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Festival do Rio 2006

Elfo_Surfista

Peidei...
Ninguém animado com o festival por aqui?

Assisti Dália Negra e The Wind that Sakes the Barley no final de semana e achei ambos fantásticos. Dália Negra principalmente com o noir elevado às últimas instâncias.

Bom, consegui alguns convites e começo efetivamente hoje a maratona nos cinemas com o filme Babel (filme aliás que me deixa com a expectativa nas nuvens, estou apostando bastante)

Amanhã to com convites para alguns filmes mas devo assistir o Irmão Padre Irmã Puta que tem sessão a meia noite no espaço unibanco.

Fora esses já estou com ingressos para El Laberinto del Fauno na sexta e Fonte da Vida no sábado.

Mas vou tentando encaixar mais alguns como Os Infiltrados, Miss Sunshine, Scanner Darkly entre outros, mas vou conseguir poucos pois os horários estão complicados e são pouquíssimas sessões...

Seja como for que gosta de filmes e cinema não pode deixar passar a oportunidade.
 
Pelo que eu saiba tem bastante gente daqui indo.

E poste o que achou dos filmes nos tópicos deles! Tô curioso pra saber da Dália Negra e do Labirinto!
 
Por enquanto é isso...

01. The Wind That Shakes The Barley (Ken Loach) [84]
02. Time (Ki-duk Kim) [75]
03. A Scanner Darkly (Richard Linklater) [64]
04. Pequena Miss Sunshine (Jonathan Dayton & Valerie Faris) [55]
05. A Ponte (Eric Steel) [34]
06. Les Filles du Botaniste (Sijie Dai) [29]


Depois eu faço uma resenha de cada filme, nesse momento acabo de chegar de dois (os dois melhores, por sinal) e estou bem cansado.

Amanhã vou ver Volver. :D
 
Última edição:
Fiz isso para a comunidade do Festival do Rio, mas vou adaptar para cá, pode ter uns spoilers abaixo, mas eu me contive, portanto, acho que não vão atrapalhar em nada na hora de ver o filme.


01. The Wind That Shakes The Barley, Ken Loach [84]: Esse é o segundo filme que eu vejo do Loach, o primeiro eu já havia gostado bastante por ele conseguir apresentar bem a realidade e os preconceitos do mundo na tela (Ladybird Ladybird). Mas em The Wind, além dessa característica, ele nos concede uma obra-prima da guerra, com uma narrativa impressionante - sim, os primeiros minutos do filme você não consegue de parar de olhar pra tela e se chocar com as cenas - uma trama muito bem feita, atuações excelentes - Cillian Murphy está foda -, fora a parte técnica que está espetacular, ele faz uns planos/sequências absurdos, com a linda paisagem irlandesa que contribui demais para a bela fotográfia.



02. Time, Ki-duk Kim [75]: Achei um filme bastante divertido (sim, tem alguns momentos bem engraçados, humor negro[?]),
é interessante notar a insanidade dos protagonistas diante da sua paixão doentia e o modo que eles utilizam o médico como válvula de escape para seus problemas, vou parar por aqui se não eu falo demais da história.
A idéia de passar o filme em um número limitado de locais é excelente. Se você não assistir esse filme como um conto ou algo do gênero vai ser difícil leva-lo a sério.

PS: perdi algum momento desse filme, porque um trio de adolecentes retardados entrou no meio do filme pra ficar de palhaçada, tiveram que chamar o segurança pra acabar com a baderna.



03. Scanner Darkly, Richard Linklater [64]: A minha primeira decepção. Eu aguardava por esse filme faz tempo, pelas reviews que eu li por aí já sabia que o Linklater podia ter feito algo aquém das suas obras, mas só vendo para crer. O filme não é ruim, só ficou bem abaixo das minhas espectativas.
Achei a trama começa a ficar meio confusa ao longo do filme, linklater parece deixar de lado alguns personagens ou sei lá o que, o clima de caos e/ou destruição que existia no EUA no filme não foi muito bem aproveitado, fora que alguma passagens podiam ser cortadas ao meu ver.
Ainda sim é sempre bom ver as inovações dele, confesso que já preciso ver de novo.



04. Pequena Miss Sunshine, Jonathan Dayton [55]: Mas um que eu esperava mais. É engraçadinho, começa muito bem e termina melhor ainda, o problema para mim está no meio.
Apesar da direção competente, me parece que o cara criou uma série de personagens com características bem especiais e não soube aproveitar isso, aliás, ele parece ao longo do filme querer se livrar deles ao invés de trabalhar sua idéia inícial, fora que se o longa fosse uma serie de sketches não faria a menor diferença, porque é isso que ele parece (deixando bem claro que estou falando do meio do filme).



05. A Ponte, Eric Steel [34]: Acho que minha nota ainda foi boazinha demais para esse, cada vez que eu penso nele, piora. Faltou pretensão do diretor, ficar filmando suicídios e buscando depoimentos não é suficiente e deixa as coisas extremamente massantes depois de um tempo. Faltou um pouco de "espirito Michael Moore" no sangue dele, ir atrás da empresa que toma conta da ponte, dar mais atenção ao impacto turismo/problemas de suícidio, etc.

PS: Eu não sou fã do MM, só usei ele como exemplo, pois ele fez o óbvio para um documentário e é mainstream.



06. Les Filles du Botaniste, Sijie Dai [29]: Achei retardado ao extremo, o diretor antes de tudo tem aprender o que é sub-texto. Cheio de cenas clichês, a edição é grotesca, a trilha sonora pseudo-hollywoodiana - engraçado é que ela começa tentando ser algo oriental e já na segunda metade só se ouvem tentativas de Howard Shore ou seja lá o que for - irrita ao extremo. O que salva? A direção é bem mais ou menos (saí achando boa, mas pensei melhor e nem é isso tudo), a fotografia é excelente e as cenas de nudez que valem (filme com lésbicas sendo uma muito gata e tal), pena que são poucas. :P
 
Última edição:
Thico, Kim Ki Duk é basicamente sobre filmes com número limitado de locais e diálogos quase inesistentes. Mas parece que essa última característica mudou nesse filme né? Só o trailer tinha mais falas que praticamente todos os últimos filmes dele.
 
Última edição por um moderador:
Mudou sim. Eu nunca tinha visto nada dele. Tava pra ver o Spring, Summer, Autumn, Winter... and Spring, mas vou esperar até o final do festival para fazer isso. Eu deixei o "bastante divertido" ali, porque muita gente não gostou desse filme na comunidade, o pessoal levou o filme muito ao pé da letra provavelmente, se é que dá pra me entender.

meus dias estão assim...

27.09 Volver
28.09 Medo e Obsessão, Electroma
29.09 A Última Noite
30.09 Bamako
02.10 O Crocodlo
05.10 The Host

Ainda queria ver Red Road, Cartola, Fora do Jogo, 12:08 Leste de Bucareste, Container, 4 Mulheres Descalças, Madeinusa e um filme da mostra El Futuro más Acá, provavelmente O Planeta das Mulheres Invasoras.

EDIT: Eu vi Casa Vazia do Kim-ki duk. Sequelei.
 
Última edição:
Eu acabei de postar no meu blog comentários sobre três dos quatro filme que vi nesse Festival... vou controlcelar aqui:

4 Minutos [50] -> Filme alemão mas que se sairia muito bem como um dramalhão hollywoodyano. Diálogos pretensiosos, muitas lágrimas, uso de flashbacks como *super* atração e com uma história assim: idosa professora de piano vai dar aulas para jovens criminosas numa cadeia e acaba descobrindo uma moça com “O” dom musical. Não precisa falar muito mais, né? Claro que ambas possuem índoles completamente diferentes uma da outra mas, mais tarde, acabam criando um lanço de amizade su-pim-pão. De qualquer modo, vale pelas atuações maravilhosas de Mônica Bleibtreu e Hannah Herzprung e pelo clímax de arrepiar.

A Estrada [59] -> Me surpreendeu, já que pela sinopse eu só podia pressupor que se tratava de uma novelinha romântica entre dois amores platônicos adolescentes. Mas acabou se mostrando uma análise melancólica sobre os tristes rumos que uma vida pode levar ao se fazer pequenas escolhas. Eu não sei exatamente qual é o ponto principal do filme – se é que existe um – mas você sai do cinema com aquela impressão de que, para uma vida funcionar plenamente bem, é preciso manter sob controle todas as suas ações – e não delegá-las a alguém. Nesse sentido, é até irônica a presença exaltada e constante da figura de Mao Tse Tung no filme, já que foi exatamente as decisões do Partido Comunista que fizeram a vida de nossa heroína ir para fora dos trilhos. Enfim, um pouco cansativo, mas recomendo.

A Ponte [28] -> Oh, por que as pessoas se matam, oh, que direito uma pessoa tem de se matar e deixar os parentes vivos se descabelando de tristeza, oh, a vida é cruel. Obrigado, Filme, por se aprofundar em questões tão profundas e contundentes. Trata-se de um documentário sobre a ponte Golden Gate, Maravilha do mundo e também dos deprimidos ambulantes que vão sempre lá para tirarem a própria vida. O filme abre com uma seqüência mostrando um suicídio real, o que é totalmente impactante, mas o que me deixou realmente intrigado nessa parte foi pensar em como aquilo foi filmado. De vez em quando minha mente se dispersava enquanto eu imaginava a equipe embaixo da ponte, com a câmera ligada e tomando um cafezinho, conversando: “Puxa vida, será que vai demorar muito pra alguém pular? Quero esse documentário pronto logo, etc”. Ah sim, eles mostram vááários suicídios e depois vão conversar com a família do falecido. Eu pensei que o filme ia ser uma análise psicológica sobre mentes esquizofrênicas ou sei lá o quê, mas, na verdade, se parece muito mais com uma reportagem sensacionalista do Fantástico estendida por uma hora e meia. Claro que é um filme triste, claro que você sai do cinema esgotado emocionalmente. Agora, não é preciso muito talento nem mérito para conseguir isso. Se formos pensar por esse lado, o assustador.com.br merecia o Oscar. Ah sim, e é claro que existe uma trilha sonora jameshorniana tocando incessantemente. É, sim, um filme sensacionalista e apelativo. Seria, no entanto, inofensivo, mas foi um tanto desagradável o espetáculo que eles montaram em cima de uma morte específica: exibiram fragmentos de um rapaz andando pela ponte durante o filme inteiro, guardando o resultado final (que, sabemos todos, é uma queda de muitos e muitos metros, etc) para o clímax. Então, tá.

--

Eu acabei de voltar do cinema, vi Little Miss Sunshine. Eu achei legal, mas com certeza teria gostado MUITO mais se eu não tivesse tido a porra de um ataque de arritmia justamente no clímax do filme. Me desconcentrei totalmente, então nem me sinto no direito de dar uma nota. De qualquer modo, o filme é bem divertido e às vezes tocante. Massa, massa.

EDIT:

"Vou ver Volver", que divertido.
:lol: :lol: :lol:
Que engraçadinho, kno.
 
Última edição:
Estou com preguiça de comentar meus filmes, apesar de ter os comentários rápidos prontos na minha cabeça.

Anyway.

Uma rápida dica muito importante:

assistam BAMAKO, por favor. É um filme de Mali, país (pobre, etc) da África, onde a população acusa instituições financeiras internacionais pelo tamanho da dívida externa africana e como isso prejudica a vida deles. O filme é basicamente o julgamento de um contra o outro. Inquietante, vivo demais. Bamako é a capital de Mali. Meu deus. Vejam, façam que nem o Gandalf (btw, veremos The Host no mesmo horário, se eu não desmaiar, etc). Passa ainda (BAMAKO) dia 27, amanhã, às 17h no Est. Botafogo e 21h15, sábado dia 30 no Barra Point.

E, uh, Kim Ki-Duk conseguiu fugir da sua máxima de ser "o poeta total dos clichês da terra" (jesus, Primavera e-as-estações-do-ano e Casa (Filme?) Vazia são um porre absoluto) e fez um bom filme com Time (embora esse título ainda se apegue à sua máxima, podia ser tipo, tranquilamente "Plastic surgery"). Interessante. Forte (para o Ki-duk, então, meu deus). Me surpreendeu.

Pro Dia Nascer Feliz traz bela discussão, mas ainda não é o melhor-doc.-brasileiro-sobre-educação, embora talvez seja o primeiro a escutar dois lados da moeda sem querer exatamente julgar pelas mãos do diretor, deixa pra platéia fazer isso, que o faz muito bem. Mas o filme precisava "explodir" um pouco mais, talvez.

Fuiver Volver agora. E A Última Noite, do Altman, não do Spike Lee, etc. Belos filmes. O segundo mais doce-porém-triste, ótima sensação de assistir ao vivo um programa de rádio inteiro (o último dá já saudosa Prairie Home Companion), com grandes atuações e direção do Altman em grande estilo; o primeiro mais almodovaresco, mas com toques de cotidiano hilário (o filme é hilário) numa narrativa, já conhecida claro, que evolui mesclando drama-comédia-felicidade-tristeza. Penelope Cruz nem é gostosa não, nem é.

Vi outros 7, mas fica pra outra, já não ia falar nada, etc.
 
E, uh, Kim Ki-Duk conseguiu fugir da sua máxima de ser "o poeta total dos clichês da terra"

O que exatamente você quis dizer com poeta-total-dos-clichês-da-terra. Wtf.

Strider disse:
(jesus, Primavera e-as-estações-do-ano e Casa (Filme?) Vazia são um porre absoluto)

Strider você tem a capacidade de remover seus olhos durante um determinado período de tempo e recoloca-los em suas órbitas no final desse período ou o que. Porque esses dois são os melhores dele (eu diria até que são os únicos realmente bons).

Strider disse:
e fez um bom filme com Time

Eu espero que sim, mas não estou muito confiante, sendo que até agora eu vi muito mais erros do que acertos vindos do Sr. Kim (ou é Ki-duk)*.

Strider disse:
(embora esse título ainda se apegue à sua máxima, podia ser tipo, tranquilamente "Plastic surgery").

Não entendi. Não entendi.

Strider disse:
Interessante. Forte (para o Ki-duk, então, meu deus).

Forte no sentido de que te afetou visceralmente ou forte no sentido de que coisas fortes (i.e. chocantes) acontecem (ou é a mesma coisa)? Porque eu vou chutar aqui que PRIMAVERA ETC e CASA VAZIA foram os únicos filmes dele que você viu, considerando que o resto da carreira dele é bem violenta e geralmente tem um pé na misoginia.



*Folco, eu roubei sua piada. Me processe.
 
O que exatamente você quis dizer com poeta-total-dos-clichês-da-terra. Wtf.

Isso eu digo com base nos únicos filmes que eu vi dele, os dois citados (você pergunta isso mais embaixo, então, sim, somente esses dois, de quando ele virou famoso no ocidente, e não me interessei pela carreira anterior dele). E bom, o que eu quero dizer, baseado nesses fois filmes, é que o KKD utiliza notórios clichês (tipo ensinamentos banais budistas-paulo-coelho didaticamente pasados de Primavera ou o cara-solitário-que-entra-nas-casas-vazias pra mostrar como ele é vazio) pra vender o filme dele, com uma direção que os favorece o tempo inteiro (o silêncio presente em Casa Vazia, por ex.), como se seu maior triunfo fosse essa mensagem (nossa, como o silêncio é importante! que silenciosa é a viad dele!), e não como ele a passa. (continuação no quote #4).


Strider você tem a capacidade de remover seus olhos durante um determinado período de tempo e recoloca-los em suas órbitas no final desse período ou o que. Porque esses dois são os melhores dele (eu diria até que são os únicos realmente bons).

Eu gostaria de ter esse poder caso eu tenha que ver Primavera de novo, etc.


Eu espero que sim, mas não estou muito confiante, sendo que até agora eu vi muito mais erros do que acertos vindos do Sr. Kim (ou é Ki-duk)*.

Not me, etc, mas nós somos diferentes. Mas vai com fé em Time, não esperando algo TÃO parecido com esses outros dois.


Não entendi. Não entendi.

(continuação da primeira resposta). Aí ele entra com um título Time, Tempo, um dos maiores clichês batidos do mundo (não que qualquer filme que o aborde será clichê, óbvio que não), sendo que não é o mais importante e o que ele prega mais no filme, ao meu ver. Uma referência explícita ao Tempo é jogada no meio do filme, como se ele quisesse explicar o por quê do título, o que é ridículo, ele aqui me subestimando ou coisa do tipo? O filme é mais sobre o começar de novo, a busca da paixão e da verdadeira aparência e a junção dos dois. Embora o tempo seja obviamente importante nesse jogo de relacionamentos (desgaste, etc), ele não precisava colocar o título TEMPO, sacou. "Nossa, um filme sobre o TEMPO, deve ser interessante", como se ele quisesse chamar atenção. Isso que eu estava querendo dizer. Não sei se enrolei pra explicar algo simples. Anyway.


Forte no sentido de que te afetou visceralmente ou forte no sentido de que coisas fortes (i.e. chocantes) acontecem (ou é a mesma coisa)? Porque eu vou chutar aqui que PRIMAVERA ETC e CASA VAZIA foram os únicos filmes dele que você viu, considerando que o resto da carreira dele é bem violenta e geralmente tem um pé na misoginia.

Eu tô ligado em outros filmes dele mais violentos, cenas envolvendo anzóis e vaginas, etc, então Primavera e Casa são lights, ok. E eu diria forte no sentido de me afetar, principalmente porque eu não esperava nada disso, e sim mais um filme insosso. Time é diferente. Não tem tantas cenas chocantes, como você pergunta, mas ele até dá toques de terror ou coisa do tipo.
 
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Fui ver o filme e... [77]
 
Última edição:
Isso eu digo com base nos únicos filmes que eu vi dele, os dois citados (você pergunta isso mais embaixo, então, sim, somente esses dois, de quando ele virou famoso no ocidente, e não me interessei pela carreira anterior dele).

Percebi. Mas o que você quer dizer, exatamente?

Strider disse:
E bom, o que eu quero dizer, baseado nesses fois filmes, é que o KKD utiliza notórios clichês

Tipo?

Strider disse:
(tipo ensinamentos banais budistas-paulo-coelho didaticamente pasados de Primavera

"Banais"? Tá certo que o filme é basicamente sobre rendenção e aprendizado através da harmonia com a natureza (e a transmissão dessa sabedoria de geração para geração, daí o título), o que pode até ser considerado "óbvio", mas não banal (Budismo é banal? A natureza é banal? Você é alguma espécie de cínico? (Btw, assista DAMA NA ÁGUA, aparentemente o Shyamaladindong fez aquele filme especialmente pra você)); de qualquer forma, o filme tem consciência de que o mundo não é só aquilo; ele mostra o outro lado da moeda o tempo todo, de forma nada "banal". E "didático" ele seria se passasse essa mensagem principalmente através de palavras, e não de imagens. Cinema é um meio essencialmente visual, e esse filme sabe disso, e aproveita bastante as possibilidades de um meio essencialmente visual na minha opinião.

Strider disse:
ou o cara-solitário-que-entra-nas-casas-vazias pra mostrar como ele é vazio) pra vender o filme dele, com uma direção que os favorece o tempo inteiro (o silêncio presente em Casa Vazia, por ex.), como se seu maior triunfo fosse essa mensagem (nossa, como o silêncio é importante! que silenciosa é a viad dele!), e não como ele a passa. (continuação no quote #4).

Aqui eu acredito que você esteja essencialmente errado. O Kim Ki-duk geralmente dá pouquíssimas falas pra um de seus protagonistas como um recurso estilístico; em BAD GUY isso tem um payoff semi-cômico, mas em CASA VAZIA aka 3-IRON aka BIN-JIP eu acredito que o fato dos dois protagonistas não proferirem sequer uma palavra durante o filme inteiro não é meramente um comentário sobre "vidas silenciosas" ou sobre a "importância do silêncio" (wtf) ou o que quer que você tenha entendido. Em outras palavras, o silêncio não é a mensagem, e sim, como ele a passa. Reveja o filme, dessa vez tentando entender.

Strider disse:
Eu gostaria de ter esse poder caso eu tenha que ver Primavera de novo, etc.

Não é necessário, você só precisa ter o poder de remover o seu preconceito durante um determinado período de tempo e de preferência não recoloca-lo no seu Ego no final desse período.

Strider disse:
Not me, etc, mas nós somos diferentes.

Pra você foi um acerto e dois erros, e pra mim foi dois acertos e quatro erros (incluindo um semi-erro), o que dá uma média basicamente proporcional. Te peguei.

Strider disse:
Mas vai com fé em Time, não esperando algo TÃO parecido com esses outros dois.

Eu já sabia que não tinha muito a ver com esses dois, eu li algumas coisas por alto, etc. Provavelmente eu vou ver se passar no festival, o MDA deu 82 e o Theo deu 62 então ruim não parece ser.

Strider disse:
(continuação da primeira resposta). Aí ele entra com um título Time, Tempo, um dos maiores clichês batidos do mundo (não que qualquer filme que o aborde será clichê, óbvio que não), sendo que não é o mais importante e o que ele prega mais no filme, ao meu ver. Uma referência explícita ao Tempo é jogada no meio do filme, como se ele quisesse explicar o por quê do título, o que é ridículo, ele aqui me subestimando ou coisa do tipo? O filme é mais sobre o começar de novo, a busca da paixão e da verdadeira aparência e a junção dos dois. Embora o tempo seja obviamente importante nesse jogo de relacionamentos (desgaste, etc), ele não precisava colocar o título TEMPO, sacou. "Nossa, um filme sobre o TEMPO, deve ser interessante", como se ele quisesse chamar atenção. Isso que eu estava querendo dizer. Não sei se enrolei pra explicar algo simples. Anyway.

... eu não vi o filme ainda, então etc.

Strider disse:
Eu tô ligado em outros filmes dele mais violentos, cenas envolvendo anzóis e vaginas, etc, então Primavera e Casa são lights, ok. E eu diria forte no sentido de me afetar, principalmente porque eu não esperava nada disso, e sim mais um filme insosso. Time é diferente. Não tem tantas cenas chocantes, como você pergunta, mas ele até dá toques de terror ou coisa do tipo.

Essa do anzol é um spoiler de THE ISLE aka SEOM. Alguém te contou sobre essa cena ou foi você que fuçou no IMDB? Por que se alguém te contou, não devia. E eu desconfio que alguém te contou. Não seria a primeira vez. Por que as pessoas sentem a necessidade de dizer coisas como "esse filme tem uma cena envolvendo anzóis e vaginas" ao invés de dizer "esse filme se passa num lago"? É tipo alguém recomendando DURO DE MATAR dizendo "esse filme tem uma cena em que o vilão cai de um prédio".
 
Última edição:
Credo, Wim Wenders já fez alguma coisa boa para a humanidade ou é retardado assim sempre? Após o que eu vi hoje, estou com muito medo e nenhuma obsessão de ver mais nada dele.

[21]

Ainda fiquei constrangido de ouvir alguns aplausos ao final do filme.


Mais tarde tem...

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:uhu:
 
Última edição:
Pequenas Flores Vermelhas é muuuuuuuuuito foda! Quem puder ver, tem que ver. Me senti uma criança no cinema. Direção impressionante. Depois desenvolvo melhor, mas é realmente um filme genial. =D

Em compensação, logo depois assisti a Jade Warrior, que é simplesmente uma das coisas mais engraçadas que vi nos últimos anos. Obviamente o humor não era intencional, mas, assim, é tão ruim que eu até recomendo.
 
Percebi. Mas o que você quer dizer, exatamente?

Ahn? Que tipo, ele virou famoso aqui no Ocidente depois de Primavera, etc. COm A Ilha ele era ainda um diretor-de-festival. Hm.



Clichês tipo o monge e a criança; o cara vazio que entra em uma casa (vazia!), a mulher que o salva, o marido que bate na esposa, o policial malvado. Mas isso não teria problema se o KKD filmasse de maneira interessante, com pelo menos ALGUM sentimento, coisa que ele não consegue exprimir de modo algum.


"Banais"? Tá certo que o filme é basicamente sobre rendenção e aprendizado através da harmonia com a natureza (e a transmissão dessa sabedoria de geração para geração, daí o título), o que pode até ser considerado "óbvio", mas não banal (Budismo é banal? A natureza é banal? Você é alguma espécie de cínico? (Btw, assista DAMA NA ÁGUA, aparentemente o Shyamaladindong fez aquele filme especialmente pra você)); de qualquer forma, o filme tem consciência de que o mundo não é só aquilo; ele mostra o outro lado da moeda o tempo todo, de forma nada "banal". E "didático" ele seria se passasse essa mensagem principalmente através de palavras, e não de imagens. Cinema é um meio essencialmente visual, e esse filme sabe disso, e aproveita bastante as possibilidades de um meio essencialmente visual na minha opinião.

Ah, V, não acredito que você possa gostar tanto assim de Primavera, Verão, etc. Tipo, todo filme fala sobre alguma coisa (até TRÓIA), o que importa é em como ele vai transmitir a mesangem dele.

Eu digo banal não por desconsiderar "rendenção e aprendizado através da harmonia com a natureza", mas sim pelo modo com o KKD expõe tudo isso, que acaba deixando-o com um clima de banal mesmo - "ah, ok, já li isso no novo livro do Paulo Coelho". Não há nenhuma gratificação cinematográfica, entende? Não adianta ser essencialmente visual se é um visual "poético" simplista imposta em mim para que eu admire a "dança da natureza e as suas relações com os homens e os homens entre si". E "didático" não se refere somente a palavras, mas a imanges também. Vou dar um exemplo, se eu me lembrei errado, me corriga, mas isso ficou na minha cabeça quando vi o filme: no final, quando o protagonista se amarra a uma pedra, o KKD está comparando com cenas da infância do cara, quando ele amarrava pedras em animais, certo? Até aí tudo bem. MAS, ele vem e insere flashbacks dessas cenas, martelando na minha cabeça que aquilo já havia acontecido, etc.


Aqui eu acredito que você esteja essencialmente errado. O Kim Ki-duk geralmente dá pouquíssimas falas pra um de seus protagonistas como um recurso estilístico; em BAD GUY isso tem um payoff semi-cômico, mas em CASA VAZIA aka 3-IRON aka BIN-JIP eu acredito que o fato dos dois protagonistas não proferirem sequer uma palavra durante o filme inteiro não é meramente um comentário sobre "vidas silenciosas" ou sobre a "importância do silêncio" (wtf) ou o que quer que você tenha entendido. Em outras palavras, o silêncio não é a mensagem, e sim, como ele a passa. Reveja o filme, dessa vez tentando entender.

É impressionamente como eu poderia dizer a mesma coisa que eu disso acima ao me referir a Casa Vazia. Me desculpe mas esse filme não me convence e não vou entrar a fundo em detalhes, só dizer que é uma "estética vazia" e ponto, é o que eu entendi do filme.


Não é necessário, você só precisa ter o poder de remover o seu preconceito durante um determinado período de tempo e de preferência não recoloca-lo no seu Ego no final desse período.

Mas eu vi os filmes dele sem qualquer preconceito. Tanto que consegui gostar um pouco mais do último, etc.


Pra você foi um acerto e dois erros, e pra mim foi dois acertos e quatro erros (incluindo um semi-erro), o que dá uma média basicamente proporcional. Te peguei.

Whatever.


Eu já sabia que não tinha muito a ver com esses dois, eu li algumas coisas por alto, etc. Provavelmente eu vou ver se passar no festival, o MDA deu 82 e o Theo deu 62 então ruim não parece ser.

Bom sessão e desligue o celular.


... eu não vi o filme ainda, então etc.

Mesma coisa com Primavera, etc. Precisava repetir todas as estações e depois colocar Primavera no final pra mostrar claramente que a vida é um ciclo eterno, recomeço, etc.


Essa do anzol é um spoiler de THE ISLE aka SEOM. Alguém te contou sobre essa cena ou foi você que fuçou no IMDB? Por que se alguém te contou, não devia. E eu desconfio que alguém te contou. Não seria a primeira vez. Por que as pessoas sentem a necessidade de dizer coisas como "esse filme tem uma cena envolvendo anzóis e vaginas" ao invés de dizer "esse filme se passa num lago"? É tipo alguém recomendando DURO DE MATAR dizendo "esse filme tem uma cena em que o vilão cai de um prédio".

Me contaram. Sim, pessoas tem problemas e complexos (e problemas complexos).




Quanto ao Festival, vejamos. O Filme do Festival é JUVENTUDE EM MARCHA de PEDRO COSTA. Muda completamente a percepção de se ver um filme, o modo de se lidar com a cena em si e os personagens, em como deixar o filme fluir a seu máximo, ritmo e duração dos planos, entender como as pessoas se comportam (uma mise-en-scene absolutamente inovadora, quadros de contra-plongee de tirar o fôlego, uma outra coisa, a iluminação, jesus, as luzes aparecem em certos lugares que fica difícil até de compreender o claro/escuro [nada a ver com o barroco, eu diria]). Um contato muito raro de se ter com os personagens da tela devido a como ele é filmado. Vi MUITA (mas MUITA MESMO) gente saindo da minha sessão, porque é um filme a ser recebido com calma, a entrar em sua complexidade de narrativa, etc. O Cinema no que pode de melhor oferecer, levado à seu extremo em espaço e tempo.

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Ventura - também conhecido como O CARA - em Juventude de Marcha

Tem outro bom filme português, o possivelmente obscuro ALICE (Marco Martins), forte, belo, e triste, com um direção sensível que evidencia a dor do protragonista em busca de sua filha perdida.

Gostei bastante de 12:08 LESTE DE BUCARESTE, filme romeno e tal. Mas agora estou sem muito tempo.

O CÉU DE SUELY também é foda, Karim Ainouz se revelando grande diretor brasileiro da atualidade.

E, ah, sim THE WIND THAT SHAKES THE BARLEY não merecia Cannes nem um pouco. Blergh.
 

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