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RPG Arte & Sociedade: Muito além de um hobbie?

Arcanjo[SK]

Spartan Supersoldier
Assim como os video-games, o RPG nasceu como um hobbie, como uma fonte de entretenimento. Os anos se passaram e parte do mundo mudou. A industria de video-games é uma que das mais crescem e as pessoas já começam a ter uma visão diferente em relação aos games, que já não sofrendo o mesmo preconceito de antes. Eles amadurecem, mudam, se adaptam, assim como seus consumidores.

A televisão, o cinema também eram (e ainda são) fontes de entretenimento. No entanto, hoje em dia, eles são muito mais que isso. Eles são ferramentas de manipular o povo, seja para o "bem", seja para o "mal". Os video-games começam a se monstrar mais presentes na vida da pessoas e não demora a também a se tornar uma ferramenta. Tanto essas mídias podem ser usadas para manipularem as pessoas quanto para orientá-las.

—"Assim como a arte, os games tem a capacidade de inspirar as pessoas e motivá-las a agir. E por causa disso, eu gostaria de ver mais jogos que nos conectam à realidade. Gostaria de ver títulos que exploram questões políticas ou questões sociais. A Africa está sendo ignorada e isso é um escândalo! Um jogo sobre a África, feito da maneira correta, poderia realmente fazer sucesso e levar a consciencia sobre o problema às pessoas."— como pontua muito bem, Will Wright, um dos atuais "gênios" da indústria dos games, mostrando com essas palavras que não sou o único a pensar que os games podem ajudar a mudar o mundo, se conseguíssemos concientizar as pessoas.

Com isso chegamos no ponte onde eu queria. Se os video-games, assim como a televisão, o cinema e o rádio, nasceram como entretenimento e se tornaram algo mais, porque o RPG também não poderia "evoluir" e abordar temas que poderiam conscientizar as pessoas sobre a realidade ao nosso redor??

E então, meus caros companheiros RPGistas, o que pensam a respeito? Gostariam que seu "hobbie" pudesse ajudar, mesmo que em proporções pequenas, a melhorar o nosso mundo ao redor? Ou preferem que ele seja apenas uma fuga da realidade, apenas mais um meio para nos deixar alienados e esquecer o nossos problemas do dia-a-dia?

PS: Crei esse mesmo tópico no Rederpg para ver as diferentes opiniões e ver se existem outros que pensam como eu e Will Wright (ele em relação a games).
 
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Sem dúvida é uma boa proposta. Os RPGistas acima de tudo, são em sua maioria, pessoas dotadas de inteligência e cultura, fossem outros os tempos seríamos seres eruditos em um mundo perdido em mediocridade. Utilizar o hobby como uma forma de concientização me parece um desafio bastante louvável que não só abriria portas para o hobby- ainda estigmatizado- como também engajaria todos os praticantes em um projeto de bem geral. Não vejo por que ainda não começou.
 
Acho que tanto os games quanto os RPGs se causam algum efeito em relação ao que pensamos do mundo é apenas uma feliz consequencia. Nunca um game ou um RPG deve ter como objetivo primordial fazer uma critica ou fazer voce pensar. Eles são, primordialmente, jogos para divertir. O mesmo vale para o cinema. Os filmes de critica explicita (e exclusiva para isso) sempre permearam quase que exclusivamente o campo independente da indutria, a margem do ambiente comercial de hollywood. Se alguma grande produção critica ou faz vc pensar isso é secundário, nunca foi o que motivou um produtor a faze-lo.

porque o RPG também não poderia "evoluir" e abordar temas que poderiam conscientizar as pessoas sobre a realidade ao nosso redor??
isso já existe. Jogos de segunda guerra (GURPS WWII, OPERA: o mais longo dos dias), Era do Caos e cenários históricos e políticos sempre existiram, e eu gosto muito. Basta procurar. Nesse quesito o RPG está a frente dos video games há pelo menos uma década.

Gostariam que seu "hobbie" pudesse ajudar, mesmo que em proporções pequenas, a melhorar o nosso mundo ao redor?
Eu não me importo com isso. Como eu disse isso é uma preocupação secundária dos jogos. Se for divertido e você puder extrair alguma coisa positiva dele que o faça pensar sobre o seu mundo é lucro... só isso;

Ou preferem que ele seja apenas uma fuga da realidade, apenas mais um meio para nos deixar alienados e esquecer o nossos problemas do dia-a-dia?
nada a ver. Um passatempo não aliena ninguem, ao menos que você jogue todos os dias. Pra mim RPG é diversão, nada a ver com "fuga da realidade" ou "alienação".

Os RPGistas acima de tudo, são em sua maioria, pessoas dotadas de inteligência e cultura, fossem outros os tempos seríamos seres eruditos em um mundo perdido em mediocridade.
Não acho, quer dizer conheço muitos RPGistas mediocres tbm. Jogar RPG nao torna ninguem mais inteligente. E acho que atualmente a maioria dos RPGistas não tem tanto contato com leitura (além dos livros de jogo) para serem considerados "eruditos". Venho notando isso há uns três ou quatro EIRPG atrás...
 
Senhor das Armas, Clube da Luta, Jardineiro Fiel, V de Vingança e até mesmo o Planeta dos Macacos que tizem alguma coisa? Crítica é mesmo tão underground? Até concordo que pode não ser tão comum assim, mas...

E sobre a fuga da realidade: existe pessoas que procurar "fugir" da realiade. Uns jogam rpg, outros games em geral, outros assistem TV, etc.

Em relação aos games, é mesmo meio incomum encontrar games com temas críticos, mas existem. Eles não precisam ser explícitos.

Geralmente é bem mais comum encontrar críticas "entre-linhas", escondidas. Existem claro, aqueles que críticam abertamente, como Michael Moore, mas é bem mais díficil encontrar.
 
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Senhor das Armas, Clube da Luta, Jardineiro Fiel, V de Vingança e até mesmo o Planeta dos Macacos que tizem alguma coisa? Crítica é mesmo tão underground? Até concordo que pode não ser tão comum assim, mas...
Voce nao entendeu o que eu falei. Não nego que o cinema, como manifestação artística seja fonte de obras que te fazem pensar. Eles são bem mais comuns. Mas é primordialmente uma fonte de entretenimento. NENHUM produtor vai investir milhões de dólares só pela "ideologia do filme". Ele tem que ser atraente para as massas. Isso não significa que não tenha conteúdo crítico, mas é preciso entender que o objetivo é fazer voce ir ao cienma, comprar refrigerante, alugar o DVD e depois comprar a versão extendida por R$52,90.

E sobre a fuga da realidade: existe pessoas que procurar "fugir" da realiade. Uns jogam rpg, outros games em geral, outros assistem TV, etc.
Sim, mas da maneira q voce colocou ou a pessoa usa o RPG para pensar ou é alienado e escapista. Eu uso o RPG para me divertir por tres horas semanais.
 
Eu gosto de livros/jogos/filmes que criticam, mas de maneira sutil. Vc pode encontrar, mesmo que pouca coisa, critica em jogos como Metal Gear. Alguns jogos podem fazer vc ficar mais "aguçado", mas pode ser que seja "sem querer". Por exemplo eu vejo coisas interessantes e até "similares" a vida real no Half Life 2. Não sei se é intencional e se todo mundo vê, mas....

Concordo que vc falow, que em geral, essas "ferramentas" são usadas para entretenimento, mas elas podem ser algo diferente. É esse algo diferente que estou "propondo", tb no RPG.

E uma coisa: em geral essas diversas ferramentas são usadas para manipular pessoas. A TV, o rádio, o cinema e até mesmo o video-games, são usados para passar idéias para as pessoas, manipu-las... especialmente a tv. E inegável que ela e os outros são usados para alienar pessoas e passar falsas ideias, ideologias.

Se alguem dizer que eles não usam a Tv para manipular e alienar é pq não quer ver a realidade.
 
TV decide até quem ganha eleição. Mais por manipulação que por merito (se é que existe algum) dos candidatos.

Isso é claro. Mas na questão "jogo cabeça" o RPG jah tem diversos titulos assim. Eu sugiro Era do Caos, que usa lendas urbanas mas traça um triste quadro da vida urbana em nosso país. E nos faz pensar que existem coisas mais assustadoras e perigosas na vida real que vampiros e demonios. Lamentavelmente, não é mais editado mas ainda assim é possivel encontrar em leilão de jogos usados nas convenções de RPG ou ainda em sebos.

Além do Era do Caos, qualquer tema pode ser colocado na mesa. Pode-se se "discutir" o holocausto com jogos da segunda guerra, terrorismo, politica e por ae vai...

O problema (assim como qualquer outra mídia), é que temas assim normalmente demoram para serem "digeridos" ou ainda causam opiniões diferentes dentro da mesa de jogo ou dentro de um publico da sua obra.

Se for pra fazer algo assim, faça como hollywood: que a critica seja secundária, mas presente. Ainda assim os mesmos elementos familiares aos jogadores estejam presentes.

E aquela coisa: cuidado com lugares publicos. Um tema polemico discutido em jogo pode parecer estranho e até ameaçador para quem está do lado de fora e não entende nada de RPG.

E uma coisa: em geral essas diversas ferramentas são usadas para manipular pessoas. A TV, o rádio, o cinema e até mesmo o video-games, são usados para passar idéias para as pessoas, manipu-las... especialmente a tv. E inegável que ela e os outros são usados para alienar pessoas e passar falsas ideias, ideologias.
Uma curiosidade off topic. Estava conversando com alguem esses dias e é incrivel como as pessoas no Brasil (não que tenha sido esse o caso) insentam a podridão da mídia escrita. Livros, revistas também manipulam. Entretanto elas recebem imediatamente o benefício da dúvida, pelo peso que se dá a o que é escrito, reflexo da impressão de que literatura é algo exclusivo, complexo ou elitista, e por si só, merece mais crédito que um filme ou gibi.
 
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Concordo com o taverneiro, a crítica deve ser secundária. Como o Taverneiro disse, isso já vem sendo feito em nosso país. Há varias teses de mestrado e doutorado sobre RPG e testes que tentam usar o RPG na educação, na terapia, treinamento empresarial, recuperação de usuarios de entorpecentes...
O RPG vem sendo muito mais que um jogo a muito tempo. Mas temos um problema, porque o RPG foi feito para se divertir. Todos os benefícios fornecidos pelo jogo vem de forma indireta e se alteramos o objetivo do jogo ele pode se tornar infertil. Usar o RPG como um instrumento pedagógico para fisgar a atenção dos jovens, pr exemplo, é uma boa idéia, mas temos que ter cuidado pois um jogo envolve alguns elementos que nem sempre são encontrados nas escolas. Em todo jogo você escolhe jogar ou não, na escola você terá que jogar. Esse é só um ponto. Não acho que o RPG será um instrumento revolucionário na educação como alguns querem.

Exemplo, Alfeu Marcatto. Em seu livro Saindo do Quadro ele mostra como o RPG pode transformar aulas em atividades super interessantes para os alunos:

Aulas muito mais divertidas e produtivas

SAINDO DO QUADRO propõe, através da imaginação e bom humor do autor, uma técnica que derruba alguns mitos da educação acadêmica e foge completamente da monotonia dos manuais pedagógicos. A metodologia, baseada no RPG (Role Playing Game), oferece subsídios para que professores de qualquer grau e disciplina transformem suas aulas em atividades animadas, interativas e, principalmente, muito produtivas.

O segredo da técnica inovadora é a criação da necessidade prática do aprendizado de terminado tema. Por exemplo, ao invés de estudar apenas teoricamente numa aula de Física as fórmulas da queda livre sem saber exatamente qual a sua utilidade, o aluno deverá compreendê-las para poder calcular e dirigir projéteis numa batalha simulada entre países sob comando dos vários grupos de colegas de classe.


Citação tirada do site do autor: http://www.alfmarc.psc.br/avent_edu_liv.asp

É preciso cuidado ao meu ver. Se for direcionado creio que o RPG será só mais um instrumento pedagógico. O verdadeiro potencial do RPG surge quando ele é jogado de forma espontânea, com o objetivo de diversão.
 
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(Chegando atrasado pra festa :mrgreen: )

Muito legal o tópico Arcanjo! Eu acho que o RPG, assim como o cinema, games, etc. tem que continuar se expandindo sim em todas as direções.

Eu acho legal que o RPG explore as várias vertentes da realidade, com o intuito de fazer refletir, sem deixar de ser divertido. Hoje em dia já temos alguns jogos assim - como Dogs in the Vineyard, que põe em questão o conceito de autoridade e principalmenmte o fundamentalismo , fortemente presente no mundo de hoje, seja no oriente médio, seja nas classes mais baixas e desesperadas do nosso próprio brasil que buscam nos cultos a solução, seja em qualquer lugar.

Da mesma forma que o jogo de PC Deus Ex é uma obra de arte, não só por divertir, mas também por fazer refletir sobre questões humanas importantes (autoritarismo, a caverna de ilusões que o governo cria para seus cidadãos, etc.), o RPG vai cada vez mais se expandir e explorar essas vertentes, o que é ótimo!

EDIT: outros exemplos de obra de arte que diverte e faz relfetir ao mesmo tempo: a trilogia Matrix, os games System Shock e Alpha Centauri pra PC, livros como O Nome da Rosa, Illuminatus Trilogy, e Codigo da Vinci, etc, etc, etc.
 
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Uma curiosidade off topic. Estava conversando com alguem esses dias e é incrivel como as pessoas no Brasil (não que tenha sido esse o caso) insentam a podridão da mídia escrita. Livros, revistas também manipulam. Entretanto elas recebem imediatamente o benefício da dúvida, pelo peso que se dá a o que é escrito, reflexo da impressão de que literatura é algo exclusivo, complexo ou elitista, e por si só, merece mais crédito que um filme ou gibi.
Interessante. Faz sentido. Parece que o brasileiro médio na verdade não lê porra nenhuma, apenas ouve as campanhas "Leia mais livros! A leitura é importantíssima para a educação, etc, etc" e daí sai regurgitando o que ouve, dando uma tramenda importância ao objeto... sem sequer conhecê-lo. :mrgreen:

Codigo da Vinci
Maior decepção da minha vida. Ever.

Sabe que eu gostei dele? Achei a trama bem legal, me deixou preso, o li em 3 dias. E achei que ele faz relfletir bastante sobre nossa sociedade. O único problema que vi é o alvoroço exagerado em cima dele, como se fosse uma puta obra, e tal. E outra coisa: a forma como o autor apresenta a ficção do livro como verídica e factual, quando nem sempre, ou melhor, na maioria das vezes, ela não é. Achei isso errado e apelativo, fez muita gente acreditar que tudo que estava no livro era verdade.

No mais, achei uma leitura rápida e divertida. Fast Food.
 
RPG na educação funciona, mas esse tipo de jogo tem uma intenção bem clara e puramente acadêmica, normalmente jogado em escolas ou locais especificos.

Quando a coisa mistura em uma mesa convencional, i.e. as pessoas estão lá para se divertir, um conteúdo muito didático pode ser cansativo. Um abordagem simples é inserir elementos de fantasia ao cenário. E aí caí na situação onde o conteúdo didático é secundário, quase uma "consequencia acidental". Um exemplo claro desse tipo de abordagem é o RPG "O Desafio dos Bandeirantes". Muita gente ao ver o nome já o classifica como RPG Educativo, e a coisa não é bem por aí. Desafio apresenta um mundo fantástico rodeado por lendas brasileiras da mesma forma que orcs e elfos estão na terra média.

Exemplo, Alfeu Marcatto. Em seu livro Saindo do Quadro ele mostra como o RPG pode transformar aulas em atividades super interessantes para os alunos
Conheci o Alfeu pessoalmente. Ele era dono da Alteni/R, reduto RPGístico aqui em São Bernardo, em um tempo em que RPG era algo bem mais obscuro q hoje em dia. O cara manja pacas, mto bom esse livro. E o exemplo citado contrasta bem uma situação onde um conteúdo de física está implicito para o jogador numa aventura de ação. Entretanto perceba que o jogador não vai aprender fórmulas e equações jogando RPG. Ele irá apenas "vivenciar" na imaginação uma situação onde o que ele está vendo em física é importante. Cabe ao professor, durante as aulas (e não na partida) associar as situações de jogo com o conteúdo didático.
 
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Decerto que o RPG faz maravilhas com nossas mentes :grouphug:

Mas também o meticuloso cuidado para não acontecer o contrário.
 
Decerto que o RPG faz maravilhas com nossas mentes :grouphug:

Mas também o meticuloso cuidado para não acontecer o contrário.

O contrário acontece muito. O rpg vira uma fuga da realidade. Mas acredito que isso acontece justamente pelo preconceito que existe contra os jogadores, vindo a maioria das vezes pela própria familia.

Em relação a educação o rpg é realmente muito eficiente se, claro, usado de forma correta. A exemplo do uso para educação é por exemplo para simular um júri popular. Já simulei um júri usando o rpg e realmente foi muito interessante e realmente ajudou na memorização e aprendizado da matéria.

Abraços.:cerva:
 
A exemplo do uso para educação é por exemplo para simular um júri popular. Já simulei um júri usando o rpg e realmente foi muito interessante e realmente ajudou na memorização e aprendizado da matéria.

Abraços.:cerva:

Nesse quesito eu concordo fielmente. O RPG se usado em certos cursos universitários pode gerar alta produtividade.
 
Complementando mais a idéia do tópico, Arcanjo:

"arte" é um produto da atividade humana feita com a intenção de estilmular os sentidos, assim como a mente e/ou espirito humano.

Quanto mais estimulados nós formos por uma obra de arte; quanto mais enxegarmos aspectos de nós mesmos e da nossa realidade, numa obra de arte; mais relevante e importante essa obra se torna. Foi assim com todas as "masterpieces" dos grandes mestres, e continua sendo.

Penso que o RPG só vai conquistar seu merecido espaço na sociedade, quando esta olhar para o RPG e "se enxerar" no mesmo. Quando o RPG refletir (ou fazer refletir) questões importantes e relevantes para a sociedade.

Enquanto a imagem do RPG continuar sendo a velha "diversão alienada de nerds anti-sociais ", nosso hobbie continuará às margens da sociedade, isolado e discriminado. Matar o dragão e salvar a princesa é divertido (e diversão é o objetivo do hobbie), mas isso não dá eco para as questões da soceidade e humanidade, e por isso é ignorado pela mesma.

Até a industria dos vídeo-games (que surgiu no inicio dos 80) é mais nova que a o RPG e já é muito mais relevante para a sociedade. Começou com "Pong" (arkanoid pra nós brasileiros) , e "Pac-Man" e hoje já teve várias obras-de-arte genuínas e de qualidade: Deus Ex, Alpha Centauri, SimCity, King of Dragon Pass, System Shock, Operation Flashpoint, entre muitas outras.


Penso que o RPG no Brasil ainda está no Pac-Man (lá fora parece estar mais à frente) - uma diversão isolada, que reflete muito pouco (ou quase nada) as questões da sociedade, 80% da atividade dos jogos se resume em "Matar o Dragão e salvar a princesa", enquanto o resto aborda questões históricas, sociais, religiosas, humanas, etc. O RPG tem um potencial educacional tremendo - não potencial pra ensinar "datas de descobrimentos", mas o potencial para ajudar a desenvolver senso crítico - quer oportunidade maior de aprender como funcionava a europa medieval do que inserindo os jogadores lá? (Mas não adianta botar eles em meio a um calabouço matando orcs num mundo pseudo-medieval! ), aprender o que realmente se passava por baixo dos panos da 2º Grande Guerra? Ou da Guerra do Peloponeso? Ou de Gaugamela? Ou do Brasil colonial?

Essa proporção provavelmente nunca vai mudar, já que o objetivo do hobbie é divertir (como de qualquer hobbie aliás). Mas nem precisa, acho que se o hobbie tiver mais exposição, alcançar mais brasileiros, mostrando seu potencial, ele já cresceria, teria parte da discriminação eliminada, e apelaria para muitos brasileiros que antes não viam graça alguma no hobbie.

Um adolescente hoje não vê graça alguma em Pac-Man, mas se botar um GTA:SAN ANDREAS na frente dele - ele fica horas grudado no joystick. Como podemos querer que a sociedade respeite e dê espaço para o RPG, se ele se comporta como Pac-Man?
 
Interessante. De certa forma o RPG, por sisó é um mercado pequeno, até mesmo nos EUA. No Brasil o RPG possui poucas editoras e poucos títulos, mas não acredito numa "grande revolução" lá fora não, apenas 1% da população americana joga RPG. Os jogos de cunho mais "revolucionário" vendem cada vez menos e nunca foram um estrondoso sucesso, nem mesmo dentro do nicho dos jogos de RPG.

O que quero dizer é que criar algo em cima do RPG que faça as pessoas pensarem não é algo que irá fazer o RPG crescer em termos de exposição. Os MMORPGs estão aí para mostrar o futuro, quer as pessoas gostem ou não.

O RPG só vai crescer quando conseguir conciliar de maneira eficiente as novas tendencias e se inserir no meio, do contrário está fadado ao esquecimento. D20 é uma referencia, mas acho que isso ainda não é o ideal, considero o volume de regras mto grande para ser considerado algo que incomode outra mídia ou forma de lazer.

Eu concordo das potencialidades do RPG, mas não acredito que o lado "artistico/educaional" será o que irá alavancar o jogo, ainda mais no Brasil.
 
É verdade Taverneiro. Sou um sonhador :mrgreen: .

Acho que o lado artístico/educacional na verdade seria alvancado como consequencia do hobbie todo ser alvancado. Mas o quê realmente alavancaria o hobbie? Agradar as massas, como os MMORPGS.
 
Isso mesmo XD. Não há muito o que contestar nesse caso. O problema é que os jogos de RPG andam tão estáticos e cheio de detalhes nas regras que daqui um tempo os MMORPGs vão dar mais mobilidade que o RPG tradicional.

É só ver a nova safra de titulos, é tudo orientado pro "build character". Se "inspirar" nos MMORPGs é uma boa estratégia, mas depois de um tempo o jogador deveria ser orientado a ver que o jogo de RPG é diferente.Esses produtos existem, mas são minoria, fadados ao interesse de poucos jogadores. Ao invés disso ficam atolando jogador com regras para "emular" a imaginação. Se for pra jogar dessa forma, aí sim, prefiro World of Warcraft.
 
Sim, o rpg foi feito para fugir da realidade... mas isto não é um mal. antes do rpg as pessoas usavam (e ainda usam) os contos de fadas e os mitos!! não é vergonhoso falar que usamos o rpg para dar um pequeno escape de nosso mundo. isto é natural.

o rpg pode sim influenciar as pessoas, mas isto não esta no estilo do jogo... mas sim na historia do Narrador. um narrador pode colocar ideologias proprias em sua historia (na verdade todos colocam ideias proprias em suas historias:lol: ). pode-se muito bem fazer uma critica a sociedade ou ensinar filosofia pelos personagens em um jogo de rpg com um cenario mitico-medieval. Tolkien não fez isto com gandalf? e Lewis não fez o mesmo com Aslam? Sempre o autor coloca suas ideologias em suas historias (a não ser aqueles narradores que só pensam em lutas inúteis e q do nada faz aparecer milhões de orcs para a historia não acabar:lol: ). Em tudo há uma ideologia.

Não penso que é nescessário fazer livros de rpg baseados na realidade para ensinar algo ou evoluir os rpgistas... contanto que os rpgistas começem a procurar cultura e ler mais e no momento de criar suas historias pensarem em historias complexas com um senso culto, não sera nescessário criar um rpg q conte a historia das Guerras Africanas. apesar de que tem gente que gosta deste estilo...
 

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