Ted Nasmith relata sua visita ao Brasil.

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Escrito por pandatur
Na última semana do mês de Junho, o artista canadense [url=www.tednasmith.com]Ted Nasmith[/url], um dos mais famosos ilustradores da obra
 

Na última semana do mês de Junho, o artista canadense [url=www.tednasmith.com]Ted Nasmith[/url], um dos mais famosos ilustradores da obra de Tolkien pelo mundo, e seu filho Mike, visitaram o Brasil. Pedi a Nasmith que me enviasse um relatório de sua viagem, e eis sua resposta: "AS GRANDES AVENTURAS DE MIKE E TED Caro Henrique, Aqui vai um resumo da viagem, como você pediu. Eu estou enviando uma versão diferente da que escrevi para um amigo, para evitar problemas. -Ted. A Viagem: Para começar uma reviravolta bizarra na situação no aeroporto na hora do check-in quase cancelou todo um plano cuidadosamente feito. Mike e eu chegamos sem vistos para o Brasil, e nós tivemos que voltar! Aparentemente NINGUÉM pensou nisto! Basicamente, é responsabilidade da agência de viagens cuidar de todos os detalhes e requisitos de ingresso, mas alguém pisou na maionese nesta parte! Nós fomos forçados a retornar para casa e reportar a situação para os nossos anfitriões, que iniciaram uma luta dramática. Eu estava agendado para falar com a universidade patrocinadora na sexta feira pela manhã, o último dia do semestre, e esta era a noite de quarta feira. Se nós conseguíssemos um vôo na noite seguinte, nós poderíamos nos atrasar só um pouco, mas ainda chegar numa boa. O consulado do Brasil em Toronto pede um prazo de 10 dias, e nós preenchemos um formulário para solicitar os vistos, mas, devido � situação, e porque um dos meus anfitriões era um ministro do governo, as condições foram facilitadas, e eu e Mike recebemos nossos vistos antes do consulado fechar na quinta feira! Outro problema surgiu quando nós passamos pela burocracia da chegada, pois agora o tempo urgia. Foi prontamente arranjado para que nos encontrássemos com um agente federal no avião, que nos acompanhou pelos processos de costume rapidamente e nos liberou para a minha palestra pública com Lu Costa da revista Sci-Fi News e a autora Rosana Rios. Drama inesquecível! Uma vez no campus da UniFMU (uma universidade com diversos campi), nós nos encontramos com o diretor da universidade e sua equipe, um cavalheiro muito educado, que, através da senhora Rios, nos deu boas vindas. Fomos levados até o seu escritório e nos serviram o típico café expresso brasileiro. Até repórteres de jornais tiravam fotos nossas enquanto nós fazíamos pose e aproveitávamos o momento. No mandato desse diretor, universidade passou a fornecer bolsas de estudo para pessoas menos privilegiadas, o que eu fiquei muito feliz em ouvir. Rapidamente fomos para o auditório da palestra (eu mal tive tempo de trocar de camisa!), onde o público estava esperando pacientemente. Era o último dia do semestre, portanto era crucial que eu estivesse lá como planejado – mesmo que um pouco atrasado. Nosso avião tocou o chão �s 8:50 de sexta feira, e a palestra estava agendada para as 9:30. Era quase 10:45 quando comecei, eu acho. Depois de ter sido formalmente apresentado aos espectadores, e um pomposo (e impreciso – me colocando como participante nos filmes) discurso lido, nós todos, para a minha surpresa, nos levantamos para cantar o Hino Nacional! Enquanto isso acontecia, os operadores do projetor tiveram a oportunidade de preparar meus slides, que, inevitavelmente, alguns apareceram de cabeça para baixo, mas não se preocupe – eu estava lá agora! O evento deu certo e todos ficaram felizes. A senhora Rios traduziu para mim enquanto eu falava, um acordo que eu fiquei acostumado a usar com o passar dos dias. Quando tudo terminou, eu dei autógrafos e etc, e fui presenteado com alguns presentes, os primeiros de muitos para nós dois, na verdade. Após um delicioso (e imenso) churrasco do sudeste brasileiro, nós fomos levados até o hotel (muito bom, bastante elegante) para descansarmos durante a tarde – finalmente. Fomos pegos mais tarde pela senhora Costa da revista Sci-Fi News e levado para comer pizza e para conhecer seus colegas. Lu era uma das muitas pessoas amáveis que conhecemos. Eles nos providenciaram um táxi por todo o dia seguinte, e ela nos mostrou o lugar e nos fez companhia em outras ocasiões. Rosana e sua filha acompanharam a mim e a Mike por São Paulo no dia seguinte, nos mostrando os pontos turísticos e, mais tarde, eu mostrei meus slides e palestrei na Biblioteca Lobato para alguns fãs; e novamente fui traduzido enquanto falava. Lobato foi um famoso escritor de livros infantis no Brasil. Os fãs não estavam em peso, a esta altura, mas aqueles que estavam eram claramente os mais entusiastas. O projetor funcionou por muito tempo – aparentemente queria ajustar o foco automaticamente por vontade própria, fazendo com que o operador se esforçasse para controlá-lo (por baixo nós pensávamos que estaria escrito ‘Fabricado em Mordor’!). Novos presentes foram dados para mim e para Mike novamente, e depois fomos visitar o museu de arte (com guia) durante a tarde. Durante esse tempo, Mike foi ‘roubado’ por um grupo de jovens, e aquele grupo nos encontrou novamente mais tarde. O tempo no Brasil estava moderado – ensolarado e entre 18� e 24� – o ‘inverno’ deles! Era praticamente como o verão de Toronto! Mas muito melhor que o enfumaçado verão de 40�, eu suspeito. Após mais uma descansada no hotel, eu fui pego (Mike ficou para trás) para outro passeio em um local de estudo para jovens católicos, sob Opus Dei. Novamente, Rosana Rios serviu como uma ótima intérprete, e fui recebido calorosamente, e o Q&A estava especialmente perceptivo e interessante. Eu dei essa palestra a pedido de Ives Martins (em Brasília eu visitei o local de estudos também, mas não dei palestras). No domingo, nosso terceiro dia, nós fomos dormir preguiçosamente, então nós fomos visitar o pai de Ives (Dr. Ives), o advogado e membro do corpo de diretores do Estádio Morumbi. A partida de futebol deveria acontecer lá, com assentos VIP e tudo mais, mas o time adversário, Palmeiras, pressionou para jogar no Pacaembu, um estádio menor, mais simpático ao Palmeiras, do outro lado da cidade. Então o Dr. Ives conseguiu ingressos para aquele jogo, e nós conseguimos ingressos como todos os outros (que serviu muito bem para mim e para Mike), e chegando lá, após um suntuoso almoço próximo da casa do Dr. Ives, nós testemunhamos toda a excitação e festa de uma partida sob o sol brasileiro. Era tudo muito colorido, excitação com a polícia, tráfego, vendedores, e muito alvoroço e excitação. Estranhamente, apesar de ser uma partida difícil entre os dois rivais paulistas, o estádio tinha muitos lugares vazios, parcialmente porque os torcedores do São Paulo não estavam com força total contra Palmeiras, devido a duas derrotas consecutivas, pelo que ouvimos. Os fãs do Palmeiras estavam com força total e muito bem organizados, fazendo canções e batucadas, tudo muito bem coreografado. Isso incluiu fumaça colorida e fogos de artifício com as cores do clube sendo jogados no campo (!); tudo muito mágico para nós. Eles também abriram e fecharam uma bandeira de 100 polegadas por 100 polegadas nos in
tervalos – fantástico. Os árbitros possuíam verdadeiras escoltas armadas em seus lados quando entravam ou saíam do campo (além dos patrulheiros de fora do estádio, mas esses eram outra polícia – ambos organizados e com escudos para impedir revoltas. O campo no estádio era cercado como um campo militar, e os policiais patrulhavam o perímetro enquanto um helicóptero policial sobrevoava a área. Ouvimos falar que os fãs do Palmeiras tinham fama de violentos, e que os insultos eram gritados para jogadores do São Paulo (ou do Palmeiras, quando eram ruins!) não precisavam de tradução, brincou Rosana! Nós estávamos em uma minoria como torcedores do São Paulo (os outros torcedores nos superavam em 6 para 1), mas já que o Palmeiras venceu por 2 a 1, não havia porque nos atacar!! Foi uma experiência e tanto, mas Mike ficou mais fascinado ainda pela coisa toda – apesar do ‘nosso’ time ter perdido. Eu duvido que correríamos perigo se o resultado fosse o inverso, mas isso deu um sabor todo especial � coisa. Na manhã seguinte foi a nossa viagem para Brasília, e bem cedo fomos para o aeroporto da cidade. Chegamos lá em uma hora e meia, e no final da manhã, encontramos Ives e seus colegas Leo e Christine. Foi um grande momento finalmente conhecê-lo; eu estranhei o seu cargo alto, sendo formalmente um Ministro do Superior Tribunal do Trabalho. No Brasil, as disputas trabalhistas possuem sua própria divisão legal no judiciário, e centenas de casos são decididos todo mês. Novamente, como em nossa chegada em SP, nós fomos levados de carro praticamente direto (após o check-in no hotel e uma breve visita � catedral modernista) para um almoço com os oficiais da UniCEUB, na cobertura de um pomposo hotel branco. Eu não gostei muito do que estava para acontecer, mas eu levei meus slides e notas, Quando nós fomos diretamente para o local da palestra, na UniCEUB, sob pressão de tempo, devido � entrevistas para a TV que foram agendadas. Eu cheguei a ser cercado por belas repórteres de TV e repórteres de jornais, um display de livros e pôsteres, e uma platéia ansiosa de estudantes e fãs. Uma bela intérprete se apresentou, que iria fazer a tradução simultânea nos fones de ouvido dos espectadores enquanto eu falava. Mas antes disso eu fui fuzilado com perguntas de repórteres, em seu excelente inglês, e tirei fotos com Ives e outros oficiais, e estava me sentindo meio assustado e espantado! Quase excitado demais por dentro a esta altura, eu tive que dizer para mim mesmo que isto estava OK e que eu poderia lidar com isso – o que eu fiz, segurando o nervosismo (nós aparecemos no noticiário da TV naquela noite, apesar de eu não ter assistido). Então nós fomos para o auditório da palestra, e houve muita vibração quando entramos no auditório lotado (Mike estava muito espantado com isso, mas eu também estava!) Sem dúvida foi a melhor platéia em toa a minha vida; eu estava sendo recebido como um pop-star, como Ives alegremente comentou. Mas eles trabalharam muito para promover isto, e o resultado foi excelente. Haviam vários artigos escritos de antemão anunciando o evento, e eu fiquei muito grato por isso. Uma vez que controlamos a confusão dos slides (‘não perca a cabeça’ eu pensei!) – sem chance de preparar com antecedência, claro! -, tudo seguiu esplendidamente, e minha explanação foi mais polida desta vez. O método de tradução foi melhor, pois não me interrompia enquanto eu falava, apesar de, novamente, o projetor pular 2 ou 3 slides, quando o operador tentava passar de um em um! Mas você tem que rir de si mesmo e relaxar e continuar. O Q&A com tradução simultânea era uma maravilha da tecnologia, foi ajudado também por muitos estudantes que falavam em inglês. Algumas questões mais profundas foram discutidas, e então, após uma entrega formal de presentes da UniCEUB para mim, Mike e Ives, nós fomos ao lobby para dar autógrafos por mais de uma hora, alguns co-assinados por Ives em cópias de seu livro sobre Tolkien (o assunto que deu início a tudo isso). Algumas das garotas pediram o autógrafo de Mike, o que o divertiu muito! Nós fomos para mais alguns lugares depois disso, e depois para jantar em outra churrascaria. Os garçons traziam grandes cortes de carne e ofereciam fatias – frango, porco, carne, carneiro, etc, depois de ter se servido de saladas e outras coisas em um buffet. A carne em especial era de alta qualidade e deliciosa! Após o café da manhã na terça, Leo levou Mike e eu para passear de carro em Brasília, o que nós gostamos muito, e paramos no escritório de Ives para mais autógrafos e para presentear Ives com meu esboço de Aul� se prepara para destruir seus filhos, para o deleite de Ives (eu dei outro esboço – o salto de Beren – para Rosana). Mais fotos e uma entrevista para o porta-voz do governo, e autógrafos para a equipe e família, antes de irmos para o aeroporto. Voando de volta e ao se aproximar de São Paulo, nós tivemos uma vista inesquecível da cidade, onde o aeroporto doméstico fica no meio da cidade. Nós passamos perto de torres altas, que quase se podia tocar, e isso foi fantástico. Rosana, sua filha e Lu nos encontrou, e nós passamos algumas horas com elas antes de irmos para o aeroporto internacional para a viagem de volta. Três vôos em menos de 24 horas, mas nós chegamos em casa, apesar das conexões cansativas em Newark. Era como Chicago, quando voltei da Inglaterra, abril passado, passando pelas rotinas de checagem de bagagem, etc. Eu vi brasileiros dando impressões digitais e tirando fotos – mas eles nos fazem passar pela mesma rotina lá! Chegando em Toronto, não havia outros pousos no aeroporto, fazendo com que aterrizássemos rapidamente. E essa foi a nossa aventura no Brasil!" Meus sinceros agradecimentos ao grande Fabiano "Skywalker" pela tradução.

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