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O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, 2006)

Sua nota para o filme:


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    37

Uglúk o Uruk-Hai

... o maioral.
O filme foi pra seleção oficial de Cannes, é uma das boas atrações da Mostra BR de Cinema, e de fato eu me pergunto... se o Guilhermo Del Toro não é de fato um dos melhores diretores de fantasia/terros dos últimos tempos. Alias eu nem consigo definir o estilo de filme dele, ta ele fez Blade 2, q eu particularmente acho bom pacas, uma das melhores adaptações de HQs, onde ele demonstra básicamente, uma mistura de ação bacana, com viruais goticos e tenebrosos e um terror sinistro... mas ok, o personagem pedia, tinha uma mídia original onde se basear... o mesmo com Hellboy, fantastico trabalho desde a maquiagem ate o tom terror/fantasia, que não deixa de vir da mídia original.. talvez por isso o diretor perfeito pra, agora, fraquia.
Mas quem assistiu a Espinha do Diabo sabe do q eu estou falando, o filme é incrivelmente equilibrado entre drama, terror e um toque de fantasia, ja que é fascinante como nos filmes deles, tende as criaturas sobrenatirais acabarem sendo de uma natureza colaboradora dos humanos... um lance meio conto de fadas as vezes. Mas não deixa de ser arrepiante pacas... enfim.

Agora ele vem com esse "O Labirinto de Pan", q eu desconfio que aqui no Brasil so vá se chamar "O Labirinto", por q eu vi uns cartazes nos cinemas... com uma imagem igual a do Labirnto de Pan, mas o cartaz era O Labirinto, e o tag era.. "so pode haver uma princesa" oq tb tem haver com o tema de Labirinto de Pan... mas enfim, o nome deixa pra la vamos aos fatos:

Estúdio: Picturehouse, Warner Bros. (Distribuição); OMM, Estudios Picasso (Produção)

Elenco: Ivana Baquero (Ofelia); Doug Jones (Pan); Sergi López (Capitão Vidal); Maribel Verdú (Mercedes); Ariadna Gil (Carmen); Álex Angulo (Médico)

Equipe Técnica: Guillermo del Toro (Diretor, Roteirista, Produtor); Alfonso Cuarón, Frida Torresblanco, Alvaro Augustin (Produtores)

Sinopse: Uma família se muda para uma antiga casa na Espanha, após a vitória da ditadura de Franco, em 1943. Vendo a dura realidade, uma garota de 12 anos cria um mundo imaginário, onde existe um labirinto habitado por um estranho ser.

Estréia: 29 de Dezembro de 2006 (EUA)


Um dos fatos de não achar ser o filme q eu vi o poster é a distancia de lançamento, tipo... 29 de dezembro lá... eles nem sabem quando será lançado aqui, e se será pelo q vi... so se ja sabem e eu mosquei na informação... enfim, ele passara nas mostras agora de outubro.

Mas agora, vejamos o trailer:
http://media.movies.ign.com/media/840/840477/vid_1700365.html


Ok, vcs acharam o mesmo q eu né? Ele retornou a suas raizes, e o filme tem o mesmo teor do Espinha do Diabo, um terror, fantasia com um drama bem forte na trama... acho que não é atoa que ele foi pra seleção oficial de Cannes. Vamos esperar pra ver... mas olha o Del Toro ainda promete por ae viu? Alias... até com Hellboy: the Golden Army eu ja estou ansioso para ver oq ele pode fazer depois desse Labirinto de Pan ai q parece muito bom.

Alias, adivinhem quem desenhou esse poster para o filme:

panslabyrinth_03.jpg


ah tá!

:hellboy:
 
Última edição:
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Não sabia que o Cuarón era um dos produtores.

Enfim, o México escolheu ele pra ser o representante do país para uma vaga ao Oscar de Estrangeiro. Eu tô esperando ansioso!
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Não sabia que o Cuarón era um dos produtores.

Enfim, o México escolheu ele pra ser o representante do país para uma vaga ao Oscar de Estrangeiro. Eu tô esperando ansioso!

:think:

Pensei a produção fosse Espanhola.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Já assisti esse filme e é FENOMENAL, um dos melhores filmes de 2006 pra mim sem sombra de dúvidas.

Pra quem é amante das obras fantásticas esse é um prato cheio e suculento, quem não é vai gostar do mesmo jeito.

Não é por ser um conto de fadas que Laberinto é indicado para crianças, muito pelo contrário, a censura do filme é 18 anos pois contem cenas de extrema violência e “gore”.

Pra começar assisti o filme e me senti olhando para um quadro de Salvador Dali. O Visual é extremamente peculiar e vislumbrante. Não só os personagens surreais como os cenários muito bem montados e fotografados. A experiência visual de se assistir El Laberinto já vale cada centavo do ingresso.

O filme segue através da dualidade Mundo Real x Fantasia, onde ao passo no qual Ofélia busca cumprir as tarefas para entrar no seu mundo fantástico o General passa o tempo perseguindo e contendo os guerrilheiros rebeldes. Já de cara, dessa forma, o diretor deixa que as pessoas que assistam o filme escolham a forma pela qual pretendem assistir. Acreditar no mundo fantástico de ofélia ou ignorar os devaneios ilusórios da menina em prol da dura realidade.

Laberinto é tão envolvente que o cinema demonstrava reações a todo momento horas com aplausos, horas com resmungos indignados e até mesmo com as lágrimas já esperadas. A sutileza de determinadas passagens e o final simplesmente MARAVILHOSO nos faz gerar um exercício de reflexão sobre o que realmente é real e no que vale a pena acreditar. Qual a melhor forma de vivermos nossas vidas? Essa é a grande pergunta a ser feita depois do filme.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Faz um tempinho que assisti o trailer e achei muito bom!
O nome do filme no Brasil deve ser realmente "o labirinto", pq nego aqui é retardado com titulo.
Estou anciosa para ver pq ultimamente só tenho visto porcaria no cinema >.<"
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Um fauno falando em espanhol + Maribel Verdú & Ivana Baquero + Partes gore + Lágrimas no meu olho em pelo menos dois momentos + Parte técnica praticamente irretocável + Guerra Civil Espanhola + Doug Jones como Fauno + Tara do del Toro por câmaras subterrâneas (obrigado, Ugluk) = 71
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

"Soy un faaauno." + O fauno + Maribel Verdú + Censura aumentada pra 18 anos por causa de duas cenas, cenas cool + Boa parte técnica + Diversão - Del Toro transformando a personagem principal numa retardada na cena do Pale Man (ainda não consegui entender como ela saberia quanto tempo poderia ficar na câmara; e porque raios ela come uma uva da mesa do bicho, estando muito ciente de que a vida dela depende de não comer nada durante uns 3 minutos?) - A falta de alguma substância que sirva de material pra alguma reflexão sobre a Guerra Civil Espanhola, que ocupa mais da metade do filme e que parece ser o "tema" principal ali = 60.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

"Soy un faaauno." + O fauno + Maribel Verdú + Censura aumentada pra 18 anos por causa de duas cenas, cenas cool + Boa parte técnica + Diversão - Del Toro transformando a personagem principal numa retardada na cena do Pale Man (ainda não consegui entender como ela saberia quanto tempo poderia ficar na câmara; e porque raios ela come uma uva da mesa do bicho, estando muito ciente de que a vida dela depende de não comer nada durante uns 3 minutos?) - A falta de alguma substância que sirva de material pra alguma reflexão sobre a Guerra Civil Espanhola, que ocupa mais da metade do filme e que parece ser o "tema" principal ali = 60.

Não acho que faltou nada em relação a Guerra, não considero que seja realmente o 'tema'. Para mim, tudo que envolve a guerra, os dois grupos (francoístas e revolucionários) parte mais de uma visão maniqueísta infantil/conto de fadas. Mesmo as cenas em que Ofelia não está presente (e são muitas) ilustram mais a forma como ela veria os fatos do que os fatos por si só, saca? O que importa é o que fazem e não exatamente o porque.
São ilustrações de vilania, tirania, solidariedade, coragem, humanidade (da parte dos revolucionários), etc.
Bato palmos pro Del Toro pelo fato de ser um blockbuster falado em espanhol (na minha opinião, o filme devia estrear aqui com o título original, assim como são tantos os casos de filmes americanos) e a forma como ele não esconde nada, mostra toda a violência crua, podridez humana etc.
E faz um filme sobre como contos de fada são, tipo, a única forma de convencer uma criança de que vale a pena viver (nesse mundo). Sim, muitas relações com A Dama na Água...
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Não acho que faltou nada em relação a Guerra, não considero que seja realmente o 'tema'. Para mim, tudo que envolve a guerra, os dois grupos (francoístas e revolucionários) parte mais de uma visão maniqueísta infantil/conto de fadas. Mesmo as cenas em que Ofelia não está presente (e são muitas) ilustram mais a forma como ela veria os fatos do que os fatos por si só, saca? O que importa é o que fazem e não exatamente o porque.
São ilustrações de vilania, tirania, solidariedade, coragem, humanidade (da parte dos revolucionários), etc.

Ok. Então, o filme é realmente sobre a visão de uma garotinha da Guerra Civil e como se deve tornar à fantasia (ou aos livros) para ter algum refúgio, escape, dos horrores da guerra.

Concordo.

Ainda assim, a parte da Guerra Civil em si ocupa 2/3 do filme, e não deixa de ser o principal ali (ouvi falar que o Del Toro pretende uma trilogia sobre a Guerra Civil Espanhola, que começou com A Espinha do Diabo, seguiu com este, e segue com algum outro ainda). E eu não vejo muito sentido em apresentar uma visão infantil, maniqueísta e chapada da Guerra Civil se o filme é direcionado a audiências mais adultas (não foi só no Brasil que ele recebeu a censura máxima).

Você disse que são 'ilustrações de vilania, solidariedade, tirania, coragem, etc'. E, de novo, eu concordo. Mas são só isso mesmo. Ilustrações, e nada mais.

Agora, pra cena do Pale Man não tem desculpa, huh?:blah:
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Você não tem que entender como ela saberia quanto tempo ela poderia ficar na câmara, é uma situação imaginária, é como você parar pra querer entender Donnie Darko. Tipo, era óbvio que alguma coisa iria acontecer, até porque era uma situação fantasiada por era. É como você reclamar que ela estava conversando com um fauno :ahn?:

Ela poderia ficar uma hora lá e mesmo assim a ampulheta não ter terminado o tempo. Além disso, a curiosidade faz parte da infantilidade. O fato dela ter comido a uva, pra mim, foi uma demonstração de inerência da curiosidade das crianças, dos humanos, ou coisa assim. Pra mim não interferiu em nada no filme, pelo contrário.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Você não tem que entender como ela saberia quanto tempo ela poderia ficar na câmara, é uma situação imaginária, é como você parar pra querer entender Donnie Darko. Tipo, era óbvio que alguma coisa iria acontecer, até porque era uma situação fantasiada por era. É como você reclamar que ela estava conversando com um fauno :ahn?:

Nem de longe a mesma coisa!

Por ser mesmo uma situação fantasiada por ela, como você diz, é que ela teria controle total sobre a situação, não é? A não ser que ela estivesse sonhando, ou fosse louca, mas o filme não dá indício nenhum de um ou de outro.

Era óbvio que alguma coisa acontecer no plano meramente cinematográfico, onde o Del Toro precisava fazer alguma coisa pra que aquela coisa acordasse e fosse atrás dela, e, deste modo, pretendesse criar tensão ou algo do tipo. O custo disso, no entanto, foi transformar a personagem numa idiota, porque não dá pra conceber que uma pessoa, nem que tivesse 8, 10 anos, como ela, faria alguma coisa contra sua própria vida, sabendo disso, por maior que seja a tentação de se comer uma uva.

Isso não é absurdo no plano real, como o exemplo do fauno que você deu. Para isso existe a imaginação. É absurdo no plano racional, da inteligência, que não depende de forma alguma da imaginação. Afinal, não é preciso ter estudado muito para saber que não se deve fazer coisas que se sabe que vão lhe tirar a vida, a não ser que você seja um suicida, o que eu não acredito ser o caso da menina, seja na vida real seja numa fantasia.

Eu fiquei bastante incomodado com essa cena.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Por ser mesmo uma situação fantasiada por ela, como você diz, é que ela teria controle total sobre a situação, não é?
Sim, ela mesmo criou a situação, ela mesmo criou a "mesa com um banquete suculento" (pra quê então?), ela mesmo mudou a porta que abriria com a chave, ela mesmo criou o monstro, ela mesmo já sabia que ia comer a uva, ela mesmo correu e se salvou, para posteriormente o Fauno dar uma segunda chance a ela. Faz tudo parte da imaginação dela, percebe?

O custo disso, no entanto, foi transformar a personagem numa idiota, porque não dá pra conceber que uma pessoa, nem que tivesse 8, 10 anos, como ela, faria alguma coisa contra sua própria vida, sabendo disso, por maior que seja a tentação de se comer uma uva.
Ela sabia que ia se salvar mesmo assim, lembre-se de que ela em nenhum momento coloca a vida dela em risco, é imaginação. É um escapismo, para "tornar as coisas divertidas" vai.

Afinal, não é preciso ter estudado muito para saber que não se deve fazer coisas que se sabe que vão lhe tirar a vida
Eu já disse que foi imaginação? Lembre-se que ela escapou, ela escapou, ela reconhece a fraqueza típica de criança, como a mãe que fala: não coloca a mão na tomada e a criança vai lá e coloca.

(...) a não ser que você seja um suicida, o que eu não acredito ser o caso da menina, seja na vida real seja numa fantasia.
Ela fantasiou que escapou depois de ser fraca, ela não é suicida. Eu já disse que era uma imaginação? E que ela escapou? E ainda chama a coitada de retardada? Ela simplesmente podia ter entrado, adquirido a chave (imaginada por ela) e saído, mas ia ser muito normal.

Eu fiquei bastante incomodado com essa cena.
:neutral:
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Tisf disse:

Claro, concordo. Ela poderia ter feito o que quer que seja, né? Poderia também ter criado asas e sair voando, já que na imaginação tudo é possível.

E sim, você disse mais de uma vez que a história toda era a "imaginação" da menina. Por quê? No filme não tem nada que indique efetivamente isso.

Ou você tirou essa conclusão apenas pelo absurdo dos fatos? Nesse caso, então, o Senhor dos Anéis é também uma mera imaginação, e isso estaria implícito na história mesma.

Aquela espécie de "moral do filme" que o Kim citou, e que eu concordei com, não está no filme em si, mas só aparece quando nós, espectadores, relevamos os acontecimentos do filme pra vida real.

:neutral:
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Por ser mesmo uma situação fantasiada por ela, como você diz, é que ela teria controle total sobre a situação, não é? A não ser que ela estivesse sonhando, ou fosse louca, mas o filme não dá indício nenhum de um ou de outro.

Era óbvio que alguma coisa acontecer no plano meramente cinematográfico, onde o Del Toro precisava fazer alguma coisa pra que aquela coisa acordasse e fosse atrás dela, e, deste modo, pretendesse criar tensão ou algo do tipo. O custo disso, no entanto, foi transformar a personagem numa idiota, porque não dá pra conceber que uma pessoa, nem que tivesse 8, 10 anos, como ela, faria alguma coisa contra sua própria vida, sabendo disso, por maior que seja a tentação de se comer uma uva.

Antes de mais nada, é um fato que crianças têm menos noção de perigo e risco de vida do que adultos. Sério, pode perguntar por aí!
Assim como, em contos de fadas, as crianças sempre fazem coisas perigosas que foram anteriormente instruídas a não fazer. Não é só uma questão de curiosidade, como o Tisf acertou em afirmar, mas de viver o risco. É uma tentação (e sobre isso há muitos estudos psicológicos etc.). Ofelia comer a uva é a mesma coisa que a Chapeuzinho Vermelho seguir pelo atalho perigoso - isso não me incomoda. (e, por favor, não nos esqueçamos que ela passou o dia se exercitando e molhando na chuva fria e tinha ido pra cama sem comer.)

Aquela espécie de "moral do filme" que o Kim citou, e que eu concordei com, não está no filme em si, mas só aparece quando nós, espectadores, relevamos os acontecimentos do filme pra vida real.

Está sim. Vai. O filme não delimita onde termina a realidade e começa a fantasia (e nem deixa claro que tudo era imaginação) e há relações o tempo todo entre as crueldades cometidas ao redor da criança e as provações pelas quais ela passa; todas as provas tem algo diretamente a ver com o que está acontecendo com ela no momento. E se considerarmos a quantidade de atrocidades e situações terríveis pelas quais ela passa, não é difícil que ela seja sim um pouco louca.
Sem falar que aquele delírio final é absolutamente "oh deus, simplesmente não posso aceitar que tenho tipo 11 anos e levei um tiro porque queria proteger meu irmãozinho recém-nascido de seu pai fascista que matou nossa mãe! não acredito que estou morrendo!! por favor, faça-me crer que pelo menos algo de bom possa resultar de todos os meus esforços etc!"
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Kiwi disse:
Antes de mais nada, é um fato que crianças têm menos noção de perigo e risco de vida do que adultos. Sério, pode perguntar por aí!
Assim como, em contos de fadas, as crianças sempre fazem coisas perigosas que foram anteriormente instruídas a não fazer. Não é só uma questão de curiosidade, como o Tisf acertou em afirmar, mas de viver o risco. É uma tentação (e sobre isso há muitos estudos psicológicos etc.). Ofelia comer a uva é a mesma coisa que a Chapeuzinho Vermelho seguir pelo atalho perigoso - isso não me incomoda. (e, por favor, não nos esqueçamos que ela passou o dia se exercitando e molhando na chuva fria e tinha ido pra cama sem comer.)

Uma coisa é falarem pra você não fazer alguma coisa e você mesmo assim fizer por teimosia, ou não saber das conseqüências. Outra coisa é você estar ciente de que se você fizer tal coisa, você morre, e mesmo assim fazê-la.

A primeira pode ser uma teimosia, uma curiosidade pueril, etc. A segunda, pra mim, é estupidez. E ela, com 10 anos, já deveria ter uma noção do que seria "perder a vida".

Está sim. Vai. O filme não delimita onde termina a realidade e começa a fantasia (e nem deixa claro que tudo era imaginação) e há relações o tempo todo entre as crueldades cometidas ao redor da criança e as provações pelas quais ela passa; todas as provas tem algo diretamente a ver com o que está acontecendo com ela no momento. E se considerarmos a quantidade de atrocidades e situações terríveis pelas quais ela passa, não é difícil que ela seja sim um pouco louca.
Sem falar que aquele delírio final é absolutamente "oh deus, simplesmente não posso aceitar que tenho tipo 11 anos e levei um tiro porque queria proteger meu irmãozinho recém-nascido de seu pai fascista que matou nossa mãe! não acredito que estou morrendo!! por favor, faça-me crer que pelo menos algo de bom possa resultar de todos os meus esforços etc!"

Não vou.

O filme tem sim uma atmosfera meio onírica, mas se ele não deixa claro se tal parte é fantasia ou realidade, eu posso supor que seja qualquer um dos dois, certo?

Esse argumento da imaginação, ou do sonho, é muito fraco, e parece mais uma saída fácil pela tangente que fornece uma explicação para tudo. É como se eu fizesse um filme cheio de nonsense, sem absolutamente nada que fizesse algum sentido e com todas as coisas desconexas, e no final mostrasse uma pessoa acordando de um sonho, para justificar tudo. Seria, no mínimo, revoltante.

Eu gostei da maior parte do resto do filme, mas essa cena não dá pra engolir. Sorry.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Então eu acho que nessa discussão vc ignoraram um fator que pra mim foi chave no filme desde o começo, que facilmente explicaria a naturalidade de como ela age com o suposto Bicho Papão... simplesmente, familiariadade. Explico.

Pra mim ficou claro q desde o começo que ela era totalmente familiarizada com aquele mundo, e eu acho que essa foi uma das jogadas mais dubias do filme que me fizerem achar foda. A primeira vez q ela encontra o Fauno... puta que o paril, ele é tenebroso, e fala com voz e sotaque do Pinoche, tipo.. eu q sou eu, na minha idade, cagaria nas calças quando ele começace a falar comigo... E ela, oq fez, so olhou curiosa, nem um grito, desmaio ou saio correndo ou etc, oq normalmente aconteceria num filme convencional onde acontece o primeiro encontro humano x criatura. Del Toro pontuou bem isso, muito bem... por apesar dela ser desconfiada, ela nunca demostra realmente medo dos ambientes, das criaturas e etc q ela enfrenta, como se aquilo ja fosse do mundo natural dela ( aqui o argumento do Tisf q eu particularmente achei bem besta hehe.. ganha um pouco de credito, por q se ela esta familiarizada, realmente npoderia fazer parte da imaginação dela apenas), porem pode-ser q a intenção do Del Toro era so mostrar o desespero da menina em participar a qualquer custo daquele mundo, que apesar de bizarro é pra ela, melhor do que a realidade.

Mas o fato dela comer a fruta não me encomodou por q pra mim ficou claro q não teve o minimo de vontade dela no ato, eu tive certeza que ela estava sob a força de uma sedução magica, oq ate a imagem da uva mostra ela brilhante e suculenta, e a fada ascenando para ela e ela simplesmente agindo como "sai fora, me deixa comer!", como uma vontade mais forte q ela, e não uma curiosidade infantil, como diseram ae... pra mim, o baquente é era envolto de um poder de sedução magica, e tenho certeza q o diretor deixou isso sutil, mas esta la... ela come as uvas como se ela estivesse hipinotisada.

Pois bem, porem a sequencia parece realmente ter sido encaixada ali so para dar o ritimo ao filme... mesmo com o lance das 3 provas...whatever, pra mim a sequencia funcinou bem...
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Kiwi disse:

blablablá - 2

Kiwi disse:

blibli! - 1

Apesar de achar que você relevou grande parte dos meus argumentos, temos aí opiniões diferentes.
Mas acho importante levar mais em consideração o que o filme diz do que o quê você acha dele. Não é a toa que temos uma cena em que um personagem avisa que se fulana fizer algo ela vai morrer e depois ela vai lá e faz. Então você pode seguir o caminho mais fácil de se incomodar e achar que a personagem foi estúpida (e talvez ela realmente tenha sido) ou tentar entender o que isso significa, principalmente levando em consideração que o diretor evidencia diversas vezes que ele não é estúpido.
Eu propus uma explicação, mas acho que você não gostou. :hanhan:
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Kiwi disse:
Apesar de achar que você relevou grande parte dos meus argumentos, temos aí opiniões diferentes.

Pelo contrário.

Vamos voltar no tópico um pouco...

O seu primeiro argumento foi:

Kiwi disse:
Antes de mais nada, é um fato que crianças têm menos noção de perigo e risco de vida do que adultos. Sério, pode perguntar por aí!
Assim como, em contos de fadas, as crianças sempre fazem coisas perigosas que foram anteriormente instruídas a não fazer. Não é só uma questão de curiosidade, como o Tisf acertou em afirmar, mas de viver o risco. É uma tentação (e sobre isso há muitos estudos psicológicos etc.). Ofelia comer a uva é a mesma coisa que a Chapeuzinho Vermelho seguir pelo atalho perigoso - isso não me incomoda. (e, por favor, não nos esqueçamos que ela passou o dia se exercitando e molhando na chuva fria e tinha ido pra cama sem comer.)

E aqui temos a minha resposta:

Quisito disse:
Uma coisa é falarem pra você não fazer alguma coisa e você mesmo assim fizer por teimosia, ou não saber das conseqüências. Outra coisa é você estar ciente de que se você fizer tal coisa, você morre, e mesmo assim fazê-la.

A primeira pode ser uma teimosia, uma curiosidade pueril, etc. A segunda, pra mim, é estupidez. E ela, com 10 anos, já deveria ter uma noção do que seria "perder a vida".

Antes ainda eu tinha comentado algo a respeito dessa "tentação". Por maior que ela seja, por maior que seja a curiosidade, quando você está numa situação em que a sua vida corre o risco de acabar, você vai ceder?

E não me venha dizer que ela era criança. Com 10 anos já se deve ter uma noção disso.

Continuemos...

Kiwi disse:
Está sim. Vai. O filme não delimita onde termina a realidade e começa a fantasia (e nem deixa claro que tudo era imaginação) e há relações o tempo todo entre as crueldades cometidas ao redor da criança e as provações pelas quais ela passa; todas as provas tem algo diretamente a ver com o que está acontecendo com ela no momento.

Eu respondi isso aqui:

Quisito disse:
O filme tem sim uma atmosfera meio onírica, mas se ele não deixa claro se tal parte é fantasia ou realidade, eu posso supor que seja qualquer um dos dois, certo?

Esse argumento da imaginação, ou do sonho, é muito fraco, e parece mais uma saída fácil pela tangente que fornece uma explicação para tudo. É como se eu fizesse um filme cheio de nonsense, sem absolutamente nada que fizesse algum sentido e com todas as coisas desconexas, e no final mostrasse uma pessoa acordando de um sonho, para justificar tudo. Seria, no mínimo, revoltante.

Mantenho. Você é quem, aparentemente, ignorou esse argumento.

E por fim...

Kiwi disse:
E se considerarmos a quantidade de atrocidades e situações terríveis pelas quais ela passa, não é difícil que ela seja sim um pouco louca.

Ok. Isso eu relevei.

Você pode achar que ela é louca, ou algo que o valha. Eu só não acho que essa foi a intenção do Del Toro.

Kiwi disse:
Mas acho importante levar mais em consideração o que o filme diz do que o quê você acha dele. Não é a toa que temos uma cena em que um personagem avisa que se fulana fizer algo ela vai morrer e depois ela vai lá e faz.

"O que o filme diz"?!

Quem está entrando com achismos aqui é você.

Eu não disse que o Del Toro não quis mostrar, talvez, a "tentação" ou a "curiosidade" infantis, etc. Eu disse que o jeito que ele achou pra fazer isso foi fazer a personagem ter uma atitude idiota. E todo o suposto "simbolismo" dessa cena não foi o suficiente pra me fazer relevar isso e deixar de pensar algo como: "Ah! Ela não vai fazer isso mesmo, vai?", ou de achar que aquilo teve como principal finalidade não suscitar uma reflexão desse tipo, mas, como disse o Uglúk, meramente funcionar sob um ponto de vista cinematográfico.

Kiwi disse:
Então você pode seguir o caminho mais fácil de se incomodar e achar que a personagem foi estúpida (e talvez ela realmente tenha sido) ou tentar entender o que isso significa, principalmente levando em consideração que o diretor evidencia diversas vezes que ele não é estúpido.

Não acho que seja o "caminho mais fácil", ainda mais quando você fala como se isso fosse algo a ser desprezado. São dois jeitos de se olhar a cena: um objetivo, outro subjetivo. Eu não relevei o lado subjetivo. Mas também acho que o lado objetivo não deva ser ignorado.

Kiwi disse:
Eu propus uma explicação, mas acho que você não gostou. :hanhan:

Não gostei nem desgostei. Só não concordo.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

A primeira vez q ela encontra o Fauno... puta que o paril, ele é tenebroso, e fala com voz e sotaque do Pinoche, tipo.. eu q sou eu, na minha idade, cagaria nas calças quando ele começace a falar comigo...
:lol:

ela estava sob a força de uma sedução magica, oq ate a imagem da uva mostra ela brilhante e suculenta, e a fada ascenando para ela e ela simplesmente agindo como "sai fora, me deixa comer!", como uma vontade mais forte q ela, e não uma curiosidade infantil, como diseram ae... pra mim, o baquente é era envolto de um poder de sedução magica, e tenho certeza q o diretor deixou isso sutil, mas esta la... ela come as uvas como se ela estivesse hipinotisada.
Sim, acho que foi isso mesmo então. Até porque não teria muito sentido ela simplesmente entrar e sair, além do fato do Fauno ter alertado especificamente sobre o "banquete". Ele teria que exercer um poder sobre ela de alguma forma.

Eu comentei sobre a curiosidade pelo fato dela ter 10 anos mesmo, daquele lance que o Kim falou da Chapeuzinho Vermelho. Então pra mim, o banquete exerce um poder de influência grande sim, até hipnotizando-a como você disse, não desprezando o fato dela ser mais suscetível (uma certa curiosidade mais aflorada), e não retardada. Fazendo um paralelo meio forçado, é como comer a maçã do Paraíso. E eu não me recordo se ela ficou sem comer nesse dia, então não posso fazer essa relação.
 
Re: O Labirinto de Pan (El Laberinto del Fauno, 2006)

Eu comentei sobre a curiosidade pelo fato dela ter 10 anos mesmo, daquele lance que o Kim falou da Chapeuzinho Vermelho. Então pra mim, o banquete exerce um poder de influência grande sim, até hipnotizando-a como você disse, não desprezando o fato dela ser mais suscetível (uma certa curiosidade mais aflorada), e não retardada. Fazendo um paralelo meio forçado, é como comer a maçã do Paraíso. E eu não me recordo se ela ficou sem comer nesse dia, então não posso fazer essa relação.

Ficou sem comer porque a mãe dela deixou-a de castigo por ter sujado o vestido etc.
Concordo com o que o Uglúk disse sobre 'feitiço', mas não tinha mencionado justamente pelo fato de que está bem sutil mesmo. Pelo que me lembro, não tem nem uma trilha sonora hipnótica tocando baixinho. Na minha opinião, cabe a nós interpretar dessa forma (que me parece bem coerente). O argumento tentação-chapeuzinho vermelho continua válido e costuma estar presente em contos de fada, até mesmo pra gerar uma moral pra história. Se interpretarmos o filme como sendo um conto de fadas criado pela cabeça de Ofelia, que se baseia em suas leituras, é possível afirmar que ela cria pra si todas as principais provações e empecilhos de um conto, incluindo o risco de vida - que está sempre presente.

Eu tenho um peixe chamado Ofelia. :dente:
 

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