Esta não é a primeira vez — nem será a última — que estrelas de Hollywood revelam que recusaram papéis em produções que rapidamente se tornaram sucessos. Embora Russell Crowe já fosse um rosto conhecido por seu papel principal como o general romano Maximus Decimus Meridius em Gladiador (2000), o ator neozelandês disse que recusou US$ 100 milhões para fazer parte de O Senhor dos Anéis, um dos filmes mais importantes da história do cinema.
Apesar de ser um leitor ávido dos livros de J.R.R. Tolkien, o escritor britânico que deu vida ao romance épico de fantasia que o diretor Peter Jackson levou às telonas décadas depois, o ator de 61 anos revelou que “não se arrepende de sua decisão”. Mas o que o fez dizer não ao papel de Aragorn? De acordo com uma entrevista à revista britânica GQ, ele teve uma conversa telefônica constrangedora com o diretor neozelandês e percebeu que a coisa certa a fazer era não se candidatar ao papel que Viggo Mortensen interpretaria.
— Tive a sensação de que quem tomou a decisão de me contratar foi o estúdio, não o diretor do filme. Quando falei com Peter Jackson ao telefone, ele não me disse o tipo de coisa que um diretor diria se realmente quisesse te contratar para o projeto — explicou.
Como ele lembrou, por ter origens neozelandesas, percebeu que não estava convencido de que o queria para seu projeto.
— Eu simplesmente tive a impressão de que ele já tinha outro ator em mente para o papel. E se eu me apresentasse e aceitasse, eu estaria atrapalhando ele — acrescentou.
Em outra entrevista para um programa de rádio, o ator que interpretou Javert em Os Miseráveis (2012) deu a entender que os estúdios New Line Cinema estavam interessados em contratá-lo.
— Senti que ele foi forçado a falar comigo, porque houve um tempo em que todos me amavam em todos os lugares — disse ele.
Sua decisão permitiu que Mortensen se aprofundasse no papel de Aragorn. Com o passar dos anos, é difícil conceber outro ator que incorpore a essência do herdeiro do trono de Gondor. A trilogia, que arrecadou US$ 2,9 bilhões nas bilheterias globais, se tornou um marco cinematográfico que transcende o tempo.