Teoria diz que C.S. Lewis era 'igual' de Tolkien

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Escrito por Reinaldo José Lopes
As comparações entre J.R.R. Tolkien e C.S. Lewis sempre foram inevitáveis — a começar pela predileção da dupla de amigos por abreviar seus nomes. Um novo livro, escrito por um pesquisador britânico, diz ter descoberto a "chave" por trás do fascínio da série "As Crônicas de Nárnia" e argumenta que a inspiração medieval da obra faz de Lewis um autor tão sofisticado e criativo quanto Tolkien.
 

O livro em questão é "Planet Narnia – The Seven Heavens in the
Imagination of C.S. Lewis" (Planeta Nárnia – Os Sete Céus na Imaginação
de C.S. Lewis", assinado pelo reverendo Michael Ward. A rede de TV
britânica BBC planeja exibir um documentário sobre esse "código de
Nárnia" na Páscoa do ano que vem.

Ward afirma que cada um dos sete livros de Nárnia se baseiam na
astrologia medieval — mais especificamente, nos aspectos atribuídos a
cada um dos sete "planetas" (que incluíam, além de Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno, também o Sol e a Lua, no pensamento
medieval). O primeiro livro, por exemplo, seria regido por Júpiter —
mencionado num poema de Lewis como o astro "dos invernos passados/e da
culpa perdoada", dois temas realmente importantes em "O Leão, a
Feiticeira e o Guarda-Roupa".

Segundo o produtor do documentário da BBC, Norman Stone, trata-se da
melhor explicação para os sentidos ocultos dos livros de Lewis até
hoje.

"Os críticos de Lewis diziam que seu jeito de escrever era descuidado.
Tolkien, por exemplo, afirma que os personagens de Nárnia eram uma
bagunça. Mas esse terceiro nível de sentido mostra que os livros não
eram simplistas. De fato, colocar todas essas idéias complexas dentro
de um romance deve ter sido uma espécie de xadrez tridimensional. Lewis
era um grande medievalista — um verdadeiro especialista nesse período.
Tinha grande interesse por astrologia e adorava a visão medieval do
mundo. E sua visão sobre a fé [cristã] também era cósmica. Essas
descobertas vão ajudar a mudar a imagem que temos de Lewis e torná-lo
um igual de Tolkien, seja como escritor, seja como pensador", declarou
Stone ao jornal britânico "Daily Telegraph".

Sinceramente, não acredito que esse tipo de comparação faça bem a
qualquer um dos escritores. Cada obra literária é única e precisa ser
apreciada dentro de seu próprio contexto. De qualquer maneira, nunca é
demais lembrar a influência mútua de Tolkien e Lewis — seja no nível
artístico, seja na grande amizade que unia os dois.

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Pedro Mendes

Ja li varios livros de C.S.Lewis, porem gostaria de ler sua autobiografia “Supreendido pela alegria”, mas não encontrrei em lugar nenhum desse mundo. Teria como alguem me providenciar uma cópia, mesmo em PDF?
se tem me respondam, por favor pelo meu e-mail: pedro_mendes.prof@hotmail.com

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