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Rafael Galvão disse:A Sky tratando a todos como idiotas
A Sky me manda um e-mail dizendo mais ou menos o que já diz em um comercial que veicula insistentemente: que devo me engajar na sua luta pela liberdade na TV, agora que um projeto de lei circula no Congresso obrigando a programação das TVs por assinatura a conter 50% de material produzido no Brasil.
Segundo a Sky, isso é um crime. É uma agressão ao meu direito de escolha. Eu, que hoje escolho a minha programação, vou perder esse sagrado direito.
Não sei o que pensar do projeto de lei, que não li e que a princípio não me parece tão ruim assim. Talvez 50% seja excessivo; mas se a programação dos canais por assinatura perder 50% do material feito lá fora, seriados ruins e programas idiotas tipo Oprah e outros tantos -- ou o que parece mais lógico, uns tantos canais estranhos que tumultuam a programação da Sky --, eu vou sair no lucro.
Por outro lado, sei exatamente o que pensar dessa campanha da Sky.
E o que penso é o seguinte: deixem de tentar me tratar como idiota.
Porque tentar me cooptar para a sua briga dizendo que hoje escolho a minha programação é dizer, na minha cara, que sou um debilóide. Que sou um retardado que engole qualquer besteira que a Sky quiser dizer para mim. Que aceito, sem questionar nada, o seu cinismo e a sua má-fé.
Eu não escolho a programação da minha TV. Sou obrigado a escolher apenas entre pacotes caros e outros ainda mais caros. Não posso escolher apenas os canais a que quero assistir. Não posso dispensar bobagens como Fashion TV e um canal idiota sobre carros, e outro ainda mais idiota sobre golfe: vem tudo em pacotes fechados, que aumentam excessivamente o preço e sobre os quais não tenho direito a opinar. Se eu quiser assistir à HBO tenho que levar de quebra dezenas de canais nada interessantes, que dizem mais respeito a preferências de segmentos de mercado externos do que às minhas. A Sky, essa que agora luta pela "minha liberdade", não apenas me obriga a comprar também o lixo que produz como, ainda por cima, me faz pagar pelos programas que oferece a americanos e ingleses. Ela pode chamar a isso "liberdade de escolha"; eu chamo de canalhice.
Eu sei disso e em troca de alguns canais aceito essas condições, mesmo sabendo que elas não são exatamente justas. Mas isso não dá direito à Sky a me dizer, com a maior desfaçatez do mundo, que está lutando pela minha liberdade. Ela não está, está lutando é pelos seus interesses. Algo até justo, mas que deveria ser assumido como tal, e não com uma mentira cínica e, acima de tudo, burra.
Por causa desse argumento, mesmo sem ler o projeto de lei que assusta tanto o bolso da Sky que a faz tomar medidas desesperadas e mal pensadas como essa, eu estou seriamente inclinado a defendê-lo. Porque ele pode até ser errado, mas não está tentando me tratar como um idiota.