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Gondor Contra o Resto

Elendil

Equipe Valinor
Lendo a Carta 183, o trecho em que Tolkien fala sobre política e não-política, na Saga do Anel, entre aliados elfos, hobbits, anões e homens, e a política de Denethor II, veio-me uma questão: até que ponto Gondor, sob o governo dos Regentes, e na época da Guerra do Anel, governo de Denethor, foi fiel ao “verdadeiro espírito” que guiou a união dos povos ditos livres da Terra-média a combater Sauron? Eu, particularmente, e depois de ler as explicações do Professor, acredito que não houve fidelidade alguma de Gondor – e gostaria que entendessem “Gondor” como poder político de Denethor e não como sinônimo de “Homens” e nem de que seu povo e seus príncipes estivessem apoiando a política do Regente.

Tentarei explicar melhor: Tolkien, nessa carta, diz que Frodo só depois de ouvir e perceber a real natureza da saga aceita o fardo de sua missão de ser o Portador do Anel. Assim, o dever de Frodo era humano (no sentido de ajudar para um bem maior e não particular), e não político. Apesar de que, o que estava em jogo também era o Condado, em primeiro lugar e a preservação daquele meio de vida para Frodo. Ainda assim, o sentimento que o guiou foi o de auxílio aos seus e aos outros.

O sentimento que fez com que os elfos se engajassem na missão, a de destruir o Um, também foi humano e não político. Era “a hora dos homens e seu desígnios”, estavam deixando a Terra-média, poderiam ter deixado homens, hobbits e anões sozinhos, mas não o fizeram. Então, pode-se dizer que Elrond, ao reunir o Conselho, teve um propósito muito mais humano do que político. Isso vale também para Mirkwood e Lórien por ter ajudado a Sociedade do Anel.

E Gondor e Denethor? Tolkien diz que o Regente estava corrompido pela mera política. Vamos a Tolkien:


Ela [a política] tinha se tornado para ele um motivo principal para preservar o governo de Gondor, como era, contra um outro potentado [Sauron], que tinha se tornado mais forte e seria temido e oposto por essa razão mais propriamente do que pelo novo governo [o de Sauron] ser desumano e mau”.

Assim, vejo e interpreto Gondor como uma superpotência política e militar engajada na luta com outra superpotência política e militar, Mordor. Ambas com desejos e pretensões a impérios expansionistas. A grande diferença não era mera oposição maniqueísta – Bem versus Mal - era também uma questão política e de influências: Gondor representava a continuidade, o conservadorismo; Mordor representava “o novo poder”, a inovação. Ambas queriam impor sua política, dominar, e nesse sentido não pode haver dois senhores absolutos, apenas um.

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“Denethor menosprezava homens inferiores, pode-se estar seguro de que ele não distinguia entre orcs e aliados [humanos] de Mordor. Se tivesse sobrevivido como vencedor, até mesmo sem uso do Anel, teria dado longos passos para se tornar um tirano, e as condições e tratos que outorgaria com os povos iludidos do leste e do sul teriam sido cruéis e vingativas. Ele tinha se tornado um líder “político": sic. Gondor contra o resto”.

Outra questão política: o desespero e desconfiança que afligia Denethor com a demora de Rohan em atender o chamado para socorrer Gondor, do cerco montado por Sauron, não era uma questão de mera traição entre “irmãos de criação” (Homens traindo Homens) era, na visão corrompida de Denethor uma traição política. O reino de Rohan devia, como vassalo do reino de Gondor, prestar-lhe auxilio no momento de precisão. Perdia-se, para Denethor, um aliado de 500 anos e que garantia sua influência naquelas terras e a fidelidade daqueles bravos cavaleiros, muito úteis em tempos de guerra.

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Enquanto que a Sociedade do Anel e seus aliados haviam se reunido para tentar libertar e salvar suas terras, seus reinos e sua gente de uma tirania - e de uma política que eles não concordavam, a de Sauron – e nesse “salvamento e libertação” se incluía mesmo os Orientais e os Haradrim, já que eram iludidos servos dessa tirania, Denethor pouco faria por esse Homens do Leste e Sul. Pior, empreenderia uma campanha de conquista e, por que não, anexação desses territórios e submissão desses ao poder central, o de Gondor. Penso mesmo que se tornariam cidadãos de segunda classe no mundo dominado pelo governo do Regente.

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Denethor também estava pouco se lixando para a questão ou crença, ou esperança de muitos no retorno de um rei, descendente direto dos antigos reis de linhagem numenoriana. Havia séculos a Casa dos Regentes governava Gondor e “protegia” o Oeste das hordas de Mordor. Para quê agora esse tal de Aragorn? O poder era de Denethor, ele era o “protetor” e líder do Oeste, não era necessário esse pretenso herdeiro “sem coroa”. Sua política garantia a preservação do seu poder e domínio sobre os demais povos. Assim, cabe aí a velha e gasta máxima, mas que não deixa de ser verdadeira, e que tão bem explica o fracasso da missão e a queda de Saruman, mas que cabe muito bem também dentro do contexto do governo de Denethor: “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.

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Foi assim que interpretei as palavras de Tolkien e também o que li em SdA. Gostaria de saber dos amigos e colegas se concordam com meu argumento de que a Guerra do Anel, a guerra contra Sauron, representou menos uma luta contra o “Mal” e mais uma luta política (de influências e militar, claro) contra uma superpotência que se mostrava cada vez mais forte e influente, para Denethor. E de que ele, como líder, se mostrou muito pouco ou nada preocupado com os reais motivos da aliança entre os povos da Terra-média.
 
Ótimo post Eädsohn!!
Depois de vc ter colocado dessa forma chego a imaginar estas lutas politicas, quase como o mesmo caso da 2º guerra mundial. Alemanha nazista contra os aliados. Denethor já não se importava com o destino da TM ou de seus habitantes e sim na supremacia de seu povo.
 
Que tópico! Que tópico! :clap:

Eädsohn disse:
Gostaria de saber dos amigos e colegas se concordam com meu argumento de que a Guerra do Anel, a guerra contra Sauron, representou menos uma luta contra o “Mal” e mais uma luta política (de influências e militar, claro) contra uma superpotência que se mostrava cada vez mais forte e influente, para Denethor. E de que ele, como líder, se mostrou muito pouco ou nada preocupado com os reais motivos da aliança entre os povos da Terra-média.

Desde que Regentes tivessem que comandar Gondor até o retorno do rei, isso foi político. Considero até reinos élficos de Beleriand agirem com política, e ainda entendo que muitas lutas entre reinos na Terra-Média teve lados políticos, pois isto é algo muito amplo. Thingol, por exemplo, agiu policamente ao querer "proteger" Doriath de influências externas, que era a briga entre noldor e Angband.

O que vejo mais pelo lado de Denethor é a politicagem, em que faz política por interesses pessoais, é mais mesquinho. Concordo com o seu ponto de vista de que Denethor, ao sair vencedor, exerceria maior influência para com outros povos, mais ou menos como Sauron o seria caso vencesse.

Eädsohn disse:
até que ponto Gondor, sob o governo dos Regentes, e na época da Guerra do Anel, governo de Denethor, foi fiel ao “verdadeiro espírito” que guiou a união dos povos ditos livres da Terra-média a combater Sauron?

Aparentemente no início do período de Regência, é mais visível esse sentimento. Com o passar dos anos, como via-se que rei nenhum retornaria, considero que os regentes meio que acabaram por tornarem-se reis, sentindo-se como tais e não abrindo mão disso. Agindo mais como queriam, como sua posição no alto escalão acabava sendo vista.
 
Última edição:
Perfeito!
Disse tudo.
O fato de Denethor reagir contra a possibilidade do retorno do Rei, evidencia seu interesse em tomar o trono. Esta já é uma conduta despótica. Sua análise da posição de Denethor com relação a Rohan define tudo. Para ele, Rohan devia obediência, e não apenas favores.
A busca por interesses próprios de um reino, de um grupo específico, excluido o geral, marca toda a história da TM, da Peimeira à Terceira Era, por seres malignos, elfos e homens. Denethor foi mais um.
 
Não vejo Denethor como alguém que voltou-se contra os valores elevados dos Antigos Reis Númenoreanos. Apesar de não ser o herdeiro sanguíneo de Gondor, como era Aragorn, sua regência diante de tantas adversidades foi formidável. Além de enfrentar uma guerra desgastante contra Minas Morgul pelo domínio de Ithilien e, posteriormente, por Osgiliath - Denethor teve muitas dificuldades em enfrentar a ameaça dos haradrim em Harad e poder sempre crescente de Sauron.

Também havia o problema da "traição política" de Théoden, pois, nada sabia da influência nefasta que Saruman mantinha sobre o soberano de rohan através de gríma, e nem dos conflitos que o rohirrim sofriam de Isengard; exatamente por ser o último bastião a ser derrubado para avançar sobre Gondor.

E devemos lembrar que Denethor não era Gandalf ou Aragorn, que pecorreram muitas léguas e tinham uma visão abrangente da real gravidade da situação em toda a T-m. E o que o Regente poderia fazer? Não tinha como ficar divagando sobre questões que fugiam de seu alcance, seu inimigo imediato eram os Nazgûl e Sauron. O resto poderia ficar em segundo plano.

Denethor, mesmo com todos estes problemas, conseguiu enviar Boromir (apesar deste ter se oferecido na marra par ser o representante de Gondor) para o Conselho de Elrond, por perceber que era uma reunião de suma importância e que o reino gondoriano não poderia ficar de fora. Graças a este gesto, Gandalf pôde perceber a influência de Sauron nos atos insanos do Regente em seus instantes finais.

Denethor suportou com bravura até o limite de sua força de vontade o embate contra o Senhor do Escuro. Talvez, esta resistência tenha sido crucial para que Frodo tivesse sucesso em sua entrada em Mordor. O que teria acontecido, caso Sauron percebesse Denethor como uma séria ameaça do mesmo calibre de Aragorn?
 
Mas não se está discutindo se Denethor fez ou nao alguma coisa, mas o real interesse dele nisso tudo. Questiona-se se Denethor pensava no bem dos homens e de todo o resto, se tinha uma visão geral de salvação, se conseguia enxergar, mesmo nos haradrim e orientais (povos que auxiliaram Sauron) como pessoas a serem salvas também. Ou se pretendia, utilizando o poder militar de Gondor, adotando uma postura equivovada e pouco totalizante, dominar todo o resto caso vencesse o Senhor do Escuro, sobre o pretexto de manter a paz e dominio de Gondor.
 
Mas não se está discutindo se Denethor fez ou nao alguma coisa, mas o real interesse dele nisso tudo. Questiona-se se Denethor pensava no bem dos homens e de todo o resto, se tinha uma visão geral de salvação, se conseguia enxergar, mesmo nos haradrim e orientais (povos que auxiliaram Sauron) como pessoas a serem salvas também. Ou se pretendia, utilizando o poder militar de Gondor, adotando uma postura equivovada e pouco totalizante, dominar todo o resto caso vencesse o Senhor do Escuro, sobre o pretexto de manter a paz e dominio de Gondor.

Exato! Lord Treville captou bem o que eu quis dizer. Em momento algum quis dizer, e me desculpem se me expressei mal, que Denethor não teve importância em segurar Sauron. Teve sim e muita! Mas o pretexto, entendam, nunca foi totalmente altruísta. Vencer Sauron, como inimigo político era mais importante do que vencer Sauron o inimigo dos povos livres. Já que "liberdade" no governo de Denethor, como um possível vencedor, não poderia ter o mesmo significado que teria ou teve no governo de Aragorn por exemplo.
Além do que, também abre espaço para o argumento de que até do lado do "Bem", por assim dizer, há forças e/ou interesses obscuros agindo também.
 
Mas não se está discutindo se Denethor fez ou nao alguma coisa, mas o real interesse dele nisso tudo. Questiona-se se Denethor pensava no bem dos homens e de todo o resto, se tinha uma visão geral de salvação, se conseguia enxergar, mesmo nos haradrim e orientais (povos que auxiliaram Sauron) como pessoas a serem salvas também. Ou se pretendia, utilizando o poder militar de Gondor, adotando uma postura equivovada e pouco totalizante, dominar todo o resto caso vencesse o Senhor do Escuro, sobre o pretexto de manter a paz e dominio de Gondor.

Exato! Lord Treville captou bem o que eu quis dizer. Em momento algum quis dizer, e me desculpem se me expressei mal, que Denethor não teve importância em segurar Sauron. Teve sim e muita! Mas o pretexto, entendam, nunca foi totalmente altruísta. Vencer Sauron, como inimigo político era mais importante do que vencer Sauron o inimigo dos povos livres. Já que "liberdade" no governo de Denethor, como um possível vencedor, não poderia ter o mesmo significado que teria ou teve no governo de Aragorn por exemplo.
Além do que, também abre espaço para o argumento de que até do lado do "Bem", por assim dizer, há forças e/ou interesses obscuros agindo também.

Ah, mas aí estão exigindo demais de Denethor. De altruísta, o Regente não tinha nada. Ele foi um estadista convicto, Gondor acima de tudo. Sua motivação era manter de pé o legado de Isildur e Elendil na Terceira Era. Seu orgulho o impedia de solicitar ajuda de qualquer reino aliado por não ver neles o "sangue nobre" de Númenor.
 
Ótimo questionamento Eädsohn!

Acho que se lembrarmos bem a cena do filme em que Boromir descobre que Passolargo é o Aragorn e Herdeiro do Trono, nós entenderemos o tipo de pensamento que tinha tomado a mente dos Regentes.

Boromir diz :"Gondor não precisa de um rei"

Isso deixa bem claro que na cabeça de Boromir e com ainda mais força na de seu pai, o que eles pensavam: Reino de Gondor, desde 2050, não tinha um rei no trono e até ali vinha sobrevivendo devido a dedicação dos Regentes e suas famílias. Porque eles precisariam de um rei justo naquele momento? Com que direito esse Herdeiro ausente viria reivindicar o trono?

Acho que na cabeça do Regente era quase que uma afronta, depois de tanta dedicação, um Rei tomar o lugar do Regente em Gondor. Era como uma não valorização de tudo que eles vinham fazendo nesses anos todos, rebaixá-los sob o poder de um Rei.

Na Cronologia da Terceira era do Thain's Book, afirma que Denethor pode ter começado a usar o palantír ainda em 2984, quando se tornou Regente. Não sei se a data é correta, mas pode ser apenas uma estimativa, que demonstra que o Regente havia muito tempo sabia do poderio de Sauron. O que se somando ao receio de perder o poder para qualquer outra pessoa, tenha tornado Denethor cada vez mais mesquinho e ambicioso.
De um lado a ameaça de perder o trono para um suposto herdeiro, de outro um império de medo e dominação que Sauron almejava realizar. Não faltaram motivos, ao meu ver, para preocupar Denethor e fazê-lo cada vez mais apegado ao lugar que ocupava em Gondor. Talvez por isso suas atitudes não tenham sido tão 'altruístas' assim.
 
Para mim Denethor não estava preocupado mesmo com o futuro da Terra-média ou mesmo de Gondor. Ele estava preocupado em manter-se no poder. Mesmo ser questionado por alguém parecia perturbá-lo. Ele ficou furioso quando Beregond pulou em sua frente impedindo-o de chegar perto de Faramir quando o mesmo estava deitado repousando, depois que quase morrer nas mãos do pai. Ele, no final de sua vida, passou a detestar Faramir.

Porque? Ele mesmo disse que preferia Boromir, porque o mesmo seguia cegamente o pai e jamais tentaria traí-lo. Faramir era "pupilo" de Gandalf, e para Denethor isso era quase uma traição, já que a maior ameaça a seu governo era Gandalf, que nunca fingiu gostar do Regente.

Sauron era meramente o senhor de outro império que tinha grandes chances de derrubar o seu. Ele queria o Anel para derrubar a ameaça política que Sauron representava, e não a ameaça à vida na Terra-média. Rohan ter demorado, imagino eu que tenha sido um golpe duro para Denethor, uma "facada pelas costas" política, afinal, era um aliado de 500 anos que estava sob juramento de ajuda, e não o fez. Depois de tudo isso, imagino que o último regente se via rodeado de falcatruas e golpes para tirá-lo do poder. Ele só fez sua obrigação, de defender seu poder contra Sauron, mas só queria isso: poder. Desculpem-me se minha opinião parece equivocada, mas é o que consegui perceber.
 
[..]
Boromir diz :"Gondor não precisa de um rei"

Isso deixa bem claro que na cabeça de Boromir e com ainda mais força na de seu pai, o que eles pensavam: Reino de Gondor, desde 2050, não tinha um rei no trono e até ali vinha sobrevivendo devido a dedicação dos Regentes e suas famílias. Porque eles precisariam de um rei justo naquele momento? Com que direito esse Herdeiro ausente viria reivindicar o trono?

Acho que na cabeça do Regente era quase que uma afronta, depois de tanta dedicação, um Rei tomar o lugar do Regente em Gondor. Era como uma não valorização de tudo que eles vinham fazendo nesses anos todos, rebaixá-los sob o poder de um Rei.

[..]Ele ficou furioso quando Beregond pulou em sua frente impedindo-o de chegar perto de Faramir quando o mesmo estava deitado repousando, depois que quase morrer nas mãos do pai. Ele, no final de sua vida, passou a detestar Faramir.

Porque? Ele mesmo disse que preferia Boromir, porque o mesmo seguia cegamente o pai e jamais tentaria traí-lo. Faramir era "pupilo" de Gandalf, e para Denethor isso era quase uma traição, já que a maior ameaça a seu governo era Gandalf, que nunca fingiu gostar do Regente.

Sauron era meramente o senhor de outro império que tinha grandes chances de derrubar o seu. Ele queria o Anel para derrubar a ameaça política que Sauron representava, e não a ameaça à vida na Terra-média.[...]

Ainda havia a complexa questão que envolve o relacionamento entre Denethor, Boromir e Faramir. Bem lembrado por Daewen e Luis_Rohirrim. Questão que não quis desenvolver por: estar ainda um tanto confusa para mim e pelo texto ter ficado mais longo do que eu imaginava.:mrgreen:

Mas, e entendam, essa é a minha interpretação e não a verdade dos fatos, a relutância inicial de Boromir em aceitar Aragorn com o Herdeiro de Isuldir já seria um indício da influência do pai sobre ele. Lógico que ele não iria concordar, naquele momento pelo menos, com um tal Aragorn reivindicando um lugar que seria de Boromir quando Denethor morresse.
E por que o Anel tomou conta de Boromir e este tentou tirá-lo de Frodo? Entendo que seu desejo era pegar o Anel e com ele ajudar o pai a derrotar seu inimigo político, e não um inimigo comum de todos os povos não submetidos a Sauron. Ele acreditava no sucesso de Frodo ou na Sociedade, no sentimento que movia aquele grupo e aqueles que haviam mandado seus representantes para o grupo? Eu penso que naquele momento não, ele estava nitidamente inseguro. Só percebeu a coisa toda tarde, em seus últimos momentos de vida. Por isso tentou fazer do "seu jeito". Gondor estava em apuros e ele precisava fazer algo. Ele pensou em Gondor, domínio de seu pai, e não no esforço conjunto que era preciso fazer juntamente com o resto da Sociedade quando tentou tomar o Anel de Frodo.
E Faramir? O rapaz se mostrou muito mais forte em relação a influência do Anel do que o irmão. Sua relação com Gandalf tem alguma coisa a ver com isso? Penso que sim! Gandalf, como o Luis lembrou, não era lá muito "fã" de Denethor e vice-versa. A influência que Gandalf exercia em Faramir não era bem vista por Denethor. Talvez ele achasse Faramir "fraco" por isso também.
A preferência do Regente por Boromir não está só no fato dele ser seu sucessor direto, mas também no fato de Boromir ser seu principal capitão e aliado em seu projeto político e de conquista, muitas vezes, a meu ver, disfarçado de proteção. O fato de Denethor ser um poderoso personagem do lado dos "mocinhos" e de ser mesmo um personagem trágico, não o exime de certa culpa "perante a história da Terra-média", sendo um pouco dramático, claro.:mrgreen: Agora, que ele, como governante de Gondor, teve sua importância, apesar de tudo, na vitória final, isso não há dúvida.

A propósito: não odeio Denethor!:mrgreen: É um dos personagens que mais gosto, se não fosse, não perderia tempo escrevendo sobre ele. Só tentei ver "o outro lado da moeda".

Mas, enfim, vamos debater!!
 
Última edição:
Creio que Denethor sempre tratou a Guerra do Anel como algo político. Porém, penso que isso se intensificou após Sauron ter obtido sucesso em manipular as visões de Denethor no palantír. Digo isso, baseado na biografia de Denethor que li na própria Valinor, da qual tirei os trechos a seguir:

Sauron não conseguiu quebrar a vontade de Denethor ou corrompê-lo como fez com Saruman, mas eventualmente ele conseguia manipular o que Denethor via no palantír, em um esforço para convencê-lo que a derrota era inevitável.

Denethor chegou a ver a si mesmo como o oponente primário de Sauron, e ele entendeu o conflito como sendo entre Mordor e Gondor, ao invés de incluir toda a Terra-média.

A parte em negrito traduz claramente, pra mim, que Denethor passou a tratar Sauron como seu inimigo direto e primário, não da TM. Isso porque sua visão ficou limitada com o uso do palantír, manipulado agora, por Sauron.

Mas de certa forma, Denethor tinha que pensar mais mesmo no "bem-estar" de Gondor e não no da TM em geral; afinal Gondor era o alvo inicial de Sauron e sendo a maior força contra o poder de Mordor, se Gondor caísse, com certeza toda a TM cairia. (isso aconteceria de qualquer forma se o Um não fosse destruído... :mrgreen:)

Mais uma citação confirmando que Denethor preocupava-se com Gondor e não tinha uma preocupação maior com a TM:
Denethor sentia que a Ruína de Isildur não deveria ser levada para Mordor para ser destruída, mas, ao invés disso, “deveria ter sido guardada, escondida, muito bem escondida. Não usada, eu lhe digo, exceto numa extrema necessidade, mas colocada fora de alcance dele, a não ser que ocorresse uma vitória tão decisiva que o que acontecesse depois não nos incomodasse, pois estaríamos mortos.” (RdR, p. 77)

Gandalf apontou que eles possuíam uma obrigação com as pessoas além do reino de Gondor, e com as futuras gerações, e também disse que Denethor não seria capaz de resistir à tentação do Anel, não importa quão profundo ele fosse escondido. Mas Denethor orgulhava-se de sua própria força a da importância suprema de Gondor, e não levou esses argumentos em consideração.

Além disso, como bem sabemos e como foi dito, Denethor era muito orgulhoso e não tinha intenção nenhuma de deixar o poder. Isso é fato e ele mesmo deixava claro. Caso tivesse sobrevido à Guerra, uma outra teria início para ver quem ficaria com o poder de Gondor, afinal, o Regente não entregaria facilmente o poder para Aragorn.

E aqui, outra citação, do já louco Denethor, dizendo que preferia a morte a entregar o poder pra Aragorn:
“Sou um Regente da Casa de Anárion. Não vou me rebaixar para ser o camareiro caduco de um arrivista. Mesmo que a reivindicação dele se mostrasse autêntica, ainda assim ele apenas pertence à linhagem de Isildur. Não me curvaria diante desse sujeito, o último representante de uma casa destruída, há muito tempo desprovida de realeza e dignidade.”

“Então, o que escolheria você” - disse Gandalf, - “se seu desejo pudesse ser realizado?”

“Eu escolheria as coisas como elas sempre foram em todos os dias da minha vida” - respondeu Denethor, - “e nos dias de meus antepassados que me precederam: ser o Senhor desta Cidade em paz, e deixar meu lugar para um filho depois de mim, um filho que fosse dono da própria vontade, e não o pupilo de um mago. Mas se o destino me nega isso, então não quero nada: nem a vida diminuída, nem o amor pela metade, nem a honra abalada.”
O Retorno do Rei: “A Pira de Denethor,” p. 121


Bem, tudo isso para dizer que SIM, concordo com o ponto de vista de Eädsohn! :lol:

As citações são dessa biografia: http://www.valinor.com.br/mundo/personagens-de-arda/denethor/
 
Primeiro Eädsohn, maravilhoso post! Se ninguém tivesse respondido, ainda seria um maravilhoso post. Mas nossos amigos da Valinor são como folhas secas em uma floresta, basta uma faísca e lá vem o incêndio renovador...Que bom que somos assim, nada há de mais triste do que a incapacidade em expor idéias, defender pontos de vista, mudá-los quando necessário (quando convencidos) e não mudá-los quando não, em suma ainda bem que podemos discutir aqui sobre o maravilhoso mundo de Tolkien.

Vou deixar o resto como spoiler, incluindo minhas opniões afinal ninguém é obrigado a ter que percorrer a página toda pq alguém fez o favor de postar um post enorme...
Agora quanto ao bom e velho Denethor, filho de Echtelion, Senhor e Regente de Gondor... A frase diz por si só, ele não era apenas o Regente de Gondor, como foi Mardil Voronwé, (o último Regente a de fato ter um Rei) bem como o último a adotar seu nome em Quenya, Denethor era nada menos que que o 26º Regente Governante de Gondor. Por 25 gerações antes de Denethor II os Regentes haviam governado Gondor e acreditem quando eu digo, cada um desses Regentes enfureceu particularmente Denethor, incluindo seu pai Echtelion e qual a importância ou o motivo disso? Muito simples, eles eram Regentes e não Reis, alguns podem achar precipitado esse comentário, mas acredito firmemente que não é. Partamos do seguinte comentário de Faramir, que, apesar de ser feito em relação a Boromir, não deixa de ter seus reflexos originários em Denethor:
O Senhor dos Anéis As Duas Torres disse:
Nós da minha casa não somos da linhagem de Elendil, embora o sangue de Númenor corra em nossas veias. Sabemos que nossa linhagem remonta a Mardíl, o bom regente, que governou no lugar do rei quando este foi para a guerra. E este era o Rei Eãmur, o último da linhagem de Anárion, que não tinha filhos e jamais retornou. E os regentes têm governado a cidade desde esse dia, embora isso tenha acontecido há muitas gerações de homens.
— E disso eu me lembro a respeito de Boromir, quando ele era um menino e nós dois juntos aprendíamos a história de nossos antepassados e de nossa cidade: ele era um eterno insatisfeito com o fato de nosso pai não ser rei. “Quanto tempo leva para que um regente se torne um rei, se o rei não retornar?”, perguntava ele. “Alguns anos, talvez, em outros lugares de menor realeza”, meu pai respondia. “Em Gondor dez mil anos não seriam suficientes.” Ai de mim! Pobre Boromir. Isso não lhe diz algo sobre ele?
Realmente nos diz algo e não somente sobre ele...Denethor tinha realeza, força, e o sangue de Númenor corria em suas veias e ainda assim ele era “apenas” o Regente de Gondor e não seu Rei. Mas por muito tempo ele não se importou com isso, sendo senhor de seu domínio, “politicando” como muito bem colocou-se nos posts anteriores, mas sobretudo Denethor é em um ponto muito específico um reflexo do próprio Tolkien que desgostava profundamente de mudanças.
Não foi ele (Denethor) que construiu o Reino de Gondor, não foi ele quem definiu suas fronteiras, por certo que ele as teria aumentado, mas ainda assim, Denethor era um homem de grande força física e mental, e enxergava muito além de seu tempo. Viu que o coração de seu filho mais novo não era inteiramente (somente) seu, algo que simplesmente não pode suportar, principalmente pelas diferenças entre Boromir e Faramir, percebia com clareza o coração dos homens como bem o diz Gandalf:
O Senhor dos Anéis o Retorno do Rei disse:
— Ele não é como os outros homens de sua época, Pippin, e, qualquer que seja sua descendência de pai para filho, por algum acaso o sangue que corre em suas veias é praticamente o sangue legítimo do Ponente; como também o que corre nas veias de seu outro filho, Faramir, e apesar disso não corria nas de Boromir, a quem ele amava mais. Ele tem uma visão aguda. Pode perceber, se forçar sua vontade, muito do que se passa nas mentes dos homens, mesmo daqueles que moram em lugares distantes. É difícil enganá-lo, e perigoso tentar.

O Senhor dos Anéis o Retorno do Rei disse:
— Nada de errado? — gritou Denethor, e seus olhos de repente faiscaram. — Por que está perguntando? Os homens estavam sob o seu comando. Ou será que você quer saber o que penso sobre todos os seus atos? Na minha presença, sua postura é humilde; apesar disso, faz tempo que você não se desvia de seu próprio caminho a conselho meu. Veja, você falou com habilidade, como sempre; mas eu, então, não vi seu olho fixo em Mithrandir, procurando saber se você falou bem ou demais? Faz tempo que seu coração lhe pertence. Meu filho, seu pai está velho, mas não está decrépito. Consigo ver e ouvir, como sempre foi meu hábito; e pouco do que você deixou de dizer ou disse com meias palavras é segredo para mim. Agora conheço a resposta para vários enigmas. Lamento, lamento por Boromir!
— Se o que fiz lhe desagrada, meu pai — disse Faramir numa voz suave —, gostaria de ter sabido a sua opinião antes que o fardo de uma decisão tão dificil fosse jogado em minhas costas.
— E isso faria com que você alterasse a sua decisão? – disse Denethor.
— Você teria agido da mesma forma, julgo eu. Conheço-o bem. Seu desejo é parecer sempre nobre e generoso como um rei de antigamente, bondoso, gentil. Essas qualidades servem para alguém de sangue nobre, se essa pessoa detiver o poder em tempos de paz. Mas nas horas de desespero a recompensa pela gentileza pode ser a morte.
— Então, que assim seja! — disse Faramir.
— Que assim seja! — gritou Denethor. — Mas não se trata apenas da sua morte, Senhor Faramir: também da morte de seu pai, e de todo o seu povo, que você deve proteger agora que Boromir partiu.
— Gostaria então — disse Faramir — que nossos lugares tivessem sido trocados?
— Sim, realmente gostaria — disse Denethor. — Pois Boromir era fiel a mim, e não era pupilo de nenhum mago. Teria pensado na necessidade de seu pai, e não teria jogado fora o que lhe fosse oferecido pela sorte. Ele me teria trazido um presente valioso.
Por um momento, Faramir perdeu o controle.
— Eu lhe pediria, meu pai, que se lembrasse do motivo pelo qual eu, e não ele, estava em Ithilien. Pelo menos em uma ocasião o seu desejo prevaleceu, não muito tempo atrás. Foi o Senhor da Cidade que lhe designou a missão.
— Não remexa o amargor da taça que preparei para mim mesmo — disse Denethor. — Já não o provei por muitas noites em minha boca, pressentindo que um sabor ainda pior estava no fundo? Como realmente percebo agora. Gostaria que não tivesse sido assim! Gostaria que aquela coisa tivesse chegado até mim!

Soube das forças se juntando contra ele em Mordor e teve medo, não da morte ou do sofrimento, mas sim como o Eädsohn disse de perder seu poder. Denethor teve medo da mudança, medo, que posteriormente se transformou em ódio, e ele odiou tanto o Leste quanto o Oeste, à sua maneira Denethor recusou sua função e quis mais, quis em um tempo de mudanças manter o que sempre havia sido (entendam sempre como o tempo de vida dele próprio), recusou-se a entregar o cargo para o Rei que ele sabia legítimo (juridicamente falando), mas que ele acreditava ser inferior.
Eu muito poderia me alongar abordando aspectos que acredito sejam significativos da personalidade de Denethor, no entanto isso faria desse post imensamente mais longo do que já vai ficar e por isso eu já peço desculpas a vocês. Um dos últimos pontos que eu gostaria de ressaltar em relação a Denethor e em sua relação com Gandalf. Como deveria um Senhor dos Homens, orgulhoso como sabemos que Denethor o era, se portar diante de alguém que, além de infinitamente mais velho, sabe-se mais poderoso e sábio? Bom, ou reconhece-se tal poder como o fez Húrin perante Melian, ou então segue-se a linha que Ar-Pharazôn adotou, cresce-se em orgulho e em tolice. Infelizmente por suas “politicagens” Denethor acreditou que também Gandalf assim o era, e vemos nesse caso em que se assemelham Denethor e Sauron, incapazes que são de se abstrair de sua visão de mundo.
O Senhor dos Anéis o Retorno do Rei disse:
A porta se abriu, mas não se viu ninguém abrindo-a. Pippin divisou um grande salão. Era iluminado por janelas profundas ao longo dos amplos corredores dos dois lados, atrás das fileiras de altos pilares que sustentavam o teto.
Monolitos de mármore negro, eles se erguiam até grandes capitéis esculpidos na forma de muitas figuras estranhas de animais e folhas: bem acima, na sombra, a ampla abóbada reluzia num ouro pálido, combinado com esculturas de muitas cores. Não havia nada pendurado, nem tapetes mostrando cenas de histórias, nem objetos tecidos ou de madeira. naquele longo salão solene; mas entre os pilares erguia-se um exército de altas imagens gravadas na pedra fria.
De repente Pippin lembrou-se das rochas esculpidas dos Argonath, e ficou tomado de admiração, olhando aquela avenida de reis há muito mortos. Na extremidade, sobre uma plataforma de muitos degraus, erguia-se um trono alto sob um dossel de mármore, que tinha a forma de um elmo coroado. Atrás dele, gravada na parede e adornada com pedras, via-se a imagem de uma árvore em flor. Mas o trono estava vazio. Ao pé da plataforma, sobre o degrau inferior, que era largo e profundo, havia uma cadeira de pedra preta e sem adornos, e nela estava sentado um velho que olhava para o próprio colo. Em sua mão via-se um bastão branco com um botão de ouro. Não ergueu os olhos. Solenemente os dois caminharam pelo longo piso na direção dele, até ficarem a três passos de seu escabelo. Então Gandalf falou.
— Salve, Senhor e Regente de Minas Tirith, Denethor, filho de Ecthelion! Venho com conselhos e notícias nesta hora escura...
Então o velho ergueu os olhos. Pippin viu seu rosto esculpido, com ossos salientes e pele de marfim, com o longo nariz adunco entre os olhos escuros e profundos, que o fizeram lembrar-se mais de Aragorn que de Boromir.
— Realmente a hora é escura disse o velho —, e nessas horas espera-se a sua chegada, Mithrandir. Mas, embora todos os sinais prenunciem que o fim de Gondor se aproxima, menor para mim agora é essa treva que a minha própria treva.
Percebemos logo de inicio a importância do fato do Trono estar vazio, e também logo cedo Denethor “alfineta” Gandalf, claramente fazendo coro às palavras de Língua de Cobra. Continuemos então, pois pra mim é um dos embates mais memoráveis do Legendarium e é sem dúvida o mais longo.
O Senhor dos Anéis o Retorno do Rei disse:
— Tragam vinho, comida e cadeiras para os convidados – disse Denethor — e cuidem para que ninguém nos incomode pelo período de uma hora.
— É todo o tempo de que disponho, pois há muito mais coisas a fazer disse ele a Gandalf. — Muitas e mais importantes, pode parecer, e apesar disso para mim são menos urgentes. Mas talvez possamos conversar outra vez no fim do dia.
— E mais cedo, deve-se esperar — disse Gandalf — Pois eu não vim de Isengard até aqui, ao longo de cento e cinquenta léguas, na velocidade do vento, apenas para trazer-lhe um pequeno guerreiro, por mais cortês que ele seja. Não significa nada para você o fato de Théoden ter lutado numa grande batalha, e Isengard estar derrotada, e eu ter quebrado o cajado de Saruman?
— Significa muito. Mas já sei o suficiente sobre esses feitos para fazer meus próprios planos contra a ameaça do leste. — Voltou os olhos escuros para Gandalf, e agora Pippin percebia uma semelhança entre os dois, e sentia a tensão entre eles, quase como se visse uma linha de fogo latente traçada de olho a olho, que poderia de repente explodir em chamas.
Na verdade, Denethor se assemelhava muito mais a um grande mago que Gandalf, com mais realeza, mais beleza, mais poder e mais idade.
Apesar disso um sentido em Pippin, que não era a visão, percebia que Gandalf tinha o poder maior, e a sabedoria mais profunda, e uma majestade velada. E era mais velho, muito mais velho.
"Quanto mais velho?", perguntou-se ele, e então pensou como era estranho nunca ter pensado nisso antes. Barbárvore dissera algo sobre os magos, mas mesmo naquele momento ele não pensara em Gandalf como um deles, O que era Gandalf? Em que lugar e época distantes surgira no mundo, e quando o deixaria? Então suas meditações foram interrompidas, e ele viu que Denethor e Gandalf ainda estavam se olhando, olhos nos olhos, como se estivessem lendo a mente um do outro.
Mas foi Denethor quem desviou o olhar primeiro.
— Sim — disse ele —, pois, embora as Pedras estejam perdidas, pelo que dizem, ainda os senhores de Gondor têm um olhar mais agudo que os homens inferiores, e muitas mensagens chegam a eles. Mas sentem-se agora! ...
... — Conduzam o Senhor Mithrandir ao alojamento preparado para ele — disse Denethor — e seu companheiro poderá se alojar com ele por enquanto, se quiser. Que seja divulgado que agora eu o tomei sob juramento a meu serviço, e ele deverá ser conhecido como Peregrin, filho de Paladin, e terá direito a aprender as senhas inferiores. Enviem ordens aos Capitães dizendo que devem me encontrar aqui, o mais cedo possível depois do soar da terceira hora.
— E você, meu Senhor Mithrandir, deverá vir também, como e quando quiser. Ninguém impedirá que venha até mim a qualquer hora, com exceção das minhas breves horas de sono. Deixe que a ira que sente em relação á tolice de um velho se esvaia, e depois retorne para meu consolo.
— Tolice? — disse Gandalf. — Não, meu senhor; quando for um parvo estará morto. Pode mesmo usar sua tristeza como um disfarce. Pensa que não entendo seu propósito em interrogar por uma hora alguém que sabe o mínimo, enquanto eu fico sentado observando?
— Se entende, então fique feliz — respondeu Denethor. – O orgulho seria tolice, se desdenhasse ajuda e aconselhamento na necessidade, mas você distribui essas dádivas de acordo com seus próprios desígnios. Apesar disso, o Senhor de Gondor não deve ser transformado na ferramenta dos propósitos de outros homens, não importa quanto sejam valorosos. E para ele não há propósito mais alto no mundo, como ele se apresenta agora, do que o bem de Gondor; e a lei de Gondor, meu senhor, é minha e de nenhum outro homem, a não ser que o rei retorne.
— A não ser que o rei retorne? — disse Gandalf. — Bem, meu senhor Regente, é sua tarefa manter ainda algum reino tendo em vista esse evento, que agora poucos esperam ver. Nessa tarefa terá toda a ajuda que estiver disposto a pedir. Mas vou lhe dizer isto: a lei de nenhum reino é minha, nem a de Gondor nem a de qualquer outro, grande ou pequeno. Mas todas as coisas que correm perigo no mundo como ele agora se apresenta, estas são a minha preocupação E, de minha parte, não terei fracassado inteiramente em minha missão, mesmo que Gondor venha a perecer, se alguma coisa atravessar esta noite e ainda puder crescer bela e dar flores e frutos de novo nos dias vindouros— Pois também sou um regente. Você não sabia? — E com isso virou-se e se afastou do salão, com Pippin correndo ao seu lado.
É apenas um dos embates entre o Senhor de Gondor e O Peregrino Cinzento, mas agora já me alonguei demais, apenas mais uma citação deveras importante e farei minhas conclusões finais.
O Senhor dos Anéis o Retorno do Rei disse:
— Nada de errado? — gritou Denethor, e seus olhos de repente faiscaram. — Por que está perguntando? Os homens estavam sob o seu comando. Ou será que você quer saber o que penso sobre todos os seus atos? Na minha presença, sua postura é humilde; apesar disso, faz tempo que você não se desvia de seu próprio caminho a conselho meu. Veja, você falou com habilidade, como sempre; mas eu, então, não vi seu olho fixo em Mithrandir, procurando saber se você falou bem ou demais? Faz tempo que seu coração lhe pertence. Meu filho, seu pai está velho, mas não está decrépito. Consigo ver e ouvir, como sempre foi meu hábito; e pouco do que você deixou de dizer ou disse com meias palavras é segredo para mim. Agora conheço a resposta para vários enigmas. Lamento, lamento por Boromir!
— Se o que fiz lhe desagrada, meu pai — disse Faramir numa voz suave —, gostaria de ter sabido a sua opinião antes que o fardo de uma decisão tão dificil fosse jogado em minhas costas.
— E isso faria com que você alterasse a sua decisão? – disse Denethor.
— Você teria agido da mesma forma, julgo eu. Conheço-o bem. Seu desejo é parecer sempre nobre e generoso como um rei de antigamente, bondoso, gentil. Essas qualidades servem para alguém de sangue nobre, se essa pessoa detiver o poder em tempos de paz. Mas nas horas de desespero a recompensa pela gentileza pode ser a morte.
— Então, que assim seja! — disse Faramir.
— Que assim seja! — gritou Denethor. — Mas não se trata apenas da sua morte, Senhor Faramir: também da morte de seu pai, e de todo o seu povo, que você deve proteger agora que Boromir partiu.
— Gostaria então — disse Faramir — que nossos lugares tivessem sido trocados?
— Sim, realmente gostaria — disse Denethor. — Pois Boromir era fiel a mim, e não era pupilo de nenhum mago. Teria pensado na necessidade de seu pai, e não teria jogado fora o que lhe fosse oferecido pela sorte. Ele me teria trazido um presente valioso.
Por um momento, Faramir perdeu o controle.
— Eu lhe pediria, meu pai, que se lembrasse do motivo pelo qual eu, e não ele, estava em Ithilien. Pelo menos em uma ocasião o seu desejo prevaleceu, não muito tempo atrás. Foi o Senhor da Cidade que lhe designou a missão.
— Não remexa o amargor da taça que preparei para mim mesmo — disse Denethor. — Já não o provei por muitas noites em minha boca, pressentindo que um sabor ainda pior estava no fundo? Como realmente percebo agora. Gostaria que não tivesse sido assim! Gostaria que aquela coisa tivesse chegado até mim!
— Console-se! — disse Gandalf. — Não havia nenhuma possibilidade de Boromir trazê-la até você. Ele está morto, e morreu de forma nobre; que possa agora descansar em paz! Mas você se engana. Ele teria estendido a mão para essa coisa, e ao tomá-la teria sucumbido. Guardá-la-ia para si mesmo, e retornando não seria reconhecido por seu pai.
O rosto de Denethor se fechou, ficando duro e frio. – Na sua opinião Boromir era menos maleável em suas mãos, não é verdade? — disse ele em voz baixa.
— Mas eu, que era seu pai, digo que ele me teria trazido a coisa. Você talvez seja sábio, Mithrandir, e apesar disso, com todas as sutilezas, você não detém toda a sabedoria. Pode haver planos que não sejam nem as teias dos magos nem a pressa dos tolos. Nesse assunto, tenho mais conhecimento e sabedoria do que você supõe.
— Qual é então a sua sabedoria? — perguntou Gandalf.
— A suficiente para perceber que há duas loucuras que se devem evitar. Usar essa coisa é perigoso. Nesta hora, enviá-la nas mãos de um Pequeno desmiolado para dentro da terra do próprio Inimigo, como você fez, e também este meu filho, isso é sandice.
— E o Senhor Denethor, que teria ele feito?
— Nenhuma das duas coisas. Mas, com toda certeza, por argumento algum teria ele colocado essa coisa num perigo que elimina as esperanças de qualquer um, a não ser que se trate de um tolo, arriscando nossa completa ruína, no caso de o Inimigo recuperar o que perdeu. Não, ela deveria ter sido guardada, escondida, muito bem escondida. Não usada, eu lhe digo, exceto numa extrema necessidade, mas colocada fora do alcance dele, a não ser que ocorresse uma vitória tão decisiva que o que acontecesse depois não nos incomodasse, pois estaríamos mortos.
— Você está pensando, meu senhor, como é seu costume, apenas em Gondor — disse Gandalf. — Apesar disso há outros homens e outras vidas, e outro tempo ainda por vir. E, quanto a mim, condôo-me até dos escravos dele.
— E onde os outros homens poderão buscar socorro, se Gondor cair? — respondeu Denethor. — Se eu tivesse essa coisa agora, nas profundas galerias desta cidadela, não estaríamos tremendo de medo sob esta escuridão, temendo o pior, e nossos planos não estariam sendo ameaçados. Se não confia que eu resista ao teste, você ainda não me conhece.
— Não obstante, não confio em você — disse Gandalf. – Se confiasse, poderia tê-la enviado para cá, a fim de que você a guardasse, poupando-me a mim e a muitos outros de uma grande carga de angústia. E agora, ouvindo-o falar, confiou menos ainda em você, não mais do que confiava em Boromir. Não, contenha sua ira! Não confio nem em mim mesmo nesse assunto, e recusei a coisa, mesmo quando me foi oferecida como um presente. Você é forte e ainda pode se controlar em alguns pontos, Denethor, mas, se tivesse recebido essa coisa, ela o teria derrotado. Se fosse enterrada embaixo das raízes do Mindolluin, ainda assim ela iria continuar queimando sua mente, enquanto cresce a escuridão, e sobrevém coisas ainda piores, que logo nos surpreenderão.
Por um momento, os olhos de Denethor voltaram a brilhar quando se fixaram em Gandalf, e Pippin sentiu mais uma vez a tensão entre as disposições de ambos; mas agora quase parecia que os olhares dos dois eram como lâminas de olho a olho, faiscando à medida que se digladiavam. Pippin tremeu, temendo algum golpe terrível.
Mas de repente Denethor relaxou e ficou frio de novo. Encolheu os ombros.
— Se eu tivesse! Se você tivesse! — disse ele. – Essas palavras e esses "sês" são inúteis. A coisa foi para dentro da Sombra, e agora apenas o tempo mostrará que destino está sendo reservado para ela e para nós. Não demorará muito. No tempo que ainda nos resta, que todos os que lutam contra o Inimigo á sua maneira fiquem unidos, e que mantenham a esperança enquanto puderem, e depois da esperança ainda a coragem de morrer em liberdade.
Aqui percebemos a Queda de Denethor, da mesma maneira que Thingol ao desejar as Silmarils enredou Doriath na Maldição de Mandos, Denethor se condenou quando sucumbiu à seu desespero e vontade de possuir o Anel Governante.
Denethor desde muito cedo apenas aprendeu sua tradição secular, não se importou em sair e ver o mundo, apenas o “mundo dos homens” o interessava, Minas Anor, os Reinados dos Homens, Akalabêth, não sabia, ou não se importava como acredito que tenha ficado demonstrado nos trechos que eu retirei da importância do “resto do mundo”, não tinha como ele se importar com isso da maneira que vamos dizer Gandalf ou Aragorn se importavam, o mundo para Denethor era Gondor e pouco ou nada havia fora disso. É como um filho mimado de pais ricos que não sabe o valor do dinheiro é alguém que mesmo com a sabedoria em nível razoável se deixa levar pelo orgulho e decai.
Denethor desprezava os homens inferiores, não só os estrangeiros como também os homens de Gondor que não possuíam o sangue de Ponente. A comparação entre Denethor e Saruman é exata na medida em que se dá a ela os parâmetros, Denethor e Saruman são personagens de grande poder que decaíram por orgulho acima de tudo...O orgulho é o verdadeiro Senhor do Escuro nas obras de Tolkien, não Sauron, não Melkor, mas não fosse o orgulho, as sementes lançadas por eles seriam infrutíferas. Por isso, Denethor foi humano, o único problema é que para ele o mundo era Gondor, se Gondor cair, pouco importa o resto, mesmo porque praticamente não existe resto e Eädsohn sua analogi foi excelente, em relação a Aragorn principalmente, mas o medo de Denethor em relação ao novo se estende até mesmo a Thorongil vcs se lembram? O orgulho e Denethor não poderia permirtir que ele aprovasse como seu pai fazia o forasteiro que adquiriu renome lutando por Gondor.
Em suma, me desculpem pelo tamanho do post, acredito q eu tenha me perdido em alguns locais ai no meio, espero que a mensagem possa ter sido passada e principalmente que eu não tenha destoado deste maravilhoso tópico.
Boa noite a todos.
 
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Enquanto eu escrevia, entramos muito bem na discussão, e Eädsohn, realmente o triângulo Boromir, Faramir e Denethor (Porque não quadrado incluindo Gandalf) é bem complicado mesmo e merece um tópico só pra ele, por isso não o abordei muito também ;)
 
Nossa, um dos posts mais interessantes e profundos dos últimos tempos!
Creio que Denethor sempre levou mais por um lado "pessoal", sempre tão egocêntrico, que, no meu ver, preocupava-se mais com a restauração de Gondor como alta potência, o destino de seus filhos, a imponência, etc etc etc, sem ao menos aceitar o que batia em sua porta, sem encarar tempos nada gloriosos.
Pra mim, Denethor é a síntese daquela pessoa que almeja a glória, mas não move um dedo pra que isso aconteça... não aceita mudanças, não aceita sofrimento, não aceita tempos difíceis... E por isso, por não encarar a realidade, apegando-se aos gloriosos tempos de outrora, se frustra, se desespera e aceita a derrota.
 
Tópico muito bem elaborado Eädsohn, parabéns.

Lendo os posts da galera e dando uma rápida olhada na parte sobre os Regentes nos Apêndices
me surgiu uma idéia de provavel golpe de estado por parte de Denethor II ao se recusar a deixar o comando e dar lugar ao Rei por direito.

De fato, cada novo regente assumia seu posto prestando o juramento de "segurar o bastão e governar em nome do rei, até o seu retorno". Mas logo essas palavras passaram a ter um sentido apenas ritual, e pouca atenção se dava a elas, pois Os regentes exerciam todo o poder dos reis. Apesar disso, muitos em Gondor acreditavam que um rei realmente voltaria em alguma época futura, e alguns relembravam a antiga linhagem do norte, que, pelo que se dizia, ainda continuava a viver nas sombras.


Além disso, como bem sabemos e como foi dito, Denethor era muito orgulhoso e não tinha intenção nenhuma de deixar o poder. Isso é fato e ele mesmo deixava claro. Caso tivesse sobrevido à Guerra, uma outra teria início para ver quem ficaria com o poder de Gondor, afinal, o Regente não entregaria facilmente o poder para Aragorn.

Todo esse papo de o Regente não querer abrir mão do poder e passá-lo para um herdeiro por direito me cheira a um enorme golpe de estado, que teria sido levado à cabo caso Denethor tivesse sobrevivido à Guerra do Anel. O problema seria ele encontrar apoio para tal, pois Boromir estava morto e Faramir, como foi dito, era 'pupilo' de Gandalf, talvez ele tentasse o golpe por força de armas. Resta saber quanto tempo Gandalf levaria para convencer o exército de Gondor de que Denethor havia se tornado um usurpador antes de sangue ser derramado.


Otra coisa: Denethor, como alguém ocupando temporariamente, ainda que esse temporariamente tenha durado uma Era inteira, um cargo deveria saber que um dia deveria ceder seu posto de comando para aquele que por direito assumiria o trono, coisa que estava acima da capacidade da Casa dos Regentes. Não existia algum tipo de escritura/texto oficial que tratasse desse assunto?


Uma outra coisa que me intriga: Os Regentes anteriores a Denethor II sabiam da existência de um herdeiro?
 
Última edição:
CARACA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Meu Deus... Eru, Iluvatar, me salve disso, que tópico! Agora to aqui filosofando, pensando nesse lado politico que jamais iria cogitar sobre O Senhor dos Anéis... Fórum Valinor num é brincadeira mesmo, quando acho que já vi de tudo, vem outros que fazem melhor, e ainda por cima mais ousados... Tópico SHOW!
 
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Não poderei comentar cada parte de seu tópico apenas por falta de tempo, não de empolgação! Afinal concordo com o que diz em sua conclusão sobre o orgulho e o ego, "sem eles a semente lançada não vigoraria"... Perfeitamente.<o:p></o:p>

Também apoio sua colocação sobre a visão de Denethor: não importava que fim as outras partes da Terra-média teriam, se ele pudesse dispor de seu trono como regente e, se possível conquistar ainda mais terras... Quando se vê "ameaçado", ainda que pelo guerreiro Thorongil, sua mente se volta para seu pouco poder e se perde.<o:p></o:p>

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Ainda mais clara se torna essa visão quando pensamos em Boromir, seu filho mais amado. Quando Boromir reivindica o anel para a defesa de Gondor, essa visão política se torna mais do que clara e evidente, é gritante a forma como eles não medem esforços para vencer; Boromir, porém, ainda pensa no seu povo Gondoriano, em muitas passagens fala do amor por sua terra; já em Denethor podemos perceber sua ganância cega, que bloqueia qualquer vínculo com o povo...<o:p></o:p>
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Pretendo acompanhar o tópico e se possível desenvolver um pouco mais, e com mais respaldo certos apontamentos que encontrei em seu post e no do Ëadhson.<o:p></o:p>
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Quanto ao belo tópico, ele me fez lembrar uma frase do "Folha por Niggle": "(...) Começou com uma folha levada pelo vento e tornou-se uma árvore; e a árvore cresceu, originando inúmeros galhos e criando as mais fantásticas raízes". <o:p></o:p>
É assim que eu vejo as boas discussões da Valinor... São raras e espalhadas, mas de repente adquirem proporções maravilhosas, e é sempre bom discutir e observar por novos ângulos novas idéias que já tínhamos pré-estabelecidas. <o:p></o:p>
 
Nossa, um dos posts mais interessantes e profundos dos últimos tempos!
Creio que Denethor sempre levou mais por um lado "pessoal", sempre tão egocêntrico, que, no meu ver, preocupava-se mais com a restauração de Gondor como alta potência, o destino de seus filhos, a imponência, etc etc etc, sem ao menos aceitar o que batia em sua porta, sem encarar tempos nada gloriosos.
Pra mim, Denethor é a síntese daquela pessoa que almeja a glória, mas não move um dedo pra que isso aconteça... não aceita mudanças, não aceita sofrimento, não aceita tempos difíceis... E por isso, por não encarar a realidade, apegando-se aos gloriosos tempos de outrora, se frustra, se desespera e aceita a derrota.

FALOU TUDO!!:mrgreen:
 
Otra coisa: Denethor, como alguém ocupando temporariamente, ainda que esse temporariamente tenha durado uma Era inteira, um cargo deveria saber que um dia deveria ceder seu posto de comando para aquele que por direito assumiria o trono, coisa que estava acima da capacidade da Casa dos Regentes. Não existia algum tipo de escritura/texto oficial que tratasse desse assunto?

Olha, que eu saiba (li em algum lugar), os Regentes faziam um juramento, comprometendo-se a governar até que o Rei retornasse. E os juramentos, à época, eram sérios. Mas acho que nesse caso, como Gondor ficou muito tempo sem um Rei, o juramento não era tão sério assim :mrgreen:. Pois, apesar de existirem pessoas que acreditavam no retorno do soberano, muitas não acreditavam nisso e os Regentes eram os maiores interessados em não haver um retorno do Rei, por motivos óbvios! Ou seja, embora Denethor soubesse que teria que deixar o poder, caso um Rei aparecesse, ele não estava disposto a isso, e suponho, que muitos outros Regentes pensavam assim também...

Uma outra coisa que me intriga: Os Regentes anteriores a Denethor II sabiam da existência de um herdeiro?

Quanto a isso, suponho que os Regentes anteriores pensavam existir sim um herdeiro, porém não sabiam quem. Afinal, o próprio Aragorn ajudou Gondor no governo de Ecthelion II, com o nome de Thorongil... e o Regente não sabia disso.
 

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