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O verdadeiro problema com as traduções de SdA

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Quem ficou sabendo da abortada nova tradu&ccedil;&atilde;o de <em>O Senhor dos An&eacute;is</em> em geral ficou de cabelo arrepiado com coisas como &quot;ananos&quot; em vez de an&otilde;es e &quot;me&otilde;es&quot; em vez de Pequenos. S&atilde;o detalhes importantes, claro, mas gostaria de argumentar que o verdadeiro problema com as tradu&ccedil;&otilde;es brasileiras da Saga do Anel &eacute; outro. &Eacute; estil&iacute;stico, sutil, mas importante. A variedade ling&uuml;&iacute;stica da Terra-m&eacute;dia &eacute; apagada.
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Pareceu meio cifrado?&nbsp;Ent&atilde;o pe&ccedil;o que&nbsp;voc&ecirc;s leiam o&nbsp;ensaio abaixo,&nbsp;originalmente submetido por mim a uma disciplina do doutorado na USP. Os termos usados na tradu&ccedil;&atilde;o s&atilde;o essenciais, claro, mas mais&nbsp;complicado ainda &eacute; n&atilde;o seguir o estilo &uacute;nico de Tolkien para retratar a fala de cada grupo da Terra-m&eacute;dia.
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</ br> Leia Mais...
 
Última edição por um moderador:
Excelente. :clap:

Certa vez, num dos meus devaneios eu reclamei da tradução de Scadufax (da não tradução na verdade), mas o que me incomodava de fato era algo bem mais grave do que apenas um nome: não se percebe a devida diferença entre o falar dos diversos povos no texto em português (naquele dia eu questionava justamente Rohan).

Acho que já sei a resposta (aliás, em parte ela já está respondida no próprio post), mas vou pergutar pois frisará um ponto importante: Você acha que faltou qualidade à tradutora ou o problema foi a censura editorial?
 
Amém, Cisne, amém. Quisera esse tipo de coisa fosse levado mais em consideração nas traduções, mas a mania de "facilitação" impera na hora de se publicar algo por aqui.

Particularmente fiquei feliz de poder ser o mais fiel ao original possível com a tradução do As Cartas de Tolkien, com o apoio do próprio editor (o Thiago "Ispaine" acima, para quem não sabe): mesmo que tivéssemos opiniões diferentes sobre determinado ponto no texto, o Ispaine simplesmente me dava um voto de confiança e deixava a decisão final ao meu cargo. Independente de qualquer defeito que a tradução possua (e, como toda tradução, é claro que possui), pelos quais sou inteiramente responsável, pelo menos do de infidelidade ao original não posso ser acusado.

É claro que o nível de complexidade estilística do SdA é infinitamente superior ao das cartas escritas pelo Professor, mas mesmo essas possuem suas variações, às vezes sutis, às vezes nem tanto, pois o discurso de Tolkien variava claramente dependendo do destinatário da carta; isso pode parecer óbvio: afinal, se uma pessoa vai escrever uma carta se candidatando a um emprego certamente não vai escrevê-la do mesmo modo como escreve para o próprio filho, mas no caso de Tolkien há uma peculiaridade a ser considerada: o domínio dele da língua inglesa. Mesmo no que poderia ser uma mera troca de correspondência, não são raras as vezes em que o uso que ele faz das escolhas de vocabulários (inclusive em trocadilhos lingüísticos) é incomum. Fica evidente o prazer que ele tinha em selecionar bem as palavras para certas cartas; e isso por sua vez acaba conferindo um caráter lingüístico particular para o que poderia ser simplesmente mais uma obra epistolar. E isso eu tentei reproduzir sempre que possível da melhor maneira que o português (e minha capacidade) permitia.

A alternativa "mais fácil" seria "nivelar por baixo", facilitando o texto na língua de chegada para suavizar a tarefa do leitor, desfazendo inversões sintáticas e o escambau, mas isso não foi feito por dois motivos básicos: por eu querer ser o mais fiel possível ao texto original e por não querer chamar o leitor de burro. Não seria nem um desrespeito duplo, mas triplo, pois além de ofender tanto o autor como os leitores, eu estaria fazendo pouco caso da minha própria capacidade como tradutor (não que esta seja lá essas maravilhas, claro). O tradutor tem que confiar no próprio taco e se arriscar a bater o pé quando está convencido de que determinado caminho tem que ser seguido na tradução. Isso dificilmente é visto na área, pelo menos em obras destinadas a leitores em geral (é muito mais fácil bater o pé no meio acadêmico: tu publica como tu quiser aquilo que tu quiser, não será impedido aí - mas depois tem que arcar com as conseqüências das críticas, positivas ou não, que serão feitas em cima do texto, justamente por outras pessoas da área), tanto por medo da parte do tradutor de acabar "se incomodando" com a editora como pela pura inflexibilidade desta, que possui uma visão "singular" do que ela entende por texto "digerível" pelo "povão".

Desnecessário dizer que é esse tipo de atitude que resulta em coisas como essas incongruências nas traduções do SdA. Por achar que sabe o que e como o leitor médio deve ler, numa suposta atitude de "consideração" para com este leitor, tais editoras acabam não só chamando ele de burro de qualquer maneira como por sua vez são tachadas dessa forma por aqueles que queriam um texto mais "difícil", que não são burros nem palhaços, pois se investiram seu dinheiro (e raramente este é pouco, hein?) em um livro desse porte é porque queriam a melhor tradução possível, algo com um custo-benefício coerente.

Nenhuma tradução é perfeita e nunca vai ser, isso é simplesmente indiscutível, mas perderam uma boa chance (duas vezes, na verdade) de tentar fazer um trabalho melhor com um livro que de modo algum se presta a "facilitações". Uma das belezas do SdA está em sua construção lingüística, e ignorá-la em qualquer tradução é fazer um imenso desfavor aos leitores, além de um imenso desrespeito ao próprio Tolkien. Imagino o quanto este já não se revirou no túmulo com coisas que fizeram com suas obras: se durante em vida ele quase arrancava os cabelos com algumas traduções que caíam no seu colo (vide Cartas), depois de morto deve estar rodopiando ferozmente num certo cemitério de Oxford.

O mais triste é saber que, enquanto os direitos do livro estiverem onde estão, qualquer outra possível tradução futura vai seguir essa mesma linha, pois é só ver pelos comentários do Reinaldo a respeito a tradução abortada: com a faca e o queijo na mão para fazer uma tradução mais fidedigna, com a verbalização da parte dos leitores de como eles gostariam de ver o texto traduzido, com as erratas compiladas em cima da primeira tradução, eles ainda foram capazes de fazer algo inferior ao que fora feito antes. É de chorar, realmente.

Minha pena vai em particular para aqueles leitores que não têm como recorrer ao original para sanar esse problema: esses simplesmente vão ter que se contentar com o que temos de menos ruim em português. Só gostaria de saber até quando.
 
Última edição:
Excelente artigo, Cisne!! Parabéns!!

Seria muito bom mesmo se pudessemos perceber essas diferenças nos vário dialétos da Terra-média na versão traduzida de O Senhor dos Anéis.
 
Adorei o artigo, muito bem escrito.

Minha pena vai em particular para aqueles leitores que não têm como recorrer ao original para sanar esse problema: esses simplesmente vão ter que se contentar com o que temos de menos ruim em português. Só gostaria de saber até quando.

Outra vez sinto vontade de chorar por não poder ler o texto original, ainda mais se tratando de variedade lingüística, assunto pelo qual tenho especial interesse.
 
por não poder ler o texto original

Tendo em vista que você sabe o quanto está perdendo com as traduções de Tolkien e, tenha certeza, com grande parte das demais traduções, é a melhor oportunidade de aprender o idioma. Além de enriquecer seus conhecimentos literários tenho certeza de que vai melhorar seu currículo =]
 
Tendo em vista que você sabe o quanto está perdendo com as traduções de Tolkien e, tenha certeza, com grande parte das demais traduções, é a melhor oportunidade de aprender o idioma. Além de enriquecer seus conhecimentos literários tenho certeza de que vai melhorar seu currículo =]

Estou correndo atrás disso, mas acho que vai levar alguns anos até eu poder encarar algo como o original do Senhor dos Anéis.
 
Fantástico texto! Cisnão mais uma vez de parabéns. :clap:

E o post do Tilion também merece uma salva de palmas. :clap:
 
Ótimo artigo.
É realmente lamentável que cada vez mais dispensem atenção necessária às diversas traduções, em especial quando as obras de um autor são realmente esperadas por um grande público de leitores. (Quero dizer, num caso como o de Tolkien, que tantos leitores realmente se prezam a prestar atenção em aspectos linguísticos, geográficos, históricos e afins, seria mais um motivo para que a tradutora prestasse ainda mais atenção nos interesses não só dos leitores, como do próprio autor, que traduziu/escreveu o texto exatamente da forma que lhe foi mais apropriada para priorizar os diferentes povos da T.M).

Agora é esperar por mais artigos como este e quem sabe uma oportunidade de ler a versão original algum dia...
 
Li o artigo e achei muito interessante. Mas acho que o autor deveria ter dado suas opções de tradução em todos os casos.

Por exemplo, na tradução da frase "I’d give a lot for half a dozen taters", ele critica o uso da palavra "batatas" na tradução, mas não dá uma opção melhor.

O que complica muito é que o português não é o inglês. Ok, "dããã", vcs devem estar pensando, mas estou falando do seguinte: em inglês há uma palavra "inculta" usada para batatas, em português não há. O que o tradutor poderia fazer nesse caso? Difícil né?

Outra coisa: em inglês, é bastante comum usar "fathers" para designar "antepassados", enquanto, em português, não. Acho um pouco complicado forçar o uso de palavras que não fazem parte do nosso vocabulário nem nunca fizeram, só para ter uma tradução mais igual que supostamente seguiria o estilo do autor. Não é o caso de acusar de simplificar ou levar para o lado mais confortável. Simplesmente não se usa, em português, a palavra "pais" nesse sentido. Será que o próprio Tolkien, estivesse ele escrevendo em português, não usaria a palavra "antepassados"? Entendem onde quero chegar?

Mas não quero, de forma alguma, desqualificar o artigo do colega. Quem sou eu... Inclusive achei ótimas as traduções que ele dá como alternativa para as falas dos orcs. Só acho que tem coisa que realmente não dá.
 
Nossa, se pode perceber que acabaram com todo o charme do livro, que era o de cada povo ter a sua estrutura linguística própria. Eu sempre li com grande prazer escritores como Guimarães Rosa ou Graciliano Ramos que sabiam respeitar o modo de falar de cada região retratada. E essa tradução nos tirou isso. O certo, como disse o Deriel, é ler o livro no original.
 
Retomando o tópico para salientar isto aqui:

Outra coisa: em inglês, é bastante comum usar "fathers" para designar "antepassados", enquanto, em português, não. Acho um pouco complicado forçar o uso de palavras que não fazem parte do nosso vocabulário nem nunca fizeram, só para ter uma tradução mais igual que supostamente seguiria o estilo do autor. Não é o caso de acusar de simplificar ou levar para o lado mais confortável. Simplesmente não se usa, em português, a palavra "pais" nesse sentido. Será que o próprio Tolkien, estivesse ele escrevendo em português, não usaria a palavra "antepassados"? Entendem onde quero chegar?

Sim, entendo onde tu quer chegar, mas caberia a tradução "pais" no sentido pretendido por Tolkien com "fathers" no inglês, já que também não é tão comum o uso e a associação com diversos ascendentes que não os progenitores imediatos.

O uso de "antepassados" em português estaria mais correto se no original a palavra usada tivesse sido "forebears", pois esta sim seria a equivalência mais próxima da palavra, a mais usual, havendo inclusive uma similaridade na formalidade das palavras em ambos os idiomas.

Como Tolkien não dava ponto sem nó, o uso de "fathers" aqui não é meramente ocasional no lugar de "forebears": foi a palavra que ele achou que seria a mais adequada no contexto cultural dos Rohirrim. "Forebears" seria algo muito mais plausível se usado pelo Noldor, por exemplo, que por natureza são ainda mais formais em determinadas circunstâncias (vide todo o discurso usado por Elrond no capítulo do Conselho: toda a linguagem e a própria sintaxe das frases ditas por ele foge do "padrão" - coisa só percebida no original, claro). Logo, a tradução pecou aqui também.

Seria demais exigir esse tipo de conhecimento de um tradutor? Se fosse um tradutor ocasional, do tipo "tapa-buraco", sem dúvida. Mas o ponto aqui é justamente o fato de que as obras de Tolkien demandam um tradutor que vá um "pouquinho" além do feijão-com-arroz. Ele tem que conhecer muito bem a obra e, principalmente, Tolkien e seus porquês de ter escrito o que escreveu da maneira que escreveu. E isso só é adquirido com uma carga considerável de leitura, de imersão propriamente dita - o que, desnecessário dizer, não vai ser encontrado em qualquer esquina.

O tradutor "ideal" de Tolkien, assim como o tradutor ideal de qualquer outro autor, teria que ser um "especialista" nele, e isso obviamente não dá para esperar que todos os tradutores existentes sejam: afinal, cada um tem sua próprias preferências. É questão então de haver tal preocupação na hora da escolha de tais pessoas, tentando pensar um pouco mais na qualidade do produto final e menos no baixo custo que alguém não-especializado geralmente proporciona à editora.
 
huum... gostava de poder ler uma análise da tradução para português de portugal, que é muito diferente da tradução para o português do brasil! pelo que eu conheço da tradução em português br, realmente existem alguns erros imperdoáveis mas imagino que tais erros acontecam n tradução portuguesa...

a razão é, provavelmente, a de as editoras quererem generalizar o máximo possível as obras (erro, claro!) para as tornarem mais "vendíveis", mais atraentes ao público em geral...

para fãs como nós (:D) que queremos conhecer intimamente os desejos do professor em relação à interpretação das suas obras, esta atitude é imperdoável porque nos impede de perceber essas pequenas variações na linguagem que tanta diferença fazem no conhecimento das línguas da Terra Média...

mas, para pessoas comuns que apenas leram, por exemplo, porque gostaram dos filmes, é normal que prefiram ler uma tradução simplificada ou adaptada à leitura do leitor comum, pois nem todos os leitores gostariam que a tradução tentasse mostrar o uso do inglês arcaico, por exemplo, pois muitos leitores estranhariam a forma como as palavras são posicionadas e mesmo a pronúncia que se pretende mostrar que os povos têm...

claro, eu concordo com vocês, a tradução deveria ter sido feita o mais fielmente possível e por isso mesmo tenho tentado arranjar os originais sem os ter de comprar (xD) para poder ler em inglês, mas quase que "compreendo" as razões dos editores...

afinal, o objectivo das editoras, infelizmente, é vender livros (a maior parte! não quero ofender as editoras em geral!), não ser fiel às obras dos autores...

abraços portugueses... ;D
 
Lamento informar, mas a tradução portuguesa também tem vários defeitos, um dos maiores deles sendo a não-tradução de nomes que o próprio Tolkien disse que tinham que ser traduzidos e, mesmo quando alguns eram traduzidos, o resultado era para algo cujo significado era diferente do original.
 
a sério!? dê-me exemplos caro Tilion, por acaso leio vários textos sobre tolkien em inglês e nunca reparei...

aqui não temos coisas do género Scadufax, por exemplo (que acho uma tradução muito pobre!)... que tipo de coisas!?

;D
 
a sério!? dê-me exemplos caro Tilion, por acaso leio vários textos sobre tolkien em inglês e nunca reparei...

aqui não temos coisas do género Scadufax, por exemplo (que acho uma tradução muito pobre!)... que tipo de coisas!?

;D

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Dê exemplos Tilion
 
Scadufax segue uma das recomendações de Tolkien no "Guide to the Names in The Lord of the Rings":

Tolkien disse:
Shadowfax. This is an anglicized form of Rohan (that is Old English) Sceadu-faex 'having shadow-grey mane (and coat)'. It does not actually occur in Old English. Since it is not Common Speech, it may be retained, though better so in a simplified form of the Rohan name: Scadufax. But since in the text this name has been assimilated to modern English (= Common Speech), it would be satisfactory to do the same in a Germanic language of translation, using related elements. Fax 'hair' is now obsolete in English, except in the name Fairfax (no longer understood). It was used in Old High German (faks) and Middle High German (vahs, vachs), but is, I believe, also now obsolete; but it could be revived in this name, as it is in the English text: for example Schattenvachs? Fax (faks) is still in use in Iceland and Norway for 'mane'; but 'shadow' has no exact equivalents in Scandinavian languages. The Dutch version has Schaduwschicht (shadow-flash), the Swedish Skuggfaxe.

Grifo meu, que se traduz: "Visto que não está na Língua Comum, ele pode ser mantido, embora seja melhor se o for em uma forma simplificada do nome de Rohan: Scadufax."

Dois exemplos da tradução portuguesa em que os nomes são mantidos no original e não deveriam ser: Rivendell e Evenstar. Vejam os trechos no "Guide":

Tolkien disse:
Rivendell. 'Cloven-dell'; Common Speech translation of Imladris(t) 'deep dale of the cleft'. Translate by sense, or retain, as seems best. The Dutch version retains the name as Rivendel; the Swedish version has Vattnadal, which is incorrect and suggests that the translator thought that Riven- was related to river.

"Cloven-dell" = "Vale fendido", que resultou na tradução brasileira em Valfenda, uma das melhores, ao meu ver.

Quando ele diz para "manter" o nome se for melhor, é quando o mesmo ainda assim consegue ser comprendido na língua de chegada (coisa que seria mais fácil justamente nas línguas para as quais o guia se destinava em primeiro lugar, as germânicas, já que o inglês pertence à mesma família), mas não traduzir o nome para português simplesmente faz com que se perca todo o significado do mesmo, já que a maioria dos leitores não domina o inglês.

Tolkien disse:
Evenstar. As title of Arwen Undómiel. When used in the text this translation of Undómiel (a Quenya name) should be translated.

Grifo meu: "deve ser traduzido" quando usado como tradução do Quenya Undómiel, ou seja, quando está na forma inglesa Evenstar - que também não será compreendida por quem não domina o inglês. A tradução brasileira usou Estrela Vespertina, que é o sentido original do nome.

Também não se traduziu Halfling, termo que só jogadores de D&D entenderiam o conceito se mantido no original, e Greyhame, título de Gandalf em Rohan.

Quanto a traduções errôneas na versão portuguesa, temos Passo de Gigante para "Strider".

Stride é justamente um passo largo. To stride é andar a passos largos; um strider é alguém que anda a passos largos. Claro, um "gigante" anda a passos largos, mas o uso da palavra acaba dando outras conotações a Aragorn, como uma altura maior que a normal (o que nem era bem o caso; ele era descendente de Elendil, mas nem chegava perto dos 2,40m deste, que poderia ser chamado de "gigante"). A tradução brasileira usa Passolargo.

Goblin também foi traduzida Gnomo. Tolkien no "Guide" no verbete sobre Orcs:

Tolkien disse:
Orc. This is supposed to be the Common Speech name of these creatures at that time; it should therefore according to the system be translated into English, or the language of translation. It was translated 'goblin' in The Hobbit, except in one place; but this word, and other words of similar sense in other European languages (as far as I know), are not really suitable.(...)

Grifo meu, que traduz: "mas essa palavra, e outras palavras de sentido similar em outros idiomas europeus (até onde sei), não são realmente adequadas".

Há mais coisas, claro, mas acho que já me fiz entender.
 
Última edição:
huum... entendi..
mas sinceramente, gosto de ler as palavras em inglês, talvez porque percebo a língua...
sinto-me mais próximo dos nomes que o autor deu às coisas...

mas percebi-te tilion! ;D
 

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