Valinor resenha "O Retorno do Rei" – parte I

Escrito por Fábio Bettega
É exatamente o que vocês estão pensando, pessoal. Hoje (aliás, ontem, porque já passou da meia-noite), tive a alegri
 

É exatamente o que vocês estão pensando, pessoal. Hoje (aliás, ontem, porque já passou da meia-noite), tive a alegria e o privilégio de assistir a pré-estréia de imprensa de “O Retorno do Rei”, das 9h45 às 13h. Esta a primeira parte das minhas impressões (e descrições!) sobre o filme – peço desculpas a todos pela demora, mas o dia foi pesado pra burro!

Bem, antes de mais nada, é bom avisar: SPOILERS E MAIS SPOILERS À FRENTE!

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OLHA OS SPOILERS!

Não digam que eu não avisei! Vamos à cena então.

Pra começar, sintomático da loucura circundando esses filmes e da dimensão gigantesca que a Trilogia do Anel ganhou foi que a gente não conseguiu assistir a cópia definitiva do filme, que, segundo a Warner, acabou ficando presa na alfândega e não foi liberada a tempo. A nossa versão era uma “cópia de trabalho” com marcas d’água – WB Brazil no canto esquerdo superior e Marcia Sandy (não me perguntem quem é!) no canto direito inferior. Por sorte, foi possível se habituar a essas marcas e assistir o filme decentemente.

Nossa história começa com uma minhoca se debatendo – não, não é arte conceitual, apenas o flashback da dupla Sméagol e Déagol preparando as iscas de seus anzóis nos Campos de Lis. Finalmente podemos ver Andy Serkis com seu verdadeiro rosto interpretando o hobbit. Os dois estão no seu barquinho quando um peixe dos grandes arrasta Déagol para o fundo do rio e ele agarra o Anel, trazendo-o para a margem.

A coisa é extremamente bem-feita e quase uma cópia da descrição dada por Gandalf em “A Sombra do Passado”. Estranha, no entanto, é a voz de Sméagol – já idêntica à que ele tem como Gollum. “Dê ele pra nós, Déagol, meu amor”, sussurra o hobbit – e uma luta violenta, tensa e muito bem-feita tem início. A gente já sabe o resultado – Sméagol estrangula seu parente e toma seu Precioso.

A sucessão é assustadora – em poucos minutos, presenciamos toda a transformação horrenda do hobbit em Gollum, com direito a peixxxe devorado vivo, e a fuga dele para o interior das Montanhas Sombrias. Andy Serkis dá um show mais uma vez, com maquiagem, o que faz pensar que o cara teria segurado perfeitamente a barra do personagem sem o computador.

Voltamos para o Gollum do presente ao lado de Frodo e Sam. Os hobbits estão se encaminhando para Minas Morgul e além e Sam tenta fazer com que Frodo coma um pouco de lembas. O detalhe do pão-de-viagem élfico logo vai se tornar importante – vocês vão ver por que em breve.

Corta para uma floresta estranha, meio fora de lugar, embaralhada – na verdade, parece ser a “mata” artificial de huorns que Théoden, Aragorn, Gandalf e os demais cruzam para chegar à Isengard. “O Retorno do Rei”, o título, finalmente aparece na tela enquanto todos se aproximam de Merry e Pippin, comendo e bebendo em meio aos despejos. “Bem-vindos, meus senhores, à Isengard”, diz Merry – a dupla parece ter bebido um pouquinho a mais e agora está aproveitando seu cachimbo.

Gandalf aproveita para deixar Isengard e Saruman nas mãos de Barbárvore, dizendo que o mago não é mais uma ameaça. Confesso que não senti falta do confronto entre os dois Istari. Pippin vê, no fundo do “lago” que cerca Orthanc, o palantír brilhando e o pega, mas Gandalf logo retoma o artefato. Dá pra ver na cara do jovem Tûk, no entanto, que ele está louco para dar uma nova olhada.

Voltamos para Edoras. As imagens são lindas. Théoden pede que todos “honrem os mortos vitoriosos” no Abismo de Helm e Rohan celebra o triunfo, enquanto Éowyn leva uma taça para Aragorn – “Waesthu hál!”, diz ela. Merry e Pippin não se fazem de rogados e dançam em cima de uma mesa, cantando uma canção sobre a famigerada taverna do Dragão Verde no Condado!

Enquanto todos estão dormindo, Pippin se prepara para fazer besteira. Ele pega o palantír dos braços de Gandalf, olha e dá de cara com o Olho. O efeito, para ser bem sincero, é meio tosco: é como se Pippin tivesse segurado um fio desencapado e estivesse levando um choque da pedra. Ele começa a gritar e o barulho acorda os outros. Aragorn tenta tirar o palantír e leva o mesmo “choque”, deixando a pedra cair – é aí que Gandalf intervém cobrindo-a com um manto e resolvendo o problema.

O incidente faz com que um conselho de guerra se reúna. Peter Jackson parece mesmo teimar em exibir um Théoden relutante, que diz não ter certeza de que valeria a pena mandar ajuda para Gondor… De qualquer maneira, Gandalf decide partir para falar com Denethor e leva o pobre Pippin junto com ele. A despedida dele e Merry é de partir coração de pedra.

Nisso, temos dois fios narrativos paralelos rolando. Um é Osgiliath: Faramir tenta impedir que a velha cidade seja retomada por orcs de Mordor. O combate é emocionante, mas os Dúnedain do Sul não têm a menor chance e acabam tendo que recuar. Detalhe: o líder dos orcs é a cara do Slot, de “Goonies”! Talvez seja uma homenagem de PJ.

A outra trama, claro, é a de Frodo, Sam e Gollum. As discussões esquizofrênicas do hobbit corrompido recomeçaram enquanto Frodo e Sam dormem, só que dessa vez Sam o escuta e parte para cima dele. Sam é violento em demasia e chega a arrancar um pouco de sangue da testa de Gollum – um exagero, na minha opinião. Sméagol, é claro, nega, e Frodo o defende. Fica claro que Gollum está usando toda a sua malícia para envenenar lentamente Frodo contra Sam, mas nada sério acontece – ainda.

A cena agora é uma floresta por onde um cortejo élfico passa – são os elfos de Valfenda escoltando Arwen para os Portos! Undómiel, no entanto, têm uma visão do futuro que poderia haver se ela ficasse – o pequeno Eldarion, seu filho, brincando ao lado de Aragorn. Confesso que derramei as primeiras lágrimas nesse ponto – e a elfa volta para Valfenda e tenta convencer Elrond a reforjar Narsil para ajudar seu amado.

O senhor de Valfenda continua pessimista, mas de repente Arwen sofre uma tontura – e a maior forçação de barra desta adaptação acontece. Elrond segura a mão da filha e diz “a vida dos Eldar a está deixando! Enquanto o poder de Sauron cresce, sua força diminui!”. HEIN??? COMO ASSIM??? Na ânsia de consertar a própria cagada (um Elrond não só relutante, mas covarde e totalmente pessimista que não quer ajudar), a equipe de produção precisou achar uma razão irrefutável para que o meio-elfo concordasse em ajudar na luta contra Sauron, e se saiu com essa. Desnecessário dizer que não faz o menor sentido. Mas tudo bem, finalmente a espada de Elendil é reforjada; nasce Andúril, a Chama do Oeste.

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Ufa! Por enquanto chega! Até Tolkien-repórteres precisam dormir. Mais no decorrer do domingo, pessoal!

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