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A Teoria do RPG...

Armitage

Usuário
Vocês sabiam que existem várias teorias a respeito do RPG e como ele é jogado? Desde os primórdios do nosso hobbie , tenta-se identificar e classificar tendencias e aspectos do jogo.

A título de curiosidade, aqui vai uma das mais antigas (e bem estabelecidas) dessas teorias, que foi criada em 1997:

- O Modelo Triplo (Threefold Model):

Essa teoria tenta agrupar e organizar estilos e aspectos de jogo em categorias lógicas. Esses aspectos e estilos envolvem desde mecânicas de regras, características de cenários, comportamentos de jogadores, ações permitidas dentro e fora de jogo, como a partida de um grupo flui, etc.

Aqui estão as 3 categorias:


:seta: - Gamista / Joguista: Esse estilo promove e valoriza uma competição justa para os jogadores (não necessariamente os personagens ). A competição geralmente envolve combate tático ou alguma outra atividade que desafie primariamente os jogadores. Esse estilo valoriza o conhecimento e aplicação das regras - ou seja, os mais proficientes nas regras têm mais chance de ter melhores resultados dentro do jogo.

:seta: - Narrativista / Dramatista: Esse estilo valoriza a criação conjunta de uma narração e história interessantes, acima até das regras se for o caso.

:seta: - Simulacionista: Esse estilo valoriza a experiência in-game pura, sem inteferencias e considerações meta-game , ou seja, uma simulação de fato. É o estilo mais complicado de se explicar e de se achar. A idéia aqui é explorar como seria de fato experimentar aquele ambiente, usando recursos únicos do personagem (e não do jogador). Uma espécie de Escapismo Hardcore.



Todos sistemas, jogadores e partidas acabam promovendo todos os 3 estilos. Mesmo assim geralmente é possível identificar o(s) estilo(s) predominante(s).

Ex. de jogo que promove estilo predominantemente Joguista: D&D, Shadowrun;
Ex. de jogo que promove estilo predominantemente Narrativista: Everway, Vampire;
Ex. de jogo que promove um estilo predominantmente Simulacionista: Unknown Armies, GURPS.


A aplicação dessa baboseira toda é meio dificil - a melhor aparentemente é o design de jogos. Inclusive há um site da internet dedicado a explorar essas teorias e criar jogos com isso em mente (www.indie-rpgs.com ). Alguns exemplos de jogos de sucesso criados utilizando-se essas idéias são: The Pool, Riddle Of Steel, Unknown Armies, Sorcerer, My Life With Master, Over the Edge.

E aí, acharam interessante essa baboseira toda? :mrgreen: Em qual categoria vocês acham que se encaixam, no momento?
 
Última edição:
Olha, eu sou um D&Dísta com formação Storytellerística :mrgreen: , então acho que sou uma mistura de gamista com narrativista...

Eu gosto de dar desafios pros jogadores, formações de combate, soluções de enigmas e becos sem saída. Mas também não penso duas vezes antes de fazer um bend the rules, pro bem do drama em detrimento das regras.
 
Interessante isso aí.

Atualmente eu acredito que eu me encaixo em Narrativista/Gamista, assim como o Sky.

Simplesmente não tem graça, IMO, você se focar em apenas um estilo.
Só regras chateia, e só dramatização também. Já a mescla dos dois dá um ótimo resultado. =]
 
Simplesmente não tem graça, IMO, você se focar em apenas um estilo.
Só regras chateia, e só dramatização também. Já a mescla dos dois dá um ótimo resultado.

Concordo contigo. Mas existem jogadores que ficam só nas regras e outros que só interpretam. Gosto de Vampiro, mas preciso jogar em um sistema mais dinamico. Gosto de D&D, mas odeio Dungeon Crawlers. Concordo com Aristoteles: "A virtude está no meio".
 
Concordo contigo. Mas existem jogadores que ficam só nas regras e outros que só interpretam. Gosto de Vampiro, mas preciso jogar em um sistema mais dinamico. Gosto de D&D, mas odeio Dungeon Crawlers. Concordo com Aristoteles: "A virtude está no meio".

Ah, cara, depende.

Cito o exemplo duma campanha que eu tô mestrando, a The Banewarrens. Tem uma intriga forte, com alta espionagem e traição. Mas tem um dungeon crawl das antigas que vou te contar...
 
Olha, eu sou um D&Dísta com formação Storytellerística :mrgreen: , então acho que sou uma mistura de gamista com narrativista...

Me to... Comecei no RPG jogando Mago e confesso que demorou um pouco pra me tornar uma gamista, mas hoje acho que não suporto uma aventura apenas com narrativas.
 
Cito o exemplo duma campanha que eu tô mestrando, a The Banewarrens. Tem uma intriga forte, com alta espionagem e traição. Mas tem um dungeon crawl das antigas que vou te contar...

Então? Tem narrativa e tem regras. Interpretação e pilhagem.
 
Putz, eu posso me enquadrar em todos. Separadamente ou todos juntos.

Sou um joguista por que gosto de ter um bom conhecimento de regras. Sei como usa-las ao meu favor e como melhorar o jogo com elas.

Narrativista por que todos os meus personagens tem background, tem história e personalidade. Não são pessoas criadas do nada, eles tem motivações e objetivos.

Simulacionista por que quando jogo, tenho que me sentir realmente dentro do lugar em que estou e imaginar como meu personagem estaria reagindo aquela situação.
 
Acho que sou um narrativista querendo colocar um pé na área do gamismo.
Tenho zero de simulacionismo.

Mas é como disseram, nada como um bom meio-termo.

Inclusive há um site da internet dedicado a explorar essas teorias e criar jogos com isso em mente (www.indie-rpgs.com ). Alguns exemplos de jogos de sucesso criados utilizando-se essas idéias são: The Pool, Riddle Of Steel, Unknown Armies, Sorcerer, My Life With Master, Over the Edge.

E esse site aí é bem bacana.
Armitage, esses jogos que vc citou foram desenvolvidos nele?
 
Austriaco, tu é austriaco mesmo? :mrgreen:


Esses jogos que citei nao foram desenvolvidos pelo site nao, eles sao incluidos ali, ou por serem modelos que exempificam bem essas ideias, ou por terem considerados essas ideias, no seu processo de criacao. Entendeu?
 
Apos meditar e filosofarpor alguns minutos eu criei uma teoria sobre o RPG e resolvi aproveitar o topico mesmo que destoando um pouco..

Quais são as motivações que levam a jogar RPG?
Digo que são tres:

1- Desejo de ser mais forte-> ser adimirado ou temido, ter o poder e fazer o que quizer com ele, usufluir da segurança que o poder dá e etc...
2- Desejo de viver outras vidas-> ser o mocinho, ser o vilão ou ser a princesa. Ver a magia ou ser um monstro-morto-vivo. O interpretar por assim dizer...
3- Diversão em geral-> a propia mecanica do jogo com seus dados e formas de criar os personagens. A interação entre os jogadores e por ai vai...

Pensando nesses tres fatores resolvi dar notas (1 a 10) para os rpgs de acordo com o que cada um consegue motivar nos jogadores:

D$D

Desejo de ser mais forte: 9
Desejo de viver outras vidas: 6,5
Diversão: 9

Vampiro

Desejo de ser mais forte: 7,5
Desejo de viver outras vidas: 8
Diversão: 6,5

GURPS

Desejo de ser mais forte: 5
Desejo de viver outras vidas: 9
Diversão: 6

Digam se concordam ou se isso é só uma maluquice da minha cabeça e deem suas notas tb.
 
Interessante Almadorian!

Só a parte das notas é que fica complicado, justamente por quê é muito dificil avaliar cada sistema nesses quesitos. No final, as notas são mais um fator pessoal de cada um. O quesito Diversão então, putz, é completamente subjetivo e vai variar de pessoa pra pessoa.

Mas olha que interessante, você meio que "ligou" o desejo de ser poderoso ao Gamismo da teoria original, e o Desejo de viver outras vidas ao Simulacionismo. Tem a ver mesmo.

Nessa ótica, acho que D&D teria nota 10 em "Ser Poderoso", e uma nota bem baixa em "Viver outras vidas" (já que este não permite emular muitos tipos de personagem - praticamente só marciais heróicos ). Ao ponto que GURPS teria nota 10 em "Viver outras vidas" (por permitir emular uma variedade enorme de personagens - desde mundanos a heroicos, alienigenas e inteligencias artificiais) e uma nota boa em "Ser Poderoso", algo entre 8 e 9, justamente por que esse também suporta bem esse estilo de jogo (Gurps é genérico, lembra? ). Ficaria assim, a meu ver:

D&D:

Ser Poderoso: 10
Viver outras vidas: 1


GURPS:

Ser Poderoso: 8
Viver outras vidas: 10


O que você discordaria ou concordaria Almadorian? Poste aí!
 
Última edição:
Legal essa teoria...

Acredito que sou um Narrativista, pendendo pro Simulacionista !

Não gosto de regras, acho desnecessário... com bastante bom senso e um pouquinho de sorte (um par ou impar ou a rolagem de um d6, qd estritamente necessário) dá pra jogar durante horas sem ter que ficar um tempão rolando dados pra cá e pra lá !!

O interessante tb é que qd tem uma luta 'simulamos' a luta ficando na posição exata, se for corpo-a-corpo, ou desenhando o esquema e posições, se for algo que não dê pra simular corpo-a-corpo.

Isso nos permite explorar mais situações como jogar dentro do metro, num parque ou no meio da rua (já fizemos as três... heheheheh)

Pra mim, a possibilidade de tomar as decisões, pensar como o personagem pensaria é o verdadeiro brilho do RPG... :obiggraz:
 
Nessa ótica, acho que D&D teria nota 10 em "Ser Poderoso", e uma nota bem baixa em "Viver outras vidas" (já que este não permite emular muitos tipos de personagem - praticamente só marciais heróicos ). Ao ponto que GURPS teria nota 10 em "Viver outras vidas" (por permitir emular uma variedade enorme de personagens - desde mundanos a heroicos, alienigenas e inteligencias artificiais) e uma nota boa em "Ser Poderoso", algo entre 8 e 9, justamente por que esse também suporta bem esse estilo de jogo (Gurps é genérico, lembra? ). Ficaria assim, a meu ver:

Não sei se é pra tanto, meu caro. O D&D pode ter uma possibilidade mais limitada em termos de variação, mas havemos de convir que ele proporciona um escapismo e tanto, tendo em vista o direcionamento à fantasia épica do jogo.
 
- Levanta cadáver!!! (tópico ressucitado :mrgreen: )

Aqui vão mais alguns conceitos legais desenvolvidos recentemente:

O conceito de "Espaço Imaginário Compartilhado" (Shared Imagined Space), que é o ambiente imaginário que todo o grupo se esforça pra imaginar. O jogo só é possivel de se realizar porque há um entendimento mútuo do que está acontecendo nesse ambiente imaginário, mesmo que hajam pequenas discrepancias entre as imagens dos participantes. Este é possivelmente o conceito mais emblemático para a atividade do RPG.

Isso leva à outra conclusão: sistema existirá mesmo com as regras mais simples do mundo, ou sem regra alguma! Isso porque um sistema pode ser visto como um acordo sobre o conteúdo desse Espaço Imaginário Compartilhado. A clareza que se tem sobre as capacidades dos participantes nesse Espaço Imaginario Compartilhado é chamada Credibilidade - sistemas com mais regras tendem a dar mais Credibilidade para este espaço imaginário e suas interações, levantando menos duvidas sobre as capacidades dos envolvidos, do que sistemas com menos regras (ou ausencia de sistemas).

Alguem aí entendeu alguma coisa? :mrgreen:

- - -

Agora outro conceito legal: a Postura(Stance) dos jogadores, que podem ser de 3 tipos:


- Peão (pawn): o personagem é um mero boneco para o jogador, que faz com este o que quiser, como uma peça num tabuleiro;

- Ator (actor): o jogador aqui se esforça para "entrar" na mente do personagem - ver o mundo atraves de seus olhos, e agir segundo suas percepções e personalidade. É o mais relacionado à imersão.

- Diretor (director): aqui o jogador tem poder de criar pequenos pedaços no espaço imaginário compartilhado. Ou seja, ele tem um pouco do poder do mestre de jogo.

Assim como o Gamista, Narrativista e Simulacionista, todo mundo tem um pouco das 3 Posturas. Não é algo absoluto, que se diz - "Eu sou um Diretor-Narrativista", não. Seria algo como tendências, ou seja, eu tendo a ser X e Y, mas de vez em quando me comporto como Z e W.
 
Esse povo gosta de inventar coisa, né? Sei lá, com todas essas teses, quantificações e qualificações de jogadores me passa a impressão de que as pessoas querem tornar o RPG uma filosofia, um treco acadêmico, algo que ele nunca teve a pretensão de ser.

Eu sou do time do "joga e deu" hehehe.
 

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