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Ditadura da imprensa

  • Criador do tópico Fafa
  • Data de Criação
F

Fafa

Visitante
Mídia, uma ditadura em discussão
23/02/2008 16:34

A revisão, suspensão de dispositivos, ou revogação total da Lei de Imprensa, apesar de necessária, deve ser feita com uma discussão mais ampla sobre o respeito aos direitos de imagem e resposta, sobre as formas não só de assegurá-los, como de fazer a imprensa também os acatar. Hoje ela os desrespeita de forma ampla, geral e irrestrita, cotidianamente, prevalecendo-se da impunidade de que usufrui, já que, no caso da instituição imprensa, a Justiça se faz de cega mesmo.

Falo de direitos assegurados pela Constituição, impossível, portanto - ou deveria ser - de serem desrespeitados tão seguidamente no país. Ao se tratar de uma nova lei de imprensa, ou algo que a substitua como legislação na área, que se aproveite para regulamentar o Artigo 5, da Constituição de 1988, o item que esta trata da proteção "a honra e imagem das pessoas, assegurado direito a indenização por dano material ou moral e o direito de resposta, "proporcional ao agravo".

Em 20 anos de vigência da Constituição esta regulamentação nunca ocorreu e este mantra da mídia, de que os códigos civil e penal bastam para regular sua atividade encobre, na verdade, o seu propósito de não ter nenhuma regulamentação. Até porque, na seqüência - e já há postulações nesse sentido - vão querer revogar, também, qualquer legislação que estabeleça pena de prisão ou multas para crimes da mídia. É óbvio que isso visa coagir o Poder Judiciário.

Temos o código penal e civil, mas eles em relação à mídia são letra morta. Não resolvem questões do direito de resposta e nem da indenização por dano material e moral - pelo menos como os tribunais tratam demandas abertas com base neles hoje. A regulamentação deste dois direitos faz-se necessária para evitar que a simples revogação da Lei de Imprensa transforme em um costume o desrespeito a estes dois direitos, hoje já uma prática comum, cotidiana e absoluta.

Sugeri ontem e retomo hoje a proposta de discussão de uma nova lei de imprensa. A liberdade de informação não está em risco no Brasi, como sugere a campanha da mídia tendo como pretexto processos movidos por integrantes da Igreja Universal. Vamos distinguir: são processos que podem e devem ser resolvidos no âmbito do Judiciário e a decisão do Ministro Ayres Brito, do STF, ao suspender 20 dispositivos da Lei de Imprensa só comprova isso. Aliás, um dia depois da decisão do magistrado, descobriu-se que boa parte deles não têm como base a Lei de imprensa, mas outros dispositivos da legislação.

Repito, faz-se necessário um debate democrático sobre a estrita obediência por parte da imprensa ao texto constitucional. A imprensa não pode continuar a ignorar a presunção da inocência, os devidos processos legais, não pode se antecipar à conclusão destes. Não pode atingir a honra e imagem dos cidadãos alegando que foram denunciados ou processados e ficar por isso mesmo. A Constituição é clara, e as leis também - não há culpabilidade de uma pessoa quando da aceitação de uma denúncia contra ela - ela e todos tem o direito a presunção da inocência até serem julgadas.

A imprensa não é Polícia, nem Promotoria, muito menos Justiça. Não pode investigar, processar e julgar como faz, não pode alegar ser ou atender o "clamor popular" ou a "opinião publica". Pior, não pode dar páginas e páginas diárias contra uma pessoa massacrando-a, e remeter suas reclamações e esclarecimentos para um cantinho escondido e diminuto da seção de cartas dos veículos. A continuar assim, pior do que manter a Lei de Imprensa será estarmos consagrando uma ditadura, agora não militar, mas da mídia.

Fonte: Blog do Zé
http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=11&Itemid=37



Uma resposta à ditadura da imprensa


21/02/2008 11:27

Uma assembléia de professores da Universidade de Brasília (UnB), para tratar da situação do reitor, Timothy Mulholland, e uma reunião de integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), sobre o mesmo tema, dão bem uma idéia de que muitas vezes o patrulhamento da mídia não surte os efeitos por ela desejados e, do quanto andam desmotivados os movimentos estudantil e de mobilização da sociedade.

Na assembléia dos professores, por 157 votos a 24, eles rejeitaram a proposta de afastamento do reitor. A reunião do DCE, realizada na mesma hora, contou com 15 alunos. A UnB tem 1.442 professores e 23,5 mil alunos.

Sem entrar no mérito das questões que envolvem o reitor, nem pré-julgá-lo, uma vez que as investigações sobre o uso por ele, de verbas de uma fundação, ainda estão em curso, a assembléia dos professores da UnB e a reunião do DCE, para mim mostram dois pontos claros: apesar do intenso bombardeio desfechado contra Mulholland nas últimas semanas, a mídia não consegue queimá-lo vivo nem sensibilizar os professores que trabalham com ele; o movimento estudantil, inequivocamente já não é o mesmo de décadas atrás.

Os professores participantes da assembléia atacaram o sensacionalismo da mídia e eu considero uma declaração do professor de física Álvaro Ferraz, a síntese perfeita da situação: "esse é um processo de linchamento público, sem investigação adequada. Não se decide uma coisa tão séria assim (a destituição do reitor), há instâncias próprias para se fazer a investigação".

Considero estes fatos registrados ontem na UnB a primeira resposta de uma comunidade - no caso, uma comunidade acadêmica, docente - ao massacre e linchamento da mídia, ao pré-julgamento que ela faz diariamente, de tudo e de todos, ignorando, nessa prática, a presuncão da inocência e o devido processo legal.

Espero que este fato assinale o começo de uma resposta à ditadura da mídia que aos poucos foi se impondo e hoje já reina absoluta, e ao denuncismo irresponsável que tomou conta do país.

Fonte: Blog do Zé
http://www.zedirceu.com.br/index.php?option=com_content&task=blogsection&id=11&Itemid=37
 
Última edição por um moderador:
Nossa, com tantos termos técnicos demorei um tanto a entender oque era dito...

Bom, realmente a Mídia abusa da liberdade que tem e não deve ser levada em conta...

Mas é dificil censura-la se ser acusado de estar indo contra a liberdade de imprensa.
 
8-O

Qualé a graça?


Poxa cara, Do Zé? Para um blog sério é realmente um nome besta :lol:

Viva os nomes sem criatividade:cerva:


Acho que seria mais interessantes se comentassemos o conteudo do tópico ( que esta bem grande, cansativo, massante e dificil de ler. :mrgreen:
 
Mas é dificil censura-la se ser acusado de estar indo contra a liberdade de imprensa.

Sem ser acusado por quem? Pela própria mídia?:hanhan:



Poxa cara, Do Zé? Para um blog sério é realmente um nome besta :lol:

Viva os nomes sem criatividade:cerva:

Ué, os blogueiros geralmente usam seus próprios nomes no blog.

Acho que seria mais interessantes se comentassemos o conteudo do tópico ( que esta bem grande, cansativo, massante e dificil de ler. :mrgreen:

Realmente, o primeiro texto peca pelo tecnicismo jurídico, mas o mais relevante é o último parágrafo (coloquei em negrito).
 
Realmente, a mídia estrapola muitas vezes. Mas tbm já fez bastante coisa que prestasse. Se a mídia não estrapolasse também não teríamos sido informados de uma carrada de coisa.
Fora quando a mídia faz um papel melhor do que a própria polícia quando se trata de localizar foragidos...
 
Realmente, a mídia estrapola muitas vezes. Mas tbm já fez bastante coisa que prestasse. Se a mídia não estrapolasse também não teríamos sido informados de uma carrada de coisa.

O Shazan é chato, mas ele também é legal às vezes. Se ele não fosse chato também não teríamos posts chatos como esse.
 
Zé Dirceu pode ter feito muita merda, mas poucos podem negar que o cara é um grande intelectual. Esses artigos sobre a mídia trazem muitas verdades. Mesmo assim, são verdades que a própria mídia conseguiu veicular a "discurso de esquerda", e isso tira a credibilidade do assunto, apesar da relevância.

A capa da Veja dessa semana mesmo, não poderia ser mais descarada. Apesar de tudo, os editores insistem que não segue uma linha política.
 
Veja e Globo, maiores manipuladores do País, não veja nem leia...
 
Um problema bem sério, e que eu vejo ser bem pouco discutido (por que será?), é o fato de tudo que sai em jornais/revistas é tido como "verdade". É como se dizer "mas eu li isso no jornal" seja, por si só, justificativa quase inquestionável de qualquer afirmação.

Quando pouquíssimos grupos econômicos controlam a grande maioria dos meios de comunicação, deixa de ser só "estranho" pra ser incômodo mesmo. Infelizmente não dá pra acreditar piamente em tudo que sai no jornal, hoje em dia ninguém mais admite que a imprensa pode ser "imparcial".
 
A capa da Veja dessa semana mesmo, não poderia ser mais descarada. Apesar de tudo, os editores insistem que não segue uma linha política.

Errado.


A capa da Veja foi descarada. Sim.
Editores insistem que não seguem uma linha política. Não.


Eu era assinante (cancelei pq a revista tá uma porcaria) e me lembro de já ter lido algumas vezes cartas dos editores da revista afirmando que eles tem sim uma linha política, e ainda argumentando que todo meio de informação pode ter a sua.



Quanto à ditadura da imprensa, bem, quem tem o poder nas mãos conta a história como quiser. Cabe a nós acreditar ou não nela.
 
Errado.


A capa da Veja foi descarada. Sim.
Editores insistem que não seguem uma linha política. Não.


Eu era assinante (cancelei pq a revista tá uma porcaria) e me lembro de já ter lido algumas vezes cartas dos editores da revista afirmando que eles tem sim uma linha política, e ainda argumentando que todo meio de informação pode ter a sua.
Quando falo linha política, me refiro a direita ou esquerda. E ponho a mão no fogo se os editores assumiram nessa carta que são de direita - coisa que dá pra presumir lendo qualquer artigo das seções política ou econômica da revista, ou simplesmente notando que emprega colunistas como Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo. Agora, se eles realmente assumiram isso, são malucos, porque em um editorial recente declararam que não pertenciam a nenhuma ala... :uhum:
 
Se a Veja não for claramente direitista-conservadora, então o Bin Laden é cristão protestante fervoroso. Mas existem também revistas claramente esquerdistas, como a carta Capital. O problema é que elas não se contrabalançam em termos de divulgação e alcance da população.

A mídia tem poderes incríveis de manipulação, assim como outros diversos setores da sociedade vinculados ou não ao Estado. A mídia é geralmente um órgão civil, independente do Estado (apesar de a eles poder se aliar) e tem como função básica propagar interesses, com mais ou menos clareza e intencionalidade, assim como qualquer órgão civil ou político. Que é às vezes contendora e que atende a interesses pessoais quando divulga um interesse geral da população e uma imparcialida é também óbvio, penso eu. Mas o que fazer para que não se fira os princípios básicos do liberalismo? Censura causa arrepios a todos, muito por causa da mídia, é claro.

E não concordo com o termo "ditadura", porque não há repressão, nem física, nem intelectual, nem política e social. O que há é no máximo, um desprestígio, um "chute para o limbo" ou um ataque argumentativo. Mas tudo dentro dos conceitos corretos de convivência e liberdade utilizados para padronização da sociedade. O que pode acontecer é nos fazer pensar se a sociedade está ajustada o suficiente. A liberdade individual não parece ser infinita, porém a liberdade de imprensa parece ser às vezes...

Fora quando a mídia faz um papel melhor do que a própria polícia quando se trata de localizar foragidos...
Talvez os agentes da mídia sejam melhor informados,melhor pagos e melhor equipados que a polícia. Sei lá...
 
A mídia tem muitas atitudes que violam um código de bom senso, mas até aí não deixa de ser a expressão da sua liberdade. De qualquer modo, é imprescindível para a consolidação da democracia em um país como o Brasil que já proibiu as mais diversas manifestações. Portanto, sou a favor SIM da liberdade de imprensa e da mídia, quanto aos excessos que porventura aconteçam, cabe aos órgãos responsáveis estarem preparados para lidar com estas transformações.
 
É... e toda balela de totalitarismo e censura que surgiu quando o então Conselho Nacional de Imprensa era para ser criado?

Por enquanto vamos engolindo Mainardi's e Jabore's com sua fala gostosa e fictícia (e porque não alas da "classe artística" como Juca de Oliveira e Bibi Ferreira? eles são tão talentosos). Mas é engraçado, então vamos lá, que custa imaginar que é verdade?
 
É... e toda balela de totalitarismo e censura que surgiu quando o então Conselho Nacional de Imprensa era para ser criado?

Por enquanto vamos engolindo Mainardi's e Jabore's com sua fala gostosa e fictícia (e porque não alas da "classe artística" como Juca de Oliveira e Bibi Ferreira? eles são tão talentosos). Mas é engraçado, então vamos lá, que custa imaginar que é verdade?

:censu: É nisso aí eu concordo com você! Esse desejo de liberdade pode ser convertido em um momento de repressão por órgãos do governo. Mas, por isso mesmo, eu continuo a dizer que mesmo sob todos os riscos, é necessário que o cidadão brasileiro lute pela consolidação da democracia e fique atento :guerra:e AJA quando perceber que não está sendo respeitado pelos órgãos do Estado. :uhum: Sentar e esperar que a dominação se converta mais uma vez em ditadura não mostra um amadurecimento político por parte dos brasileiros.
 
Portanto, sou a favor SIM da liberdade de imprensa e da mídia, quanto aos excessos que porventura aconteçam, cabe aos órgãos responsáveis estarem preparados para lidar com estas transformações.

Creio que todos somos favoráveis è liberdade de expressão, pensamento e etc. provenientes das regras sócio-culturais que regem nosso pensamento atual em termos de sociedade e convivência. Mas não penso que seja correto arremessar o ônus da liberdade ao indivíduo (aqui não tomado restritamente como um único ser necessariamente). Assim estaríamos criando órgãos que dizem o que querem, a hora que querem contra quem quiserem (o que é perigoso).

Quando uma pessoa ofende ou incrimina outra, espera-se que ela tenha bases para isso. Argumentos, provas ou no mínimo indícios. A mídia nem sempre os apresenta, ou os apresenta de maneira torta. Não quero aqui fazer uma generalização (ainda que seja inevitável quando se tende a universalizar para criar conceitos palpáveis e passíveis de assimilação e identificação). Mas a mídia e a imprensa, ou mantém seu foco inicial e divulgado de informar e entreter, ou assume de uma vez que é formadora de opínião e que imparcial é o cacete.

Pra terminar, numa sociedade utopicamente igualitária, supõe-se que as pessoas sejam éticas, ou seja, que reflitam sobre suas atitudes a fim de não prejudicar o meio e as demais pessoas. Exijamos que a mídia também seja ela ética.
 

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