Elenér

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Escrito por ungoliant
Capitulo I

No ano 2941 da Terceira Era, Elenér foi presa por Thranduil sob acusação de conspirar com Sauron. A elfa trabalhava no castelo e foi surpreendida inúmeras vezes perto de Dol Guldur. Quando o Conselho Branco expulsou o Senhor do Escuro de sua moradia temporária, a jovem foi encontrada desmaiada no campo de batalha e condenada.
No início da Quarta Era, Legolas, senhor de Ithilien, viajou com Gimli para o norte. O anão dirigiu-se para Dale e o elfo, para a Floresta Verde. Lá chegando foi ter com Thranduil:

― Elen síla lúmenn’ omentielvo.
― Meu filho, sua voz alegra meu coração.
― Senhor, alegria maior é vê-lo bem.

A conversa foi interrompida por Galion, mordomo do rei, que anunciou:

― Senhor, Elenér está desmaiada no calabouço.
― O que?! Élen ainda está aqui! Meu pai, já fazem 100 anos, vamos vê-la.

 
Legolas tornou-se um senhor amado e respeitado em Ithilien. Ficou mais sensato e sábio e desenvolveu a telepatia élfica. Por ser um senhor bom compadeceu-se pela cativa.

Élen, por sua vez, desenvolveu ao máximo suas habilidades e, enquanto seu coração se tornava duro e frio como mithril, seu conhecimento sobre a mente humana e domínio das emoções aprimorou-se. Assim, ela foi capaz de simular um desmaio e quando a comitiva chegou ela já se encontrava lívida sentada em uma cadeira.

― Legolas?! Sabia que alguém importante havia chegado, mas, com todo o respeito, não esperava que fosse você.
― Como está Élen? – o rosto e a voz do elfo tornaram-se graves.
― Estou bem. Estou melhor.
― Está muito pálida. – Legolas já estava dentro da cela e tocando sua mão completou – e fria.

Élener sorriu.
― É a falta de sol.
― Há quanto tempo não sai.

Outro sorriso.
― Uns dez anos. A segurança melhorou depois que Gollun fugiu. Ele se perdeu com o Um Anel, não foi?
― Sim, como sabe?
― Apenas sei.
― Consegue, então, ver o futuro?
― Prever. Qual seria a graça se eu soubesse o que ia acontecer?

Thranduil assistia esse diálogo em silêncio. Nunca vira seu filho com um olhar tão penetrante e a dama tão séria. Dir-se-ia que se passava uma guerra entre eles. E, realmente, eles diziam muitas coisas sem que ninguém ouvisse:

― Faz um bom tempo que não nos vemos, Élen.
― A culpa não é minha, sabe disso. Aprendeu telepatia élfica, muito bem.
― Não seja irônica.
― Desculpe, não é divertido brincar com os guardas.
― Sim, deve ser muito mais divertido brincar comigo, mas não faça isso.
― Muito bem. O que quer?
― Estive pensando em levá-la para Ithilien.
― O que? Por que?
― Ora, não posso ter o prazer de sua companhia?
― É você quem está sendo irônico agora.
― Verdade. Está nervosa comigo?
― Não, meus problemas são com seu pai, não com você. Sabe disso. Por que quer me levar para Ithilien?
― A sombra já passou, não há mais motivo para Prendê-la. está aqui há muito tempo.
― Servindo a Sauron não imagina o estrago que faria nos seus bosques.
― O fato é que nunca assumiu sua culpa? Tem como provar que é inocente?
― Acredita que sou inocente?
― Talvez. Pode me convencer?
― Poderia, se Gandalf, Sarumã, Elrond e Galadriel ainda estivessem na Terra-Média.

Legolas se levantou, porque até então estivera abaixado a altura dos olhos da elfa. Voltou-lhe as costas dizendo:
― Verei o que posso fazer por você.
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Capítulo II

As últimas palavras de Legolas deixaram Thranduil inquieto. Ele se lembrava da amizade entre os dois elfos e de como Elenér tentou tirar proveito dessa para ser libertada. se naquela época Legolas tivesse se colocado a favor da amiga, provavelmente o rei a teria perdoado. Mas alguma coisa aconteceu e o jovem elfo ficou indiferente a sentença. Era difícil entender por que tanto interesse pela prisioneira.

― Meu filho, por que resolveu ver Elenér?
― Sonhei com ela há duas noites.
― Teve uma visão?
― Não – disse rindo – não. Sonhei com algo que ela me disse há muito tempo …
― O que ela lhe disse?
― … e pensei que seria bom tê-la em Ithilien. Sempre foi uma boa conselheira.
― Pretende levá-la para Ithilien?!
― Com a sua permissão.

Thranduil calou-se e olhou para o filho, que parecia perdido em seus pensamentos. Legolas recordava a conversa que tivera com Élen às portas do salão do rei.
Élen passou uma hora conversando com o rei e Legolas acreditava que na maior parte do tempo ela havia sido repreendida por caminhar sozinha em direção ao sul da floresta. Provavelmente era por isso que ela saía tão nervosa.

― O que foi? – disse o príncipe sorrindo.
― Seu pai que não me ouve – disse ela jogando a mão por cima do ombro esquerdo. O gesto e a entonação indicavam não só que ela estava nervosa, mas também que considerava o rei um completo idiota.
― Cuidado, ele suspeita de você. Acredita que de alguma forma você tem ligação com os sinistros acontecimentos ao sul.
― E tenho! Seu pai não percebe que grandes coisas estão para acontecer. Um novo poder está surgindo e o que está acontecendo agora apenas terminará na próxima era.
― De que poder está falando?
― Ainda não sei, mas ele influenciará o seu futuro, meu amigo.
― Há, há, há, claro! Agora me diga, esse poder vai me tornar rei?
― Não brinque. E não espere nada de seu pai, principalmente a coroa.
― Ótimo. Mais algum conselho?
― Ao fazer o bem, evite a notoriedade; ao fazer o mal, evite a autoconsciência.

A batalha, no dia seguinte, em Dol Guldur, a conversa recente e as circunstâncias nas quais Élen foi encontrada não deixaram dúvidas a Legolas quanto a culpa da amiga. Mas Élen conhecia Gandalf e, quando ele se aproximava da floresta, eles passavam muito tempo conversando às margens do rio da Floresta, porque a floresta tinha muitos olhos e ouvidos atentos.
Agora talvez Élen pudesse enganar a própria Galadriel, mas naquela época ela com certeza não poderia enganar o velho mago se realmente fosse aliada a Sauron.
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Capítulo III

― Já lhe disse que deveria pedir permissão para sair. Até o príncipe percebe como está pálida – disse o chefe da guarda.
― Estou bem, Kanotar. E não pedirei nada ao rei.
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