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Eleições 2006 Imprensa vs. Eleições 2006

Lordpas

Le Pastie de la Bourgeoisie
As cores do PIB e da Imprensa
por Sidnei Liberal*

Quando da invasão ao Congresso Nacional, promovida pelo MLST, a grande mídia, tradicionalmente intolerante e discriminatória para com os movimentos sociais, municiada por tendenciosas informações de parlamentares da oposição ao governo Lula, foi implacável com os trabalhadores sem-terra e, irresponsavelmente, acusou o governo federal por uma suposta distribuição irregular de verbas às entidades dos trabalhadores da terra.

Induzia o leitor a acreditar que o governo Lula remunera “grupos de delinqüentes” para que ameacem as Instituições. Somente não fica muito claro em que objetivo residiria esse interesse do Planalto. Não é nenhuma novidade o fato de a mídia estar sempre tentando criminalizar a esquerda, em especial os movimentos sociais, com especial destaque para o movimento dos trabalhadores sem-terra.

Por outro lado, conforme noticia o jornalista Nelson Breve, da revista Carta Maior, fita apreendida mostra que a “barbárie” não foi premeditada e que o conflito ocorreu porque a ocupação foi mal planejada, pois não previa mudança de planos para situações imprevistas. Concorreu, em grande monta, o despreparo do setor de segurança do Congresso Nacional. Isso, conforme relato do jornalista, está claro na fita de uma hora e dezoito minutos de gravação apreendida pela Polícia Legislativa.

Não é demais lembrar que, através das investigações promovidas pela CPMI da Terra, revelou-se que entidades ligadas aos grandes proprietários de terra, como CNA e OCB, receberam volumes de recursos muito maiores do que os destinados às entidades ligadas aos trabalhadores. Enquanto a CNA e OCB receberam um bilhão e 50 milhões de reais no período entre 1998 e 2005, as entidades ligadas aos trabalhadores (ANCA, CONCRAB e ITERRA) receberam apenas 40 milhões de reais. Isso, deliberadamente, não é informado aos leitores. Há uma seletividade estratégica para a importância dos fatos noticiáveis.

Também passou quase “em branco” um fato de significativa dramaticidade e gravidade que ocorreu em fins de junho de 2005: as entidades patronais, "uderreanas", realizaram um famoso “tratoraço”, em Brasília. A turba não somente sitiou o Congresso Nacional, na Praça dos Três Poderes, com enorme constrangimento para parlamentares e funcionários do legislativo, como também provocou graves danos ao trânsito local. Ninguém foi preso. Nem houve tanta repercussão pela imprensa. A não ser a apologia às reivindicações – as intermináveis farras de perdões e alongamentos das dívidas realizadas com o dinheiro público – dos “com-terras” que, no evento, eram liderados pelos grandes latifundiários e mega-empresários do setor. Não há, em nenhum espaço da nossa mídia, o menor registro dos mais de um bilhão com que o governo generosamente contempla as entidades patronais do setor.


Mais: a mídia não dá uma única linha a respeito do motivo da manifestação dos sem-terra no Congresso Nacional. Talvez porque já dura mais ou menos 500 anos e ninguém parece se importar. Haveria uma reivindicação justa? Vejamos pelo menos um aspecto do relatório sobre os Crimes do Latifúndio, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Centro de Direitos Humanos Evandro Lins e Silva e Instituto Carioca de Criminologia, informou que menos de 50 mil proprietários rurais possuem áreas superiores a mil hectares, controlando 50% das terras cadastradas. Cerca de 1% dos proprietários rurais detêm em torno de 46% de todas as terras.


Outro aspecto: dos aproximadamente 400 milhões de hectares titulados como propriedade privada, apenas 60 milhões de hectares são utilizados como lavoura. O restante das terras estão ociosas ou sub-utilizadas. Segundo dados do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), há cerca de 100 milhões de hectares de terras ociosas e cerca de 4,8 milhões de famílias sem-terra no Brasil. Ainda, conforme o Incra: entre 1992 e 1998, a área ocupada pelos imóveis maiores de dois mil hectares foi ampliada em 56 milhões de hectares, quase quatro vezes mais do que os 14,3 milhões de hectares desapropriados em sete anos de governo FHC.


A grande mídia tem uma grande tendência a repercutir seletivamente os fatos, principalmente no interesse do seu objetivo político. Para isso, conta com os instrumentos de dominação que foram secularmente plantados no arcabouço institucional. A mídia alternativa costuma encontrar intransponíveis barreiras à sua livre expressão, principalmente quando divergente da ideologia conservadora. Assim, com a ajuda de equivocada (ação deliberada?) decisão do TSE, a mais nova revista semanal, Revista do Brasil, órgão ligado às instituições de trabalhadores, foi retirada de circulação. Motivo formal: prática de conduta ilícita, porque algumas das matérias visavam “ressaltar a suposta força eleitoral do atual presidente da República, ao informar que seu governo não desmantelou programas sociais e não privatizou direitos sociais e culturais”. Além disso, alegava-se uma suposta “panfletagem eleitoral” em favor de Lula e “propaganda negativa” em relação ao candidato Geraldo Alckmin, referência à matéria sobre as CPIs contra o candidato tucano que foram engavetadas pela Assembléia Legislativa de São Paulo. Como se vê, a revista Veja e os jornalões mais conhecidos detêm a exclusividade de fazer “panfletagem eleitoral” e “propaganda negativa”. É a liberdade de imprensa em mão única.


Mais seletividade, panfletagem eleitoral e propaganda negativa, em mão única: a capa do Correio Braziliense do sábado, 5 de agosto, trás como principal manchete a prisão, pela Polícia Federal, de parte significativa da cúpula dos três poderes de Rondônia. Deixando de informar, como jamais deixa de fazer em outras coberturas, que quase todos os políticos envolvidos pertencem à base de apoio ao candidato Alckmin naquele Estado e que, além do mais, nenhum integrante daquela máfia é filiado ao PT. A segunda manchete revela que as doações para a campanha do Presidente Lula ficaram aquém do esperado. Nem uma manchete ou chamada, de capa, sobre a pesquisa revelada na noite anterior que apontou uma provável vitória da reeleição de Lula já no primeiro turno.


Dia seguinte (Domingo é sempre dia de se inventar ou de se requentar notícias antigas), o jornal volta a atacar de crise das sanguessugas informando que o empresário do caso – e esses bandidos são sempre tratados como heróis pela mídia quando interessam aos seus objetivos – teria financiado o caixa-2 de 14 parlamentares. Também não informa as filiações partidárias desses parlamentares. Já sabemos porque. Nesse mesmo fato, alardeia-se que a maioria dos parlamentares envolvidos pertence à base de apoio ao governo. Mas, que governo? A máfia se organizou desde 1998 e esses mesmos parlamentares – não esqueçamos disso – também pertenciam à base de sustentação do governo passado.

O jornalista Franklin Martins continua com a razão: “A imprensa e o PIB brasileiros estão ao lado do candidato tucano”.

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Afinal de que lado a imprensa está? Como os meios de comunicação em geral estão se portando perante as Eleições 2006? Ou essa história de imprensa tucana é balela?
 
Antes, seria bom colocar aí a fonte do texto. E o cara é o famoso quem?

Em relação ao assunto, não sei dizer se há uma mídia tucana (fora a Veja, é claro), mas o que está havendo é uma investigação maior por parte da mídia.

Lógico que ela pode ser tendênciosa, mas é bom lembrar: de uma forma geral, estar no governo é ser alvo de duras críticas. E isso tem ocorrido.
 
Não acho que seja balela não. Não precisam ir nem muito longe. Vão hoje em qualquer banca e vejam os destaques que a Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo deram à última pesquisa Datafolha, onde o Lula aparece com 49%. Mesmo a Folha sendo vinculada ao Datafolha, o Estado nem sequer deu nota alguma na capa sobre a nova pesquisa.

E o que dirá a Veja, que tenta desmoralizar o Lula até dizendo que ele colocou Botox na última capa (:eek:)
 
Em relação ao assunto, não sei dizer se há uma mídia tucana (fora a Veja, é claro), mas o que está havendo é uma investigação maior por parte da mídia.

A Veja não é tucana. Ela é ligada ao PFL.

E da onde é esse Sidnei Liberal? Ele abre o texto com frases típicas de movimentos de esquerda.
 
Quando da invasão ao Congresso Nacional, promovida pelo MLST, a grande mídia, tradicionalmente intolerante e discriminatória para com os movimentos sociais, municiada por tendenciosas informações de parlamentares da oposição ao governo Lula, foi implacável com os trabalhadores sem-terra e, irresponsavelmente, acusou o governo federal por uma suposta distribuição irregular de verbas às entidades dos trabalhadores da terra.

A acusação não foi fruto deste episódio, a denúncia e as posteriores investigações só vieram à tona por causa dele.

Não é nenhuma novidade o fato de a mídia estar sempre tentando criminalizar a esquerda, em especial os movimentos sociais, com especial destaque para o movimento dos trabalhadores sem-terra.

Não importa se você é de esquerda ou direita; se você se dispõe a viajar milhares de quilômetros no único - e provadamente premeditado - intento de depredar o patrimônio público, esteja pronto pra ser criminalizado por qualquer órgão de imprensa responsável.

Por outro lado, conforme noticia o jornalista Nelson Breve, da revista Carta Maior, fita apreendida mostra que a “barbárie” não foi premeditada e que o conflito ocorreu porque a ocupação foi mal planejada, pois não previa mudança de planos para situações imprevistas. Concorreu, em grande monta, o despreparo do setor de segurança do Congresso Nacional. Isso, conforme relato do jornalista, está claro na fita de uma hora e dezoito minutos de gravação apreendida pela Polícia Legislativa.

Mentira muito da sem-vergonha.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u79339.shtml

E é um erro lógico eximir de culpa os baderneiros pelas falhas da segurança; isso transpassa os limites do mal caratismo.



Mais: a mídia não dá uma única linha a respeito do motivo da manifestação dos sem-terra no Congresso Nacional. Talvez porque já dura mais ou menos 500 anos e ninguém parece se importar.

Meu amigo anacronismo mandou uma lembrança calorosa.
 
Ah:

Sidnei Liberal, Médico, membro da Direção e Secretariado Político do PCdoB - DF

Bom, acho que tá explicado o porque de tanta mentira e cara de pau nesse texto.
 
Eu acredito que a imprensa, principalmente a que vende grandes tiragens de jornal ou revista está ao lado de quem tem o poder em brasília. Foi assim na era Sarney e mais escandalosamente na era Collor e FHC. E os noticiários seguem à risca a cartilha de diz que "a voz do povo é a voz de Deus"; e se o que repercute entre as pessoas são as péssimas gestões públicas... pau neles.
 
Análise dos grandes jornais volta a mostrar parcialidade tucana da mídia


A imprensa brasileira, representada pelos principais jornais de circulação nacional e as revistas semanais, ao contrário da imparcialidade que declaram, possuem preferência pelo candidato do PSDB/PFL, Geraldo Alckmin, nas eleições presidenciais deste ano. O fato está comprovado pelos números da pesquisa de acompanhamento sobre a cobertura da mídia nas eleições presidenciais divulgada esta semana pelo Observatório Brasileiro de Mídia. Ela mostra, mais uma vez, a parcialidade da grande imprensa em favor do candidato tucano.



Do dia 6 de julho até o final das eleições presidenciais deste ano, a equipe do Observatório Brasileiro de Mídia vem analisando as menções a cada um dos quatro principais candidatos à presidência em nove grandes veículos nacionais.



Na última rodada da pesquisa, o tesoureiro do Observatório, Kjeld Jakobsen, analisa que enquanto as matérias negativas contra o Presidente Lula aumentaram, no que se refere ao candidato Geraldo Alckmin, o comportamento da mídia é oposto.



A análise feita sobre os cinco principais jornais – Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil, Correio Braziliense e O Globo – mostra uma elevação no número de reportagens positivas para Alckmin (de 40% para 42,2%) e neutras (de 14,7% para 18,9%) e queda no percentual de reportagens negativas (de 45,3% para 38,9%).



Ele destacou também uma quase unanimidade entre os veículos em publicar mais matérias favoráveis a Heloísa Helena. A candidata do PSOL se posiciona melhor que os outros em quase todas as análises.



Jakobsen acredita que essa simpatia destinada a ela pela mídia reside no fato de que o crescimento de Heloísa dificultaria a vitória de Lula já no primeiro turno. Logo, esse favoritismo da senadora de Alagoas na verdade seria uma tática pró-Alckmin.



No período de 26 de agosto a 1º de setembro, as matérias referentes a Lula, como candidato, eram 51,6% negativas. Agora, no intervalo entre 2 e 8 de setembro, este percentual subiu para 52,8%. Também as matérias negativas referentes a Lula Presidente tiveram aumento, indo de 52% para 54%. Já o de matérias positivas caiu de 25,2% para 23,7%.



Dois extremos



Jakobsen analisa que ''num extremo temos a Veja, que em 80% das vezes que abordou o candidato Lula o fez de forma negativa e nenhuma vez se referiu ao petista de forma positiva. Alckmin teve 25% de abordagens negativas e também 25% de positivas.



O outro extremo é a Carta Capital, sendo que Época e IstoÉ se encontram mais ou menos entre as duas na forma como cobrem os candidatos. A revista de Mino Carta teve 100% de citações positivas a Heloísa Helena, 66,7% a Lula e 30% a Alckmin, sendo que este último foi o único que recebeu menções negativas 60% das vezes.



Tendenciosos



O objetivo do grupo é acompanhar e divulgar o posicionamento velado desses periódicos, que em sua maioria se declaram imparciais, mas apresentam tendências inegáveis em relação à cobertura dos candidatos. “A única que faz isso de forma transparente é a Carta Capital (que apóia o Presidente Lula).



Os demais não declaram apoio, mas suas notícias tendem a ser mais simpáticas em relação a Alckmin e carregam mais nas conotações negativas sobre a candidatura de Lula, principalmente na figura do presidente”, afirma.



Não últimas eleições, apenas O Estado de S. Paulo e a Carta Capital declararam apoio a um candidato. Este ano, o jornal ainda não se posicionou oficialmente.



Margarethe Born, pesquisadora do núcleo, defende em artigo publicado no site do Observatório que um dos objetivos do programa é garantir o acesso de todo cidadão brasileiro à informação. Desenvolve apontando que acesso não é apenas garantir a possibilidade técnica de receber a informação, mas também a capacidade de analisar seu conteúdo e atribuir um sentido àquela mensagem. “Ele deve ser capaz de trocá-la por um valor positivo em sua vida na comunidade social”, escreve a professora da UFABC e fundadora do curso de pós-graduação de jornalismo da PUC/SP.



Este ano, o tema eleições foi escolhido por sua relevância na sociedade brasileira. Porém o objetivo do Observatório é ampliar esta cobertura para outras áreas como educação, políticas públicas, temas referentes ao trabalho e outros tópicos. Sua proposta é produzir um panorama sobre como atua a imprensa nacional e como seus interesses ocultos se expressam na forma de matérias apresentadas como imparciais.



Cinco jornais – Folha de São Paulo, O Globo, Estado de São Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense – e quatro revistas – Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital – estão sendo avaliados. Matérias que citem Lula (PT), Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (P-SOL) ou Cristovam Buarque (PDT) nestes veículos são compiladas e avaliadas como positivas, negativas ou neutras, de acordo com seu impacto na imagem do político.



Os números da pesquisa estão disponíveis no site do OBM na internet (www.observatoriodemidia.org.br).



Fonte: Comunique-se

:roll:
 
Gente, a Veja não faz questão nenhum de esconder a sua preferência, hein? É muita cara de pau :rofl:

Além de colocar o Alckmin na capa escrito "O Desafiante", ainda espalhou outdoors gigantes (sim, com aplique para ficar maior) com a capa da revista. A Justiça mandou tirar essas peças publicitárias.
 
11 DE OUTUBRO DE 2006 - 18h06

Perguntas de um trabalhador que lê... a "Folha de S. Paulo"


Qual seria a repercussão dada pela Folha se o senhor Misilvan Chavier dos Santos, vulgo Parcerinho (PSDB), candidato a deputado estadual por esse partido em Tocantins, preso com meia tonelada de cocaína, fosse filiado ao PT? Não mereceria mais holofotes do que os dólares encontrados na cueca de um assessor petista no Ceará?



por Luciano Rezende*






Qual seria a manchete da Folha se acaso Lu Alckmin fosse esposa de Lula quando foram descobertos seus presentinhos, os 400 vestidos e peças de alta costura doados pelo desinteressado estilista Rogério Figueiredo? Fossem vendidas todas as peças (cada uma avaliada entre 3 a 5 mil reais) daria para comprar quantas Land Rover daquelas do secretário do PT, Sílvio Pereira? Por acaso Silvinho Pereira é mais íntimo a Lula que Lu Alckmin de Geraldo?





Qual seria o nome dado pela Folha à comemoração de Osmar Serraglio, relator da CPI dos bingos, carregado nos braços da oposição ao governo Lula em pleno Congresso Nacional por ter conseguido envolver alguns petistas no seu relatório final? Seria essa comemoração de um relator (a quem se espera o mínimo de imparcialidade), menos grave que o festejo de uma deputada petista pela absolvição de seu colega, logo batizada e execrada como a “dança da pizza”?





Qual seria a análise dos editoriais da Folha na ocasião dos ataques do PCC se o governo do Estado de São Paulo fosse administrado pelo PT? A recusa em aceitar a ajuda do governo federal para combater os ataques teria a condescendência da Folha caso Lembo fosse do PT e o Presidente da República do PSDB?





Qual seria o espaço dado pela Folha para a veiculação em suas páginas das sérias denúncias de um membro do PSDB, o senhor Piunti, que acusou Alckmin por incompetência, malversação do dinheiro público e violência na Febem - seguindo o mesmo roteiro de um deputado estadual da base aliada em São Paulo, Afanásio Jazad, do PFL, que disse que sua mesada, paga pela Nossa Caixa, foi suspensa porque ele se desentendeu com o Governador Alckmin e que nada disso foi investigado - se essas denúncias fossem direcionadas contra o presidente Lula? Não seriam essas acusações ao menos dignas de citação como ocorreu com Roberto Jefferson (que não é do mesmo partido de Lula), réu confesso que publicamente afirmou não ter prova das denúncias que fez e ainda ter admitido a intenção de “ferrar” o PT?





Qual seria o veredicto dos iluminados colunistas da Folha caso o dossiê contra políticos do PSDB fosse forjado? Teriam assim reivindicado a importância de se saber o seu conteúdo? Ou então, se os documentos envolvessem políticos do PT, qual seria a sentença desses “jornalistas”? Dessa forma teriam mais interesse em divulgar o conteúdo do dossiê?





Qual seria o tratamento dado pela Folha a Eduardo Azeredo (ex-presidente nacional do PSDB), pai legítimo do valerioduto, se o nobre senador tucano fosse do PT ou aliado de Lula? Seria menos achincalhado que outros petistas que, como Zé Dirceu, foi satanizado e até cassado sem qualquer prova concreta apresentada?





Qual seria o peso dado pela Folha à palavra do caseiro Francenildo Costa contra o ex-Ministro de Estado Antônio Palocci (PT) se o acusado fosse dos quadros do PSDB? Por acaso os fatos de “Nildo” ter recebido quase 30 mil reais nas vésperas do seu depoimento contra Palocci e ainda ter se encontrado a portas fechadas com o senador tucano Antero Paes de Barros em seu gabinete continuariam sendo tratados como casos fortuitos ou irrelevantes se esse bom moço tivesse testemunhado contra alguém do bloco de oposição ao governo Lula? E se seu suposto pai biológico ao invés de filiado orgânico ao PSDB fosse militante do PT?





Por fim, qual seria a simpatia dispensada pela Folha a Lula se o Presidente da República fosse do Opus Dei, freqüentasse a Daslu, representasse a aristocracia paulista, defendesse os interesses dos EUA, destilasse preconceitos contra os nordestinos, combatesse a violência criando mais FEBEMs e encarcerando a juventude da periferia? Em uma única palavra: qual seria aceitação da Folha a Lula se ele fosse porta voz do neoliberalismo?





São algumas poucas perguntas de quem lê um jornal que se diz a serviço do Brasil. E se não fosse?







*Luciano Rezende Moreira é secretário executivo da OCLAE (Organização Continental Latinoamericana e Caribenha de Estudantes)
 
Capa das 3 principais revistas semanais na semana do maior acidente aereo da historia do Brasil.

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Ja da pra sentir o drama, sem contar coisas mais sutis, como o Jornal Nacional apresentando o dia dos candidatos e dando 1 minuto de discurso do Alckmin e uns 10 segundos do Lula...

É muita ingratidão, o PT ajudou a Globo como pode, no caso da TV digital inclusive com uma medida ruim pro povo e ela retribui com isso, pior é que se o Lula ganhar ele não vai dar nenhum corretivo nela, vai continuar tratando bem, até passarem a perna novamente, parece que não aprende.
 
Parei

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Explicando, Tasso Jereissati, presidente do PSDB, pediu à OAB e ao Congresso Nacional que "intervenham" na investigação da Polícia Federal sobre o dossiê. O PT reagiu dizendo que vai explorar a "complacência com o crime" da polícia de São Paulo.

E a Globo faz essa manchete mentirosa e tendenciosa.

Agora caiu a ficha, não da pra vencer, parabens tucanos, voces ganharam...
 
Depois disso e de todo o resto, passando pela impossibilidade da divulgação de uma pesquisa IBOPE no Pará que mostra a candidata petista a 10 pontos percentuais do candidato tucano, o que se pode esperar?

O tranbique tucano com a mídia é desprezível, é golpista.

O próprio segundo turno foi um prenuncio, agora temos duas possibilidades.

Ou o aval do poder lacerdista tucano ou uma grande virada nesse jeito de fazer política, o mesmo jeito que elegeu Collor com Mirian Cordeiro e com sequestro de Abílio Diniz.

Claro que todos partidos prontamente disseram que eram contra a tais manipulações e a tal jogo sujo, mas é muito, muito fácil fazer por trás e depois condenar. E o mesmo ocorre com o símbolo de 4 dedos com uma faixa de "proibido", que não só é PRECONCEITUOSO como foi condenado por muitos senadores tucanos nas plenárias de HOJE. Agora, alguém leu ou viu que a própria justiça eleitoral apreender tais panfletos/adesivos em comitês psdebistas?

Que eles respondam por suas responsabilidades.
 
Mas isso tá na cara faz tempo né?
Já não é mais interessante pra Globo apoiar o Lula... agora eu não sei porque.
Alguémn tem idéia?

Mene, Lordpas, etc., pelo que tenho visto, muitos órgãos da imprensa estão de cara feia para o Lula. É a impressão que me passa da Bandeirantes, Globo, Record, Folha de São Paulo, entre outros.

Podem estar decepcionados, podem ter outros interesses, sei lá, mas a minha impressão é que é algo maior do que somente a Globo.

A Veja nem comento. Quando FHC era o presidente, ela metia o pau.
 
Não sou PT,quem me conheçe,sabe disso.Porem o Lula,eu defendo.

Para não perder a viagem, lá vai:

O presidente Lula continua com o maior número de notícias na mídia brasileira e é também o mais citado negativamente. O Observatório Brasileiro de Mídia divulgou nesta terça-feira (10) dois relatórios - um de acompanhamento da primeira semana do segundo turno (2/10 a 6/10) e outro feito no final de semana da votação (30/09 e 1o/10). Os dois relatórios têm um ponto em comum: os números das revistas nacionais, levantados pela pesquisa, demonstram claramente a campanha contra o governo e a candidatura de Lula.
Entre as revistas - Veja, IstoÉ, Época e Carta Capital, que representam o universo pesquisado -, o presidente Lula alcançou um alto índice de reportagens acusativas ou de rejeição: 88,9%. O candidato Lula teve 62,5%, enquanto o candidato tucano Geraldo Alckmin só foi citado negativamente 16,7% das vezes.
Com relação aos jornais, na pesquisa realizada no fim de semana das eleições, Lula apareceu em 68,2% das reportagens e foi citado negativamente em 65,5% do total. Já Geraldo Alckmin teve bem menos aparições na mídia, 20%, destas, apenas 35,3% não falaram do tucano de forma positiva.
Perseguição continua
Nesta primeira semana do segundo turno, a amostragem da mídia brasileira de jornais pesquisada pelo Observatório dedicou 537 reportagens a Lula candidato e presidente e a Geraldo Alckmin. Lula continua sendo o mais citado e apareceu em 317 destas. O número de matérias positivas não chegou aos 30%.
O candidato tucano foi mencionado em 199 reportagens. E teve maior percentual de positivas (40,7%) do que negativas, 30,7%.
O Observatório da Mídia analisa semana a semana a cobertura de cinco jornais – Folha de S. Paulo, O Estado de São Paulo, Correio Braziliense, O Globo e Jornal do Brasil – e de quatro revistas – Veja, Época, IstoÉ e Carta Capital.

De Brasília
Márcia Xavier
Com Comunique-se
Fonte: Comunique-se
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A mídia, em especial a Globo, omitiu informações cruciais
na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa ao 2º turno

Por Raimundo Rodrigues Pereira

Pode-se começar a contar a história do famoso dossiê que os petistas teriam tentado comprar para incriminar os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin pela sexta-feira 15 de setembro, diante do prédio da Polícia Federal, em São Paulo. É uma construção pesada, com cerca de dez pavimentos, de cor cinza-escuro e como que decorada com uma espécie de coluna falsa, um revestimento de ladrilho azul brilhante, que vai do pé ao alto do edifício, à direita da grande porta de entrada. Dentro do prédio estão presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos, ligados ao Partido dos Trabalhadores e com os quais foi encontrado cerca de 1,7 milhão de reais, em notas de real e dólar, para comprar o tal dossiê. Mas essa notícia é ainda praticamente desconhecida do grande público.

É por volta das 5 da tarde. A essa altura, mais ou menos à frente do prédio, que fica na rua Hugo Dantola, perto da Ponte do Piqueri, na Marginal do rio Tietê, na altura da Lapa de Baixo, estaciona uma perua da Rede Globo. Ela pára entre duas outras equipes de tevê: uma da propaganda eleitoral de Geraldo Alckmin e outra da de José Serra.

Com o tempo vão chegando jornalistas de outras empresas: da CBN, da Folha, da TV Bandeirantes. E a presença das equipes de Serra e Alckmin provoca comentários. Que a Rede Globo fosse a primeira a chegar, tudo bem: ela tem uma enorme estrutura com esse objetivo. Mas como o pessoal do marketing político chegou antes? Cada uma das duas equipes tem meia dúzia de pessoas. A de Serra é chefiada por um homem e a de Alckmin, por uma mulher. As duas pertencem à GW, produtora de marketing político. Seus donos foram jornalistas: o G é de Luiz Gonzales, ex-TV Globo, e o W vem de Woile Guimarães, secretário de redação da famosa revista Realidade, do fim dos anos 1960. Entre os jornalistas, logo se sabe que foi Gonzales quem ligou para a Globo, avisando do que se passava na PF.

E quem avisou Gonzales? Foi alguém da Polícia Federal? Foi alguém do Ministério Público, de Cuiabá, de onde veio o pedido para a ação da PF? Uma fonte no Ministério da Justiça disse a Carta Capital que as equipes da GW chegaram à PF antes dos presos, que foram detidos no Hotel Ibis Congonhas por volta da 6 da manhã do dia 15 e demoraram a chegar à sede da polícia. Gente da equipe da GW diz que a empresa soube da história através de Cláudio Humberto, o ex-secretário de imprensa do ex-presidente Collor, que tem uma coluna de fofocas e escândalos na internet e que teria sido o primeiro a anunciar a prisão dos petistas.

Pode ser que sim, o que apenas leva à pergunta mais para a frente: quem avisou Cláudio Humberto? Mesmo sem ter a resposta, continuemos a pesquisar nessa mesma direção: a de procurar saber a quem interessava a divulgação da história do dossiê e como essa divulgação foi feita. Para isso, voltemos à região do prédio da PF duas semanas depois.

É 29 de setembro, vésperas da eleição presidencial, por volta das 10h30 da manhã. Sai do prédio da PF na Lapa de Baixo o delegado Edmilson Pereira Bruno,m 43 anos, que estava de plantão no dia 15 e foi o autor da prisão de Valdebran e Gedimar. Ele convida quatro jornalistas para uma conversa: Lílian Cristofoletti, da Folha de S.Paulo, Paulo Baraldi, de O Estado de S. Paulo, Tatiana Farah, do jornal O Globo, e André Guilherme, da rádio Jovem Pan. Bruno quer uma conversa reservada e propõe que ela seja feita a cerca de um quarteirão dali, na Bovinu's, uma churrascaria. Um dos jornalistas argumenta que ali "só tem policial". O grupo acaba conversando perto da Faculdade Rio Branco, que não se avista da frente da PF, mas é também ali por perto. Ficam na rua mesmo. O delegado não sabe, mas sua conversa está sendo gravada.

Bruno diz que quer passar para os jornalistas cópia das fotos do dinheiro apreendido com os petistas, que estavam sendo procuradas há muito, por muita gente. Leva um CD com as imagens; 23 fotos; e três CDs em branco para que eles copiem as imagens de modo a que cada um tenha uma cópia. Fala que eles devem dizer "alguém roubou e deu para vocês", para explicar o aparecimento das fotos. Diz que ele próprio vai dizer coisa parecida a seus chefes na PF, que os jornalista é que roubaram: "Doutor, me furtaram. Sabe como é que é, não dá para confiar em repórter". Recomenda que as fotos sejam editadas em computador com o programa Photoshop para tirar detalhes, como o nome da empresa na qual as cédulas foram fotografadas,a fim de despistar a origem do material.

Algumas pessoas têm a fita de áudio com a conversa do delegado Bruno com os quatro repórteres. Mais pessoas ainda a ouviram. Uma delas é o repórter Luiz Carlos Azenha, que tornou público vários de seus trechos no seu site pessoal na internet "Vi o mundo, o que nunca você pode ver na tevê" (http://viomundo.globo.com/). Azenha, que é repórter da TV Globo, não quis dar entrevista a Carta Capital. Pediu para que se procurasse a emissora. Para o que mais interessa ao desenrolar da nossa história, dos trechos da fita, deve-se destacar a preocupação de Bruno em fazer com que as fotos chegassem no dia ao Jornal Nacional. "Tem alguém da Globo aí?", pergunta ele. Um dos quatro responde: "Não é o Tralli? O Tralli está muito visado", Bruno diz, referindo-se a César Tralli e ao incidente, conhecido de muitos, de esse repórter da TV Globo ter podido acompanhar, praticamente disfarçado de Polícia Federal, a prisão de Flávio Maluf, filho de Paulo Maluf.

Mas a preocupação principal de Bruno é a que ele reitera nesse trecho: "Tem de sair hoje à noite na TV. Tem de sair no Jornal Nacional".

As fotos são divulgadas, como veremos no capítulo seguinte, com imenso destaque, no dia 29, vésperas das eleições, repita-se, no JN. Mas não apenas no JN. Veja-se a Folha de S.Paulo, por exemplo, Lá também a divulgação foi, pelo menos na opinião de alguns, espetacular: "Que primeira página mais linda, a de 30/9. É por isso que eu não consigo me separar da Folha", escreveu o leitor Euclides Araújo, no dia seguinte. "A glosa, a irreverência, a fina ironia falaram mais alto, mostrando aquela montanha de dinheiro em cima e, embaixo, Lula, sendo abraçado por uma mão morena e cobrindo o rosto, como se fosse um meliante, conduzido ao distrito, tentando esconder a identidade. O que eles querem, o Pravda ou o Granma? Valeu, Folha!"

A Folha publicou, com grande destaque na primeira página, a foto na qual o dinheiro está empilhado de forma que as notas apareçam com a frente voltada para cima, que é a que mais dá a impressão da "montanha de dinheiro" citada pelo admirador do jornal. E não divulgou que as fotos lhe tinham sido passadas por um policial visivelmente emprenhado em fazer com que elas tivessem um uso político claro, de interferir no pleito de 1º de outubro.

A Folha também tinha a fita de áudio, que foi levada por sua repórter. A editora-executiva do jornal, Eleonora de Lucena, não quis responder por que omitiu as informações dessa fita, a nosso ver tão relevantes. Alguns dos quatro repórteres que receberam as fotos do delegado Bruno, ouvidos para esta matéria, disseram em defesa da tese de que o áudio não deveria ser divulgado, com o argumento de que o jornalista deve preservar o sigilo da fonte, com o que concordamos. Mas perguntamos a Eleonora: por que ela não deu a informação de que se tratava de uma intervenção política no processo eleitoral, publicando os trechos da fita de áudio, que tornam isso explícito, mas sem citar o nome da fonte?

O mais curioso, para dizer o mínimo, é que a Folha publica, junto com as fotos do dinheiro, uma matéria ("Imagens foram passadas em sigilo à imprensa") na qual conta o que o delegado Bruno disse depois, na tarde do mesmo dia 29, ao conjunto de jornalistas, na frente da PF. No texto, assinado pela repórter do jornal que recebeu as fotos de Bruno pela manhã, se diz: "O delegado Bruno disse, ontem, em coletiva à imprensa, q2ue o CD com as fotos havia sido furtado de sua sala, na PF - e que ele estava sendo injustamente acusado de ter repassado o material aos jornalistas". Pergunta-se: qual é o sentido de publicar uma informação que a jornalista sabia que é evidentemente mentirosa e, no caso, ainda ajudava o policial a tentar enganar a própria imprensa?

O Estado de S. Paulo do dia 30 publica a mesma foto, das notas em posição de sentido. E com um texto, assinado por Fausto Macedo e Paulo Baraldi, ainda mais incrível, também para dizer o mínimo. O texto é praticamente uma diatribe contra o PT e em defesa de José Serra. Diz que a publicação das fotos é a abertura "de um segredo que o governo Lula mantinha a sete chaves". Diz que o dinheiro vinha de quem "pretendia jogar Serra na lama dos sanguessugas". É também uma espécie de defesa do delgado Bruno, em favor do qual são ditas algumas mentiras. O texto diz que as fotos foram feitas por "um policial da Delegacia de Crimes Financeiros (Delefin)", na sexta-feira dia 15 de setembro. E que o delegado Bruno comandou uma perícia nas notas, a serviço da Polícia Federal, na sala da Protege AS, Proteção de Transporte de Valores, em São Paulo. De fato, como se saberia no mesmo dia 30 em que o texto de Macedo e Baraldi sai publicado, as fotos foram feitas pelo próprio delegado Bruno, depois de enganar os peritos que analisavam as notas, dizendo-se autorizado pelo comando da PF. Pela infração, o delegado está sendo investigado por seus pares.

Tanto o Estado como a Folha dividem a primeira página do dia 30 entre a notícia das fotos do dinheiro e uma outra informação espetacular: a da queda do Boeing de passageiros da Gol com 154 pessoas, depois de um choque com o Legacy da Embraer, o jatinho executivo a serviço de empresários americanos. No dia 29, no Jornal Nacional, da Globo, no entanto, não há espaço para mais nada: a tragédia do avião da Gol não entra; o noticiário eleitoral, com destaque para a foto do dinheiro dos petistas, é praticamente o único assunto.

É uma omissão incrível. O Boeing partiu de Manaus às 15h35, hora de Brasília. Deveria ter chegado a Brasília às 18h12. Quando o JN começou, a notícia do desastre já corria o mundo. No site Terra, por exemplo, às 20h10 uma extensa matéria já noticiava que o avião da Gol havia desaparecido nas imediações de São Félix do Araguaia, na floresta amazônica; e a causa apontada era o choque com o avião da Embraer.

Qual a razão da omissão do JN? A emissora levou um furo, como se diz no jargão jornalístico, ou decidiu concentrar seus esforços no que lhe pareceu mais importante?

Qualquer que seja o motivo, o certo é que a questão da divulgação das fotos mobilizou a cúpula do jornalismo da tevê dos Marinho. Como vimos, Bruno fora informado pelos jornalistas que Bocardi, da TV Globo, estava entre os jornalistas diante da PF no dia 29. Bocardi é Rodrigo Bocardi, repórter da TV Globo, que atendeu Carta Capital com muita má vontade. Disse que a matéria acabara sendo apresentada por César Tralli e não por ele; e não quis dar mais informações. De alguma forma, no entanto, tanto a fita de áudio como a conversa de Bruno com os jornalistas quanto ao CD com imagens do dinheiro foram passados à chefia de jornalismo do JN em São Paulo e de lá foram levadas a Ali Kamel, no Rio.

Kamel é uma espécie de guardião da doutrina da fé, o Raztinger da Globo, como dizem ironicamente pessoas da organização dos Marinho, que criticam o excesso de zelo deste que é um editor em última instância de todo o noticiário político da emissora carioca. A crítica lembra o papel do cardeal Joseph Raztinger, atualmente papa Bento XVI, no papado de João Paulo II.

Compreende-se por que a decisão sobre o que fazer com o áudio e com as fotos tivesse de ser tomada pelas mais altas autoridades da emissora. Se divulgasse o conteúdo exato das duas informações, a Globo estaria mostrando que o delegado queria usar a emissora para os claros fins políticos que manifesta e que a emissora tinha feito a sua parte nesse projeto. A saída de Kamel - aparentemente, segundo relato de terceiros, ouvidos por Carta Capital, já que ele mesmo não quis se manifestar - foi a de omitir qualquer referência à existência do áudio: "Não nos interessa ter essa fita. Para todos os efeitos, não a temos", teria dito Kamel. A informação complicava a Globo. A informação sumiu.
 

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