• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Meritocracia Tolkeniana.

Denethor II

Pontífice Inquisidor de Gondor
Aos maiores fãs de Tolkien (nele me incluo) do Brasil...

O Direito serve pra certas coisas, pelo menos pra coisas que não tem serventia rsrs.

Uma delas foi o que estava pensando sobre o sistema governamental de toda Arda. Outra delas é acalorar as discuções com tempêros apimentados de discordia e critica, por mais que ame a obra do "Véio" rsrs. Lá vai minhas rudimentares prerrogativas:

Não existe outro dispositivo de governo que não seja a meritocracia. Manwe governa toda arda pelo mérito dado por Eru, Morgot governa pelo mérito de sua força. Aragorn - quase um caçador que teve sorte de ter um sangue puro - se torna rei, enquanto alguns homens experimentados como Imrahill (sim, não me lembro bem da escrita dos nomes! coisa de velho!) sao deixados de lado. Talvez por isso o lugar mais feliz de toda a terra média seja o condado, o unico local onde a democracia - hoje tão celebrada - tem um papel fundamental (e tambem local onde as coisas só mudam quando existe uma quebra no status quo).

Distinguindo Sauron e Aragorn, a diferença é uma só: um segue uma linhagem abençoada por Eru, outro segue o próprio caos como regra, mas no final das contas: ambos estão lá pelo simples motivo de terem um mérito inalienável ("nasceu é teu").
 
Isto está no fórum certo? :think:

Ah, agora sim :D quando eu vi pela primeira vez, estava no "E se...?"

Quanto a questão do Aragorn, não se esqueça que ele tinha o vigor dos reis de outrora - e que ele viveu em Valfenda. Ele era tão experiente quanto Imrahil, se não mais. :yep:
 
Última edição:
Não se esqueça. A Sociedade sempre busca a perfeição e os líderes são íntegros. Sem falar que no fim tudo dá certo.

Pra mim não estraga nem um pouco as obras, que são meus livros favoritos, mas sim fazem com que o leitor se identifique com elas.
Tolkien escreve fantasia, a meritocracia e outras características da obra são típicas do estilo.

Já imaginou se questionássemos a razão da Rainha de copas controlar o mundo de "Alice no país da maravilhas" ao invés de ser, por exemplo, o rei de paus?
 
Temos que perceber que é uma literatura baseada na vida medieval e no absolutismo.

Aragorn (apesar de não ser democrático) agradou todas as partes do bem... ele arriscou a vida em prol dos povos da TM e os guiou a vitória.

Não podemos falar sobre a existência de "Democracia" para uma socidade Monarquica que nunca ouviu falar sobre isto... ainda mais tendo um rei justo como aragorn.
 
Como um juiz hebreu?
Não é necessária a monarquia para guerrear, ams era conveniente ter um militar experiente como Aragorn no comando.
Mas os reis estão lá porque sempre estão na fantasia.
 
Como um juiz hebreu?
Não é necessária a monarquia para guerrear, ams era conveniente ter um militar experiente como Aragorn no comando.
Mas os reis estão lá porque sempre estão na fantasia.

talvez... mas se um governante fosse eleito toda hora (em lugares de guerras como a TM) as estrategias se enfraqueceriam pela colisão de ideologias diferentes.

Deve funcionar como os Juízes mesmo... mas eles não eram, exatamente, como reis.
 
Foi, os juízes são líderes políticos, religiosos E militares, os juízes substituíram os antigos líderes hebreus, e tinham total poder, depois que os juízes terminaram suas conquistas vieram os reis, como Davi e Salomão.
 
Foi, os juízes são líderes políticos, religiosos E militares, os juízes substituíram os antigos líderes hebreus, e tinham total poder, depois que os juízes terminaram suas conquistas vieram os reis, como Davi e Salomão.

Compreendo. Sempre pensei que os juízes fossem apensa lideres militares (com certos poderes estatais) e os sacerdotes cuidavam do Estado em si.

VLW pela quebra-dúvida
 
O fato é que eles foram importantes, a partir do momento em que os hebreus entram em conflitos militares, o militarismo passa a ser um pre-requisito para a liderança, aí entram os juízes, que são os sacerdotes+militarismo.
 
Aos maiores fãs de Tolkien (nele me incluo) do Brasil...

O Direito serve pra certas coisas, pelo menos pra coisas que não tem serventia rsrs.

Uma delas foi o que estava pensando sobre o sistema governamental de toda Arda. Outra delas é acalorar as discuções com tempêros apimentados de discordia e critica, por mais que ame a obra do "Véio" rsrs. Lá vai minhas rudimentares prerrogativas:

Não existe outro dispositivo de governo que não seja a meritocracia. Manwe governa toda arda pelo mérito dado por Eru, Morgot governa pelo mérito de sua força. Aragorn - quase um caçador que teve sorte de ter um sangue puro - se torna rei, enquanto alguns homens experimentados como Imrahill (sim, não me lembro bem da escrita dos nomes! coisa de velho!) sao deixados de lado. Talvez por isso o lugar mais feliz de toda a terra média seja o condado, o unico local onde a democracia - hoje tão celebrada - tem um papel fundamental (e tambem local onde as coisas só mudam quando existe uma quebra no status quo).

Distinguindo Sauron e Aragorn, a diferença é uma só: um segue uma linhagem abençoada por Eru, outro segue o próprio caos como regra, mas no final das contas: ambos estão lá pelo simples motivo de terem um mérito inalienável ("nasceu é teu").

Bem, primeiramente "calma lá" com os conceitos. =]
Meritocracia, sim, o governo que se liga aos méritos pessoais. Primeiramente isso nos remete ao governo por carisma, citado por Émile Durkhein, no século XIX, ao tratar sociedades primitivas.
Aragorn e Sauron não são líderes carismáticos, de forma alguma, muito menos Melkor.
Vejamos, a definição de um líder carismático reside no fato dele ser eleito numa sociedade tribal por facilidades em determinados assuntos do cotidiano, seja caçar, pescar, o que for. Essa definição daria origem a esse sistema de méritos citados. Aragorn não se torna Rei por que era um bom guardião, nem por que era celebrado dentre sua "tribo", ele era herdeiro do Trono de Gondor e Arnor, uma Monarquia. Elendil era o Rei de Gondor e Arnor, assim como em Númenor havia o Rei. Inexiste o mérito, senão o mérito dos edain ao lutarem ao lado dos elfos nas Batalhas em Beleriand, porém, mesmo assim eles já constituíam suas casas, dentre elas a de Marach, de Beor e de Haleth. Não há carisma, não há ligação direta e inalienável com o mérito.
Melkor e Sauron pretendem usurpar o Trono, seja de Arda, seja de Endor.
Quem chega ao Trono por formas ilegais é um Tirano. Não há mérito.
Então, chegamos ao Condado, o que teríamos de mais próximo de uma "Democracia" na Terceira Era. Pois antes seguiam, como os demais humaos associados ao Reino do Norte, o governo dos Reis do Norte, de Arnor.
E por fim, a Manwë Súlimo, ele é um Rei, Monarca, eleito para reinar sobre Arda, porém, na forma mais reduzida, perante Eru, se pensarmos assim, um Regente. Instituído e legalizado por Deus. Não é esse o conceito de Rei na Idade Média. É uma Monarquia.
E, indo mais além, diria. Que Democracia? A liberal burguesa, ou a Democracia em si?
Já coloca Norberto Bobbio (filósofo italiano) em sua apologia ao capitalismo, e na difusão dos ideais burgueses o que seria a democracia. Citarei-o.

"Por democracia se entende o conjunto de regras (as chamadas regras do jogo) - que consentem a mais ampla e segura participação da maior parte dos cidadãos, em forma direta e indireta, nas decisões que interessam a toda coletividade. As regras são, de cima para baixo as seguintes:

a) todos cidadãos que tenham atingido a maioridade, sem distinção de raça, religião, condições econômicas, sexo, etc., devem gozar dos direitos políticos, isto é, do direito de exprimir com coto a própria opinião e/ou eleger quem a exprima por eles;
b) o voto de todos cidadãos deve ter peso idêntico, isto é, deve valer por um;
c) todos cidadãos que gozam dos direitos políticos devem ser livres de votar segundo sua opinião, formada o mais livremente possível, isto é, em uma livre concorrência entre grupos políticos organizados, que competem entre si...[...]"
.

Vejamos, no Condado existem essas condições? O Thain é eleito, mas muitos eram os eleitos até mesmo em Oligarquias, e não apenas em Democracias. Existem partidos políticos organizados? Não.
Porém diriam meus amigos aqui do fórum: mas e a Democracia ateniense, por exemplo?
Pois bem, existia no Condado a Ágora? Existia um local para reuniões e escolhas dos cidadãos? Existia um mundo guiado pelo poder político? Qual definição de cidadão no Condado?
Ou antes disso, um mundo que se introjetou a si mesmo, fechando-se ao externo, e regendo-se de forma que lhe melhor provia. É um "Regime de Exceção", não uma democracia nos moldes liberais. Nem me atrevo a tentar dialogar com a real democracia, que almejam pensadores como Noan Chomsky.

Por fim, essa definição não se sustenta, e nem tem bases, senão as de um pseudo-sociólogo, que desconsiderou Marx, Weber, Durkhein, e não creio ser digno de maiores esforços.

Abraços.
 
Última edição:
Não é incomum, como bem citado a questão dos juízes, que em momentos beligerantes sejam nomeados líderes que tenham uma certa autoridade militar.
O sacerdócio, com o militarismo, como o que tornou-se típico na judéia (no contexto citado), e eles eram abastados de poderes políticos, e possuíam influência perante a população. Não seria, e não foi, o primeiro momento onde algo que não seria da praxe, torna-se da praxe.
Esse exemplo dos juízes foi muito feliz. Ele cabe ao trato dos Regentes na Terceira Era. Eles tiverem poderes conferidos, mesmo que não do sacerdócio, e com isso ascenderam como uma nova classe.
A laicização, e o sacerdócio se interpõem. Na Idade Média, os sacerdotes, muitas vezes eram guerreiros, e tinham influência política e econômica. Essa ruptura se inicia no século XII com o mercador-banqueiro, que então toma conta da econômia, redistribui os estamentos, e insere nos século XIV e XV o capitalista, que mais tarde iria laicizar o Estado, rompendo com o Antigo Regime.

Abraços.
 
Última edição:
Exatamente. =]

E aproveitei mesmo para inserir a questão dos Regentes, uma forma muito clara de poder conferido, que manteve-se por muito no caso de Gondor.
 
Não, foram elas efêmeras, e o Brasil, de fato, nunca conheceu uma Monarquia forte, nem teve de fato o Antigo Regime instaurado.
Essa crítica é corriqueira, devido aos atos administrativos dos nossos soberanos no Primeiro e Segundo Reinado.
As Regências no Brasil assumem o papel da necessidade, e uma tentativa da Oligarquia de ainda manter seu poder. A questão das formações socio-econômicas é tão complexa, que nem mesmo a burguesia que se levantaria mais tarde, seria forte o bastante para romper com esse "Antigo Regime" (de fato, mesmo com o poder moderador, D. Pedro II não mandava em assuntos realmente importantes, mas sim as oligarquias o faziam) que nem sequer existiu plenamente. Por esses e outros motivos o Brasil desconhece a Democracia, seja aos moldes (citados acima) colocados por Bobbio, seja como desejaria Florestan Fernandes conceituando a Real Democracia. O Brasil é também um governo de privilégios, exceções, a mando da aristocracia, que manteve-se praticamente a mesma desde a época de Colônia.
Desta forma, mesmo pretendendo de certo, reter poder, a Regência não o fez, e sofreu fortes levantes e insurreições em seu momento.
Normalmente, para o poder conferido realmente representar poder, deve-se haver uma Monarquia forte.

Abraços.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo