E liberdade de expressão é mato!
Então, o que vocês acham disso?
Complicado, complicado mesmo.
Mas penso que liberdade de expressão tenha mais a ver com defender uma posição, expressar uma forma de pensamento. Claro que dizer “Jesus is a Cunt” se encaixa nessa concepção. É sim uma forma de expressão, que critica um comportamento e um paradigma ideológico. Mas foi uma crítica e uma forma de expressão completamente ofensiva, desrespeitosa e sequer de uma maneira inteligente. Não há reivindicação alguma, nem argumentos.
Quando cai numa simples ofensa. Ofensa que tem como obejtivo somente a diminuição agressiva. Ofensa que ofende não só quem é religioso, mas quem, por algum motivo, preza e/ou respeita a religião. Além do mais, a camiseta mostra uma imagem pornográfica, que por motivos éticos, é sujeita a restrições de exposição.
Pra citar o carinha do meu avatar: "Dizer que tudo é permitido não significa dizer que nada é proibido".
Muitas vezes é o mau uso da liberdade de expressão que faz com que essa liberdade seja desrespeitada. Como por exemplo esses babacas, que sabendo como a comunidade muçulmana é sensível à críticas, fazem charges envolvendo o nome de Maomé ou de Alá. E depois não têm culhão para segurar o rojão e são obrigados a pedir proteção para o governo ou polícia.
Acho que há uma diferença fundamental aí. Entre a capacidade de receber críticas, de admitir uma forma diferente de enxergar as próprias diretrizes de comportamento e pensamento. Fundamentalistas não admitem divergências e maneiras diferentes de expressão.
A maioria dos revoltados muçulmanos sequer chegaram a ver as charges...
Sei lá, mas uma charge dessas nem me parece assim tão grave, afinal não se trata de uma crítica direta ao Profeta, mas aos homens-bomba que se matam em nome dele.
Mas vai saber. Uma empatia completa é impossível mesmo. Não faz parte da minha crença, educação e cultura, não há como eu abstrair a minha própria cultura a fim de entender outra na totalidade. O fato é: eu posso extrapolar os limites morais de uma cultura diferente da minha, mesmo que não propositadamente para usufruir das liberdades morais da minha própria cultura?