• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Como é um combate REAL?

Armitage

Usuário
Na espera de meu exemplar de Unknown Armies chegar, estou pensando em como traduzir a violência como ela é, para a mesa. Gostaria de conhecer a opinião de vocês quanto a isso:

Segundo a experiência de vocês, como é um combate real? a porradaria de verdade, que machuca, dá medo, dá raiva, faz sangrar?
 
Bom, eu fui cavaleiro da Távola Redonda na encarnação retrasada, na passada fui um guerrilheiro vietcong, então posso dizer com uma certa autoridade. :obiggraz:

O combate real é aquele que faz com que o sujeito tema pela própria vida. É lutar contra um oponente que tem tantas chances de te destruir quanto tu tem de destruir ele.

O combate real é aquele que pode começar na velocidade de um raio, quando tu menos espera, quanto pode ser aquele que leva milênios pra começar, te fazendo repensar tudo o que tu passou até ali, numa paranóia de ter deixado alguma ponta solta ou algum canto mal vigiado.

O combate real é brutal. É aquele que te deixa perigosamente confiante quando tu está ganhando e te deixa apavorado quando tu sente os cacos dos teus dentes dentro da boca como se fossem pedrinhas nadando num mar de sangue.
 
As 3 ocasiões em que briguei na rua foram terríveis - coração acelerado, nervos à flor da pele, ultra-nervoso, com medo, com raiva, a visão estreitava, a audição parecia falhar, um caos emocional e sensorial !!! :blah:

Acho que esses sistemas de combate conhecidos, não refletem bem esse lado - numa porrada real, não dá nem tempo de pensar ! Parece que é na base do instinto animal!
 
As 3 ocasiões em que briguei na rua foram terríveis - coração acelerado, nervos à flor da pele, ultra-nervoso, com medo, com raiva, a visão estreitava, a audição parecia falhar, um caos emocional e sensorial !!! :blah:

Acho que esses sistemas de combate conhecidos, não refletem bem esse lado - numa porrada real, não dá nem tempo de pensar ! Parece que é na base do instinto animal!

Alienígena malvado, devolva o Armitage!

Na boa, tu virou do avesso, né? Tu trocou teu rank pra Humano Saltitante (:ahn?: ) e agora coloca esse post? :eek:
 
huahuahuahua


Sério, Sky. Tenho que ser franco. Já fiz diversas artes marciais, e sempre fui bem em todas elas (inclusive ganhei alguns torneios de Kung Fu na minha adolescência ), mas cara, quando o papo é porrada pra valer - sem regras, sem tatame, sem juíz - eu perco o controle. E isso foi em todas as vezes que briguei, tanto as que batí, quanto as que apanhei, eu sempre saía da porrada todo desregulado emocionalmente.
 
Eu não sou muito fã de combates realistas (os abstratos são tão mais práticos e divertidos), mas poderíamos bolar um sistema de stress, dando penalidades e bônus, de acordo com a situação. :think:

Por exemplo, o cara tá lá, no auge da confiança... ele pode ganhar um bônus pra atacar, já que ele tá no embalo.. mas ao mesmo tempo ele acaba abrindo a guarda, e poderia tomar uma penalidade na defesa, etc.
 
mas poderíamos bolar um sistema de stress, dando penalidades e bônus, de acordo com a situação.

Por exemplo, o cara tá lá, no auge da confiança... ele pode ganhar um bônus pra atacar, já que ele tá no embalo.. mas ao mesmo tempo ele acaba abrindo a guarda, e poderia tomar uma penalidade na defesa, etc.


Pois é Sky, é isso mesmo que estava pensando. Mas nem preciso de regras* não. Na verdade é só pra ajudar o grupo a enxergar o combate desta forma, como ele é na vida real, tirar fora a idéia "eu arranco a cabeça do cara com minha espada! YEAH BABY!" e substituir por "Meu Deus!!! Eu arranquei a cabeça do cara!!! *começa a tremer*" . Eu queria que o grupo enxergasse dessa forma a violência na ambientação. Queria discutir isso com o gurpo, na intenção da narração considerar isso, a violência como ela é na nossa vida real.

Por isso queria ouvir as experiências da galera, sobre o quê acontece quando a porradaria rola de verdade.



(* até porquê, em termos de regras, acho que Unknown Armies já lida com isso: de acordo com o eixo mental Violência, um cara pode ser mais indiferente (e consequentemente mais calmo, seguro) frente ao combate, ou então mais impressionado (e consequentemente ficar mais nervoso, inseguro ).
 
Hmmmm

Então acho que vai da tua parte, enquanto mestre, em passar essa sensação, bem como a forma como ela vai se modificando conforme cortar cabeças vai se tornando algo trivial, pra não dizer banal.

Fica a teu cargo, de início, despertar o sentimento de culpa nos personagens dos jogadores, fazer com que tenham insônia, pesadelos e coisas assim.
 
As 3 ocasiões em que briguei na rua foram terríveis - coração acelerado, nervos à flor da pele, ultra-nervoso, com medo, com raiva, a visão estreitava, a audição parecia falhar, um caos emocional e sensorial !!! :blah:

Isso acontece porque no final das contas, pra nós pessoas "comuns" a violência nua e crua acontece poucas vezes, e nunca estamos preparados o suficiente para lidar com nós mesmos nessas situações.

Mas, o treinamento militar por exemplo, faz com que a pessoa consiga manter maior lucidez nestes momentos, o que em termos de regras seria uma vantagem. E como a maioria dos personagens de RPG lidam com a violência com uma frequencia absurda, é até normal imaginar que eles caiam mais nesta categoria, dos que conseguem lidar melhor com a violência. Ainda sim, concordo que a violência esta longe de ser um evento tão banal quanto vemos nas mesas de RPG.
 
É questão de costume como bem disse Kadu. Nas poucas vezes que briguei senti o mesmo que o Armitage. Se em um combate de verdade você não se apavorar, o que é dificil e só vai acontecer depois de se envolver em muitos, tem grandes chances de vencer. Exceto se o oponente também estiver calmo...

Mas sempre brigamos de mãos vazias e não há intenção de matar (geralmente). Agora manter a calma em um combate com armas brancas onde queremos matar o oponente (e vice versa) deve ser bem dificil...

Em jogo é dificil representar isso, principalmente em D&D onde com todos os PVs e com apenas 1 PV o personagem é considerado do mesmo modo. Uma penalidade em testes físicos para representar os danos dos ferimentos e uma penalidade nos testes mentais para representar o medo, incapacidade de se concentrar...

Deve ser excitante ver um combate porque as arenas de gladiadores estavam sempre cheias...
 
Nas poucas vezes eu que briguei a sério, eu bufava como um animal, o sangue borbulhando, ódio no coração, bêbado de adrenalina, raciocínio vermelho, exclusivamente focado em machucar meu oponente, enquanto este me machucava. Mas eu não sentia dor alguma, e socava, e chutava, e mordia. E da última vez a briga teve de ser apartada à força. Mas isso faz muito tempo...

Eu nunca fui perito em artes marciais. E apanhei à beça na adolescência. :dente:


Um homem contemporâneo, não acostumado a combates, ou sucumbirá aos seus instintos animais, ou evitará uma briga a qualquer custo. Como aqui já disseram, acredito que um verdadeiro lutador, que treina exaustivamente todos os dias, acostumado a batalhas, manterá a frieza e raciocínio durante a luta. Acredito que seja como dirigir um carro - em um certo nível, os movimentos são automáticos, o guerreiro sabe exatamente onde acertar para matar, sem que precise raciocinar.
 
Na verdade minhas maiores brigas foram com meu irmão, e foram brigas duras e violentas mesmo. O pior, e mais estranho, é que apesar de obviamente não apreciar todas essas sensações que envolvem a adrenalina da ira...eu de fato sentia uma tórrida sensação de realização nos minutos seguintes ao término da briga em si, quando o sangue ainda ta quente, as sensações ainda estão na sua pele e mente e as dores do corpo ainda não vieram. O ser humano de fato tem uma necessidade de violência, que tem que extravasar de alguma maneira.
 
Depois que eu parei de brigar na rua, fui malhar e ouvir heavy metal. :)


Não malho mais, mas ainda ouço heavy metal violento e ainda hoje aprecio filmes violentos.


Obviamente, aprecio violência no RPG. :)
 
Um coisa que ainda não citaram é que se você quiser transformar os combates mais reais, também terá que lidar com dano. E isso sim seria um pé no saco, por que ai o personagem morreria muito mais fácil.
 
Acho que apressar os jogadores a agir, não dando muito tempo pra pensar , seria mesmo uma boa forma de tornar o combate frenético e instintivo. Talvez um persona não acostumado com tal violência tenha 3 segundos pra se decidir? Enquanto um mais acostumado mereça 6 segs ? :think:

Um coisa que ainda não citaram é que se você quiser transformar os combates mais reais, também terá que lidar com dano. E isso sim seria um pé no saco, por que ai o personagem morreria muito mais fácil.

Mas aí é que está a graça da proposta Drakon! Tornar o combate tão mortífero**, que os jogadores iriam pensar hesitar antes de entrar em um, pois mesmo um canivete poderia matar seu personagem.

Além disso, outra característica interessante é esconder dos jogadores os PVs dos personagens. Assim, eles não sabem quanto já tiraram de vida do oponente, e nem quanto o oponente já tirou de sua vida! Só o mestre sabe**.


**estas já são características de Unknown Armies.
 
Mas aí é que está a graça da proposta Drakon! Tornar o combate tão mortífero**, que os jogadores iriam pensar hesitar antes de entrar em um, pois mesmo um canivete poderia matar seu personagem.

Sim, mas isso teria que reduzir o número de combnates a um ou dois por aventura e um bosta armado seria uma grande ameaça. Você teria que não só mudar os combates, mas todo o sistema de uma aventura.

Além disso, outra característica interessante é esconder dos jogadores os PVs dos personagens. Assim, eles não sabem quanto já tiraram de vida do oponente, e nem quanto o oponente já tirou de sua vida! Só o mestre sabe.

Não acho tão justo por que por mais que o cara aceite. Por que até mesmo na vida real você sabe quando está bem e quando está morrendo.
 
Sim, mas isso teria que reduzir o número de combnates a um ou dois por aventura

Por quê?

Não acho tão justo por que por mais que o cara aceite. Por que até mesmo na vida real você sabe quando está bem e quando está morrendo.

Não é beeem assim. Na vida real, você tem os efeitos da violência no seu corpo - sangramentos, hematomas, dores, etc., mas daí a você saber quando está morrendo? Acho meio impossível, já que uma pessoa pode achar que está morrendo só de ver o nariz sangrando, outra pode achar que está morrendo só de ver a cabeça sangrando e um cara com conhecimento de medicina, pode saber que não está morrendo mesmo que esteja botando pra fora suas tripas.

Isso é algo relativo de pessoa pra pessoa, e principalmente dependente do conhecimento em medicina daquela pessoa E calma o suficiente na situação para poder fazer um dignostico seguro.
 

Por que você colocaria os jogadores a um risco grande durante a aventura mais de uma vez. Imagine que eles tenham um pouco de azar no jogo e acabem se machucando demais num momento importante. Poderia facilmente atravancar o jogo.

Só para esclarecer, eu estou falando de situações de combate em que os personagens não tem como contornar de alguma maneira.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo