Eu comprei também. Fui na Moonshadows e tava entre ele e o Castle Ravenloft. Só que quando eu vi que o livro do Iron Kingdoms custava 20 reais a menos com o triplo de páginas, nem precisei pensar muito.
O livro é muito bom. Pra jogadores, ele é perfeito, com todas as raças e classes bem detalhadas, além de muitas dicas pra criação de personagens na forma de pequenos relatos e citações, que definem muito bem o clima do jogo. E também detalha muito bem os deuses do cenário, um prato cheio pra quem gosta de clérigos. Ainda não entrei no sistema de magias, com a tal mekanic e tudo mais e ele parece bem complexo, o que pode atrair alguns.
Mas o livro não é todo perfeito. Primeiro, ele é incompleto, o que é óbvio considerando que tem um outro volume. Mas não tem nem um resumo de cada reino, pra ajudar o jogador a decidir.
E também tem outra coisa: pra um livro com recursos pra jogadores e não pro mestre, o livro é grande demais. Sinceramente, se o mestre com quem eu jogo chega com esse livro propondo um cenário novo, todo aquele material vai ficar sub-utilizado, porque ninguém mais vai ter lido.
De fato esse é o maior problema do livro. Às vezes, fazer um livro gigantesco não é a solução. O livro sofre dos mesmos problemas dos livros de storyteller, eles ficam tentando criar um clima e acabam gastando espaço demais com coisas de muita pouca utilidade. Por exemplo, o livro gasta umas cinco páginas só com exemplos de nomes, coisa que o Forgotten faz em meia e no fundo ninguém usa. E também gasta mais que isso detalhando as origens dos nomes dos dias, das semanas e dos meses, coisa que eu nem sei no mundo real! São detalhes que na verdade não acrecentam pouco ou nada à uma história. Capacidade de síntese também é uma qualidade de um bom escritor.
Mas agora eu vou ter que esperar pelo segundo volume, que eu espero que a Jambô lance. Pra mim, a descrição do cenário é o mais importante e devia ser o que vem primeiro.