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Pedágio Urbano. Funciona?

Ulca

Lurker
Uma solução que vem sendo apresentada e discutida para resolver o caos no trânsito das grandes cidades é o pedágio urbano. Mas ele realmente funcionaria no Brasil?

Tendo que pagar para transitar pela cidade muito deixariam o carro na garagem e teriam que usar o transporte público. Mas ele suportaria esse aumento no número de passageiros?

Esse pedágio funciona em cidades onde o transporte público é bem estruturado. Londres, por exemplo. Mas aqui no Brasil, onde ônibus atrasam e andam sempre lotados, a população deve preferir pagar uns R$ 4 para andar pela cidade pelo menos confortavelmente, já que de carro, com o trânsito do jeito que está, o atraso é irremediável em ambos os casos.

A longo prazo o pedágio urbano poderia até melhorar o trânsito nas grandes cidades, mas a curto prazo aumentariam a precariedade do nosso sistema de transporte coletivo, mas reduziria o número de carros nas ruas.

As cidades européias que implantaram o pedágio têm um transporte público bem estruturado, de qualidade. Mas com a atual situação dos transportes coletivos do Brasil, a populção terá que ter um poco mais de paciência até isso começar a dar bons resultados.
 
Creio que a questão seria: se pudermos andar de carro, vamos nos mobilizar para cobrar DE VERDADE um transporte público de qualidade?

(Quero dizer, encher o saco CONSTANTEMENTE, e não somente quando temos de deixar o carro na garagem...)
 
Infelizmente pedágio não é e nunca será solução para este problema e sim apenas uma contenção.

Solução mesmo seria não gastar milhões pra cada novo km de metrô, o que faz com que as megacidades só continuem se valorizando e mantendo a condição de pólos de atração e sim repovoar o Brasil, investir pesado em políticas de novos empregos e deslocamento da economia no interior, fazer com que esses quase 200 milhões de habitantes concentrados a maior parte nas megacidades se distribuissem por cidades de pequeno e médio porte com planejamento urbano decente. País que serve como exemplo é a Alemanha

Infelizmente o único estado deste pais que segue isso é Santa Catarina, que coincidência ou não em boa parte foi colonizado pelos alemães. Não possui nenhuma cidade com mais de meio milhão de habitantes e a capital não é a mais populosa do estado.
 
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Uma solução que vem sendo apresentada e discutida para resolver o caos no trânsito das grandes cidades é o pedágio urbano. Mas ele realmente funcionaria no Brasil?

Tendo que pagar para transitar pela cidade muito deixariam o carro na garagem e teriam que usar o transporte público. Mas ele suportaria esse aumento no número de passageiros?

Esse pedágio funciona em cidades onde o transporte público é bem estruturado. Londres, por exemplo. Mas aqui no Brasil, onde ônibus atrasam e andam sempre lotados, a população deve preferir pagar uns R$ 4 para andar pela cidade pelo menos confortavelmente, já que de carro, com o trânsito do jeito que está, o atraso é irremediável em ambos os casos.

A longo prazo o pedágio urbano poderia até melhorar o trânsito nas grandes cidades, mas a curto prazo aumentariam a precariedade do nosso sistema de transporte coletivo, mas reduziria o número de carros nas ruas.

As cidades européias que implantaram o pedágio têm um transporte público bem estruturado, de qualidade. Mas com a atual situação dos transportes coletivos do Brasil, a populção terá que ter um poco mais de paciência até isso começar a dar bons resultados.[/quote]


É pensando desta forma deve ser interessante implantar, mas devemos pensar que tb aqui é outro tipo de cultura e perfil de habitante, concerteza não olhariam com bons olhos o "prevenir" do Brasil é muito superficial.
 
Pra resolver a curto prazo alguém terá que perder. Se começar a investir agora em transporte coletivo só daqui anos - cinco ou seis - isso vai começar a se tornar uma solução e até lá são mais cinco ou seis anos de caos urbano. Se não investir, nunca será resolvido.

Eu acho que a idéia do pessoal é fazer o pedágio urbano como forma de reduzir o caos no trânsito ao mesmo tempo em que propicia uma fonte de renda para a melhoria do transporte coletivo. Funciona? Funciona sim, com um período de cinco ou seis anos meio cruel tanto pra quem tem carro (pq terá que pagar o pedágio) quanto pra quem usa transporte coletivo (pq tem que enfrentar o que existe hoje) mas, SE, o pedágio for adequadamente cobrado, os investimento forem feitos e investimentos continuarem sendo feito em transporte coletivo, as coisas se arrumam. Daqui uns anos.

Uma coisa que o pessoal se ilude é quanto à qualidade do transporte coletivo. Alguns acham que transporte coletivo bom é aquele onde você não rela em ninguém e que para na frente da sua casa e passa de meio em meio minuto. Pois é, em nenhum lugar do mundo é assim.. vá pegar hora do rush no metrô de Londres ou Paris pra ver. Mesma muvuca de qualquer cidade, empurra-empurra, gente fedida e mal-educada. Há que se ter parâmetros razoáveis pra se afirmar "o transporte coletivo é bom".
 
Creio que a questão seria: se pudermos andar de carro, vamos nos mobilizar para cobrar DE VERDADE um transporte público de qualidade?

(Quero dizer, encher o saco CONSTANTEMENTE, e não somente quando temos de deixar o carro na garagem...)


Mas, no ritmo atual, logo não conseguiremos andar de carro. Li em algum lugar que são 200 mil carros novos nas ruas por ano em São Paulo. Chegará um momento que será incrivelmente difícil andar de carro. Transporte público (de qualidade) resolveria isso ou a construção de novas vias, mas isso está longe de ser alcançado por aqui.

Quando sentirmos os efeitos mais drásticos de todo esse aumento de veículos circulando, quando esse caos nas cidades tornar-se insuportável talvez perceberemos a importância de um bom planejamento urbano, de um bom sistema de transporte público.
 
Há que se ter parâmetros razoáveis pra se afirmar "o transporte coletivo é bom".

Os parametros seriam:

* intervalos curtos entre trens e ônibus
* cumprimento do horário
* velocidade média de deslocamento igual ou acima de 40Km/h (pelo menos)

País que serve muito bem de exemplo nesses quesitos: Japão

Esses 3 acho fundamentais. Obviamente poderia colocar o fator conforto, mas como no Brasil é muito dificil se obter isso, se tiver funcionando perfeito os 3 que mencionei acima a falta de conforto até dá pra relevar.
 
* intervalos curtos entre trens e ônibus

O intervalo tem que se adequar à demanda, não são fixos. Eles aumentam em horários de pouco movimento e diminuem em horário de pico.

* cumprimento do horário

Essencial

* velocidade média de deslocamento igual ou acima de 40Km/h (pelo menos)

Só funciona para trens - ônibus não conseguem atingir essa velocidade, nem com canaletas expressas. E o transporte coletivo não se faz apenas com trens, que têm paradas mais espaçadas - se faz também com ônibus, que param em intervalos menores.
 
- ônibus não conseguem atingir essa velocidade, nem com canaletas expressas.

São Paulo com todas as suas deficiências já teve nos anos 80 uma velocidade média pra ônibus de 35Km/h. Atualmente está em torno de 15Km/h, segundo o último estudo realizado. Inclusive tem sido muito discutido entre os candidatos a prefeito nos debates de criar meios pra urgentemente elevar pra no mínimo 30Km/h.

As linhas expressas quando bem projetadas e com espaçamento longo entre as estações (daí o nome expressas) fluem muito bem.
 
Linhas Expressas. A cidade não vive só de linhas expressas, ela vive também do ônibus amarelinho, que pára de quatro em quatro esquinas. Curitiba é exemplo nesse sentido, com vários tipos de linha, e mesmo as expressas não atingem valores acima de 40 km/h e não têm como atingir, mesmo usando canaletas expressas.

Perde-se tempo parando nas estações para os usuários subirem e descerem - e, quanto mais usuários, mais tempo isso leva.

E isso é em qualquer lugar do mundo, quando se fala do pedaço "ônibus" da equação transporte coletivo.
 
Isso de pedágio urbano não vai melhorar o transito. Pode no entanto aumentar a arrecadação da cidade. Daí a ser reinvestido em infraestrutura de transporte são outros quinhentos.

A verdade é q hoje já é bem caro rodar pelo centro da cidade. Aqui no Rio nenhum estacionamento cobra menos que 8 reais a hora. Em são paulo costuma ser mais caro. O pedágio só vai ser decisivo se custar 20 reais.

Aqui no Rio o transito do centro(e na zona sul tb) é totalmente dominado por Onibus e Taxis. Isso por que o metro ainda funciona com intervalos longos e rede reduzida. Deveria existir uma capilaridade de redes para a zona norte muito maior, outras linhas, ao invés de levar o metro pra Ipanema.

Quem eu conheço q mora perto do metrô dificilmente vai de carro pro centro, principalmente por conta do transito. Quem vai de carro acaba sendo pessoas que moram longe (tipo Barra, recreio) e não querem pegar onibus do condominio(uma boa solução por aqui).

A solução é sim investir em metrô e trem. O pedágio pra mim pode ser então uma saída de arrecadação, mas não de transito.
 
Outro detalhe também é que as empresas que prestam serviços de transporte público têm um retorno financeiro muito bom. Sendo assim, faria bem as autoridades municipais de trânsito serem mais rígida e elevarem as metas a serem cumpridas por essas companhias de transporte. O grande entrave a isso são, digamos, fatores políticos.

O metrô nas metrópoles é importantíssimo também, pois no geral é uma das únicas alternativas que fazem algumas pessoas de posição social mais elevada a abrirem mão de seu próprio veículo. Mas com um detalhe: deve-se evitar que as diferentes modalidades de transporte coletivo compitam entre si.
 
Sinceramente eu passei 4 dias durante a semana no centro de Londres e em nenhum momento vi nenhum transito que sequer pareceu caótico. Em paris estava um pouquinho pior mas tb nada preocupante. Pelo contrário, o bom transito de Londres até me surpreendeu. Acho q se comparado ao transito de Rio e SP nenhuma dessas cidades chega perto, mesmo pq apresentam uma malha de metro muito maior e uma população menor.
 
Mas no caso das duas cidades européias não acho que a questão seja só o pedágio urbano (que Londres utiliza) ou não (no caso de Paris), mas um pouco sobre a educação do motorista. Aqui no Brasil com aquela velha mania de "se dar bem" não adianta ter uma via só para ônibus (como em Londres), porque tem um monte de animal que usa (aqui em Curitiba tem um pessoal que está colocando sirene no carro para passar por policial e poder andar na canaleta do expresso na hora de maior movimento, por exemplo). Convenhamos, nem rodízio adianta, porque tem quem compre um carro extra para "furar" o esquema. Se começarem a cobrar pedágio urbano, arrumarão um "jeitinho" de continuar rodando serelepes e faceiros e a coisa ficará na mesma.
 
A Liberdade de ir e vir tem um preço
4 Reais

A solução mais prática acho que seria mesmo criar outros centros urbanos que atraíssem a população. Moro em uma cidade pequena muito agradável, se aqui tivesse as atrações que encontro em Sampa seria perfeito.

By Raphael S
 
Acho o incentivo às cidades médias necessário, mesmo como forma de dinamizar a economia dos Estados e do País, pois é muito importante economicamente que cada região possa contar com ao menos um município onde há a presença de serviços mais diversificados.

Contudo, não acho essa a solução definitiva para o problema das grandes cidades em si. Por mais que a população possa cair um pouco ou estagnar com programas de estímulo a centros menores, nada justifica o abandono de obras para melhoria do transporte público e, de modo geral, infraestrutura, dos grandes centros, com a desculpa de "frear o crescimento" dos mesmos.

É quase impossível, por exemplo, diminuir a população de uma cidade como São Paulo ao ponto disso, por si só, acabar com o problema do trânsito. Acredito no pedágio urbano como paleativo para o centro da cidade, e o planejamento urbano a longo prazo como solução. Mais pessoas morando no centro das metrópoles, descentralização interna, com o fortalecimento de diversos outros centros comerciais nas outras regiões do município, transporte público de qualidade, etc.
 
Concordo com tudo o que já foi dito:

Pro pedágio urbano funcionar tem de haver investimento no transporte público, com construção de vias expressas, canaletas exclusivas para ônibus, mais linhas, ônibus melhores, mais horários, ônibus não-poluentes, transportes alternativos (trens, metrôs, etc), povoamento das cidades do interior e tudo o mais, mas, antes de tudo isso, existe uma outra coisinha bem pequenininha que tem de ser consertada.

Essa coisinha se chama consciência. O Brasil é o país do jeitinho, o país das obras superfaturadas, o país do dinheiro na cueca, da dança da pizza e de tudo aquilo que a gente já sabe. Meu professo de história uma vez me disse que chegou uma época que em Roma o pessoal até "gostava" de pagar imposto porque via que o negócio tava andando. Agora no Brasil você trabalha 4 meses pra pagar imposto e vê obras superfaturadas e com atraso. E, depois de tudo isso vê um negócio que não funciona do jeito que deveria... Aí é lógico que o cara fica insatisfeito, mas grande parte disso é culpa de toda a nação que não se mobiliza pra mudar... Que finge que tá dormindo quando vê um velhinho entrar no ônibus, que depreda os ônibus e depois vem reclamar que o negócio não funciona, que compra dois carros por causa do rodízio, que invade a pista do ônibus, enfim... Que sempre dá um jeitinho.

Enquanto essa mentalidade estúpida de sempre querer ficar por cima não for mudada, não há pedágio, rodízio, linha expressa ou o que quer que seja que resolva.

PS.: Isso que eu nem falei dos subsídios que são dados as indústrias automobilísticas no Brasil...

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O que mais me irrita em SP é que o Metrô foi feito pra ser apenas uma exclusividade da cidade e ninguém faz o menor esforço pra expandi-lo pras cidades vizinhas.

Esquecem que ao redor da capital existem cidades importantíssimas como Osasco, Guarulhos e o Grande ABC que juntos tem quase a mesma população e muita gente que mora nestas cidades trabalha na capital e vice-versa. Só no dia que o Metrô atender toda a Grande SP o transito começará melhorar de forma significativa.
 
Metrô é um transporte tipicamente de cidade e não intra-cidades. Para transporte metropolitano a solução é trem de superfície, muito mais econômico de ser implantado. Metrô é por demais caro para ser extendido entre cidades diferentes, no máximo chega a alguns bairros mais distantes.

Claro que a rede de trens pode ser interligada com o metrô, como acontece em praticamente todo lugar do mundo. A opção do Brasil pelo transporte rodoviário foi ridícula.
 
Discordo, São Paulo não é Curitiba, Porto Alegre ou BH que centralizam a maior parte da população e da atividade economica em suas regiões metropolitanas.

Se não fosse o Grande ABC onde foi instalada grande parte das principais montadoras de automoveis do pais e por consequencia várias industrias ligadas diretamente ou indiretamente as mesmas, a capital paulista jamais teria tido o crescimento que a consolidou como a maior cidade do pais.

Existe um fluxo de pessoas imenso entre as cidades vizinhas e a capital paulista e o Metrô paulistano hoje já está bem proximo de várias delas. A linha verde Vila Madalena-Vila Prudente já está a 1Km do Grande ABC e fazer um ramal pra essa região atenderia uma população de mais de 3 milhões de habitantes.

Sem falar que o aeroporto mais movimentado do país está na vizinha Guarulhos. Existe um projeto de um trem expresso direto pro aeroporto, mas que por enquanto sem previsão certa pra sair do papel.
 

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