Nos últimos dias temos visto o desenrolar de uma crise anunciada no mercado imobiliário americano. De forma extremante simplista o problema é o seguinte:
Os Estado Unidos mantêm sua economia à base do endividamento, lá a maior parte da população não é dona de quase nada que "possui" (casa, carro, móveis... enfim), eles compram tudo no que, por aqui, conhecemos como crediário.
A atual crise está fundamentada em duas questões, a primeira (eu já coloquei) é a Economia do Endividamento. A segunda é que as dívidas das hipotecas imobiliária são passadas de mão em mão como mercadoria, deixe-me exemplificar: eu sou um americano que resolvo comprar uma casa, mas não tenho dinheiro, a construtora aceita realizar uma operação hipotecária. A construtora pega um empréstimo num banco para financiar suas operações e dá como garantia suas hipotecas, aí o banco vende as hipotecas para um fundo de pensão, e essas hipotecas vão de mão em mão.
Mas a economia americana começa a esfriar, pois muitos consumidores estão com seus orçamentos totalmente comprometidos pelas diversas dívidas que administram e não podem mais comprar (eventualmente uma porcentagem da população continua comprando, e acaba inadimplente). As pessoas compram menos, as empresas vendem menos, produzem menos, precisam de menos pessoas, sou demitido, e fico sem condições de honrar minhas hipotecas (no último mês, nos EUA, o número de empregos novos foi menos que o número de pessoas demitidas).
Então, voltamos ao "mercado de hipotecas", o último comprador, cobra a dívida ao penúltimo, que cobra do antepenúltimo, que cobra do anterior até chegar ao banco, que cobra da construtora que cobra de mim, que estou desempregado e não pago. O calote segue o fluxo e o último comprador para de adiquirir hipotecas e o efeito volta para o mercado.
Por outro lado as pessoas que me conhecem sabem que fui demitido que a economia não está bem, por isso apertam o cinto e cortam os gastos, o que desaquece a economia, e o gira o círculo vicioso.
Essa foi uma explicação bem, bem, simplista, como eu anuncie antes
Mas onde entra o Brasil nessa história toda? Onde entram todas as economias que tenham algum vinculo com a economia americana.
Os EUA representam cerca de 25% de todo o PIB mundial, se a economia lá desacelera o crescimento, isso significa que a economia no mundo, como um todo, também deve desacelerar. Ou seja, é hora de abrir o olhos e rever expectativas.
Além disso, os mercados da chamada economia financeira estão apoiados em operações como a compra e venda de hipotecas, se o principal mercado financeiro está em risco (os EUA são referenciados como tendo risco 1), os riscos de todos os outros mercados aumentam e a aversão ao risco dos investidores os leva a recuperar seu capital em outras economias, principalmente as de países emergentes (como o Brasil). Saída de capital que se reflete na queda da bolsa (a queda de ontem foi agravada pela China), aumento do dólar, aí aumenta os juros para atrair capital, isso diminui a inflação mas desaquece economia, que no caso brasileiro anda morna a tempo demais. E entramos no nosso próprio círculo vicioso.
Deixe-me colocar mais um detalhe, a crise imobiliária dos EUA já está batendo na porta da CE. Mas Lula e sua bela equipe econômica não param de dizer que está tudo bem e que nada de ruim vai nos acontecer. Eu não sou pessimista, mas isso para mim é demais. Me veio a idéia de fazer uma enquete.
Os Estado Unidos mantêm sua economia à base do endividamento, lá a maior parte da população não é dona de quase nada que "possui" (casa, carro, móveis... enfim), eles compram tudo no que, por aqui, conhecemos como crediário.
A atual crise está fundamentada em duas questões, a primeira (eu já coloquei) é a Economia do Endividamento. A segunda é que as dívidas das hipotecas imobiliária são passadas de mão em mão como mercadoria, deixe-me exemplificar: eu sou um americano que resolvo comprar uma casa, mas não tenho dinheiro, a construtora aceita realizar uma operação hipotecária. A construtora pega um empréstimo num banco para financiar suas operações e dá como garantia suas hipotecas, aí o banco vende as hipotecas para um fundo de pensão, e essas hipotecas vão de mão em mão.
Mas a economia americana começa a esfriar, pois muitos consumidores estão com seus orçamentos totalmente comprometidos pelas diversas dívidas que administram e não podem mais comprar (eventualmente uma porcentagem da população continua comprando, e acaba inadimplente). As pessoas compram menos, as empresas vendem menos, produzem menos, precisam de menos pessoas, sou demitido, e fico sem condições de honrar minhas hipotecas (no último mês, nos EUA, o número de empregos novos foi menos que o número de pessoas demitidas).
Então, voltamos ao "mercado de hipotecas", o último comprador, cobra a dívida ao penúltimo, que cobra do antepenúltimo, que cobra do anterior até chegar ao banco, que cobra da construtora que cobra de mim, que estou desempregado e não pago. O calote segue o fluxo e o último comprador para de adiquirir hipotecas e o efeito volta para o mercado.
Por outro lado as pessoas que me conhecem sabem que fui demitido que a economia não está bem, por isso apertam o cinto e cortam os gastos, o que desaquece a economia, e o gira o círculo vicioso.
Essa foi uma explicação bem, bem, simplista, como eu anuncie antes
Mas onde entra o Brasil nessa história toda? Onde entram todas as economias que tenham algum vinculo com a economia americana.
Os EUA representam cerca de 25% de todo o PIB mundial, se a economia lá desacelera o crescimento, isso significa que a economia no mundo, como um todo, também deve desacelerar. Ou seja, é hora de abrir o olhos e rever expectativas.
Além disso, os mercados da chamada economia financeira estão apoiados em operações como a compra e venda de hipotecas, se o principal mercado financeiro está em risco (os EUA são referenciados como tendo risco 1), os riscos de todos os outros mercados aumentam e a aversão ao risco dos investidores os leva a recuperar seu capital em outras economias, principalmente as de países emergentes (como o Brasil). Saída de capital que se reflete na queda da bolsa (a queda de ontem foi agravada pela China), aumento do dólar, aí aumenta os juros para atrair capital, isso diminui a inflação mas desaquece economia, que no caso brasileiro anda morna a tempo demais. E entramos no nosso próprio círculo vicioso.
Deixe-me colocar mais um detalhe, a crise imobiliária dos EUA já está batendo na porta da CE. Mas Lula e sua bela equipe econômica não param de dizer que está tudo bem e que nada de ruim vai nos acontecer. Eu não sou pessimista, mas isso para mim é demais. Me veio a idéia de fazer uma enquete.
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