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Language Learning x Language Acquisition

  • Criador do tópico Silenzio
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Silenzio

Visitante
Ultimamente tenho me esforçado muito no aprendizado do inglês, o que me fez buscar informações sobre métodos de aprendizagem e questões relacionadas. Com isso aprendi sobre esses dois conceitos, que na verdade sempre fizeram sentido para mim, apesar de eu não saber os nomes específicos.

Language Learning seria o estudo formal de uma determinada língua. É o método aplicado em escolas de inglês (Wizard, Fisk, CNA, etc) que busca ensinar sobre um determinado idioma através do estudo extensivo de gramática, expressões idiomáticas, verbos, tudo apoiado no uso de livros-módulos e recursos de multimídia. O problema desse método é que o aluno quase sempre ao final aprende sobre o idiom sem, no entanto, conseguir se comunicar através dele. Já vi inúmeros casos assim. Eu mesmo fiz um ano de CNA que não serviu pra absolutamente nada. Mesmo no que tange a conversação não encontrei aplicabilidade no cotidiano pois as situações enfrentadas em sala de aula pareciam fugir à realidade e ainda por cima com um inglês (pausado) que não ouvia em lugar algum.

O outro método, Language Acquisition, seria a assimilação natural de uma língua. É o que acontece quando um brasileiro vai morar nos EUA quase sem noção alguma do inglês e pouco tempo depois volta falando fluentemente. Ele desconhece as regras gramaticais, mas consegue se comunicar sem problema algum com nativos da nova língua.

O motivo do tópico é para discutirmos sobre o modo como o inglês é ensinado no Brasil, se realmente vale a pena tentar aprender por aqui, e o mais importante, para os que já possuem fluência no idioma, qual foi o método utilizado por vocês? Quais os maiores problemas enfrentados? Algum arrependimento?

No momento estou fazendo aula particular, 2 horas todo sábado, voltado praticamente apenas para conversação. Fora isso passo um bom tempo ouvindo Podcasts, estudando gramática, idioms, verbs, etc, além de ler material em inglês e ver filmes com legenda em inglês ou mesmo sem legenda. Eu sinto que minha compreensão é razoável. Participo de reuniões em inglês quase que a vontade, mas ainda travo totalmente para falar, o que tem diminuido com as aulas de conversação, principalmente quando é algum assunto de grande interesse meu.
 
Os cursos de inglês no Brasil são, em sua grande maioria, uma bosta bem grandona. Baseando-se principalmente no "Repeat after me!", dá para dizer que formam mais papagaios do que falantes de língua inglesa. Dá para contar nos dedos as escolas que buscam métodos mais sérios do que esse.

Mas aí vem o outro lado, porque o problema não é só do método. Dou aula já tem um bom tempo e posso dizer que dá para contar nos dedos os alunos que realmente estão comprometidos a aprender - no sentido de não "gastar só as horas de sala de aula", mas de ir atrás, fazer lição de casa, se forçar a conversar em inglês e por aí vai. Boa parte acha que é sentar lá, ouvir algumas conversas do cd, fazer os exercícios de conversação e pronto, aprendeu inglês. Não é assim.

Inglês requer muito mais do que as horas que vc passa em sala de aula. Ouvir música ou se arriscar com filmes com legenda em inglês (e depois sem legenda) para aprimorar o listening, ler LIVROS mesmo (e não só aqueles readers pequeniníssimos) para aumentar o vocabulário e melhorar a gramática... isso é o tipo de coisa que só o aluno que quer investir um pouco mais de tempo vai atrás - o problema é que as escolas de inglês partem do princípio que todos estão "fazendo a lição de casa", o que não é verdade.

Para ter idéia, eu tinha uma aluna que estava no nível upper-intermediate (ou seja, quase se formando), que achava que I e MY era a mesma coisa, desconhecia por completo o past participle (o que significa que não conseguia fazer voz passiva e afins) e por aí vai.

Na faculdade, onde aprendi inglês de fato (antes tinha feito cursinhos e não posso dizer que tinha de fato aprendido algo), nós tínhamos língua inglesa oral e língua inglesa escrita, dava mais de 8 horas de inglês por semana - para não falar das coisas que tínhamos que fazer em casa (o que envolve bastante o comprometimento do qual acabei de falar).

No final das contas, em dois anos alunos que mal sabiam o feijão com o arroz estavam prontos para escrever ensaios, apresentar seminários e assistir aulas em inglês, numa boa. Mas só funcionou porque tínhamos:

a) muita hora de estudo
b) um bom método (que não deixava de lado nenhuma 'skill')
c) comprometimento do aluno

Sem isso, o natural são casos como o dessa minha aluna, que falava falava e falava mas não dizia coisa com coisa, porque nem os pronomes pessoais do caso reto ela sabia.
 
Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, entrei na Cultura Inglesa. Teen 1, lembro até hoje. Era bem basicão, e passei um ano lá. Na segunda metade desse ano, já no Teen 2, virei o maior vagaba, a ponto de cagar pras aulas e repetir. Sim, eu repeti no curso de inglês!

Ou seja, eu era um zero à esquerda. E isso se confirmou quando um amigo da minha mãe, professor de inglês, tentou me dar aula particular e descobriu que eu realmente não sabia nada. Eu não sabia nem o que era why, who, when, where... só pra ter noção de como eu era.

Aí desisti de inglês... o tempo passou, a Net chegou em casa, comecei a ouvir rock... e depois de poucos anos, vendo séries americanas e ouvindo música em inglês todos os dias, aprendi naturalmente inglês. Sério, sem aula. Aos 16 anos fui pro Wizard e na avaliação já entrei no livro 8 (de 10). Tudo bem que Wizard não é um curso fodaço, mas é um curso ok, achei até melhor do que eu esperava. Ou seja, sem nunca ter feito aula de verdade, só à base de TV e música, aprendi 70% do que aprenderia em anos de curso.

Hoje em dia ainda cometo uns errinhos na hora de falar, me enrolo um pouco, mas consigo me comunicar tranquilamente.

E é exatamente por ser um quase auto-didata em inglês, que acho que a maioria dos cursos são uma bosta, pelo menos pelos métodos. É inaceitável que alguém aprenda mais e mais rápido vendo TV do que tendo aulas 2 vezes por semana durante anos!
 
Simples, faca um FISK, CNA, Wizard, qualquer um e depois um curso intensivo nos EUA para falar, assim teras os dois, conhecimento gramatical e conseguira falar fluentemente, ou meu professor, no meu curso particular, faz isso e eu pretendo fazer tambem.
 
Eu fiz inglês na Cultura Inglesa acho que desde 1998 até há um ano atrás; cheguei no nível Advanced.

Pelo menos pra mim acho que funcionou muito bem, posso dizer que o meu inglês não tá só no certificado. Entendo qualquer coisa escrita em inglês e praticamente tudo que se fala (mas nunca fui pra um país que fala inglês pra testar isso no duro).

Tipo, o ensino na Cultura é muito, muito bom, com calma e detalhado. Mas a maioria das pessoas que estuda lá acha um saco (mesmo pq a maioria é obrigada pelos pais a estudar inglês).
 
Eu fiz todo o Yázigi, além das duas especializações das antigas (Vista e Headway) e fui monitor lá por um ano. Estudei inglês que nem um doido dos 9 até os 17.
 
Mas aí vem o outro lado, porque o problema não é só do método. Dou aula já tem um bom tempo e posso dizer que dá para contar nos dedos os alunos que realmente estão comprometidos a aprender - no sentido de não "gastar só as horas de sala de aula", mas de ir atrás, fazer lição de casa, se forçar a conversar em inglês e por aí vai. Boa parte acha que é sentar lá, ouvir algumas conversas do cd, fazer os exercícios de conversação e pronto, aprendeu inglês. Não é assim.

Desvirtuando um pouco o tema, é importante lembrar que isso vale para qualquer aprendizado --- não só línguas. E a falta de comprometimento é exatamente o que vejo nos meus alunos na universidade: eles querem estar lá, assistir à aula (ou nem isso), dar uma olhada no caderno do colega que copia tudo no dia anterior à prova, e querem ir bem na prova.
 
Eu estou terminando o curso de inglês do Fisk (serão 6 anos e meio de curso) e aprendi direitinho. Mas o que melhorou muito meu inglês foi a convivência com estrangeiros. Entender inglês de um americano é fácil, de um australiano ou neo-zelandês é um pouco mais difícil, mas entender o inglês de um mexicano ou alemão, com sotaque diferente do seu, é MUITO complicado.

Além de que você só destrava a língua conversando FORA da escola de inglês, seja no trabalho, seja em uma viagem, etc.

Resumindo, eu acho que temos que estudar a gramática sim, mas se ficar só nisso não conseguimos nos comunicar.
 
Eu fiz todo o Ibeu, depois ainda fiz 6 meses de conversação (que me destravaram bastante) mas aprendi mais inglês depois do curso do que durante, quando comecei a ler e assistir filmes e séries em inglês.

Eu tô sem tv a cabo, mas sugiro que assistam tipo CNN, que vai te dar um conhecimento de uma linguagem mais formal.

Enfim, hoje eu preciso fazer o contrário e voltar a estudar um pouco de gramática...

E obviamente isso tudo vale pra qualquer outra língua. Não tenha ilusão que vai aprender no curso, pq vc NÃO VAI. A Joy já deu as dicas, não preciso repetir. Eu tenho tentado fazer isso com espanhol, mas o material não é tão abundante quanto de inglês.
 
Eu fiz dois anos de CCAA, mas depois que aprendi as regras gramaticais senti que o curso ficou meio sem propósito, pois desde antes meu vocabulário era bem mais rico do que o da média devido aos meus hábitos de ouvir música em inglês e ver filmes/séries legendados.

Hoje eu me viro legal, meu vocabulário não é perfeito, mas ele cresce todo dia um pouco.
 
Eu leio bem em inglês, francês e espanhol. Tive aulas dos dois primeiros, e o terceiro foi na marra mesmo. Muitos textos da facul são em espanhol, então não tive alternativa a não ser aprender a ler espanhol muito bem.

Poderia ter aprendido mais nas aulas de inglês e francês, justamente porque faltou empenho da minha parte. Voltando anos no túnel do tempo, não me atrevo a falar que a culpa era dos professores que não me motivavam, ou do método X ou Y que era uma merda. Grande parte da culpa foi minha mesmo. E ponto.

Mas, ao mesmo tempo, o que aprendi foi suficiente para ler bem nas duas línguas, bastando pra isso o esforço necessário para voltar a lê-las bem.Meu inglês, inclusive, melhorou bastante, consigo traduzir numa boa agora,o que não fazia quando estava na Cultura.Traduzir do francês sempre consegui, nos meus últimos anos no colégio a ênfase era na compreensão de textos. Pra recomeçar a produzir algo estou retomando meus livros de gramática e internet é pra isso aí - se comunicar em outras línguas também, por que não?
 
Comecei fazendo aula numa escolinha em Osasco. Era bem do tipo "repeat after me". Fiquei lá alguns anos, levando o curso meio forçadamente. E quando saí (tinha enjoado do ambiente e das pessoas) eu mesmo conseguia perceber que meu inglês era bem deficiente. Não tinha muita base em speaking/listening e não tinha tido praticamente nenhuma experiência em writing.

Daí comecei a ouvir rock, ver filmes e me interessar cada vez mais pela língua. Resolvi pegar firme no inglês e meu pai sugeriu a Cultura Inglesa. Resultado, em dois anos e meu tirei meu CPE de Cambridge. Lá eu tive muita prática oral, mesmo com muito mais gente na sala, muita prática de texto (de reports a essays) e também contei com própria garra de aprender. Tudo isso junto me ajudou a aprender.

Agora peguei habilitação em inglês na Letras-USP. Veremos como será...
 
Eu acho que isso fica um tanto mais evidente quando analisamos o estudo de outra língua.

Porque em relação ao inglês, por mais que você faça um curso meia boca, você está em contato com a lingua quase que 24h por dia. Então mesmo que o curso não consiga suprir todas suas necessidades, você vai acabar absorvendo o resto de outras fontes, internet, filmes, músicas.

Agora, a coisa se torna grave quando tentamos aprender outra língua. Meu amigo fazia francês na Wizard e ele reclamava justamente disso, que o curso ensinava a gramática, vocabulário e tudo mais, mas ele não consegui falar de jeito nenhum, porque ele não tinha o mínimo contato com a língua. Eu faço Aliança Francesa há um ano e embora eu ache um bom curso, que procura integrar mais você à língua através da exibição de filmes em sala de aula, músicas, etc, ainda assim eu sinto dificuldade. Eu só senti essa dificuldade se aliviar um pouco ultimamente, pois por estar me interessando bastante por cinema, eu acabei alugando vários filmes franceses, e consegui assim me aproximar mais da língua. Eu cheguei ao ponto de ver o dvd de uma série que eu comprei com o som original (em inglês) e com legendas em francês. Isso ajudou bastante.
 
Ok, muito bom ler a respeito de como cada um adquiriu seus conhecimentos sobre a língua inglesa, e é interessante notar que a maioria teve êxito devido ao gosto pela música/cinema.

Mas e quanto a ter o domínio da língua sem nunca realmente ter adentrado num ambiente realmente nativo? Vocês acham possível realmente falar inglês sem sair do Brasil? E não estou me referindo ao modo "ahh, eu consigo me virar", e sim ao domínio da língua. Ter realmente o inglês como uma segunda língua.

Quanto ao fato de trabalhar num ambiente propício, é realmente um ponto que contribuiu demais. Eu gostaria de passar por isso. Tinha um amigo meu que entrou na Lenovo (empresa que comprou a IBM) tendo o básico do básico apenas e em pouco tempo melhorou muito, pois ele estava num ambiente dominado pela língua, onde inclusive as reuniões eram em inglês.
 
Sim, concordo que pegar fluência só mesmo com muita prática... Ou morando fora ou trabalhando em um ambiente onde se fala inglês o tempo todo, como no caso desse seu amigo aí. Até pq pra ter um inglês "corporativo", só mesmo ouvindo os jargões.

Mas até lá eu vou continuar forçando a barra e colocando "fluente" no meu currículo. :lol:
 
O domínio da língua só praticando mesmo, se possível conversando com pessoas que já moraram fora do Brasil.

Eu vejo por mim, pq traballho com uma mulher que morou 3 anos na Irlanda e fala fluente o inglês (britânico, que eu acho o mais correto) e direto, na hora do almoço, eu treino a conversação com ela. Ela diz que minha pronúncia é boa, só falta mesmo alguma revisão da gramática. E olha que eu nunca fiz um curso de inglês na vida, nem esses tipo Fisk, CNA, CCAA e afins.
 
Nha... eu dei muita sorte, porque quando eu era muito nova, meu pai foi transferido pros EUA.. Então eu aprendi na marra...
Dois meses lá e eu já falava... Deu aquele clique e eu fiquei fluente...
(tão fluente que, da minha classe interia de americanos eu fui a escolhida pra participar daqueles famosérrimos concursos de soletrar... fiquei em 3º lugar da série =D)

Hoje, quase 10 anos deposi de ter voltado, eu sinto que a minha pronuncia se abrasileirou muito... Mas eu nunca me deixei perder o contato com a língua... Sempre que posso, leio a versão em inglês de livros, vejo filmes sem legenda alguma, ouço podcasts, ouço músicas e por aí vai...

Sempre me proponho a conversar com quem quiser e escrever em inglês no msn e essas coisas... Um dos meus melhores amigos teve um rendimento bem melhor nas aulas de inglês na escola porque a gente se falava em inglês e tal.... (e eu o fiz ouvir podcasts hihi)


nha.. mas eu vou ressaltar uma coisa... eu não sei NADA de gramática XD
Leio, escrevo e entendo o que ouço, mas regras eu não sei nenhuma ^^
Eu aprendi a falar inglês na convivência... e nunca fiz aula... então não aprendi a gramática... e sempre fui dispençada da aula de inglês da escola ><
 
Eu fiz alguns anos desses cursinho genéricos de inglês por aí... uns 3 anos eu acho.
Foi bom pra aprender as bases, engatinhar na língua, mas nada mais que isso..
Até porque eu não era o aluno mais dedicado da escola...

Fiquei uns 3 anos sem estudar, mas aprendi bastante nesse tempo também, pq foi aí que comecei a tomar gosto por estudar inglês.

Depois fiz pouco mais de um semestre de aulas particulares com uma professora e o salto no meu nível de inglês foi espetacular. As aulas deveriam seguir um pouco de gramática, listening e conversação, mas eu passava o tempo todo conversando com a professora, jogando papo fora mesmo, como quem conversa com um amigo, só que em inglês. Ela, claro, me corrigia sempre .
Teve até uma vez que ela levou umas folhas com conteúdo, nós lemos o título do texto e isso me lembrou alguma coisa que eu falei pra ela; quando nos demos conta o tempo da aula tinha se esgotado e não tínhamos nem tocamos mais nas folhas.

Outra coisa que contribui muito, como já disseram, é esse lance de se interessar mesmo pela aprendizagem e correr atrás, seja através de música, filmes, etc. Assistir os dvds importados de Friends de uma amiga minha ajudou pra caramba também.

Além disso, sempre corro atrás de nativos com quem conversar, seja em fóruns, skype, msn, etc. Conversar com nativos é uma experiência a parte e definitivamente não dá pra ficar bala em inglês sem fazer isso.
 

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