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Picantes, Bêbados e Safados.

Lordpas

Le Pastie de la Bourgeoisie
O Jedan comentou sobre o Miller no tópico "Que autor" e eu fiquei com vontade de reler uma pá de livros, então eu criei esse tópico pra discutirmos até que ponto a leitura de determinados caras é "banal" ou fantástica.

Isso porque muitos classificam Miller, Bukowski, Fante (escritor de "Pergunte ao Pó) e demais nomes (alguns representantes brasileiros também que eu já ouvi falar mas nunca tive a oportunidade de ler também) como meros escritores "vazios" que fazem sucesso em determinados segmentos por seu papel (aparentemente) mais "cult" e por seus escritos mais ácidos, mas nem por isso necessariamente construtivos.

Será mesmo?
 
Tem uma matéria sobre isso na Veja dessa semana... falando dos ditos escritores "trangressores", e como se tornar um deles! :lol:

Entre outras coisas, ser escatológico ao extremo e desnudar todas as podridões humanas da forma mais nojenta possível. ( Bukowski entra bem nessa).

Eu sei lá até que ponto essa literatura tem valor. Prá mim, muitos desses caras apelam demais: eles poderiam dar seu recado de forma mais sutil... não gosto muito de literatura escancarada. Sempre me parece mais uma forma de aparecer, que realmente despertar as pessoas para a indignação.

Mas... não se pode generalizar, né. Sempre aparece alguém bom nas rodas...:mrgreen:
 
Última edição:
Hum. Não sei se Bukowski se enquandra no tipo de poeta "apelão", digamos assim. O que muita gente esquece na hora que vai ler uma poesia, é que ela não é só sentido: é ritmo e muito mais. Nós tendemos a ler poesia e gostar porque duas ou três estrofes fazem um sentido tremendo dentro de nossas vidas, mas deixamos de lado todo o trabalho do poeta em elaborar algo que vá além do sentido.

Aliás, já que falaram do Bukowski, tem uma poesia dele que acho muito linda:

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pur whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?


e que não soa "apelona", ao menos para mim. =]
 
Ótimo tópico Lordpas :mrgreen:

Então, pra ser sincero eu conhece pouco ainda de Miller e Bukowski, mas como voltei a ter tempo pra literatura espero tirar esse atraso logo.

Mas sempre tive um admiração por esses tipos de autores, pela forma ao mesmo tempo despretensiosa e profunda que escrevem, conseguindo desnudar (tá certo isso?rs...ops, agora que vi o Lesgalen usando tb, deve estar então) a realidade e nos mostrando o que ninguém teve coragem.

Fora que eles possuem um caráter filosófico. Adoro ler as indações presentes em seus livros, livres de pensamento moralistas.

Sobre a matéria da Veja, eu vi por cima e não é bem desses autores que ela trata, e sim de autores novos, mais da chamada Escola Urbana (acho que o termo é do Alex Castro), que acham que basta sairem por aí dizendo um monte de palavrões e palavras chulas, sendo libertino e narrando suas aventuras sexuais que estão desbravando a literatura de alguma forma.
 
A Joy citou o mais "poético" dos poemas do Sr. Charles. :g:

Tem um livro dele de poesias que se chama Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo.

E tem a mais foda delas, na minha opinião:

How to be a great writer - Charles Bukowski

you've got to fuck a great many women
beautiful women
and write a few decent love poems.

and don't worry about age
and/or freshly-arrived talents.

just drink more beer
more and more beer

and attend the racetrack at least once a
week

and win
if possible

learning to win is hard -
any slob can be a good loser.

and don't forget your Brahms
and your Bach and your
beer.

don't overexercise.

sleep until moon.

avoid paying credit cards
or paying for anything on
time.

remember that there isn't a piece of ass
in this world over $50
(in 1977).

and if you have the ability to love
love yourself first
but always be aware of the possibility of
total defeat
whether the reason for that defeat
seems right or wrong -

an early taste of death is not necessarily
a bad thing.

stay out of churches and bars and museums,
and like the spider be
patient -
time is everybody's cross,
plus
exile
defeat
treachery

all that dross.

stay with the beer.

beer is continuous blood.

a continuous lover.

get a large typewriter
and as the footsteps go up and down
outside your window

hit that thing
hit it hard

make it a heavyweight fight

make it the bull when he first charges in

and remember the old dogs
who fought so well:
Hemingway, Celine, Dostoevsky, Hamsun.

If you think they didn't go crazy
in tiny rooms
just like you're doing now

without women
without food
without hope

then you're not ready.

drink more beer.
there's time.
and if there's not
that's all right
too.


Essa é boa, né? hehe

E quanto a matéria da Veja, bem... eu nem costumo mais ler a parte de crítica literária da Veja... mas vou dar uma lida já que tá aqui do lado e depois comento sobre.
 
Tô com vontade de ler Trainspotting, mas tenho medo exatamente disso, se realmente presta ou não passa de coisa de chapado.

Meio flood, etc...

As obras do Bukowski publicadas no Brasil são mais poesias ou contos?
 
São mais romances mesmo.

De poesias eu conheço só o livro que eu citei ali em cima... e achar ele não deve ser tão fácil, presumo.

Mas tem bastante coisa na linha pocket da L&PM em romances, se eu não me engano.
 
Êta, povo... na boa!! eu não quis em momento algum dizer que a crítica da Veja ( ou qualquer outra página dela) deve ser levada a sério!

Fala sério .... :lol:
 
Metz disse:
Tô com vontade de ler Trainspotting, mas tenho medo exatamente disso, se realmente presta ou não passa de coisa de chapado.

Meio flood, etc...

As obras do Bukowski publicadas no Brasil são mais poesias ou contos?

Do Bukowski no Brasil tem os livros:
Notas de um velho safado. Contos. Comecei com esse e é ótimo.
Misto-quente. Novela. Bom . Li faz dois meses.
O capitão saiu para almoçar. Contos autobiograficos sobre os últimos anos de vida do autor. Joga uma luz sobre Bukowski em uma vida mais normal.
Os 25 melhores poemas de Charles Bukowski. Poesia. O título é meio pretensioso, mas os poemas são bons.
Pra mim o maior valor da arte de Bukowski é a sua sensibilidade para com aqueles que como ele não conseguiram se adaptar a sociedade de consumo dos E.U.A.. E tambem a simplicidade de sua escrita. Por favor, simples e não simplório.
Vale a pena. Se gosta de contos recomendo as Notas se gosta de poesia tente os 25.
Obs: Os 25 são coisa recente. Editora Bertrand Brasil
 
Do Bukowski no Brasil tem os livros:
Notas de um velho safado. Contos. Comecei com esse e é ótimo.
Misto-quente. Novela. Bom . Li faz dois meses.
O capitão saiu para almoçar. Contos autobiograficos sobre os últimos anos de vida do autor. Joga uma luz sobre Bukowski em uma vida mais normal.
Os 25 melhores poemas de Charles Bukowski. Poesia. O título é meio pretensioso, mas os poemas são bons.
Pra mim o maior valor da arte de Bukowski é a sua sensibilidade para com aqueles que como ele não conseguiram se adaptar a sociedade de consumo dos E.U.A.. E tambem a simplicidade de sua escrita. Por favor, simples e não simplório.
Vale a pena. Se gosta de contos recomendo as Notas se gosta de poesia tente os 25.
Obs: Os 25 são coisa recente. Editora Bertrand Brasil

Não é só isso não:

Vida desalmada. Florianópolis: Spectro, 2006

Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém. Curitiba: 7 Letras, 2005.

Tempo de vôo para lugar algum. Florianópolis: Spectro, 2004.

Hino da Tormenta. Florianópolis: Spectro, 2003.

Os 25 Melhores Poemas de Charles Bukowski. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003.

O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio. Porto Alegre: L&PM, 1999.

A mulher mais linda da cidade. Porto Alegre: L&PM, 1997. (coletânea)

Pulp. Porto Alegre: L&PM, 1995.

Numa Fria. Porto Alegre: L&PM, 1993.

N.York, 95 cents ao dia. Porto Alegre: L&PM, 1991 (quadrinhos)

Delírios Cotidianos. Porto Alegre: L&PM, 1991 (quadrinhos)

Hollywood. Porto Alegre: L&PM, 1990.

Fabulário Geral do Delírio Cotidiano. Porto Alegre: L&PM, 1986.

Factotum. São Paulo: Brasiliense, 1985.

Notas de um velho safado. Porto Alegre: L&PM, 1985.

Misto quente. São Paulo: Brasiliense, 1984.

Crônica de um amor louco. Porto Alegre: L&PM, 1984.

Mulheres. São Paulo: Brasiliense, 1984.

Cartas na Rua. São Paulo: Brasiliense, 1983.


Fonte: Wikipedia
 
Eu vi a maioria desses pockects hoje numa padaria!

 
O negócio é ver o lado positivo da coisa: se tem até em padaria, significa que tem gente comprando. Se tem gente comprando, (na maioria das vezes) significa que tem gente lendo. Logo...
 
Aliás acho que está acontecendo algum hype em cima do Miller. Não encontro seus livros em lugar algum. Está tudo esgotado. Mesmo nos sebos daqui, ele simplesmente evaporou :roll:
 
Sinceramente não me importo de encontrar um livro interessante com um preço barato. Ainda mais na padaria aqui perto. Quem sabe isso ainda chega aqui.
 
Última edição:
Não sei se alguém conhece, mas nessa linha eu estou lendo:
"Trilogia suja de Havana." do Pedro Juan Gutierrez. Sexo, sangue, fome e revolta na Cuba dos anos 90. Quando a URSS faliu e cortou o apoio que dava ao país do caribe. Ele com certeza não é o mestre, Bukowski, mas tem os seus méritos. A leitura não faz com que eu fique grudado ao livro, mas fornece-me momentos interessantes.
Quem puder conferir, eu recomendo.
 

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