Lá e de Volta Outra Vez: As Férias de um Hobbit – Capí­tulo 3

Escrito por Fábio Bettega

Autores: Smaug, Bagrong, Imadofus, Fëanor, Proview e Mith

Apresentação:

Depois dos maravilhosos Primeiro e Segundo capítulos do projeto Lá e de Volta Outra Vez – As Férias de um Hobbit, já se pode conferir o Terceiro!

Agora todos poderão ler mais um pouco do Histórico de O Hobbit, além das análises de outros personagens, como Gwaihir, Gollum, Beorn e os Wargs. E tem mais: a galeria de imagens está fenomenal!

Aproveitem!

 

 

Das datas e dos acontecimentos

 

Bilbo havia ficado para trás, após cair das costas de Dori. Depois de um período inconsciente, ele acordara em meio à escuridão, apavorado. Tateando em meio às sombras, ele encontrou um anel de metal, e guardou no bolso. Não sabia, mas aquilo iria mudar sua vida.

Andando entre os túneis, e seguindo quase a mesma trilha de Gandalf e os anões, ele encontrou Gollum. Bilbo errara apenas um corredor, o que o levou até a caverna de Gollum, onde se encontrava um lago largo, profundo e frio, que devia possuir cerca de 400 pés (algo em torno de 120 metros) de diâmetro, em cujo centro havia uma pequena ilha, onde o mesmo vivia.

Ali eles travaram um jogo de adivinhas. Se Gollum vencesse, ele iria fazer de Bilbo o seu banquete, e caso Bilbo vencesse, Gollum lhe mostraria a saída. De fato Bilbo saiu vencedor, ainda que não muito honestamente, o que fez com que Gollum não lhe mostrasse a saída de vontade própria. Bilbo somente escapou por sua astúcia e a ajuda do anel, que o deixara invisível, permitindo à ele seguir Gollum, que se dirigia à saída. Ele farejara os orcs na sala de vigia, onde estava a porta traseira da caverna. Era um cômodo pequeno, onde os orcs se amontoavam. Por ali Bilbo passou, invisível, alcançando a saída e o vale posterior.

A companhia dos anões, por outro lado, já passara por esse caminho antes. Bilbo, seguindo o mesmo caminho deles, não demorou a encontrá-los. Estando ainda invisível, aproximou-se sem ser notado, pegando-os de surpresa. Eram cerca de cinco horas da tarde de quinta feira, dia 19 de Julho. Após uma breve conversa, eles partiram com pressa, para garantir que os orcs não os seguissem. Antes do anoitecer chegaram a um deslizamento de terra, onde desceram e prosseguiram por entre os pinheiros, seguindo em direção ao Sul, chagando por fim numa clareira.

Ali ouviram um uivo longo e assustador. Imediatamente subiram nas árvores, a fim de proteger-se dos wargs que chegaram bem no momento em que Bilbo conseguira escalar uma árvore com a ajuda de Dori. Logo a clareira estava tomada por wargs, que preenchiam cada vez mais o local. Após ouvir um dos wargs se pronunciar aos demais, Gandalf descobriu que os orcs estavam vindo se encontrar com os wargs justamente ali, a fim de se vingar da morte do Grão-Orc. Gandalf sentindo o perigo aumentar a cada momento, resolveu agir, ateando fogo em pinhas e atirando-as nos lobos, que entraram em pânico.

O alvoroço chamou a atenção das �?guias, que chegando ao local, logo perceberam a situação, que ficara mais complicada com a chegada dos orcs. Estes não temiam o fogo, e o usaram contra Gandalf e seus companheiros, incendiando as árvores. A situação estava quase perdida, tanto que Gandalf resolvera se atirar lá de cima, sacrificando-se para eliminar a maior quantidade de orcs possível. Porém neste momento ele foi resgatado por Gwaihir, e assim os demais membros da companhia foram salvos pelas �?guias.

Após passarem uma noite dormindo nas montanhas, que eram a morada das �?guias, os anões, Gandalf e Bilbo foram levados até solo firme, de onde prosseguiram. Gandalf os conduziu através da Carrocha até a casa de Beorn. Uma ilustração da casa, feita por Tolkien, mostra que, segundo Karen: “… se a mesa de armar temporária tivesse cerca de 4 por 8 pés, a sala teria cerca de 20 por 35 pés, e a lareira central cerca de 6 por 8 pés�?, justificando assim que o recinto “parecia mais comprido que largo�?.

Ali puderam descansar e recompor suas forças para prosseguir. Beorn os acolheu gentilmente, e apesar de ser realmente alguém estranho para anões ou um hobbit, ele os tratou cordialmente, servindo comida e oferecendo camas. Pela manhã do dia 22 Beorn apareceu, após ter ficado fora por um dia. Arranjou-lhes pôneis, que os levariam até a entrada da floresta, providenciou comida para a viajem e deu-lhes arcos e flechas.

Arrumadas as bagagens, a Comitiva seguiu na direção norte e logo depois pegou a direção noroeste. No caminho iam encontrando cervos, pássaros, coelhos e outros animais belos. Beorn dissera-lhes que chegariam no Portão da Floresta no início do quarto dia de cavalgada. Ansiosos por encontrar a borda oeste da Floresta, avançaram durante o entardecer do terceiro dia e foram noite adentro, sob o luar.

Finalmente, um pouco antes da aurora do dia 25, avistaram a borda da Floresta das Trevas. Já muito perto do Portão, descansaram sob a sombra que se projetava das árvores. Depois disso, se prepararam para entrar. Gandalf os incentivou e deu conselhos, mas também consolou os anões ao dizer-lhes que não poderia seguir junto, tinha “alguns negócios urgentes no sul�? para resolver[1]. Os anões e Bilbo ficaram tristes, mas logo depois entraram na floresta, pela trilha conhecida como a Trilha dos Elfos.

Nela fizeram um percurso longo e muito assustador. “O ar não se movimentava sob o teto da floresta�?. Era muito raro verem a luz do Sol penetrar na floresta, assim o escuro predominava e os deixava mais ansiosos. Para Bilbo “parecia séculos�?. Trilharam o caminho durante meio mês, com uma média de cerca de 6,5 milhas por dia, até que em 16 de agosto, após 143 milhas percorridas, encontraram o Rio Encantado. Ele “era negro[2]�? e não muito largo; mas se alguém entrasse em contato com a água, cairia em sono profundo.

Bilbo conseguiu avistar um barco no outro lado do rio. Bolaram um esquema: primeiro arremessariam uma corda com um gancho para puxá-lo; depois trabalhariam com duas cordas: uma fixa no lado oposto para que os anões chegassem à borda leste puxando-a, já que não tinham remos, e a outra para os que ficassem na oeste pudessem puxar o barco de volta e assim se juntar com os que já haviam atravessado o rio.

Quando todos os anões tinham chegado na margem leste, menos Bombur, aconteceu o inesperado. De barulhos entre as árvores um veado surge e assusta a Comitiva, num salto poderoso atravessa o rio e faz Bombur, o anão gordo, que estava recém saindo do barco, tropeçar e cair na água do Rio Encantado. Antes que ele caísse em sono profundo, ainda conseguiu agarrar a corda que lhe jogaram. Mas quando foi d
eitado, encontrava-se dormindo profundamente com um sorriso no rosto.

Restavam ainda 45 milhas para percorrer de um total de 188. Dois trechos do livro indicam que Bombur dormiu durante quase 6 dias: “A uns quatro dias de distância do rio encantado chegaram a uma região onde a maioria das árvores eram faias […] Bombur ainda dormia�?, dois parágrafos depois: “dois dias depois viram que a trilha começava a descer…�?.

Na parada do 6º dia após a travessia do rio, Bilbo subiu numa alta árvore para avistar o quanto faltava para a borda leste da Floresta. Era pouco, mas Bilbo não percebeu. Ao relatar aos anões que só avistara árvores e mais árvores, eles amaldiçoaram o hobbit como se ele tivesse culpa. E neste momento, como de consolo, Bombur acordou. Sentia muita fome, mas as provisões dos anões havia praticamente acabado.

Foi então, que mais adiante, observaram um brilho vermelho fora da trilha. Era noite do dia 22 de agosto. Contrariando os conselhos de Beorn e Gandalf, os anões e Bilbo abandonam a trilha da floresta, e seguem a luz vermelha. Eles tinham escutado vozes, e tudo indicava ser um banquete, sejam de trolls, orcs ou de elfos, eles estavam famintos e a fome falou mais alto. Se eles se sairão bem ou não forem devorados, é assunto para o Capítulo 4, dia 22 de setembro.

Mapas:
Salvamento das �?guias (clique na imagem para ampliá-la)
A Casa de Beorn (clique na imagem para ampliá-la)

 

Histórico de O Hobbit

Meses de expectativa: o livro é publicado

Em menos de uma semana a editora londrina George Allan & Unwin enviou uma carta ao professor Tolkien, dizendo que estavam interessados na publicação do livro. Muito satisfeito, J.R.R. Tolkien mandou uma série de mapas para que fosse incluído à obra. A editora gostou, e mais tarde acabou publicando ao livro o Mapa de Thror e o Mapa das Terras Ermas, devidamente redesenhados, por conterem cores demais. Porém, antes de o livro ir para a gráfica, Tolkien havia proposto, com certa ingenuidade, que O Hobbit fosse impresso em tinta invisível, para que só pudesse ser lido contra a luz (como o caso das “letras da lua�? dos anões).

Rayner Unwin havia dito em seu relatório que “… esse livro não precisa de nenhuma ilustração�?, apesar disso, na mesma carta em que enviou os mapas, Tolkien ainda enviou um conjunto de ilustrações para compor seu livro. Os editores receberam com alegria, apesar de Tolkien ter feito uma autocrítica: “As gravuras parecem principalmente provar para mim que o autor simplesmente não sabe desenhar�?.No final das contas usaram 8 ilustrações, todas impressas em preto e branco.

Em fevereiro de 1937, Tolkien recebeu as provas do livro, que aparentemente estavam prontas para a impressão. A editora provavelmente pensou que Tolkien veria o produto final e daria o sinal verde, mas eles não conheciam-no bem ainda. Pois Tolkien resolveu reler o manuscrito, editando, acrescentando ou modificando trechos. Ele não tinha gostado da maneira como fizera tantos apartes ao leitor, e os cortou. Mesmo assim, permanecem 45 casos em que o autor conversa com o leitor.

Tolkien podia não ser o autor mais fácil com quem se trabalhar, mas esse era o seu jeito. Foram necessários 2 meses de trabalho, durante a primavera daquele ano. Durante esse tempo, os editores tentavam convencê-lo, dizendo que qualquer modificação a mais seria paga por ele. Inarredável, ele continuou retocando cada palavra. Por fim terminou, perto do início de junho. O problema seguinte seria a data de lançamento.

Tolkien preferia junho, mas a editora queria fins de setembro, para conquistar o mercado natalino. O professor ficou com medo que seus colegas catedráticos desconfiassem que ele tivesse usado fundos de sua bolsa, a Bolsa de Pesquisa da Leverhulme, como financiamento para a carreira de escritor, já que a bolsa tinha começado em outubro de 1936 e acabaria 1 ano depois. Mas a editora londrina convenceu que era uma preocupação desnecessária a de Tolkien.

Stanley Unwin e seus assessores tiveram tempo, então, para preparar o livro. E no dia 21 de setembro de 1937, a primeira edição de O Hobbit era lançada, pela George Allan & Unwin, na Inglaterra. As vendas foram boas e o livro esgotou-se perto do Natal. Certamente muitas crianças da época receberam um belo presente de Natal. E agora com o livro ao alcance de muitos, Tolkien tinha de estar preparado para receber elogios e críticas dos dois lados, e é o que vamos ver abaixo.

Críticas e Elogios: a Terra-média é conhecida

De início, os colegas de Tolkien não chegaram a conhecer O Hobbit, até que uma resenha do livro foi publicada no The Times. A reação deles foi de surpresa e um certo desprezo pela obra. As universidades de Oxford e Cambridge eram famosas por sempre criticarem em tom de gozação as novas obras publicadas, como uma espécie de autodefesa.
Apesar da ridicularização inicial, que já era esperada por Tolkien, os tais colegas acabaram por não poder permanecer muito tempo sem querer saber mais a respeito da obra.

C.S. Lewis, grande amigo de Tolkien, publicou uma crítica no The Times e depois no Times Literary Supplement a respeito d’O Hobbit, impressionando os contemporâneos de Tolkien ao ressaltar as enormes qualidades da obra, seu contexto magnificamente bem descrito e intrigante, e a simbiose surpreendente entre os personagens e o cenário.

Até poderia parecer suspeito Lewis tecer tais comentários, por ser grande amigo de Tolkien, mas mesmo após a amizade deles esfriar um pouco, Lewis continuou elogiando O Hobbit e chegou a prever o sucesso e importância que ele ainda atingiria. Independente da amizade, Lewis agiu com sinceridade.

Já no inverno de 1937 O Hobbit tornou-se um sucesso de vendas, e com isso Stanley Unwin esperou uma seqüência, e Tolkien estava animado a produzi-la. Em 1938 o livro já atingira o público americano (com a ressalva que Tolkien fizera de vetar qualquer possível parceria com a Disney, por cujas obras possuia aversão), onde foi muito bem recebido, atingindo o mesmo sucesso que obtivera na Grã Bretanha. No mesmo ano, Tolkien recebeu um prêmio do New York Herald Tribune, elegendo o Hobbit como o melhor livro juvenil do período.

Com toda esse sucesso inicial, Tolkien decidiu que não haveria de parar com a história, prontificando-se a escrever a sua seqüência. Todos sabemos o que se seguiu, mas isso já é outra história.

Adivinhas no Escuro

No mais profundo local adentro das gigantes Montanhas da Névoa, um estranho jogo acontecia, um jogo de adivinhas entre o jovem hobbit Bilbo e o errante hobbit Gollum. Essa história é conhecida por todos, pois está nar
rada em O Hobbit no capítulo Adivinhas no Escuro. Acontece que esta parte no livro vendido atualmente é bem diferente da versão publicada em 1937.

Ao contrário da publicação de 1951, a primeira trás um Gollum muito mais bondoso e honesto, que teme Bilbo (ou sua espada) e não ousa trapacear. Nesta versão as adivinhas são sugeridas por Sméagol para que ele parecesse amigável até descobrir tudo sobre seu adversário e o prêmio, caso Bilbo ganhasse, seria um presente: O Anel.

Está claro que Tolkien fez mudanças drásticas em Gollum, pois é difícil de imaginar essa criatura oferecendo seu precioso. Aliás, na primeira versão, Gollum usa o termo precioso para referir-se a si mesmo, não ao Anel.

O jogo de adivinhas se desenvolve de maneira muito semelhante nas duas versões, o grande contraste surge após a vitória de Bilbo. Neste momento, Gollum vai pegar o seu anel para dá-lo como presente ao vitorioso, mas não o encontra (pois ele já está com Bilbo), então recompensa o hobbit mostrando-lhe a saída. Caso Sméagol ganhasse, Bilbo viraria seu alimento (assim como na versão de 1951).

Após isso o desenrolar dos fatos volta a ser parecido nas duas versões, aonde Bilbo escapa da caverna dos Orcs por estar invisível usando o Anel.

Analisando as mudanças que Tolkien fez, está claro que o objetivo dele modificando a personalidade de Gollum era adequar-se aos acontecimentos de O Senhor dos Anéis e não deixar sua obra com controvérsias ou pontos mal explicados.

Curiosidade

Sobre a origem do nome de Gollum, segue um fragmento de uma nota retirada do texto (Adivinhas no Escuro). O autor da nota é o tradutor Fabiano Neme.

  • A palavra gull em norueguês arcaico significa “ouro�?. Nos manuscritos mais antigos, aparece como goll. Uma forma flexionada seria gollum, “ouro, tesouro, algo precioso�?. Também pode significar “anel�?, como pode se perceber na palavra composta “fingr-gull�?, “anel de dedo�? – questões que podem ter ocorrido a Tolkien.
Dos personagens

Gollum:

Quem visse o pobre Gollum no seu último ano de vida, jamais iria pensar que aquilo já foi um hobbit. Sméagol, como era antigamente chamado, era um hobbit da raça dos Grados, e vivia nos Campos de Lis. Pouco se sabe sobre sua vida antes de encontrar o Anel. Apenas que ele vivia com sua família, sua avó sendo a chefe. No dia do seu aniversário, por volta de 2463 da Terceira Era, Sméagol foi pescar com seu primo Déagol. Déagol acabou caindo na água, e achando o Anel que Isildur havia, muitos anos antes, deixado cair ali. O desejo de Sméagol pelo Anel levou-o a matar seu primo Déagol (sob a justificativa de que seria "seu presente de aniversário"). Esse ato fez Sméagol ser expulso da família por sua avó. Ele fugiu para o norte e se refugiou nas Montanhas Nevoentas, e passou a ser chamado de Gollum, por causa do som involuntário que fazia com sua garganta.

Gollum viveu, durante pouco menos de 500 anos com o Anel, num lago profundo no interior das Montanhas Nevoentas, se alimentando de peixe cru e até mesmo dos orcs que moravam ali. O Anel o deixava invisível aos olhos dos outros, o que tornava a caça muito mais fácil. Porém, no ano de 2941 da Terceira Era, Gollum perdeu seu Anel nas cavernas da montanha. Por coincidência uma comitiva de 13 anões, um mago e um hobbit passavam por ali. E, acidentalmente, o hobbit, Bilbo Bolseiro, acabou pondo a mão no Anel de Gollum, enquanto tateava o caminho para a saída. O resto da história pode ser lida logo acima, nesse mesmo artigo.

Beorn:

Personagem do Hobbit famoso por sua habilidade de "trocar de peles", Beorn era, em sua "pele" humana, um homem alto e forte de cabelos negros. Às vezes ele se apresentava em sua outra "pele", como um grande urso negro.
Beorn não é muito educado, mas é uma boa pessoa, adora seus animais e conversa com eles. Ele não come animais selvagens, se alimenta principalmente de pão, creme e mel de suas abelhas.

Beorn muito ajudou a comitiva dos anões, Bilbo e Gandalf. Tanto antes de irem para a Floresta das Trevas, quando passaram dois dias na casa de Beorn e depois pegaram emprestados alguns de seus pôneis até a borda da Floresta, quanto na batalha dos 5 exércitos, onde Beorn participou na luta contra os Orcs.

A origem do "dom" de Beorn é um enigma deixado por Tolkien, que é claro ao dizer que apesar de sua capacidade incomum, Beorn é humano. Alguns dizem que Radagast passou um pouco de seu poder para ele, mas não há confirmações de que essa teoria é verdadeira.

Nos apêndices do Senhor dos Anéis fala-se de algumas batalhas nos arredores da Floresta das Trevas, onde lutaram os descendentes de Beorn (que já havia morrido, provavelmente de velhice), os beornings, ocorridas durante a Guerra do Anel.

Gwaihir:

Dentre todos os pássaros, não seria enganoso dizer que as águias são os mais nobres. Criadas por Manwë e Yavanna antes mesmo do despertar dos primogênitos, essas gigantescas aves tiveram papel fundamental em diversos momentos ao longo da esplêndida história de Arda. A maior e mais poderosa de todas as águias foi Thorondor, pai de Gwaihir e Landroval, que liderou as aves por longos séculos.

Gwaihir é outro personagem de destaque nas histórias de Tolkien. Muito amigo dos magos e elfos (principalmente depois que Gandalf o curou de um ferimento envenenado) foi ele que resgatou o Mago Cinzento do alto da torre de Orthanc e do pico de Zirak-zigil, assim como foi ele que, com a ajuda de seu irmão e de Meneldor, salvou Frodo e Sam das enconstas do Orodruin depois da destruição do Um Anel.

Um dos feitos não menos notáveis dessa ave foi salvar Bilbo, Thorin e os outros anões durante a Demanda de Erebor, em 2941. A Companhia estava no alto de árvores que pegavam fogo, sendo também atacada por Orcs e Wargs quando foi salva pelo Senhor das �?guias das Montanhas Nebulosas, Gwaihir, que mais tarde os levou para Carrocha. Além disso, as águias tiveram uma valorosa participação na Batalha dos Cinco Exércitos.

Wargs:

Os wargs são enormes lobos selvagens que geralmente vivem na floresta, eles provavelmente são descendentes de Draugluin, que viveu na primeira Era. Essas criaturas usam sua própia língua (que é muito rudimentar) e na hora de batalha, estão quase sempre aliados aos Orcs, por quem são montados.

Em O Hobb
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os Wargs aparecem duas vezes: na primeira os anões, Bilbo e Gandalf confrontam os grandes lobos que habitam o Limiar do Ermo; A segunda é na batalha dos Cinco Exércitos, aonde os Wargs lutam junto dos Orcs.

Assim como em vários outros aspectos da obra de Tolkien, os Wargs são inspirados na mitologia nórdica, aonde aparecem lobos demoníacos como Fenrir e Skoll.

Galeria de Imagens

Bilbo na escuridão – "Não havia ninguém por perto."
"Muito devagar ele se levantou e, de quatro, tateou o chão, até tocar a parede do túnel, mas não encontrou nada nem acima nem abaixo: absolutamente nada, nenhum sinal de anões." (Capítulo V)

Gollum na ilha – "… o velho Gollum, uma pequena criatura viscosa."
"Gollum vivia numa ilha de pedra viscosa no meio do lago". (Cap. V)

Adivinhas no Escuro – "Que beleza e que moleza, meu preciossso!
"Gollum entrou no barco e afastou-se da ilha enquanto Bilbo estava sentado na borda, completamente atarantado, no fim do caminho e com o juízo no fim." (Cap. V)

Gollum é derrotado – "Gollum estava derrotado"
"Tinha perdido: perdido a presa, e perdido, também, a única coisa de que gostava, o seu precioso. O grito fez com que o coração de Bilbo lhe viesse à boca, mas mesmo assim ele continuou correndo.
– Ladrão, ladrão, ladrão! Bolseiro! Nós odeia ele, nós odeia ele para sempre!" (Cap. V)

As Montanhas da Névoa, vista para o Oeste – "… até que o sol começou a descer para o oeste."
"Escorregaram para dentro de um bosque de pinheiros que naquele trecho subia a encosta da montanha, vindo das florestas mais escuras e profundas do vale lá embaixo." (Cap. VI)

Salvamento das águias – "… prendeu-os nas garras e se foi."
"O Senhor das �?guias emitiu um grito forte, pois Gandalf agora lhe falara. As aves que estavam com ele voltaram e desceram como enormes sombras negras.
Outras aves voaram até as copas das árvores e agarraram os anões, que agora subiam mais alto do que jamais teriam ousado." (Cap. VI)

O Resgate de Bilbo – "O pobrezinho do Bilbo quase foi deixado para trás…"
"Conseguiu apenas agarrar as pernas de Dori, no momento em que Dori era levado, por último; e assim os dois passaram juntos por sobre o tumulto e o incêndio, Bilbo balançando no ar, com os braços quase se quebrando." (Cap. VI)

Bilbo acorda com o Sol da manhã em seus olhos – "Dormiu na rocha dura…"
"No dia seguinte Bilbo acordou com os primeiros raios do sol batendo em seus olhos. Levantou-se num salto para ver as horase pôr a chaleira no fogo – e percebeu que não estava em casa. Sentou-se e desejou em vão poder se lavar e pentear." (Cap. VII)

Beorn – "Ugh! Aqui estão eles."
"(…)No meio jazia um grande tronco de carvalho e, ao lado, vários galhos cortados. Perto estava um homem enorme com barba e cabelos negros espessos, os braços e as pernas descobertos, grandes, negros e musculosos. Vestia uma túnica que lhe descia até os joelhos e apoiava-se num grande machado." (Cap. VII)

No salão de Beorn – "Você chama dois de vários?
"Ali sentaram-se em bancos de madeira enquanto gandalf começava sua história, e Bilbo balançava as pernas penduradas e olhava as flores no jardim." (Cap. VII)

O Salão de Beorn – "…viram-se num salão amplo com uma lareira…"
"Embora fosse verão, havia lenha queimando e a fumaça subia até as vigas enegrecidas procurando a saída através de uma abertura no teto." (Cap. VII)

Bombur em sono profundo – "Estava encharcado do cabelo até as botas…"
"Quando o deitaram na margem, já estava num sono profundo, uma mão segurando a corda com tanta força que era impossível tirá-la dali; e num sono profundo permaneceu, apesar de tudo o que fizeram." (Cap. VIII)

Crédito das Imagens:
Alan Lee
Irmãos Hildebrandt
J.R.R. Tolkien
Steve LeCouilliard
Ted Nasmith

Notas

[1]. Negócios a resolver?

Mais tarde ficou-se sabendo que Gandalf fora participar de uma reunião. No ano de 2851 (um ano depois de Thráin II, pai de Thorin II, ter morrido – fatos narrados em ‘A Busca de Erebor’, Capítulo 2 deste projeto) Gandalf reúne-se com o Conselho Branco, à fim de convencer Saruman atacar Dol Guldur, porém Saruman impede. Ele estava interessado no Anel, e não quis atacar o lugar pois esperava que, deixando Sauron em paz, o Anel poderia-se revelar, e assim Saruman aproveitaria e tomava o Um para si.

Já em 2941, enquanto os anões iam para Erebor, Saruman mudou de idéia e aceitou a proposta de Gandalf para atacar a fortaleza de Sauron. As coisas tinham mudado de 2851 para 2941.

Em 2939 Saruman descobriu que o Senhor dos Escuro estava vasculhando o Grande Rio, perto dos Campos de Lis. Ele ficou alarmado com isto, por isso resolveu seguir a idéia de Gandalf mais tarde. Assim, atacando Dol Guldur, ele estaria atrapalhando Sauron de vasculhar o Anduin em busca de seu objeto de poder. Saruman teria a oportunidade de procurar pelo Anel sozinho.

Claro que na época da elaboração de O Hobbit essas questões ainda não existiam claramente. Foram acrescentadas depois, com o surgimento da saga do Anel. O Senhor dos Anéis e O Hobbit tinham de entrar em harmonia. Mas é aí que vemos que por trás do aparente livro infantil, uma Terra-média se move.

[2]. Sobre o Rio Encantado.

É descrito em O Hobbit que as águas do Rio E
ncantado, que cruza a grande Floresta das Trevas possui uma coloração escura. Curiosamente, um rio que cruza a maior floresta deste mundo, o Rio Negro, na Floresta Amazônica, também possui uma cor muito escura, tanto que ganha este nome.

O fato se dá por ela ser cercada de árvores, que quando as folhas delas caem na margem, juntamente com outras matérias orgânicas, ocorre uma acidez, liberando uma cor que a tinge desta cor escura. As águas deste rio não se misturam com a do Solimões, pois o Solimões é mais denso e quente.

Talvez seja uma curiosidade interessante para o fã, olhando por este lado. Mas pode ser apenas uma especulação.

Consultas

Livros

O Hobbit (J.R.R. Tolkien), Martins Fontes
O Atlas da Terra-média (Karen Wynn Fonstad), Martins Fontes
Tolkien – Uma Biografia (Michael White), Imago Editora

Sites
Valinor
Enciclopédia Valinor

 

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