Um cientista (Einstein?) disse uma vez que o que é mais impressionante no mundo é que há formas de compreendê-lo.
A cultura não foi inventada para esconder instintos. Foi algo inventado porque servia para alguma coisa. O ser humano é um animal pragmático, se não serve para nada, eventualmente joga fora. (o problema é quando um espécime ou outro decide que não serve para nada... a humanidade como um todo tem de decidir isso, não um indivíduo)
Linguagem por exemplo. Foi inventada porque é mais fácil conversar do que sair matando o colega o tempo todo. Claro que se fossemos pensar que serve tão somente para escrever romance água-com-açúcar, claro que seria considerado inútil.
Da mesma forma, religião, ciência, música, etc., tudo tem uma utilidade, apesar de sermos meio idiotas em geral para torna-la totalmente paralisante em nossa evolução pessoal (vide água-com-açúcar acima)
Em termos animalescos, temos uma expansão incontrolada de gente. Não mais vivemos em epocas onde era necessário um monte de mão de obra barata. Em um romance de Asimov, foi descrito uma sociedade onde apenas alguns milhões viviam num planeta chamado Solaris, enquanto o trabalho braçal era realizado por robôs. Em termos gregos, os escravos serviam para fazer o trabalho pesado enquanto os nobres pensavam. Os robos tomaram o lugar.
A consequência direta de tanta gente é desemprego, instabilidade climática, estamos fodendo a Terra, etc.. Apenas o lado animal procriando feito louco não é bom. Também é ingenuidade pensar que poderíamos voltar a ser nômades tomando apenas aquilo que a Terra nos dá: eventualmente coisas como compaixão pelos inválidos seriam esquecidos (sacrificar os velhos que não servem para mais nada era coisa dessa era).
No entanto, tornamo-nos uma sociedade como Asimov descreveu tem seu lado ruim. Os seres dessa ficção eram frios e insensíveis, e sua sociedade paulatinamente morria (viam casamento e reprodução como desagradáveis tarefas a serem cumpridas para continuidade da espécie).
Evoluir é uma obrigação complicada mas também simples, a meu ver. Mas isso deixo para discutir em outra ocasião.