Ei ei ei, calma aee o Balrog de Moria não era o Ultimo, eu ja havia lido isso antes e lembrei dessa passagem da enciclopédia valinor:
Na Guerra da Ira, Morgoth foi atacado pelas forças dos Valar. A maioria dos Balrogs foi destruída naquela Guerra, mas alguns poucos escaparam sobre as Montanhas Azuis e ocultaram-se nas profundezas da Terra-média. A Perdição de Durin, a criatura que expulsou os Anões de Moria, foi um deles."
Esse trecho, tirado do cap. XIV do
Silmarillion, causa essa confusão porque há uma diferença cronológica dos textos que estão sendo citados aqui, além de diferenças nas concepções dos Balrogs.
A versão do capítulo que se encontra publicada no
Silmarillion foi tirada do "Quenta Silmarillion", atualmente impresso como tal no HoME 5,
The Lost and other Writings, texto que é datato do final de 1937 e início de 1938. Nessa época, a concepção dos Balrogs ainda não era como Maiar como viriam a ser posteriormente, mas de "demônios criados por Melko(r)" e seu número ficava na casa dos
milhares; é assim que eles aparecem no conto da Queda de Gondolin, que foi publicado inteiro no HoME 2,
The Book of Lost Tales, part 2.
A concepção dos Balrogs só foi modificada por Tolkien em 1958, ou seja, pós-SdA, no texto "Annals of Aman", publicado no HoME 10,
Morgoth's Ring, onde em uma versão eles param de ser chamados de "demônios de sua própria [isto é, de Melkor] criação" e passam ser chamados de "espíritos malignos (Úmaiar) que o seguiram". E foi nesse mesmo texto que o número deles mudou. Tolkien escreveu uma nota ao lado dessa passagem que fala que eles são espíritos que dizia: "Não se deve supor que mais de, digamos, 3 ou no máximo 7 existissem" (MR, p. 80).
Como aqui o ano já é 1958 e o SdA já havia sido publicado, o fato de ele mencionar "no mínimo 3" não é ao acaso, pois Tolkien estava pensando justamente naqueles que haviam aparecido diretamente em seus textos: 1) Gothmog, 2) o Balrog que enfrenta Glorfindel e 3) a Ruína de Durin, no SdA. Para ele citar também que "no máximo 7" existiam, é basicamente para limitar sua quantidade e deixar claro que possuíam um caráter especial, visto que não eram mais "milhares de criações" morgothianas, tal como os Orcs, mas Maiar e, portanto, mais poderosos: colocar um número muito elevado de Balrogs nessa fase da concepção do legendário iria criar umas incoerências consideráveis no resto do material, como um claro desequilíbrio de poder para o lado de Morgoth por possuir tantos Maiar do seu lado.
Nessa parte Tolkien também estava pensando justamente na Guerra da Ira, um trecho que ele ainda iria reescrever de forma completa (se vivesse mais e se tivesse saco para tal), mas já considerava aqui a morte de dois deles na época da Guerra, deixando no máximo 5 para lutarem nela, incluindo aí a Ruína de Durin. Creio que eventualmente ele modificaria o texto de modo a deixar mais claro que apenas um havia sobrevivido à Guerra, visto que se outros pudessem ter escapado eles seriam importantes o suficiente para serem mencionados e, como não o foram no SdA além da própria Ruína de Durin, ele estava meio que "preso" ao que já havia escrito e
publicado e não poderia fugir muito disso se quisesse passar um ar de coerência maior nos textos - coisa que ele estava buscando constantemente.
Logo, analisando bem o desenvolvimento textual pré- e pós-SdA, acredito que, sim, dadas todas as possibilidades apenas um Balrog estaria vivo no final da Terceira Era, e foi justamente aquele enfrentado e morto por Gandalf em Moria.