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[Elring] [O Livro de Malin] [L]

Elring

Depending on what you said, I might kick your ass!
Olá a todos! Desta vez, criei coragem e deixei de preguiça para postar minha fan-fic tolkeniana.

Esta estória relata os acontecimentos na Quarta Era, quando um novo inimigo ergueu-se em guerra contra os edain: Taurog, o Caçador de Homens. De posse de uma jóia amaldiçoada, Taurog aprisiona os espíritos de todas as pessoa que foram mortas por seus cavaleiros, os Ceifadores. E aqui está o relato de um elfo que testemunhou o início dessa nova era de sombras.
 
O Livro de Malin

Ano 857 da Quarta Era​

Após a queda de Sauron e da unificação dos reinos de Arnor e Gondor, houve um longo período de paz sobre a Terra-média. Foi uma época dourada para os homens. Para os elfos, chegara o momento de deixarem seus lares s leste da Montanhas Azuis e retornarem, em definitivo, a viagem de volta para o Antigo Oeste. Aos poucos, Valfenda e Lothlórien tornaram-se lugares parecidos com os Portos Cinzentos: silenciosas lembranças do esplendor dos Altos-Elfos nas Terras de Cá.

Gondor, Arnor, Rohan e outros reinos livres menores cresceram e prosperaram. Fora destes lugares, ainda existiam regiões perigosas e hostis para meros viajantes e simples aldeões. Esporadicamente, Guardiões e Cavaleiros eram enviados a vilarejos longínquos ou isolados para evitar novos ataques de bados de orcs e milícias uruk-hai a estes lugares. Outro grande problema enfrentados pelos soberanos do Reino Unificado foram os ataques do Exremo Harad e de Khand, seus senhores ainda mantinham seus corações voltados para o Senhor do Escuro.

"Problemas Insignificantes!" - diziam os conterrâneos de Malin - um elfo de Lothlórien que servia ao Reino de Gondor e integrante do grupo de aventureiros reunidos pelo príncipe Turembeth - antes de navegarem pelo Anduin e desaparecerem das terras mortais. Os séculos passavam e o anseio pelo Mar enfrentava a resistência daqueles que ainda não desejavam abandonar seus lares amados. Os remanescentes, cada um à sua maneira, procuravam manter suas mentes e espíritos ocupados; longe dos sons que lembrassem o chamado de Ulmo. E com Malin não foi diferente. Para aplacar sua aflição, o elfo dedicava-se ao estudo de plantas medicinais nos jardins de Ithilien ou fazia longos passeios através dos bosques de Eryn Lasgalen. Nove séculos tinha passado, quando o elfo foi convocado pelo rei Hadorion.

Assim, no ano de 1090 da Q.E., sob o comando do príncipe Turembeth, Malin integrou uma expedição heróica, cujo o objetivo era destruir todos os artefatos que ainda continham algum poder maléfico. O relato da saga deste grupo foi registrada pelo próprio Mestre da Cura. Nestes registros históricos, está um resumo do último confronto contra Durandir, um sinistro feiticeiro que conjurava cadáveres-soldados para o seu terrível exército. O bruxo teria vencido a batalha, se não tivesse seus planos frustrados por dois "inofensivos" integrantes do grupo: um elfo menestrel e um anão de uma renomanda família de mestres escultores da pedra, Elring e Orodris. Eram conhecidos como em Bri como os "Bardos Loucos de Harlindon", pois, em troca de hospedagem, Orodris e Elring contavam histórias absurdas de sua avantruas em um mundo sem elfos, anões, hobbits ou orcs. Todavia, o enorme prestígio não vinha de seus contos e sim, de suas hilariantes discussões e zombarias; sempre contestando e ridicularizando os feitos um do outro e que sempre terminava em uma rápida briga. Poucas pessoas levaram a sério a convocação dos bardos para enfrentar aos forças do feiticeiro. Nem mesmo o Mestre da Cura, que era conselheiro e amigo do rei Hadorio e da rainha Elenglin, compreendeu a escolha da princesa Liníel, irmã de Turembeth.

Conforme avançaram em suas aventuras, a imagem de "Loucos de Harlindon" desfez-se a cada nova vitória do grupo. E a origem dos misteriosos poderes dos bardos começou a vir à tona na maior luta já registrada nesta Era:
 
"Nos derradeiros momentos da batalha, quandos os heróis - liderados pelo príncipe Turembeth - atravessaram as horrendas muralhas do castelo no alto das Montanhas do Leste, feitas com crânios de homens, para enfrentar o "Flagelo de Rhûn" em seu Altar do Submundo, algo assustados aconteceu: o bruxo fora possuído por uma força demoníaca que saltara da pira para ajudá-lo a realizar a mais terrível convocação. Vindo de alguma profundeza da terra e encobrindo a fortaleza com nuvens escarlates, surgiu um Balrog. E com ele, uma horda de demônio em forma de Lobisomens que atacaram o grupo. Durandir teve pouco tempo para vangloriar-se do feito. E seu fim foi trágico. Apanhado pelo açoite de fogo do Balrog e pendurado como uma isca num anzol, o bruxo foi estraçalhado e devorado pelos lobos. Percebeu tarde demais que homem nenhum controlaria tamanha maldade.

No entanto, para a surpresa de todos e de seu amigo Orodris, o menestrel apresentou-se para desafiar o antigo servidor de Morgoth. E no interior daquele castelo ocorreu o mais fantástico duelo entre Balrog e elfo do qual somente as mais antigas canções já registraram: As paredes da fortaleza rachavam com o choque da cimitarra sobre a espada de Elring; este respondia com ataques igualmente ferozes. E sobre a lâmina élfica, uma luz azulada refulgiu de forma assustadora; fazendo com que o Balrog recuasse ante o intenso brilho. Já seu amigo Orodris, indignado com a "ousadia" do menestrel, descontou sua revolta no chfe dos Lobisomens.

De súbito, quando o Balrog cambaleou para trás, o chão estremeceu e fendeu-se. Uma parede de fogo irrompeu em fúria entre os dois e atravessou a abóboda do salão. Das chamas, uma gargalhada estridente e macabra ecoou por todo o recinto e corredores da fortaleza. Orodris e os demais companheiros impediram, com muito esforço, o menestrel de avançar insanamente por entre o fogo.

As chamas e as risadas desapareceram do salão. A escuridão voltou a reinar absoluta. Ouvia-se apenas o assoviar do vento passando por uma abertura feita pelo Demônio de Udûn. E, em meio as brumas que ocultavam o sopé das montanhas, era possível divisar um brilho avermelhado deslocando-se com grande velocidade. O inimigo fugia em direção ao Mar de Rhûn.

- Maldito! Não vai escapar!!! - exclamou Elring, que atravessou a abertura e jogou-se das muralhas de Delenost; mergulhando em meio as trevas como uma centelha de fogo.

- Orodris, siga-o!!! Eu me encarrego de tirar o grupo deste lugar! Tenha cuidado! - disse Turembeh - Ainda há muitas milícias orientais vigiando os vales que margeiam o Mar de Rhûn. Caso encontre o menestrel vivo, leve-o para nossa base de suprimentos! Ela está a sudoeste destas montanhas. Partiremos de lá assim que a tropa de revezamento chegar em cinco dias. Não demore! Boa sorte.

Antes de voltar-se para o grupo, o anão o detêm:

- Tome! Nesta bolsa tem alguns frascos que o elfo preparou para esta ocasião. Não esperem por nós! Assim que estiverem curados, voltem para Ost-in-Thalion! Caso eu não tenha esfolado aquele Lailoth por me fazer caçá-lo, iremos para lá! Cuidem-se! - despediu-se Orodris, pulando de modo desengonçado a muralha e correndo mais veloz do que um cabrito montês.
 
O prazo já havia se esgotado e Orodris entrava para o décimo segundo dia de perseguição ao elfo maluco e ao Balrog. Devido à enorme devastação que este deixou em sua passagem por entre as árvores do vale, a tarefa era relativamente fácil. Dfícil era diminuir a distância entre os dois, sempre maior a cada novo dia. A brisa do décimo terceiro dia trouxe ao olfato do anão um aroma diferente além daquele trazido pelo vento que vinha do Mar: o cheiro de morte. Ao sair da floresta, Orodris viu os restos chamuscados do que fora uma base militar dos orientais.

- Chegaste tarde, anão. - disse friamente Elring, ajoelhado a beira do Mar e com o olhar fixo no horizonte escuro.

- Humpf!!! Parece que um bando dragões passou por aqui!!! - retrucou Orodris, após desviar de alguns corpos e pontos de incêndio e para ao lado do absorto menestrel.

- Eu alcancei-o aqui. Lutamos. Eu estava cego pelo ódio, Orodris. Perdi completamente ao vê-lo naquele salão em Delenost.

Orodris não disse nada. Mas, lentamente olhou o local ao seu redor e no modo como ficaram dispostos os corpos no acampamento.

- Sim. Eu fiz isto. - suspirou Elring - O encanto que conjurei para cegá-lo adquiriu um poder demasiado. Arremessei o Balrog para dentro do mar... porém, matei a todos neste lugar...- sua voz sumia enquanto levantava-se sob o olhar intrigado do anão.

- Não entendo!? Está triste porque explodiu alguns dos antigos servos do Senhor do Escuro???

- "A mágoa e o ressentimento, quando não resolvido, são como os flocos de neve acumulados no alto da montanha. Lembre-se, seu corpo pode ser resistente como uma rocha para suportar este peso, seu coração, não. Liberte-se! Não coloque sobre ele o peso destes sentimentos! Ou o calor de sua ira fará com que estes flocos transformen-se em avalanche!" - disse o menestrel, relembrando um antigo conselho que recebera de um mestre dos homens. - Se metre Mozi não tivess sido um edain, diria que estive diante de um dos mais sábios eldar de Aman.

- Que ele o perdoe por esta infame comparação! - provocou Orodris. - Ainda não me explicou o seu... luto.

- Quando vi aquele demônio surgir na fortaleza... as lembranças das batalhas em Beleriand... todo aquele sofrimento que Morgoth nos causou... enfim... a raiva que pensei ter superado apoderou-se de meu corpo e mente. - Elring cerrou os punhos e seus olhos brilharam neste momento - Estava fora de controle...

- E achas que fiquei alegre ao vê-lo?!! Se você não tivesse atacado tão rápido, eu teria descido meu martelo sobre o infeliz!! - retrucou Orodris - Esqueceu que também perdi parentes em uma emboscada?!!

Os bardos permaneceram um longo tempo em silêncio e contemplando a onulação serena das águas escuras do Mar. A sombra das cordilheiras anunciava o fim daquele dia fatídico.

- Veja, Orodris! O poder que invoquei sobre a espada deveria apenas confundí-lo... no entanto... inconscientemente... eu libertei a Luz de Elbereth numa língua que jamais deveria ser pronunciada nas Terras de Cá. Pronunciei as palavras em Valarin...
 
Ei, Elring, que tal mandar isso para a Lothlórien? É uma ótima opção para quem escreve fanfics, por que dá visibilidade aos bons trabalhos.

Informações, nesse tópico.
 
Ei, Elring, que tal mandar isso para a Lothlórien? É uma ótima opção para quem escreve fanfics, por que dá visibilidade aos bons trabalhos.

Informações, nesse tópico.

A idéia é essa, Lukaz! Estou esta estória do Livro pronta em um caderno. Agora, a luta é por tempo para postar toda a micro saga.
 
Uma expressão de espanto formou-se no rosto do anão, levando-o a colocar as mãos sobre a boca.

- A língua dos Valar que aprendi muito jovem com a Senhora Uinen em Eldamar. Entende agora, Orodris? Sim, estes homens eram antigos aliados de Sauron. Mas... e se eu tivesse desferido o ataque em Delenost?

- Não imaginava que tinhas tamanho poder, elfo! E por que nunca me ensinou essa língua para...

- Morrerias as pronunciá-las. - interrompeu o menestrel - Assim como qualquer outra criatura falante. Ela não é a língua dos mortais, e sim dos Poderes que moldaram este mundo. Acredito que nem mesmo eles previssem tamanha desgraça sobre Valinor durante as eras de bem-aventurança. Vamos sair daqui.

Os bardos lançaram um último olhar para as florestas que desapareciam sob a névoa que erguia-se do mar. Orodris colocou seu martelo no ombro e começou a acompanhar Elring.

- Não vamos para o Forte do Inabalável? - perguntou o anão, ao vê-lo tomar um rumo contrário de onde viera. Dirigia-se para o norte.

- Não. Seguiremos o curso do Rio Corrente até chegarmos a Velha Estrada da Floresta. Iremos para o reino dos elfos-verdes. Preciso descobrir que tipo de maldade existe além daquela floresta para onde o Balrog foi. - disse o menestrel.

- E por que não vai à Valfenda? Deve existir relatos mais antigos. Principalmente sobre as Guerras de Beleriand...talvez outra criatura tenha escapado do cataclismo, além de Laracna e Sauron...

- Também sentiste a presença de outro poder agindo em Delenost, Orodris? - interroupeu Elring, dirigindo um olhar de surpresa para o anão.

- Claro que senti!!! E a última vez que senti os fios de minha barba eriçarem assim foi na presença do demônio Darvand! - respondeu Orodris, alisando a barba; o anão referia-se a um criatura maléfica e imortal que, segundo suas histórias enfrentaram em diferentes batalhas na busca por uma jóia chamada Tar-míriath, um portal para outras regiões de Ëa.

- Fico imaginando como conseguirias lutar, se o adversário fosse um dos poderosos servos de Morgoth... ou o próprio! - disse Elring, exibindo um sorriso bem conhecido e desprezado pelo anão.

- Com a mesma força e veolocidade que um elfo colocaria em suas longas pernas... para correr na direção oposta! - devolveu Orodris, este olhou sutilmente para o menestrel. O ar zombeteiro havia sumido de seu rosto. Voltando a "seriedade élfica". - "Já vi e criei muitas jóias de grande beleza...nenhuma delas é capaz de me dar tamanho prazer quanto uma olhadela na cara deste elfo!!!" - pensou jubilosamente e mal contendo as risadas.
 
Última edição:
- Se já terminaste de cantarolar a vitória, posso responder a sua pergunta. - resmungou o menestrel - "Oito séculos atrás, quando estive em Lasgalen, Thranduil, contou-me que chegou em seu reino um grupo de elfos que tinham vivido nos Ermos do Norte. Sua líder, Nárwen, disse que seu povo atravessou as Montanhas Azuis para fugir do cataclismo. Eles pertenciam à Casa do Maldito Expoliado (É Fëanor; Elring nunca explicou por que sentia tanto ódio dele). Enquanto atravessavam Eriador, eles viram um estranho cavaleiro contornando o Nenuial, rumo Leste". Como vês, este relato é anterior a chegada dos eldalië à Imladris.

- Meus parentes das Montanhas Sombrias também estavam aqui desde tempos imemoriais!!! Antes destes elfos, até!!! - exclamou Orodris.

Cogitei esta alternativa. Mas após ler os registros sobre a Devastação de Smaug e sobre a Ruína de Durin, temo que estas informações estejam perdidas para sempre.

O anão calou-se. A perda das minas de Moria e dos tesouros de Erebor ainda não foram totalmente aceitas.

Conforme distanciavam-se das Montanhas de Rhûn e seguiam o curso do rio, um novo pensamento ganhava força na cabeça dura de Orodris. Uma lembrança mais agradável e bela do que o ouro e a prata de Khazâd-dum.

- Então... não irá a Valfenda... ver a princesa Líniel... ela gostaria muito de rever seu mestre, é claro! - Titubeou Orodris.

- Não precisas ocultar o que sentes pelos filhos do rei Hadorion e da rainha Elenglin. Afinal, a pedido deles te tornaste guardião das crianças e instruiu-os muito bem nas artes da guerra. - elogiou o menestrel - Eles têm enorme respeito e admiração por ti, principalmente Turembeth.

- Verdade, elfo. Gosto de Turembeth, pois, está cada vez mais parecido com um guerreiro khazâd! - jactou-se Orodris - E Líniel... ah! Que bela donzela élfica está se tornando! E sua voz melodiosa quase me faz saltitar como aqueles elfos de Ossiriand! Ha, ha, ha!!!

- Lembrarei-me de pedir a princesa que cante algo para ti. Assim, poderei testemunhar o primeiro anão a dançar como um elfo! - rebateu Elring - Realmente... faz muito tempo que não os vejo. Dentre todos os descendentes do rei Elessar, estes são os mais parecidos com seus ancestrais de Doriath e Nargothrond: Lúthien e Finrod. Ambos possuem vozes poderosas. Com o tempo, poderão lançar encantos através de suas músicas e chegar ao coração de todas as criaturas.

- Iremos à Valfenda?

- Não. Ainda não. Depois do que houve em Delenost, terei de desaparecer por alguns anos dos olhos humanos.

- Não entendo?! Salvou o grupo de um inimigo pior que o bruxo e ficou envergonhado???

- Esqueces a época em que vivemos? Uma pessoa que hoje faça qualquer tipo de prodígio é vista como um mago ou bruxo por onde passa. E a recompensa que alguns reinos bélicos oferecem por um simples necromante... faria um anão coçar o queixo. - ironizou o menestrel - Mas não são os olhos inimigos que me preocupam... Turembeth viu que não somos meros bardos e isto instigou-lhe um estranho interesse por nós. Ele ainda não possui o poder de ler mente, como Líniel possui; no entanto, mesmo desta distância, percebo sua mente nos procurando...

- Bobagem! Além do mais, quem ficaria à vontade com alguém que lê pensamentos? - retrucou o anão.
 
Os dois seguiram viagem sem tocar mais no assunto. Depois de dezoito dias, eles chegaram ao delta do Rubrágua e do rio Corrente. Decidiram parar. Graças as provisões de Orodris, a refeição noturna foi satisfatória.

Sentaram em lados opostos da fogueira acesa. Às margens do rio, Elring e Orodris alimentaram-se cada um à sua maneira. Enquanto o menestrel comia seu pão de viagem pausadamente e com os olhos fechados, Orodris salivava ao imaginar o sabor do pedaço de carne salgada que assava nas chamas. Como era de seu costume, comeu e mastigou ruidosamente; provocando pequenas contrações musculares na testa e no canto direito da boca do, até então, tranquilo parceiro.

No entanto, ao ver Elring mais pensativo do que o normal, Orodris (que após longas eras de convivência ao lado do elfo já percebia as "complexas" mudanças de expressões élficas, segundo o anão) decide romper o silêncio:

- Acha possível que...gnorf!... Sauron...nharf!... tenha algo a ver com o surgimento daquele Balrog e das risadas? Buuurrrrp!!! - perguntou o anão, aprovando a carne.

- Pouco provável. Após a destruição do Grande Anel, Sauron sequer tem força para assumir a forma de um espectro. E por que usaria um de seus poderosos aliados para matar um bruxo? - intrigou-se Elring - Só posso supor que Durandir estava sob o comando de outro ser que enviou o demônio de Morgoth. Alguém tão poderoso quanto Sauron. E que não tolera falhas...

- Nunca vi chamas como aquila! Foi como se os dragões tivessem retornado!!! - espantou-se Orodris.

- Mas eu já vi... e não tentou engolir somente uma fortaleza... - sussurrou Elring, que fixou seu olhar na fogueira enquanto sua mente recuava aos Dias Antigos. A uma época em que era um guerreiro nômade e solitário. "De olhos frios como os blocos mortais do Gelo Atritante e inclemente no ataque como os ventos uivantes de Araman"; assim era descrito pelos noldor o elfo teleri, cujo o brilho gélido que emanava de seus olhos durante a luta, chamado de Elring. Um caçador implacável que combatia os orcs nas planícies de Ard-Galen, na época do cerco a Angband. Porém, o menestrel recordava, com pesar, a noite na qual toda a bela região e seus seres foram devorados por uma torrente de chamas lançadas das Thangorodrim em sua fúria. Ele próprio fora salvo da morte graças ao poder de uma safira que encontrara nas águas do rio Rivil - em Dorthonion - e que usava como amuleto de bons agouros enviado pelo Vala Ulmo. A pedra o levou para uma era dominada pelos homens.

- A Bragollach... - completou Orodris, relembrando também os parentes que perdera na viagem à Nargothrond para levarem armamentos ao rei Orodreth. A comitiva de anões fora surpreendida por um exército de orcs vindos de Estolad. O bando tinha descido o rio Aros e contornado a flroresta de Region em direção ao reino de Finrod. E nos Alagados do Crepúsculo, os anões foram empurrados até as quedas do Sirion. Lá Orodris foi agarrado por trás por um troll e atirado cachoeira abaixo, quando tentou proteger seu irmão Bargond. Durante a queda, um bracelete espiralado e engastado com diamantes e esmeraldas escorregou de seu bolso e, ao entrar em contato com as águas do Sirion, tranformou-se num tipo de portal d'água que o anão atravessou a poucos metros das pedras mortais. - Se aquele animal não tivesse me agarrado...

- Terias morrido junto com eles! - retrucou Elring - Sabes muito bem que Morgoth destruiu os mais poderosos reinos de Beleriand em poucos anos! Mesmo que tivéssemos a força que temos agora, nosso auxílio não mudaria em nada a sina dos noldor!. Acredite.

- Mas teria força o bastante para para vingar meus irmãos e amigos! E lutaria até o último suspiro ao lado do senhor de Gabilgathol! E isso para um anão já seria uma glória! E não retirado do campo de batalha por um maldito objeto! Jamais teri paz, elfo! - exclamou Orodris, que abaixou lentamente a cabeça e entoou um cântico de lamentação em sua língua.
 
O menestrel permaneceu em silêncio. Sabia que Orodris tinha a razão. Por que foram levados para um mundo diferente do seu? Um lugar onde não existiam elfos, magos, dragões, orcs ou anões. Levados de uma época para outra para enfrentarem uma criatura de grande poder e aparentemente imortal? Por milênios, os bardos vagaram por estranhas terras. Conheceram muitos povos e aprenderam suas línguas, seus costumes e suas histórias. Maravilharam-se com o esplendor de cidades fantásticas com nomes estranhos: "egípcias", "fenícias", "babilônicas", "assírias", "gregas", "romanas", "célticas", "saxônicas", "normandas", "mongóis", "manchurias" e "nipônicas". E igualmente, horrorizaram-se com suas guerras intermináveis; testemunhando a destruição de pequenos vilarejos e a queda de grandes impérios. A pilhagem de seus tesouros, armas, mulheres e crianças. Homens escravizando homens e oferecendo-os em sacrifícios aos seus "deuses" pelos mais torpes motivos.

Em suas longas jornadas por essas longínquas regiões, Orodris e Elring fizeram poucos amigos. Inúmeros inimigos. Lutaram juntos, separados e até um contra o outro quando encontravam-se em reinos rivais. Aprenderam amargamente que a principal razão de tantas guerras era a ganância por poder dos homens. Uma fraqueza explorada com maestria por Darvand. Ora comandando enormes exércitos, ora atuando como um influente arauto, sumo-sacerdote ou como íntimo conselheiro de reis.

Adquiriram muitas técnicas de lutas e estratégias de batalha e na preparação de remédios. Aprimoraram ao extremo seus talentos na têmpera do aço, na fabricação de armas e na lapidação de jóias com mestres artífices daquele mundo. Vivenciaram o apogeu artístico e cultural por curtos períodos, já que eram caçados de maneira implacável por seu inimigo. Cheio de ira e rancor, Darvand tentava de todas as maneiras recuperar seus grandiosos artefatos. Entre eles, uma cota de malha vermelha feita de um metal desconhecido chamada de Dragão Rubro; quando em combate, seus elos adquiriam a forma de escamas escarlates como a de um urulóki e tornavam seu portador imune a todo o tipo de calor. Foi tomada por Orodris em um violento confronto na cidade de Tebas. Ao vestí-lo, o anão sentiu seu corpo e espírito arderem como se tivesse ingerido a mais forte "pinga-anã". Elring percebeu, alguns séculos mais tarde, que a malha também conferiu uma vida mais longa a Orodris. "- Um anão imortal como companheiro?!! Mandos foi mais misericordioso com os noldor em sua sentença!" - Assim lamentou-se o menestrel, antes de conseguirem retornar à Terra-média e escutarem os fatos ocorridos em sua ausência.
 
Grandes foram a dor e a tristeza que sentiram ao ouvirem sobre a Queda de Fingolfin, a morte de Lúthien, a Quinta Batalha, a traição dos homens de Uldor e Ulfang, a morte do Senhor de Belegost, a destruição dos Portos do Sirion, a morte estúpida de Thingol e dos artífices de Nogrod, causadas por uma das três gemas que originaram todas as desgraças possíveis que se abateram sobre os elfos em Aman e Terra-média: a Silmaril de Fëanor.

As lembranças de todas as aventuras vividas na Era dos Homens do Amanhã afundaram na mente de Elring com o desabafo do anão. Soçorobraram como o continente que um dia fora o seu lar no exílio involuntário com os noldor.

- Sei que foi correto o nosso auxílio àqueles povos - continuou Orodris, retomando a fala - Mas não eram nossa gente, entende? Não era contra Um Inimigo que os homens lutavam. Era contra seus semelhantes! Olho por olho, como dizia a lei daquele rei da Babilônia. O mesmo reino de onde viria o asqueroso do Darvand! Um demônio, admito. Porém, não mais poderoso ou terrível do que aqueles que habitavam Angband ou os bosques de Nan Dungortheb. Mesmo na derrota, o maldito ria e caçoava do coração volúvel dos homens! Dizendo que sempre retornaria para intigá-los e inebriar a mente de seus reis com falsas mentiras sobre poder e imortalidade. E assim acontecia! O desgraçado surgia como se fosse uma tempestade formada de tudo o que havia de maldade no espírito humano e despejava esse mesmo caldo sobre suas cabeças ocas... aaaaaarffff!!!

- Bravo!!! Nunca imaginei que Orodris de Belegost fosse capaz de discursar sobre questões tão... humanas! - caçoou Elring de braços abertos - Creio que os helenos perderam um célere orador!!!

Orodris levantou-se com o dedo em riste. Mas acabou sentando novamente por causa da vertigem ocasionada pela falta de ar.

- Desarme seu espírito, nín mellon naug!!! O passar das eras fizeram bem à tua cabeça! - disse o menestrel, provocando ainda mais o anão com tapinhas no ombro e lançando-lhe aquele odiado sorriso sarcástico de elfo.

Como uma flecha, Orodris desferiu um rápido chute na parte posterior do joelho do menestrel e, no mesmo instante, puxou-o para baixo pelo ombro. Deixando o pescoço de Elring na altura do machado.

- E a sua parece pesada com tantas "preocupações"! Deixe-me aliviar seus ombros deste farda! - retucou o anão no ouvido do menestrel.

- Sére!!! exclamou Elring, afastando lentamente a lâmina do pescoço - A obcessão dos naugrim por separar cabeças alheias advém do fato de não possuirem uma com juízo!

- Não é verdade, noldo. respondeu serenamente o anão - Poderíamos cortar as pernas de nossos agressores, ou dividi-los ao meio. Mas, em um homem, isto provocaria um sofrimento demasiado até sua morte. Já um orc... seria ainda mais perigoso sem as partes do corpo. Não ouviste a canção de como Húrin Thalion foi capturado na Quinta Batalha?

- ... tens razão.

- Decapitar é mais prático. Basta um golpe. Além do mais, gostamos do... "ssssshhhhhwisss"..., seguido pelo... "tunc!!!" Entende?

- Dê-me paciência, Senhora dos Mares... - suspirou Elring - E não me chame de noldo!!!

- São todos eldar.

- ...vou descansar.

- Vitória!!! Após inúmeras contendas... eu venci!!! - gabou-se Orodris - O que houve? I nolën loth ficou sem resposta?

- Anão insolente!!! Eu vou...

No exato instante em que o menestrel levou a mão ao punho da espada, um vento súbito e gélido surgiu; varrendo as desertas estepes dos Ermos com o som de lamúrias e gemidos agourentos. Que trouxeram aos sentidos alertas dos bardos algo mais arrepainte do que o frio. Eram ventos carregados por uma força funesta... vindos de além das florestas distantes do Extremo Leste.

- Quem... o que está vindo, elfo? - sussurrou Orodris, dez longos minutos após a passagem dos ventos - O que estás vendo?!! Não faça essa cara, noldo!!! Odeio quando ficas pálido em noite sem lua!!! Mal sinal!!! Pelos Sete Pais!!! Fale, madito!!!
 
- Acalme-se. Já pode abaixar o martelo e o machado. Seja o que for, já passou. Não sinto mais nada. - tranqülizou, Elring, enrolando Belegrín, seu inseparável arco de prata e sentando novamente.

- E preceisavas adquirir o aspecto de um fantasma?- retrucou o anão, realimentando as chamas com nervosismo - Imaginei coisa pior do que o balrog!

- Perdoe-me. Por um instante, fui invadido por uma inusitada lembrança do passado. Da época em que eu sentava, ainda muito jovem, nas areias de Elendë para ouvir as histórias que meu pai, Fingalad, contava sobre um cavaleiro que perseguia e capturava elfo que se perdesse longe de casa ou perambulasse sozinho em Cuiviénen...em noites estreladas como essa...

- Não diga essas coisas à noite, noldo! - Orodris olhou rapidamente ao redor - Ouvi dizer que, cinco séculos após a morte do rei Elessar, apareceu, lá pelas bandas de Dorwinion, um cavaleiro que o povo chama de Taurog, o Caçador de Homens! E que, de tempos em tempos, saía das florestas de Rhûn e cavalgava até Lórien Oriental montado num grande cavalo negro. Com ele, viajavam outros cinco que, juntos, capturavam alguns elfos e muitos dos rohirrin. Estes, são conhecidos como Ceifadores.

- Vês? Terá sido apenas uma coincidência a recordação que tive do Cavaleiro de Cuiviéne? E a fuga do balrog para as florestas além do Mar também foi? Creio que foram avisos, Orodris. Assim como ataque destes Ceifadores aos eorlings e aos elfos de Lórien. O tempo urge. Temo de encontrar o povo de Nárwen!

- ... bem...vou dormir! Daqui a pouco amanhece e precisarei de toda a resistência para uma marcha acelerada até chegarmos a Velha Estrada da Floresta... o turno restante é seu!!!
 
Capítulo Dois

O Regente Negro


- Turenbeth! Espere! Precisamos descansar! Desde que saímos de Delenost não paramos ainda! - pediu Éothor, capitão do Folde Oriental.

- Éothor tem razão. Quase não escapamos com vida dos lobos demoníacos! E Eradan está muito fraco por causa dos ferimentos que recebeu. - concordou Henrîr, sentinela e Guardião da Torres Brancas do Norte.

Turenbeth acenou positivamente com a cabeça. Henrîr e Éothor fizeram um rápido reconhecimento do terreno montanhoso à procura de fendas ou de cavernas para descansarem ao longo do dia. Eradan, o avantureiro do grupo ficou sob os meus cuidados, Malin. Fui designado pelo Regente de Ithilien para prestar auxílio nas artes medicinais, quando necessário. Acompanhando-nos, estava Voronwë, capitão da Marinha Mercante de Pelargir.

- Como está o nosso amigo aventureiro, Malin? - perguntou Voronwë ao ver-me amassar nervosamente mais um punhado de ervas.

- Nada bem, marinheiro. - repondi - Nem o remédio feito com Athelas está funcionando. O veneno está espalhando-se muito rápido! Vês? O ferimento de Eradan ficou podre após a mordida. Agora, todo o seu braço direito está inutilizado. Se esta infusão de ervas não der certo... teremos de cortá-lo na altura do ombro.

- Desta forma, ele perderá muito sangue e não sobreviverá a uma marcha até a cidadela! - exclamou Voronwë - Principe Turenbeth! Sabemos que o senhor e sua irmã possuem vozes de grande poder! Vossa majestade não poderia realizar um encanto de cura para salvar nosso amigo?

- Grandiosas são as vozes dos filhos de Hadorion e da rainha Elenglin - murmurou Turenbeth, sentado com o rosto voltado para o chão - Capazes de abalar muralhas e corações inimigos...porém... nenhum de nós possui o dom de curar apenas com palavras... está além de nosso alcance. Perdoem-me.

- Não, majestade! Sou eu quem deve pedir-lhe perdão por minha insetatez! - desculpou-se o marinheiro - Estes últimos acontecimentos... ainda não acredito no que vi em Delenost!

- Sua mente não é a única a partilhar de tamanha incredulidade - concordei - Mesmo eu, tendo enfrentado as forças do Necromente e presenciado a destruição de Dol Guldur pelo poder da Senhora Galadriel... estes olhos jamais viram um combate entre um elfo e um balrog!

- E eu sequer acreditava em tal criatura! Mesmo tendo lido a respeito da passagem da Comitiva do Anel por Moria! - disse o mairnheiro - Histórias de crianças... onde estão Éothor e Henrîr? Precisaremos deles para salvar Eradan! É lamentável que o menestrel tenha perseguido o demônio. Provavelmente os poderes dele seriam de grande valia para extrair o...

Turenbeth ergueu-se subitamente. Uma expressão de júbilo cingiu sua face - Malin! A bolsa que o anão entregou-lhe! Rápido!
 
- Sim! - respondi, apanhando prontamente a bolsa deixada por Orodris.

Ajoelhei-me ao lado do pálido Eradan. Rapidamente retirei um frasco transparente e levei-o a boca do febril aventureiro; que ingeriu pouco a pouco o líquido azulado. Poucos minutos passaram-se até que o inesperado aconteceu: a febre cedeu, o rosto readquiriu a coloração e normais, o corpo de musculatura vigorosa em nada lembrava o aspecto cadavérico de antes; as marcas da mordida tornaram-se pequenos pontos avermelhados que, em poucos segundos, desapareceram sem deixar sinal algum do ataque.

- Hmmm... Elendil!!! Mas que fome!!! Ei, Voronwë! Que tal preparar uma comida bem temperada como aquela que fazias em seu navio? - perguntou um totalemte recobrado Eradan.

- Encontramos um antigo posto de vigilância dos Orientais oculto entre as rochas, a pouco mais de cem metros daqui! Será um perfeito abrigo para cuidarmos de Eradan e... - disse Hênhir, ao chegar próximo do grupo e estacar com os olhos petrificados sobre o animado aventureiro.

- E? - perguntou - Por que todos me olham com espanto? Fiz algo errado?

- Não lembras de nada, Eradan? - perguntei, mal acreditando em tão rápida melhora.

- Lembrar...? Sim... uma imagem... - vacilou o aventureiro, franzindo a testa - Elendil!!! Um lobisomem!!! Onde?!! Onde esta?!! - bradou Eradan. Saltando de pé com a espada em punho e olhando em volta freneticamente - O bruxo! Aquilo... me atacando...

- Acalme-se, Eradan. Quando chegarmos ao posto abandonado que Éothor e Hênhir encontraram, lhe contaremos tudo - disse Turenbeth.

- Eradan não é o único que precisa de calma e explicações. Que tempos estranhos são estes? Monstros, bruxos, exércitos de zumbis... e agora isto! - exclamou Voronwë, aproximando-se de Eradan - Mas que superaria um mestre da cura como Malin?

- Existem, ou melhor, existiram apenas dois seres capazes de curas superiores as de Malin: o mago Mithrandir e mestre Elrond Meio-elfo de Valfenda. - respondeu Turenbeth.

Após uma troca rápida de olhares significativos, o grupo parte em direção ao esconderijo indicado pelo Guardião da Torres Brancas. Todos em silêncio.
 
A surpresa e a alegria que ostentaram ao longo do caminho pela recuparação do companheiro deram lugar a dúvida e a preocupação. Já protegidos pelos arbustos que cercavam o antigo posto de vigilância, cada membro da comitiva - com a excessão de Eradan - procurava recordar cuidadosamente todos os fatos ocorridos até aquele instante, revendo cada momento de suas aventuras, desde a reunião no palácio de Fornost a pedido do rei Hadorion, até o desfecho final da luta contra Durandir em seus salões.

Em comum, todos concentravam-se na figura emblemática de Elring, o menestrel élfico oriundo da florestas sudeste de Harlindon; sempre na companhia de Orodris, o mestre escultor das montanhas setentrionais de Lindon.

Chamandos de loucos nos vilarejos por onde passavam por causa de suas "peripécias" em lugares fantásticos, os bardos foram recebidos com desdém e descrença por todos ao adentrarem os portões de Fornost. Menos por aquela que os convocou: a princesa Líniel; cujos conselhos eram muito repesitados pelo próprio rei, mesmo sem lhe revelar suas motivações.

Relutante no início por terem tão excêntrica comapnhia para uma jornada de inúmeros perigos, Turenbeth e seu grupo perceberam, aos poucos, que as estranhas habilidades dos bardos não se limitavam ao alaúde e ao cinzel, seus intrumentos de trabalho.

Muitas foram as caçadas aos servos de Durandir e batalhas contra seus exércitos-zumbis, nos quais, os poderes do machado Turmatari de Orodris e da espada Canção dos Ventos Uivantes foram decisivos na vitória sobre as criatura imunes a qualquer arma feita pelos homens. E sobre tais dons, poucas explicações eram dadas pelos dois; aumentando ainda mais o mistério em torno deles. Bardos qeu já não eram tidos como loucos. E nem suas histórias, absurdas.

Apesar da força e da resistência descomunais de Orodris em batalha, Turenbeth tinha sua atenção voltada para Elring e para tudo o que este fazia. As conversa e, principalmente, suas canções que mostravam imagens de povos e reinos dos quais nunca ouvira falar em toda a Terra-média, eram minuciosas demais para serem meros caprichos de um menestrel louco.

Curiosamente, o menestrel nada contava sobre a Guerra do Anel ou sobre o reinado de Elessar e demonstrava pouco interesse. Contudo, ao entrar pela primeira vez em Imladris, sentiu o mesmo pesar dos filhos de Hadorion pela Última Casa Amiga. Dos livros e pergaminhos que contavam os feitos daqueles dias, poucos restavam. E destes, apenas os reis e os Guardiões de Imladris conheciam o Alto-élfico para traduzi-los. Como fora previsto, nada do que Elrond preservou na Última Casa sobreviveria. E tudo o que fora construído sob o poder de Vilya, desapareceria. Tanto para Turenbeth, quanto para sua irmã Líniel - que era a Guardiã das Antigas Tradições - era revoltante atestar que somente os artefatos malignos perduravam enquanto os trabalhos élficos esvaeciam da mundo e da mente das pessoas.

Revolta e tristeza que, neste instante, apagaram-se do coração do Príncipe depois de ter presenciado a luta entre Elring e o Balrog.
 
- Senhores! - exclamou Turenbeth, assustando a todos - Perdoem-me. Creio que não há dúvidas quanto a natureza alto-élfica de nosso amigo Elring!

- Magos, como Gandalf, podem assumir a forma de elfos também. - disse Hênhir - Como tens tanta certeza, príncipe Turenbeth, de que o nobre menestrel não é um mago?

- Por acaso, teve notícias de algum mago que tenha cruzado as Torres e passado por Eriador? - questionou Turenbeth - Minha certeza tem dois bons argumentos: magos não são convocados do Oeste por rei algum. São enviados pelos Senhores do Oeste nas grandes necessidades e de acordo com alguns contrutores de Mithlond, nenhuma embarcação chegou do Oeste. Apenas partiu.

- Ainda sim o vimos enfrentar o Demônio da mesma forma que Mithrandir - retrucou o Guardião - Não desejo, de modo algum contrariar vossa majestade. Mas os fatos revelam que ele pode ser um mago.

- Talvez. Malin. Sua opinião terá grande peso nesse impasse. - disse Turenbeth - Esclareça-nos sobre a real natureza de Elring.

- Creio eu, ser desperdício de argumentos comparar magos com elfos - respondi - Mesmo nós, desconhecemos a identidade deles e a extensão de seus poderes. Limitarei meus comentários ao contato que tivemos com ele. Sou suspeito em afirmar... mas digo que a força de Elring está mais próxima de elfos como a da Senhora de Lórien, do que a de Istari, como Mithrandir. Pois, era possível notar, pelo menos para nós, que o poder dos magos estavam em um nível muito além da matéria de seus corpos. E do próprio mundo em que nascemos. - pausa - O povo de Lasgalen não comenta... quando estive no reino do rei Thranduil, os laiquendi não paravam de falar da estranha luz que Elring emanava de seu corpo. E como eu pude ver, é a mesma luminosidade que presenciei na bela face da Senhora Galadriel e do Senhor Glorfindel de Imladris...

- Perdoem a minha ignorância. Mas do que estão falando? Que luz é essa? Elfos emitem luzes? Se não conhecesse Malin, dificilmente eu acreditaria na existência de uma senhora Galadriel. - disse Eradan ao levantar-se para espreguiçar e espiar pelas folhagens secas da entrada a vasta planície avermelhada que estendia-se até Eryn Lasgalen - Este Reino Abençoado para onde os elfos vão... ele existe de verdade? Não é um conto de menestrel?

- Existe, meu bom amigo aventureiro! - respondeu de modo exultante o príncipe - E estivemos na companhia de um Elda de Valinor!!!
 
O grupo entreolhou-se. A despeito de tudo o que viram e dos perigos que já enfrentaram, era difícil para estes bravos guerreiros acreditarem no que Turenbeth lhes revelou. De modo irônico, a sombra de Sauron ainda exercia maior influencia do que a distante Luz do Senhore do Oeste.

- Lembram-se da reunião no salão real? - perguntou o Príncipe - De todos os presentes naquele local, inclusive eu, apenas minha irmã Líniel fez uma grande reverência a Elring quando aproximou-se dele.

- É verdade! Foi muito estranho. - concordou Hênrir - Ele ficou muito constrangido com o gesto abrupto da Princesa. Ela o chamou de Mestre Elring.

- Sim. E desde que o menestrel foi à Minas Tirith para uma visita ao nosso tutor Orodris, há vinte anos, Líniel refere-se a ele como "mestre". Nunca soube o motivo. Até que, uma noite, enquanto caminhávamos próximos da Árvore Branca, ela contou-me que tinha contemplado na mente do bardo o Reino Abençoado e o lugar de onde ele veio. Parece que, sem querer, Líniel o fez recordar de suas origens por alguns instantes. E este é o meu segundo argumento.

- Então, vossa irmã sabia que o menestrel era um Alto-Elfo quando fez-lhe aquela reverência? - completou Voronwë.

- Sabia. E confesso a todos vocês que, até nossa chegada em Delenost, eu pouco acreditava em tais lendas élficas. Meu coração estava voltado para as histórias de Gondor e dos Eorlings. E desde que Líniel mudou-se para Valfenda para tornar-se a Guardião da Última Casa, não voltamos a tocar mais no assunto. Outras questões necessitavam mais de minha atenção do que as canções antigas sobre Valinor. - encerrou Turenbeth, que levantou-se para espreguiçar-se.

- Foi bom Vossa Alteza tocar nesta parte. - disse Éothor, que lançou um olhar sinistro para os companheiros - Agora que chegaram a uma conclusão sobre o menestrel, gostaria de saber o que faremos à respeito de outro problema. Caso tenham se esquecido, meu povo, os rohirim vêm sofrendo com o ataque dos Vindimadores de Rhûn! Demônios que cavalgam com a Escuridão! Trazendo a morte e o desespero às nossas mulheres e filhos, pois nada resta dos corpos de nossos valorosos guerreiros após sua passagem!

- Concordo com Éothor. - respondi - Apesar de acompanhá-los nestas andanças contra o Bruxo e seus seguidores, meu objetivo era conseguir o auxílio de Gondor contra estas criaturas. E digo-lhes, meus amigos, que jamais meu povo sentiu tamanho medo na presença de qualquer inimigo que não fosse o próprio Senhor do Escuro. Nem mesmo quando este era nosso vizinho na Segunda Era.

- Isso explica o relato das Sentinelas que viram muitos barcos rumando para o Oeste - completou o Guardião das Torres Brancas - Também já ouvi rumores sobre estes demônios de viajantes que voltaram de Dorwinion. Mas passaram-se dez anos desde o último ataque, não? Não serão os Nazgûl que voltaram?

- Não são! Nossos arqueiros disseram que eles apresentavam-se como... elfos... não! Apenas arremedos extraídos das profundezas mais negras da Terra-média! Devoradores da Luz! - respondi, com uma súbita expressão de ódio que irrompeu em minha face. - Dez anos? Isto é uma pequena pausa em suas cavalgadas! Desde o ano seiscentos e vinte já ocorreram vinte e três ataques. Um a cada três anos do Sol, para ser mais preciso.

- Se Malin estiver correto, temos três anos para convocar os regimentos e preparar uma estratégia para por um fim definitivo nestes Vindimadores! - exclamou Éothor.

- Pedirei ao Rei o auxílio de todos os Guardiões possíveis para vasculharem e vigiarem as terras do Ermo, desde as Colinas de Ferro até as Montanhas de Cinza em Mordor! - disse Hênhir.

- Podemos reforçar a vigilância do Grande Rio a partir de Osgiliath. Enviarei mensagem à Senhora Inzilabeth de Dol Amroth e aos reinos de Linhir e Lond Galen. - acrescentou Voronwë.
 
- Esperem um pouco! - disse subitamente Eradan - E se estes cavaleiros forem como os soldados de Delenost? Com excessão dos bardos, as nossas armas não tiveram efeito algum sobre as criaturas de Durandir quando fomos cercados nos bosques as sul de Meandros, lembram-se?

Fez-se novamente silêncio. O cerco armado pelos soldados-esqueletos fora o pior momento pelo qual o grupo passou. E foi graças a uma névoa gélida invocada por Elring e pelos golpes devastadores do machado de Orodris que o grupo salvou-se.

- De fato. E devido àquele combate, a tua missão será de grande urgência! - respondeu Turenbeth, depois de apanhar a bolsa com as ervas do menestrel e colocá-la sobre o ombro de Eradan - Se Orodris encontrou o elfo om vida, é bem provável que os dois sigam para Lasgalen ou Erebor para descansarem. Encontre-o e traga-o até Fornost. Conte a ele tudo o que ouviu aqui sobre os Vindimadores! E diga que os melhores artífices e ferreiros de Arnor estarão a disposição de Tar-edhel Elring!

- Ele não aceitará. - interrompi - Percebes o que estás pedindo? Isto contraria o principal objetivo de nossa missão: encontrar e destruir todos os artefatos de poder e impedir a ascenção de um novo Senhor do Escuro! Mesmo que consigas convencê-lo em fornecer-lhe armas de poder... achas que estes segredos dos noldor estarão seguros? Uma vez que tais armamentos e malhas encantadas tornem-se públicos, em pouco tempo reinos rivais do Leste e do Sul enviarão centenas de espiões e traidores para cá. E os anões? Ficarão impassíveis quando souberem que seus artífices e guerreiros foram superados por mãos de homens?

- E o que quer que eu faça, Malin! - respondeu Turenbeth com voz retumbante - Devo esperar a próxima investida dos Vindimadores e contra-atacar com milhares de soldados portando armas comuns?!! Golpeando inutilmente um inimigo que não morre ou sofre ferimento algum?!! Esqueceste que nossa missão teve Êxito graças a duas, duas armas especiais e ao dom misterioso de dois supostos Bardos?!! Crês mesmo que teríamos sobrevivido ao exército-morto do bruxo somente com as habilidades de um Mestre da Cura somadas a de um príncipe herdeiro de uma linhagem esquecida?!! Cujo o pai recusa-se a enviar Andúril para as linhas de batalha; já que a espada dos Reis é para as grandes necessidades?!!

O grupo entreolhou-se estupefato. Em muitos anos, esta era a primeira vez que percebiam a voz de Turenbeth alterada e cheia de rancor. Até mesmo eu, amigo de longas jornadas, estava perplexo com tamanho descontrole emocional. Ninguém mais ouvia palavras eloqüentes e ponderadas de um líder gondoriano, mas sim o discurso vociferado de um guerreiro ferido em seu orgulho. E com este aparente desabafo, Turenbeth subestimou ou ignorou minha capacidade de desvendar o coração de homens como ele. Foi com tristeza e dor que percebi as reais intenções do Príncipe: derrotar Durandir e retornar a Fornost com as honras de um grande herói, digno de herdar do pai Andúril, a espada cobiçada desde menino. Tudo pela espada.

- ... não, meu Príncipe. Não teríamos vencido...- respondi-lhe com muito esforço e sem coragem de olhar de novo em seus olhos.

- Não sinta-se envergonhado, mestre Malin! - confortou-me Turenbeth, com a mão em meu ombro - Tenho total confiança de que Elring nos ajudará! Então, quando chegar o dia, lutaremos de igual para igual contra os Vindimadores!!! E Andúril refulgirá novamente nos campos de batalha!!! Descansemos agora! Amanhã, uma patrulha rohirrim passará a duas léguas daqui com cavalos extras. Irás com Eradan ao reino dos elfos-verdes, pois só desta forma eles permitirão a entrada dele. O restante de nós, quando chegarmos a Ost-in-Thalion, já sabe o que deverá fazer! O tempo urge, senhores!
 
Capítulo Três

De Ainaros e Rána Celebrimloth: segundo o relato dos Bardos


O Sol tocava timidamente os picos das Montanhas de Eryn Lasgalen, era o prenúncio de mais um dia quente. Logo abaixo, a floresta ainda adormecia sob uma densa neblina. Elring e Orodris já estavam no quarto dia de viagem quando atingiram suas bordas mais setentrionais. Devido as inúmeras queixas do anão, os bardos pararam para uma rápida refeição. Infelizmente, o que restava das provisões era um punhado de ervas secas de tempero verde, três nabos, duas batatas, um pedaço de carne salgada que Orodris guardou e esqueceu e um pão de viagem élfico (feito pelo menestrel) mais duro do que o couro de um troll (palavras de Orodris); mas que foi consumido com tenacidade por Elring - sob o olhar zombeteiro de seu parceiro - para provar que bastava consumi-lo acompanhado de algumas canecas de água do rio para acentuar o seu sabor...

Os gracejos de Orodris só terminaram na hora em que tomou a "sopa de Guerreiro" que havia feito com as sobras das provisões:

- Ëarenhíril... tinhas razão! Essa sopa foi feita para guerreiros fortes! Mal retomamos nossa viagem, uma hora atrás, e tu não paraste de tossir! - ironizou o menestrel, mantendo uma expressão de "preocupação" no rosto.

Outro ataque de tosses foi a única resposta que obteve de Orodris.

- ... antigamente quando eu cavalga por Ard-Galen podia sentir os odores do Mar... - divagou Elring, após erguer a cabeça e olha na direção das Montanhas Sombrias e inspirar profundamente o ar.

- Estamos muito longe, elfo. Além daquelas montanhas há toda a região de Eriador e as Montanhas Azuis entre nós e o Mar.

- Talvez seja a distância. Contudo, desde que fechei meu coração para o Oeste, eu não ouço as vozes dos rios e lagos. Apenas seus murmúrios.

- Sabes do que sinto falta? Das longas conversas que meus irmãos e eu fazíamos ao fim de mais um dia nas escaldantes forjas. Sentávamos nos alpendres das janelas de Gabilgathol para ver o sol esconder-se atrás do Monte Dolmed. Era maravilhoso observar os archotes acenderem-se aos poucos para iluminar os salões e estradas entre as mansões. Tínhamos a impressão de que as estrelas do céu desceram para enfeitar nossas cidades como diamantes cravejados na rocha... - disse Orodris com um breve suspiro.

- É verdade. Ainda tenho na memória todo o esplendor das cidades naugrim. - concordou - ... destesto interromper este momento de poesia anã, mas teremos companhia. Um grupo de anões vem em nossa direção. Cinco ao todo. Mais surpreendente do que flagrá-los utilizando uma rota nada convencional, pelas Terras castanhas a fim de evitar a Floresta, é vê-los todos a cavalo.

- A cavalo?!! Onde?!! - espantou-se Orodris, protegendo os olhos com a mão espalmada.

- Sudoeste. Calculo que seremos vistos a uma légua e meia antes de atingirmos a Velha Estrada da Floresta. Creio que irão para Erebor, pois cavalgam paralelo ao limiar da Floresta e estão com muita pressa.

- Deixe que me vejam! Meu povo costuma ser perigoso quando viaja dessa forma. Alguma coisa muito grave deve ter acontecido para forçá-los a usar cavalos. - o anão acelera os passos e distancia-se do menestrel - Anões a cavalo! Pelos Sete Pais! O que mais verei nesta terra!
 
Como Elring tinha dito, o grupo de anões avistou Orodris assim que contornaram algumas árvores desgarradas da floresta. O anão só não esperava que seus parentes cavalgassem de modo tão ágil quanto os homens de Rohan e o cercassem com os machados em punho e o acusassem de "espião" e "amigo dos terrapardenses". De longe, o menestrel acompanhava o círculo de cavalos movendo-se de um lado para o outro e os olhares raivosos de seus condutores em todas as direções. Não viram o elfo. Instintivamente e sempre que se encontravam em desvantagem numérica, Elring ocultava-se dos olhares inimigos. Com o arco preparado e sempre a postos para derrubar o líder, caso este ordenasse o ataque. E Orodris não estava indefeso. Se porventura o adversário investisse contra ele, o anão sabia perfeitamente o momento certo para contra-atacar com seu machado depois da confusão causada pela flecha de Elring.

No entanto, nenhuma flecha moveu-se da aljava do menestrel. Os ânimos dos anões-cavaleiros diminuiram e, em poucos minutos, estavam todos desmontados e conversando em voz baixa ao redor de Orodris. Um ou outro exaltava-se na fala, sendo logo repreendido pelos demais. A atenção de Elring era total; mas como Orodris cotumava dizer: "- Os elfos são excelentes observadores e cantores, porém, péssimos ouvintes!" Com esta frase o anão zombava, não a audição élfica e sim, o desconforto que os elfos sentiam ao escutar uma conversa entre anões em sua língua materna, o khûzdul. Observação esta que Elring relembava e praguejava para aquele momento.

Após breves abraços e apertos de mão, o grupo despede-se, deixando para Orodris um possante cavalo de presente. O anão permaneceu mais alguns instantes parado no mesmo lugar, fitando seus parentes cruzarem o vau da Velha Estrada e seguirem na direção de Esgaroth. Neste meio tempo, o menestrel levantou-se, recolhendo sua capa de cor marrom que usara para mesclar-se com a paisagem e caminhou na direção de Orodris. Este, por sua vez, não percebeu a aproximação; pois andava de modo absorto e cofiava a barba dourada repetidas vezes.

- Orodris.

- O quê?!! Ah! És tu lailoth!!! Da próxima vez use ferros em suas botas, ao invés de esgueirar-se como um ladrão! - resmungou Orodris, tentando disfarçar a apreeensão estampada em seu rosto. - Vamos!!! A estrada é longa até o reino dos laiquendi!!!

- A notícia que recebestes o deixou tão perturbado quanto ele. - continuou Elring, ignorando a provocação. - O que ouvistes?

- Mais tarde, elfo!!! Preciso refletir sobre o assunto!!! E em silêncio!!! Até lá podes continuar a andar como um ladrão.

- Fizestes a eles um voto de segredo. Não obrigarei-o a contar e nem tentarei desvendar o que está em sua mente. Mas ouça o que digo! Sempre que tais segredos surgiram entre nós, terminamos combatendo em lados opostos do campo de batalha! - advertiu o menestrel - E não foram poucas vezes, meu amigo!

- ... Terra Parda. Contrafortes à sudoeste das Montanhas Sombrias...

- Obrigado.

E sem mais palavras, seguiram viagem pela Velha Estrada. Após algumas discussões sobre qual seria o melhor caminho até o reino de Thranduil, os bardos decidiram tomar um atalho por dentro da Floresta. O céu estava límpo e avermelhado naquele fim de tarde. O ar quente e abafado aumentava a sensação de calor. Nada incômodo para dois viajantes que já experimentaram o causticante sol das minas de sal (romanas?). O anão ensaiva mais um relato de suas façanhas contra os Sacerdotes Tânitas de Darvand quando, de súbito, Elring ergueu os olhos e interrompeu-o com um gesto.
 

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