Passei batido por este post:
O Pullman também adora falar mal de todo mundo... ainda mais se a pessoa for cristã, como se cristãos fossem incapazes de fazer algo que preste devido às suas crenças religiosas.
O alvo preferido dele sempre foi o Lewis e a Narnia dele, agora resolveu atacar Tolkien.
Deve ser chato ter que falar mal das obras alheias pra chamar atenção para a própria obra, né, já que pelo visto a dele não consegue isso por conta própria como a Terra-média ou Narnia - ainda mais quando a obra é notoriamente inferior àquelas que ele difama.
Eu normalmente defenderia Pullman com unhas e dentes respondendo a vc algo tenuemente ofensivo, pq His Dark Materials é o que há de melhor em fantasia contemporânea e chuta a bunda de Lewis facilmente. Aliás, transcende fantasia, é quase sci-fi em alguns aspectos.
Mas vista a enorme merda que devem ter feito do filme, com o aval
e o estímulo do Sr. Phillip Souateu Pullman, sou obrigado a concordar que ele é uma pessoa confusa em seus ideais, inclusive incapaz de ficar em cima da adaptação de sua obra, preferindo a condição de pushover com alguns dinheirinhos. Se o Pullman fosse tão convicto do ateísmo que ele tão esfuziante faz questão de pregar, não permitiria que mutilassem seus livros como fizeram pra encaixá-lo num filme. Aliás, já começo a desconfiar de qualquer pessoa que faça de ateísmo sua Bandeira-Mor, cuidando pra que todos a vejam balançar majestosamente com os ventos da Razão. É uma causa bizarra o ateísmo. Os argumentos são os mais plausíveis e prováveis, e eu, como qualquer pessoa minimamente instruída, conheço Darwin e Lavoisier e tenho idéias de Deus e eternidade difusas o bastante pra que eu me considerasse ateu. Mas não gosto da idéia. Sou católico (católico pró-aborto, pró-reprodução assistida, pró-união civil de homossexuais, assim como muitos padres são, embora só demonstrem tacitamente).
O fato de eu me incluir em rituais da Igreja Católica não me impede de reconhecer o triunfo do Pullman que, num gênero de fantasia, onde é tão mais cômodo abraçar-se à mistificação religiosa pra dar espírito à obra, resolveu inusitadamente usar de mitologia pra difundir agnosticismo (prefiro acreditar que a obra é agnóstica, pq pra mim tudo que se diz ateu é no fundo agnóstico). Fantasia "pé-no-chão", digamos assim, que, diferente de algum milagre narrado pela Bíblia, elimina a recompensa posterior certa quando fala em caridade, e denuncia os ditadores de parábolas como gente que se aproveita da fé e do medo dos outros, pq é isso que a maioria deles é. E o melhor de tudo: faz isso pra crianças e jovens. Quem quando era pequeno nunca teve problema em conseguir dormir por ter ficado pensando assustado no horror do "apagamento total", exatamente como teme a Sra. Coulter? A Luneta Âmbar é muito mais humano e pesa muito mais na minha vida do que O Leão, A Feiticeira e O Guarda-Roupa, e vc devia respeitar os méritos disso, muito embora o Pullman seja sim um pobre-diabo inseguro com uma mosca morta de daemon.