O Fantasma do Santo Graal

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Escrito por ungoliant

SONHOS ESTRANHOS
CAP.I

Legolas bufou de impaciência. Shala era o único a não conseguir escalar
aquela porcaria de colina. Mas ao contrário do seu cavaleiro, o cavalo
de Shala estava desejoso de subir aquilo:
-Vai mais devagar!! Ainda partes uma perna! – ordenou Shala, descendo o
centímetro de colina que já tinha subido. Legolas bateu com a mão na
testa:
-Mas será possível??? Despacha-te, elfo!! – berrou Legolas. Todas as
vezes que passavam ali, os membros da patrulha de Legolas diziam que
ele estava a ficar parecido com o pai, e isso irritava o nosso
amiguinho. Mas desta vez, só desta vez, Legolas tinha razão para se
irritar; o pai tinha ido falar com Elrond, e quem é que ficou
encarregue da regência do reino? Ele, Legolas. Hoje tinha de ir ter com
o pai, e a sua patrulha só atrasava… santa pachorra…

 

 

Por fim, lá seguiram viagem… estavam a meia hora de distância de Rivendell, e, a meio do caminho encontraram Estell e os gémeos:
-Olá, olá!! O que vos traz por cá!! – exclamou, com vontade de irritar, Estell. Legolas saudou com gosto os amigos, e seguiram juntos para Rivendell.

Estavam quase a atravessar o rio, quando viram os Templários ali parados, a descansarem os cavalos. Legolas tinha conhecido dois deles; Percival e Al-Maarri, que, coitado, morrera. Parcival, assim que os viu, acenou-lhes. Os elfos param perto:
-Então, tudo bem na vida? Quem nos dera a nós ter a vossa vida; ficar quieto, ver a família sempre que apetecesse, mas, ai de mim, temos de regressar rápidos ao Templo. Adeus e vê se tratas da minha irmã melhor que o Lancelot. Avisa quando for o dia do casamento! – mas Percival já galopava para longe, por isso Legolas não conseguiu ir atrás dele para lhe bater. Os outros elfos não param de gozar com ele o resto do caminho…

Quando chegaram a Rivendell, os filhos de Elrond tiveram uma recepção calorosa, mas os elfos de Mirkood levaram nas orelhas porque tinham chegado cinco minutos atrasados. Legolas ainda levou uma galheta por não saber fazer nada de jeito…
Mas a hora do jantar foi melhor, excepto, claro, para Legolas. Assim que Estell contou ao pai o que Percival lhes tinha dito, Thranduil não se calou um minuto. Nem os gémeos sonhavam que ele era ainda mais irritante que eles quando estava de bom humor.

Depois do jantar, Thranduil seguiu o filho até ao quarto, e quando estavam sós, perguntou-lhe:
-Mas tu gostas dela, não é? – Legolas corou e ficou mais vermelho que um pimento. Já praticamente todos tinham descoberto o seu ponto fraco. Thranduil riu-se e deixou o filho sozinho.

Legolas deitou-se, e teve um estranho sonho;

Era uma tarde calma em Mirkood, o sol brilhava e os pássaros cantavam.
Subitamente, um vulto dobrado sobre um cavalo negro apareceu; era Maria. O braço direito dela estava partido, apresentando golpes de maça.
Legolas foi ter com ela, e Maria caiu-lhe nos braços. Estavam quase a beijar-se, até que uma névoa esbranquiçada surgiu, e depois apareceram Lancelot e Bors, os dois feridos, e depois apareceram ainda Galahad, Ana e Sheradan. Estas duas estavam ilesas. Subitamente, ouviu-se um grito, e apareceram Robin e Bedevere enforcados numa árvore. E então, no meio daquela confusão, Legolas distinguiu um belo cálice a voar. De repente, ouviu a voz fraca de Maria:
-Não vás atrás dele… – e depois a rapariga morreu.
Legolas caiu de joelhos, e ficou ali a chorar. Todos os outros morreram, segundos depois. E depois ele viu-se em Rivendell, e à sua frente estava Al-Maarri, vivo.
Então, o fantasma de Maria veio ter com ele, e disse:
-Acorda.

E Legolas sentiu subitamente um frio gélido a entornar-se sobre ele, e abriu os olhos; à sua frente, Thranduil, Glorfindel, Elrond e os filhos e quatro dos amigos escoceses riam-se do elfo, ensopado com água fria. Ao lado da sua cama, estava uma figura feminina, alta e magra, com um balde molhado na mão; era Maria:
-Então preguiçoso?? A esta hora, em Camelot, já se deve fazer os exercícios militares!! Sabes a que horas é que nos levantamos em Camelot? Ás cinco da matina!!! Sabes que horas são? Sete e meia!!! A esta hora já se fazem exercícios militares!!! – ralhou Bors, muito brincalhão. A custo, Legolas levantou-se.
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O SONHO COMEÇA A REALIZAR-SE
CAP.II

Depois do pequeno-almoço (para os elfos, pois para os nossos amigos escoceses já era almoço) estavam todos a passear no jardim, quando o vento sul soprou, quente e abafado. Então, uns arbustos próximos mexeram-se.

Todos olharam, e, para surpresa dos escoceses e dos elfos de Mirkood, de lá saiu Al-Maarri, vivinho da silva, montado no seu cavalo preto.
O Templário tremia, e ás tantas caiu para o lado.
Maria e Bors deram uma corrida rápida até ao amigo. De todos ali presentes, eles eram os que conheciam melhor Al-Maarri.

Legolas não gostou muito de ver o Templário apoiado em Maria, mas Al-Maarri estava todo arranhado e metia dó. Ele mal se aguentava em pé!
Bors e Maria deitaram o Templário no chão, e a rapariga perguntou-lhe:
-O que se passa Al? Eu jurava-te morto!
-Deram-me uma segunda oportunidade… oiçam… – mas o Templário não acabou, pois Maria pôs-lhe um dedo nos lábios. Em seguida ajudou o amigo a levantar-se e foram para o quarto dela.

À noite eles os dois não apareceram para jantar, e isso perturbou ainda mais Legolas. Depois da refeição nocturna, ele dirigiu-se ao quarto da rapariga. Ele tinha que contar o seu sonho a alguém e tinha de ser a ela! Bateu à porta, e Maria mandou-o entrar.
Lá dentro estavam Maria e Al-Maarri, deitado na cama. Maria enrolava-lhe um pano numa ferida. Legolas sentou-se ao pé deles.
-Tenho de vos contar uma coisa.
-Que és moreno? – Maria riu-se. Al-Maarri podia estar ferido, mas nunca perdia o seu bom humor e o seu jeito desastrado de ser.
-Que graça! Eu quero-vos falar de um sonho que eu tive; eu estava em Mirkood… – e o elfo ficou a contar o seu sonho aos dois amigos. Quando acabou, Al-Maarri disse:
-O Santo Graal… já tive esse Cálice nas minhas mãos. Esse é um objecto de bruxedo, digam o que disserem. Vão por mim; ele está amaldiçoado! Uma vez o Grão-Mestre contou-nos uma lenda a cerca disso:

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Sentou-se ao lado de Mike, o Cavaleiro Templário com quem ele mais simpatizava. Então o Grão-Mestre começou a falar:
-Meus bravos Cavaleiros do Templo, conto-vos hoje uma lenda acerca do Cálice que trouxemos da Fortaleza de Acre; havia um Cavaleiro chamado Niceta, que regressava, vitorioso de uma grande batalha. Trazia consigo o Santo Graal, o mais rico e desejado tesouro à face da Terra. Para o conseguir, tinha morto o seu próprio irmão, Aumont.
De noite, quando ele tirou o Cálice do saco, para o contemplar, jurou ter visto o seu irmão dentro dele. Niceta guardou o Cálice, antes que ficasse louco.
Na manhã seguinte, os seus cavaleiros encontraram-no morto… foi a vingança de Aumont.
Diz-se que ainda hoje o Fantasma do Santo Graal, como ficou chamado, guarda o Cálice.
-Então ele mora na nossa cave!! – disse Diana, uma das cozinheira mais jovens..
-Pode dizer-se que sim. Por isso, mantenham-se afastados da Arca da Aliança, que foi lá que foi depositado o Cálice! – avisou o Grão-Mestre.

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– nunca mais me esqueci disto… – disse Al-Maarri, com ar sonhador:
-Da Diana ou da lenda? – perguntou Maria, sempre pronta a brincar. Al-Maarri levantou-se e desatou a correr atrás dela, para fora do quarto.

Lá dentro ficou Legolas, pensativo… teria sido aquele sonho um aviso?

A MORTE DE ROBIN E BEDEVERE
CAP.III

Os dias passaram e o Templário melhorou. Ele iria para Camelot com os outros, até se recuperar por completo.

Com os cinco amigos foram os elfos de Mirkood, e com os elfos de Mirkood foi Estell, que deveria receber umas lições de Legolas de arco e flecha.

Ora corria tudo bem e ia tudo pacato; os escoceses e o Templário cantavam, os elfos iam na paródia uns com os outros, aproveitando o facto de Thranduil ir distraído a falar com Estell. Subitamente, vindo dos céus, aterrou Grifo, muito cansado. Pelos vistos trazia novas:
-Nem sonham vocês o que eu vi!! O Robin e o Bedevere encontraram orcs e fartaram-se de lutar. Eu tentei ajudar, mas os orcs capturaram os dois totós e levaram-nos. Eu não pude ajudar. – disse o grifo, ofegante. Maria, Lancelot, Galahad e Bors entreolharam-se. Al-Maarri não conhecia muito bem os tipos mencionados pelo grifo. Nem sequer conhecia o Grifo!!
-Galahad, ficas aqui com o Al enquanto nós vamos á frente… leva os cavalos! – ordenou Maria, montando Grifo, seguida de Lancelot e Bors. Então o grifo chamado Grifo (que original) levantou voo.

Enquanto isso, a companhia estugou o galope dos cavalos, e chegaram à Escócia em 3 dias. Foram encontrar-se com os outros em Sherwood.

Chegaram finalmente às bordas da floresta, e entraram:
-Tenho um mau pressentimento! – exclamou Al-Maarri, arrepiando-se. Definitivamente, manga curta numa Escócia primaveril não era boa ideia. Avançaram, sempre atentos, até que chegaram a um local onde jaziam imensos orcs. Então, perto de uma árvore, encontravam-se 5 figuras; três no chão, cabisbaixas, com os elmos debaixo do braço, em sinal de respeito, e duas enforcadas na árvore. As três figuras eram Maria, Lancelot e Bors. Este último ferira-se gravemente no braço. E as duas figuras penduradas na árvore… eram Bedevere e Robin. Estavam mortos.

Ninguém ali conseguia que os dois amigos tinham morrido daquela maneira, cruel e grotesca.
Para ajudar à festa, guiados por Grifo, que voava lá em cima, chegaram Arthur e os restantes Cavaleiros da Távola Redonda. Com eles vinham Ana e Sheradan.

Maria, Lancelot e Galahad, ajudados por Al-Maarri, naquilo que o seu corpo ferido o deixava fazer, tiravam os dois companheiros da sua forca. Maldição, tinham chegado tarde demais!
Ana, coitada, toda desnorteada, ia dando uma ajuda aqui e acolá, e Sheradan, que coitada, só de pensar que Bors poderia ter morrido, tentava controlar as lágrimas. O cavaleiro estava a sentir-se mal, pois a faca com que tinha sido golpeado no braço estava envenenada.

Assim morreram dois bons amigos e dois bons Cavaleiros da Távola Redonda; Sir Bedevere, o Esperto e Sir Robin, o Não-Tão-Bravo-Quanto-Sir-Lancelot,-Mas-O-Bravo… em silêncio choraram-nos os amigos e o rei.

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MARIA VEM A SEGUIR
CAP.IV

O funeral foi triste, frio e chuvoso. Bors estava cada vez mais fraco, e apesar das insistências da namorada, fora ao funeral dos amigos. Ele e Robin eram bons camaradas, apesar de não o parecer.

Depois da cerimónia fúnebre, os elfos deixaram Camelot. Sem que ninguém soubesse, o medo comia Legolas de dentro para fora; quando chegaria a vez de Maria? Al-Maarri já estava, Bedevere e Robin também, a Bors, o destino tinha sido como no sonho de Legolas, faltavam Lancelot e Maria… quando chegaria a vez deles?

Duas semanas se passaram, e Legolas foi em patrulha e regressou. Como nunca mais acontecia nada, Legolas começou a acreditar em coincidências, e a não acreditar que o resto do seu sonho se concretizaria, ficou descansado.

Mas, numa tarde calma em Mirkood, enquanto filho e pai lanchavam, pela janela aberta entrou a cabeçorra de Grifo. Os seus olhos de serpente flamejavam de ira:
-Salta imediatamente para cima de mim e vamos até Camelot! Alguém lançou alguma maldição aquela cidade!! – ordenou o animal. Legolas obedeceu prontamente, o que deixou o pai confuso, zangado e preocupado ao mesmo tempo.

-Mas porquê que interrompeste o meu lanche? São raras as vezes que eu e o meu pai nos damos bem!!! – reclamou Legolas, enquanto sobrevoavam os portões de Mirkood:
-Tu e o teu pai deviam ser como o rei Arthur e os filhos dele; não se zangam, estão sempre unidos… quanto estão juntos são uma autêntica bomba de risos ambulante! – exclamou Grifo –Não sei como é que vocês, elfos, se dão tão mal uns com os outros!!
Legolas ficou pensativo. Realmente, era verdade; os elfos, criaturas tão especiais e sentimentais, darem-se mal com os da própria espécie, e da própria família… estavam a ficar parecidos com os humanos, e isso era mau, muito mau!
Chegaram então à Escócia, e param num bosquezinho. Aterraram numa clareira, e à sua frente deparam-se com duas figuras; uma sentada de joelhos, com a cabeça de outra pessoa ao colo. Eram Al-Maarri e Maria. Ia dando um ataque cardíaco a Legolas.

Legolas montou colocou Maria em cima de Grifo e montou atrás dela. Al-Maarri montou o seu cavalo, Black Champion, que tal como Ciclone era todo negro, forte e peludo. Tinha a crina e a cauda curtas, e nas suas patas apresentava várias cicatrizes. A vida de um cavalo de um Templário não era fácil! Tinha uma estrela branca na testa. Era um belo animal!

Grifo levantou voo, e Black Champion partiu a galope, seguindo Grifo e seguido por Ciclone, aleijado no ombro.

Quando chegaram a Camelot, Grifo viu uma janela aberta (que por sinal era a da sala da Távola) e como viu que lá dentro estavam os amigos e o pai da rapariga ferida por uma maça, no braço, entrou sala adentro. Isto é, se ele não tivesse ficado preso pela cintura; metade de grifo fora, metade de grifo dentro. O rei e os outros ficaram embasbacados:
-Mas… que raio…? – mas então o rei reparou na filha, e deu uma corrida rápida até ao animal –Aonde a encontraram?
-Perto de Sherwood… o Templário estava com ela… devem ter sido atacados e ele não a deve ter conseguido ajudar… – disse Grifo, maliciosamente. O animal de Avalon detestava Al-Maarri, mas não sabia bem porquê. Segundo ele, eram os olhos cor-de-mel do jovem rapaz que o incomodavam. «Muito doces para o meu gosto.» era a desculpa que o bicharoco dava.
-Quando o Al-Maarri chegar, mandem-no ter comigo! – ordenou o rei, enquanto, ajudado por Lancelot, levavam a rapariga para a enfermaria. Bors ficou encarregue disso.

Mandaram o elfo ir com Bors, para o caso de o Templário se tornar agressivo:
-Ele pode só ter vinte anos, pode ser um paz de alma, pode ser um grande desastrado e um grande companheiro, mas ele é muito forte. E nunca fiando naqueles Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão; em Jerusalém combatem todos os dias, por isso os rapazolas de quinze anos podem lutar tão bem quanto um cavaleiro de cá, já muito experiente. – nalgumas coisas Bors tinha razão; apesar de jovem, Al-Maarri era muito musculado, e podia facilmente tornar-se agressivo.

Foi no meio da conversa que chegou Al-Maarri. Parecia preocupado e com disposição para ajudar:
-Calminha, segue-nos até à sala da Távola! – ordenou Bors, rispidamente:
-Deu-te uma de Grão-Mestre? Como é que está a … – mas Bors agarrou Al-Maarri pelo pulso e fê-lo seguir caminho.

Legolas ia atrás, mas viu Grifo a comer um javali e foi ter com ele:
-Fizeste de propósito. – disse. O grifo olhou para o elfo com os olhos de cobra a cintilarem de crueldade:
-Vou avisar-te só uma vez; ou estás do meu lado e ficas caladinho, ou sofres as consequências! Digamos que o teu pai parece ser muito tenrinho… e não são todos os grifos que conseguem almoçar um elfo!!! E olha que daqui até Mirkood é um pulinho! – ameaçou o grifo, vorazmente. Legolas calou-se e arregalou os olhos.
-Vou ver como é que está a Maria… – e o elfo desatou a correr para o castelo.

Entrou e começou a subir as escadas. Foi então que, para seu espanto, viu que dezoito guardas, daqueles tipos maciços, levavam Al-Maarri em direcção aos calabouços. Legolas continuou, ainda mais confuso… aquele grifo diabólico precisava de um travão no seu comportamento!

Chegou finalmente à enfermaria, e quando abriu a porta deparou-se com um milagre; apesar de ter o braço partido, Maria estava de pé, a correr à frente da enfermeira:
-Menina!! Já lhe disse que precisais de descansar!!
-Descansar uma ova!!! O meu cavalo tem um arranhão no ombro, ainda não alimentei os cães, ainda não escovei o Grifo… e está quase na hora de eu sair em patrulha!!! Não posso descansar; tenho a agenda cheia!! – corroborou Maria. A rapariga saltou por cima da cama e saiu. Mas ainda chocou com Legolas… (mas do lado de fora) –Olá!! Tu por cá!
-É… eu por cá… conta-me o que aconteceu. – pediu Legolas. Levantaram-se, e a rapariga disse:
-Eu e o Al estávamos a passear, quando qualquer coisa que eu não consegui ver me atingiu no braço… eu ouvi o osso estalar… e depois não me lembro de mais nada!
-Como era a criatura que vos atacou?
-Era grande… e forte… disso não tenho dúvida! Veio do céu, por isso era qualquer coisa que voava… e era fria! – o elfo, ao ouvir a descrição da rapariga, ficou pensativo; Grifo era grande e forte, voava, mas não era frio… pelo contrário!! Era bem fofinho! –Mas chega de falar de mim; onde está o Al?!
-Ah!!! Era isso que eu te vinha dizer!! Foi parar ao xelindró!! O Grifo acusou-o de cobardia! – disse Legolas, lembrando-se das ameaças do animal:
-O quê?! Ele sofre de claustrofobia!! – exclamou Maria, indignada. Deram os dois uma corrida até às masmorras, entraram e dirigiram-se a uma das celas.

Lá dentro estava uma figura alta e musculada, muito encolhida a um canto e toda suada. Maria chamou-a:
-Al!! Anda cá! – foi então que ela viu que o amigo tinha acabado de chorar. Ela recuou, pensou um pouco e depois elevou a mão direita. Murmurou qualquer coisa em galaico e a porta da cela explodiu. Entraram o elfo e a rapariga.

Depois de acalmado o jovem Templário, subiram para terem uma conversinha com o rei.

Foi milagre Maria estar ali para resolver a situação… felizmente o sonho do elfo não se concretizou… mas valeu-lhe um susto!

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O FANTASMA
CAP.V

Estavam quase a chegar à sala do trono, quando viram o rei a descer na sua direcção. O rei olhou para Al-Maarri e ajoelhou-se:
-Perdoa; acusei-te injustamente de cobardia. Se tivessem sido atacados, tu tê-la ias defendido até à morte… e eu perdoo-te, pois aconteceu mais um ataque, e tu não estavas presente. – pediu o rei. O Templário ficou-lhe grato:
-Quem foi atacado desta vez, pai? – inquiriu Maria. O rei olhou a filha:
-Uma patrulha… mas está longe e não podemos ajudar… Maria, preciso que vejas o Bors, afinal venenos são a tua especialidade. – dirigiram-se os quatro à enfermaria, e deitado numa cama estava Bors, cujo veneno do gume que o atingira estava a começar a fazer efeito. Sheradan, desesperada, chorava ao ver o amado contorcer-se de dores…

-Mas que diabos…?! Aqui à bruxedo!!! – gritou Al-Maarri, pegando no seu terço.
-Morgana… – murmurou Arthur.

A rapariga olhou para Bors. Este era fácil; deu-lhe um contraveneno e ele parou com as contracções.

Al-Maarri chegou ao pé de Maria:
-Isto é estranho… não conheço nada que provoque isto! – disse-lhe.
Legolas andava um pouco mais atrás, perto da porta, quando viu Galahad entrar; vinha com um golpe na cara, e, como sempre, com Ana atrás dele.

Foi aí, que, discretamente, Bors abriu os olhos, e num tom de gozo disse:
-Miúdo, tu passas a ser um adulto perto deste Cristão aqui… – Galahad ficou intrigado, e só depois reparou em Al-Maarri, que murmurava para o terço qualquer coisa do tipo «Pai nosso, que estais no céu…»:
-E por quê? – indagou ainda mais confuso Galahad.
-Tu tens vinte e um… ele só tem vinte! – ena, grande notícia! Galahad ficou muito animado, e a sua animação foi suficiente para Bors e todos os presentes naquela sala se rirem um bocado.

Mas voltando a assuntos sérios; Galahad estava perto da janela, e esta abriu-se sozinha, mas ninguém ligou. Então, subitamente, Galahad gritou e saiu dali, pois jurou ter visto um fantasma. Al-Maarri aproximou-se da janela supostamente assombrada:
-Não vês que não está nada aqui? – mas o Templário estava totalmente enganado. Qualquer coisa invisível pegou numa faca e escreveu no braço do Templário:

Were is the Graal? (Onde está o Graal?)

Al-Maarri gritou de dor e caiu de joelhos. Que raio!? aquela cidade estava embruxada!!

O Templário olhou o braço, horrorizado:
-Eu estou condenado!! Valha-me São Jorge!!! – e depois levantou-se e pôs-se a rezar outra vez:
-Que diabo…?! É…é… é… – gaguejou Sheradan, mal acreditando nos seus olhos:
-O FANTASMA DO SANTO GRAAL!!! SANTA MARIA ME ACUDA!!!! – desesperou Al-Maarri, estacando, incapaz de mover um musculo.
O ser fantasmagórico olhou para ele; não passava de uma bruma de olhos negros, de forma torcida e vergada pelo vento:
-Onde está o meu Graal!! – exclamou, voando para Al-Maarri, que tremia como uma vara verde. Sem dó nem piedade, o fantasma trespassou-o, e o Templário gritou e caiu. Maria e Legolas quiseram ajudar, mas o fantasma dissipou-se-lhes por entre os dedos e sumiu. Foram então ajudar Al-Maarri.

A ALINÇA COM O CAVALEIRO
CAP.V

Fora um grande susto para o pobre Cavaleiro de Cristo; ele teimava em manter os olhos fechados como modo de defesa (se ele não visse, ninguém o veria). Mas ele estava cheio de febre, e suava como se estivessem 50º graus e tivesse andado a correr pelo deserto:
-Assombração… eu vi o Fantasma de Sir Aumont… ai, pobre de mim!!! – lamentava-se Al-Maarri.

Maria e Legolas encontravam-se nos estábulos, com Estrela, a cadelinha galga do rei. Legolas gostava muito daquela cachorra; dourada, grande, magra e rápida, muito brincalhona e com uma estrela negra no meio do focinho. O elfo matutava nas palavras duras e cruéis de Grifo, e resolveu contar à amiga o que se tinha sucedido:
-Maria… tu confias a 100% no Grifo? – Maria ergueu-se e pousou a escova de Ciclone. Aproximou-se do elfo e passou-lhe a mão na face:
-Não… porquê?!
-Quando o Al-Maarri chegou… eu fui falar com o Grifo… disse que ele tinha acusado o miúdo de propósito… e ele ameaçou-me; ou calava-me ou… ainda comia o meu pai… – Maria ficou perturbada com o relato do elfo. Afastou-se dele e disse:
-Ele tem tido recaídas… no outro dia, quando ele estava fora… fui até à jaula dele, e encontrei um cadáver de um elfo… já com uma semana. – disse Maria. Legolas lembrou-se subitamente de Shala, que estava desaparecido havia uma semana:
-O Grifo caçou-o!!!! Aquele animal tem de ser travado!!! – exclamou Legolas, entrando em estado choque. Só de pensar que agora neste momento o seu pai poderia estar a ser comido pelo diabólico grifo…

Saíram dos estábulos em direcção á enfermaria. Lá dentro, agora com os olhos abertos, encontrava-se Al-Maarri. O pobre Templário estava à beira de um ataque de nervos, quando viu entrar Maria e Legolas.

Estranhamente, todos os presentes pareciam assustados, e os recém-chegados sem saberem o porquê:
-Olhem para trás de vocês… – pediu Al-Maarri. Legolas e Maria viraram-se… e deram de caras com o Cavaleiro da Morte.
 

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