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GSL: Leal e Bom ou Caótico e Mau?

Arcanjo[SK]

Spartan Supersoldier
A 3ª Edição de nosso querido (ou nem tanto XD) Dungeons & Dragons mudou o mundo do RPG não apenas com suas regras, mas também por uma coisinha bem legal: a liberdade de você criar um produto que fosse "oficialmente" compatível com D&D OU você criar um produto inteiramente novo utilizando como base o sistema de regras D20.

Enquanto uns pensavam que isso seria início de um monópolio, o efeito parece ter sido contrário. A OGL e o SRD permitiram que diversas editoras de diferentes portes fossem surgindo ou que editoras antigas pequenas aumentassem de "tamanho". No fim, todo mundo foi pegando a onda, tivemos até mesmo a White-Wolf e a SJG com seus produtos usando o sistema d20 no mercado.

Isso permitiu que houvesse mais opções para nós, jogadores RPG, como também aumentou os chamarizes para novos jogadores. Com a OGL e a SRD o mercado de RPG cresceu.

No entanto, devido a tamanha liberdade de criação, nem sempre os produtos eram bons e equilibrados com os produtos da Wizards (que, também não eram muito equilibrados entre si, mas isso é outra história...), como vários produtos da linha Tormenta d20 e da editora Mongoose. Além disso, tivemos livros polêmicos como o Book of Erotic Fantasy, que fez a Wizards pensar o quão bom era dar liberdade as pessoas de usarem suas idéias.

E então veio a 4ªEdição do RPG mais popular do mundo, e com ele trouxe uma nova política em relação ao tema, ele trouxe sua nova e polêmica GSL. Chegava ao fim toda aquela liberdade de criação, que como todas as coisas, tinha pontos bons e ruins. A nova "GLS" da Wizards era muito mais restritiva, o que levou a muitos jogadores e editoras a reclamar e reclamar.

Após tanta polêmica, a Wizards recuou e decidiu rever suas idéias e reformular sua GSL-SRD. Qual postura ela irá adotar?


A antiga OGL-SRD trouxe um aumento de mercado e uma ampliação de horizontes. Estaria a nova GSL-SRD correndo para trás e cauzando uma dimivuição do mercado e dos horizontes?

Anjos ou Demônios? Bem ou Mal? O que seria afinal essa nova GSL? Até que ponto a liberdade é boa?



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E a guerra contra a GSL continua…

Por Rocha em D&D 4ª Edição, D20 | 9 comentários

A história da GSL, que permite (ou deveria permitir) a criação de livros baseados no sistema e marca Dungeons & Dragons, segue cada vez mais estranha e interessante. Depois de editores menores e médias como a Adamant e Goodman Games lançarem seus produtos compatíveis com a 4ª edição sem seguir a GSL, agora é a vez da Kenzer & Company entrar na brincadeira com o anúncio de lançamento do Guia de Campanha de Kingdoms of Kalamar em PDF.



O interessante aqui, além do fato de ser a Kenzer - uma antiga parceira da Wizards e que teve uma licença privilegiada na edição anterior para o seu cenário, é que eles não só optaram por não usar a GSL, mas também anunciaram na capa de seu livro “for use with Fourth Edition Dungeons & Dragons®”, coisa que as outras editoras não haviam feito até então, anunciando a compatibilidade apenas através da sigla 4E.



Nos fóruns da Paizo, Mark Plemmons um dos envolvidos com o Kingdoms of Kalamar falou um pouco sobre a proposta do livro e seu conteúdo, enquanto David Kenzer, advogado e dono da Kenzer & Company, escreveu em seu fórum:



That is not copyright infringement.



Copyright infringement is basing your work on someone else’s creative expression. Rules are not creative expression. Also, it is not “based” on their rules. It happens to “work with” their rules.



Should every programmer that writes a program that works with a computer have to pay the owner of the OS it runs on? I think not. I could be wrong, but fortunately, the US and International copyright laws agree with me.



A world where one could not reference others’ materials in their product would be a dark and sad place.




Não me pareceu a defesa legal mais consistente da Terra, mas quem vai ter que julgar isso é a Justiça americana caso a Wizards decida processar Kenzer e sua turma. Um dos cabeças do The RPG Site postou em seu blog um artigo comentando a ação da Kenzer & Cia, e nos comentários, alguns por ninguém menos que Ryan Dancey (um dos criadores da OGL), se seguiu uma interessante discussão sobre um possível processo de direitos autorais envolvendo a Wizards e Kenzer & Cia. A discussão toda é excelente, cheia de precedentes e coisas que devem aparecer se realmente as paradas chegarem a este ponto.



Basicamente Dancey afirma que um dos objetivos visados com a criação da OGL era eliminar a área cinza (não a minha!) que existia na relação dos direitos autorais e RPG. Na teoria sempre foi possível criar um RPG “compatível” com um sistema famoso. No entanto, na prática isto não garante que ele será jogado, pois a linha que define “ser compatível” e “ser derivado” na realidade é muito tênue, ainda mais quando se fala de mecânicas e regras de jogos.



A OGL então foi criada para evitar essas possíveis questões legais, e ao mesmo tempo, legitimar os produtos derivados através da criação de uma série de regras que possibilitavam oficialmente o uso daquele sistema de regras, um porto seguro que oferecia tanto o reconhecimento por parte do público que aqueles produtos eram derivados do D&D, como a garantia que a WotC não iria te ferrar por usá-lo.



Sem a OGL (agora GSL), em um hipotético processo a questão toda vai girar em torno de provar que o material é algo diferente do D&D, um produto transformativo. A dificuldade neste caso, é que a lógica da Justiça para direitos autorais parece ir totalmente contra a do mercado - tanto é que a Kenzer & Cia anuncia o Kingdoms of Kalamar como compatível com o D&D 4ª edição, obviamente, já que seu público é formado por jogadores deste sistema. Mas para a Justiça, essa compatibilidade pode muito bem ir contra os preceitos do fair use. Segundo Dancey:



This is one of the biggest hurdles that Kenzer, or anyone else who wants to go down this road will have to overcome. If the court finds that a given RPG is copyrightable (which I am 99.999% certain it will), then you’ll have to show how using material from that source is “Transformative” in order to claim fair use. This is a big challenge, because the argument you’ll use to sell the product (”works with D&D!”) is the exact opposite of the argument you want to make in court (”is totally dissimilar to the original!”)




A encruzilhada da GSL fica cada vez mais próxima da Wizards… Se eles deixarem a Kenzer & Cia seguirem com isso, é fato que inúmeras editoras menores seguirão o exemplo. A viabilidade disto inclusive já está sendo discutida nos fóruns internos das editoras na RPGNow. Por outro lado, se levarem o caso pra Justiça, além do risco de perderem, que sempre existe em maior ou menor escala, terão também de lidar com a publicidade negativa da ação, que pode gerar ainda mais sentimentos negativos em relação a GSL (como se isso fosse possível!).

E

Alguém se lembra da revisão na GSL?

Por Rocha em D&D 4ª Edição | 1 comentário

Ontem fez exatamente um mês que a Wizards anunciou que iria revisar a Game System License (GSL) do Dungeons & Dragons 4ª edição. Como recordar é viver, vamos relembrar o que foi dito em 11 de Agosto:

“We recognize the important role third party publishing support plays in the success of the 4th Edition of Dungeons & Dragons. We have listened to the community and our valued colleagues and have taken their concerns and recommendations to heart. Our commitment to the health of the industry and hobby gaming lifestyle is reflected in the revisions to the Game System License.”
–Linae Foster D&D Licensing Manager

While the delivery date is not yet firmly established, the revised documents will be available in the very near future.


Ok, agora vamos avançar um mês no futuro, para 11 de Setembro, ontem. Até entao não tínhamos nenhum sinal da nova GSL além de algumas promessas na Gen Con, e da notícia que Linae Foster, a pessoa responsável pelo anúcio da revisão em Agosto, havia sido demitida. Foi então que Scott Rouse escreveu uma mensagem em um tópico no fórum da Wizards, que tem o sugestivo título de “are the revisions dead?“:

It has not been shelved. It’s sitting right here on my desk next to the bazillion other things I’ve got going on right now. I haven’t been on the boards in a while (weeks?) so I have not been aware of what was going on.

The draft is done. The changes are approved and it just needs to get pushed to a final document. But there is still work to do. Since Lidda is gone I am taking on myself (as well as a bunch of other licensing duties) plus my day to day so as you can imagine I am slammed.

So what’s left?

As an outcome of one of the changes we made we need to create a “statement of rejection” form that will be an official opt out of the license upon a revision. It will look a lot like the SOA.

We also need clear up some things on the SRD and in the FAQ. Lidda left me a draft of the FAQ but I have not looked at it yet and I have not met with R&D to discuss the changes/clarifications to the SRD.

Realistically, looking at my work load this is still weeks off being done.

Duas coisas me chamaram a atenção aqui: primeiro a idéia do statement of rejection… Não sei se entendi direito, mas um contrato para não aceitar a licença? Quero ver como vai ser isso, mas não parece nada bom, se eu tivesse grana para apostar, jogaria que essa novidade é uma resposta aos vários lançamentos que ao invés de adotarem a GSL estão explorando as leis de fair use norte-americanas.

A segunda é a última linha da mensagem, com a notícia que a GSL revisada ainda está a semanas de ser publicada. Então tá, pelo jeito o conceito de very near future da Wizards é algo na casa dos 2 ou 3 meses. Mas chega a ser curioso como os caras conseguem lançar religiosamente três produtos por mês, mas devem levar meses para acabar a Game System License, que embora seja algo bem mais complicado e cheio de brechas legais, não deve ser mais trabalhoso do escrever, editar e publicar mais de 500 páginas de material mensalmente. Acho que no fim das contas isso demonstra a atenção e esforço que a Wizards está dedicando a revisão da GSL, ainda mais agora que o Scott Rouse está sozinho com essa bomba…


Ambos tirado da Área Cinza: http://www.areacinza.org/ em http://www.areacinza.org/?p=227 e http://www.areacinza.org/?p=609


Aberto a debates.
 
Última edição:
Acho que a Wizards tá certa. O jogo é dela. Não gostou? Cria o teu próprio sistema e vê o teu livreco acumular poeira na prateleira.
 
Acho que a Wizards tá certa. O jogo é dela. Não gostou? Cria o teu próprio sistema e vê o teu livreco acumular poeira na prateleira.


Faz um terrível sentido.

Mas não acho que com o esforço certo entre outras coisas seja tão dificil produzir um RPG bom, o dificil é fazer ele se tornar popular.

Wizards pode ter acabado de assegurar um quase monopólio.
 
O sistema D20 da 3ªEdição e seu OGL-SRD teve dois efeitos:

1 - Expandir mercado, com novos jogadores, novas editoras.
2 - Amarrar praticamente todo o grande mercado a um único sistema: o seu, ou seja, o D20.

Claro, houve variantes do seu sistema, uns bons e outros ruins, mas o mercado de RPG praticamente foi dominado pelo sistema d20. Aqueles que resistem com sistemas alternartivos ou já estão há bastante tempo na área para ter uma base de fãs sólida, como o Storyteller/Storytelling e GURPS, ou são pequenos demais para conseguirem aparecer significativamente no mercado.

Muito do mercado de RPG estava virando-se para dar suporte/material ao sistema D20, seja com cenários, seja com suplementos variados. Agora, com a saída da 3ªEdição de cena, cria-se um buraco, um espaço vazio para as editoras que trabalhavam com os livros de D&D 3.x. A Paizo está tentando de algum jeito tapar esse buraco e ocupar o espaço da 3ªedição com seu Pathfinder, para que a 3ªEdição ainda continue viva, junto a todo seu suporte até agora, mas ela tem lá seus problemas...


Eu acho que poderia ter algumas restrições sim, mas ainda poderia haver certa liberdade para criar produtos para o D&D 4. Cenário por exemplos, acho que são bem vindos, mas tem que se tomar cuidado com as "novidades" que eles trazem: classes, raças, talentos, etc... tem que ter um certo parâmetro pra ter um certo controle, um certo eqüilíbrio. Pois, pra mim, esse era o grande problema da liberdade antiga. Vc tinha mtos produtos e mtos deles incompatíveis entre si devido ao deseqüíbrio. Os livros de Tormenta são um perfeito exemplo de como a OGL-SRD foi mal usada: mesmo que dentro do cenário as coisas possam ser "equilibradas" em seu excesso de desiquilíbrio, não dá para usá-lo de jeito nenhum com outras coisas. O mesmo serve para os livros da linha "Complete XXX" da Mongoose. Precisa haver alguma coisa que dê ordem na casa e mantenha tudo numa certa linha.

Tipo, para mim, tudo bem a liberdade de criar um sistema alternativo baseando-se no D&D, afinal temos livros excelentes como o M&M e o Arcana Evoveld por aí. Poderia ter algo assim para a 4ª Edição, afinal, seriam alternativos e não necessariamente ligados ao D&D propriamente dito.

Agora, precisa haver ordem nas coisas que se relacionem direto com o D&D. Não dá pra deixar livre e solto e fazer qualquer merda. Tem que haver algum parâmetro de qualidade, alguma coisa que deixe tudo numa mesma linha, se não, outras Tormentas e outros "Completes Mongoosianos" virão por aí na mesma qualidade de merda. Aliás, a Mongoose tá pra lançar um Complete pra 4ªEdição... será que irá vir absurdo como antes?
 
Última edição:
Na verdade, acho que a Wizards não se importava tanto assim com o equilíbrio entre raças e classes de outros livros. Acho que o problema era outro.

O problema era iniciativas como o Ação ou o 4d&t, em que "autores" simplesmente pegavam a SRD que estava no site e lançavam ela direto como livro. Literalmente tentando ganhar dinheiro com o trabalho dos outros. Tanto que a nova licença não dá todas as regras no site, só fala o que do livro pode ser usado.
 
Para mim, lançar um livro compatível com um sistema usa esse sistema. Mas é só a minha opinião pessoal; o fato do livro não trazer as regras do sistema e o jogo precisar delas para ser jogado não é conclusivo se você considerar que o jogo não precisa ser jogado.

Agora, eu pessoalmente não creio que acabar com a OGL seja tão ruim. Os suplementos não oficiais eram em sua quase totalidade uma grande porcaria, a maior parte não fazia falta alguma; os poucos realmente bons (Mutants and Masterminds, os livros do Monte Cook, e alguns outros) poderiam facilmente ter conseguido permissão da Wizards, creio eu (comprar o direito de lançar esses livros). Cenários é outra história... mas um cenário não necessariamente precisa vir com elementos de um sistema.
 
O problema é que todo mundo quis lançar o seu próprio D&D. Foi assim com o Arcana Unearthed (por mais que eu goste desse jogo, é verdade) e o Blue Rose (True20). Além disso vieram os jogos que aproveitavam da mecânica simples e eficaz que a Wizards criou pra lançar seus próprios jogos, como o Mutants & Masterminds.

E isso, claro, tira a principal fatia de mercado que a Wizards queria: que o povo comprasse o D&D dela e os suplementos dos outros.
 
O problema é que todo mundo quis lançar o seu próprio D&D. Foi assim com o Arcana Unearthed (por mais que eu goste desse jogo, é verdade) e o Blue Rose (True20). Além disso vieram os jogos que aproveitavam da mecânica simples e eficaz que a Wizards criou pra lançar seus próprios jogos, como o Mutants & Masterminds.

E isso, claro, tira a principal fatia de mercado que a Wizards queria: que o povo comprasse o D&D dela e os suplementos dos outros.


Sim, exatamente a minha opinião. O problema da Wizards é que tinha gente lançando livro básico com as regras dele. O que é ridículo, basicamente uma maneira mesquinha de ganhar dinheiro sem ter que criar nada.

O objetivo da licença era iniciativas como o Midnight, Iron Kingdoms e outros bons cenários de D&D. E essas coisas continuam sendo possível com a atual licença (quero dizer, acho, não entendo muito essas coisas de advogado). O que não pode mais é usar o sistema D20 pra concorrer com o D&D.
 

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