a tudo isso sem prejudicar a essência da estória que é inocente.
Temos treze anões, um hobbit e um mago encontrando seres fantásticos num caminho que os levarão a Montanha Solitária para tentar resgatar um antigo tesouro dos anões que estão sob as garras do terrível dragão Smaug. Isso tudo é muito inocente! Mas está aí o “charme” dessa estória. Temos o Um Anel que ninguém sabe ser o Anel Governante de Sauron, e temos um Necromante que ninguém julga ser o próprio Sauron. Apesar de o Anel ajudar Bilbo a passar despercebido em várias situações com orcs, Gollum, elfos... nem ele por ser o Um, e nem o Necromante por ser Sauron, influenciam nos rumos dos acontecimentos. A coisa todo gira em torno de Smaug, o grande vilão.
A Batalha dos Cinco Exércitos será um ponto importante para que a inocência se transforme em algo mais sombrio e violento, mas penso que essa “maturidade sombria” venha ganhando forma e espaço conforme a estória vai se desenvolvendo. Assim, acho muito provável que a parte cômica da estória fique a cargo dos treze anões, com suas trapalhadas, resmungos as situações engraçadas que os envolvem, mas a Batalha será uma boa oportunidade de fazê-los grandes guerreiros e mostrar que nem só de cenas cômicas vive um valoroso anão.
Também gostaria de ver um Beorn impressionantemente assustador e sua outra parte, o urso, algo exageradamente mais assustador do que o humano Beorn. Por isso penso não em um urso verdadeiro, como os usados em vários filmes, mas num urso em CG extremamente elaborado, muito parecido com os gigantescos ursos pré-históricos. O mesmo vale para o Grão-Orc.
Smaug, ao que parece, é o grande enigma desse filme e o mais aguardado personagem. Particularmente não quero vê-lo fugir muito ao padrão dos dragões, mas quero muito me surpreender com ele, como me surpreendi com o Balrog de Moria em A Sociedade do Anel anos atrás.
Dessa forma, vejo que algo extremamente importante nesse tão aguardado filme do O Hobbit, será a gradual mudança de “clima”: da “inocência ensolarada” do início da estória para uma “maturidade sombria” que já se apresentará no final dela. Vejo isso como a “ponte para o filme ponte”. Nele sim, a Sombra já estará presente e consolidada, se agitando no coração dos personagens envolvidos na trama que ainda está para ser criada e organizada. Lá estará a ignorância quanto ao fato de o Um Anel estar com um simples e inocente Hobbit – já não tão simples, já não tão inocente. As incertezas, dúvidas e medos também já estarão lá na trama e nos personagens quando os créditos finais de O Hobbit começar a subir pela tela do cinema.
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E os amigos e colegas? Que ponderações fazem quando pensam e enquanto aguardam O Hobbit? Quais suas dúvidas e medos com relação ao que PJ e DT estão preparando para nós?
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