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Autor da Semana Mário Palmério

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QUEM FOI

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Mário Palmério é um mineirinho nascido em Monte Carmelo, em 1 de março de 1916.
Foi professor, político e romancista brasileiro.
Seu pai Francisco Palmério tinha grande influência na região do triângulo mineiro e era bastante culto o que influenciou o jovem filho de forma cabal.
Mário Palmério fez seus estudos secundários no Colégio Diocesano de Uberaba e no Colégio Regina Pacis, de Araguari, licenciando-se em 1933. Em 1935 matriculou-se Escola Militar de Realengo no Rio de Janeiro mas desligou por motivos de saúde. Voltou pra MG onde arrumou trabalho em um banco sendo transferido pra São Paulo capital.
Na capital paulista, iniciou-se no magistério secundário, como professor de Matemática no Colégio Pan-Americano, estabelecimento de ensino então mantido pela Escola Paulista de Medicina. Passando a lecionar em outros estabelecimentos, pouco tempo depois Mário Palmério dedicava-se exclusivamente ao magistério. Em 1939 matriculou-se na seção de Matemática da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, época em que passou a lecionar também no Colégio Universitário da Escola Politécnica, por nomeação do governo daquele Estado.

Seu destino seria, entretanto, realizar obra educacional de maiores proporções e, atraído pelo extraordinário progresso que alcançava Uberaba e toda a região do triângulo, em virtude do desenvolvimento de sua pecuária de gado indiano, Mário Palmério deixou São Paulo para abrir naquela cidade mineira o Liceu do Triângulo Mineiro.

Em 1945 construiu imponente conjunto de edifícios, na cidade de Uberaba, para sede do Colégio do Triângulo Mineiro e da Escola Técnica de Comércio do Triângulo Mineiro, e visava já à criação da primeira escola superior a instalar-se na região. Em 1947 o governo federal autorizou o funcionamento da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, fundada por Mário Palmério, primeiro passo para a transformação de Uberaba em cidade universitária.

No Triângulo Mineiro, Mário Palmério fundou, em 1950, a Faculdade de Direito e, em 1953, a Faculdade de Medicina. Por essa época exercia o mandato de deputado federal por Minas Gerais, tendo sido eleito em 1950 na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro. Suas atividades desdobraram-se assim em dois setores importantes, o educacional e o da representação parlamentar. Em ambos, seu trabalho foi produtivo.

Na Câmara dos Deputados exerceu a vice-presidência da Comissão de Educação e Cultura durante todo o seu primeiro mandato (1950-1954). Reeleito em 1954, passou a integrar a Comissão de Orçamento e a Mesa da Câmara. Por indicação do presidente da Câmara dos Deputados, matriculou-se, em 1955, na Escola Superior de Guerra, onde concluiu o Curso Superior de Guerra. O exercício de seu mandato e suas outras atividades no Rio de Janeiro não impediram, entretanto, seu trabalho educacional em Uberaba, e Mário Palmério fundou, em 1956, a Escola de Engenharia do Triângulo Mineiro.

A exemplo de Graciliano Ramos, estréia na vida literária não propriamente tarde, mas a meio caminho: só aos 40 anos aparece seu primeiro livro, fruto quarentão de aventura intelectual cujo propósito era bem outro, isto é, a política. "Vila dos confins nasceu relatório, cresceu crônica e acabou romance...", segundo confessou o próprio autor.

Educador, político, literato, todo o trabalho nesses três largos campos de atividade ele realizou inspirado pelo amor à sua terra e à sua gente. A mesma inspiração levou-o a prosseguir, a tentar novas e fecundas iniciativas. Construiu em Uberaba a Cidade Universitária em terreno de área superior a 300 mil metros quadrados, e o Hospital Mário Palmério, da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central, maior nosocômio em todo o interior do Brasil.

Candidatando-se novamente, em 1958, foi reeleito pela terceira vez - e agora com mais expressiva votação - deputado federal por Minas Gerais. Em setembro de 1962, desejoso de afastar-se das lides partidárias, foi nomeado pelo presidente João Goulart para o cargo de embaixador do Brasil junto ao Governo do Paraguai. Assumiu o posto em 10 de outubro do mesmo ano.

Permaneceu nessa missão até abril de 1964; sua passagem pelo Paraguai, na condição de embaixador do Brasil, foi marcada por intenso trabalho, destacando-se a reforma e reinstalação do edifício da embaixada, a conclusão das obras do Colégio Experimental - doado ao Paraguai pelo governo brasileiro - e da Ponte Internacional de Foz do Iguaçu, e a instalação em novo edifício, amplo e central, do Serviço de Expansão e Propaganda, Missão Cultural e Consulado. Dando ênfase às atividades culturais e artísticas, Mário Palmério integrou-se admiravelmente no seio da intelectualidade paraguaia, estreitando-se assim, mais ainda e de forma duradoura, os laços de compreensão e amizade entre os dois países.

De regresso ao Brasil, Mário Palmério reencetou suas atividades literárias. Isolando-se em fazenda de sua propriedade, no sertão sudoeste de Mato Grosso - a Fazenda São José do Cangalha - escreveu Chapadão do Bugre, romance para o qual vinha colhendo, desde o êxito de Vila dos confins, abundante material lingüístico e de costumes regionais, e que recebeu de toda crítica os mais rasgados elogios. Lançado em outubro de 1965, o romance teve inúmeras edições.

Durante vários anos viajou de barco pelo rio Amazonas e seus afluentes, levantando dados sobre a realidade física, social e cultural da Região Amazônica. Em 1987 deixou de vez o Amazonas e voltou a morar em Uberaba, como presidente das Faculdades Integradas daquela cidade. Em 1988 recebeu a medalha Santos Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica.

Neste mesmo ano, Mário Palmério criou a Universidade de Uberaba, que atualmente conta com quarenta cursos superiores.

A faculdade de Monte Carmelo, sua terra natal, leva o seu nome, como forma de homenageá-lo: Fundação Carmelitana Mário Palmério. Oferece diversos cursos (Administração, Pedagogia, Letras, Ciência Biológicas), e vem se destacando pela qualidade de ensino.

Mário Palmério era casado com D. Cecília Arantes Palmério. Teve dois filhos, Marcelo e Marília.

Foi eleito para a cadeira 2 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Guimarães Rosa, em 4 de abril de 1968, e recebido em 22 de novembro de 1968 pelo acadêmico Cândido Mota Filho.

Morreu em 24 de setembro de 1996.

OBRAS

- Vila dos Confins - Romance (1956)
Ambientado no sertão mineiro, este magnifíco livro de Mario Palmério conta a estória de uma disputa eleitoral em uma cidadezinha de Minas Gerais na década de 1950.
O protagonista é o deputado Paulo Santos que apoia o candidato do seu partido para a prefeitura da cidade. Paulo Santos se mostra cansando da vida de politico, o que realmente deseja é descansar no interior, mesmo assim, trabalha com afinco na campanha do seu aliado.
O livro conta os detalhes da política ainda coronelista e de compra de votos que vigorava (vigora?) no interior das Minas Gerais. Relata a bagunça das alianças partidárias vigentes ainda hoje, tudo em troca de interesses, votos para os candidatos e cargos para os eleitores. Um pequeno trecho do livro demonstra a confusão das alianças partidárias:
“Veja como tudo tem mudado: nas eleições passadas, nós nos aliamos aos democratas para vencer os liberais; nas últimas, nos unimos aos liberais para derrotar os democratas; agora, o boato é que os democratas estão se aproximando dos liberais para acabarem com a gente… nessa confusão toda, sobram apenas os mais duros, que ninguém é bobo de fazer casa com pau bichado…”
A obra mostra também o dia a dia da população do sertão, os costumes da época, e descreve em detalhes a natureza da região, fazendo o leitor se sentir no sertão de Minas Gerais.

- Chapadão do Bugre - Romance - 1956
Chapadão do Bugre é um romance baseado numa história real e misteriosa ocorrida no interior de Minas Gerais no início do século, fato que não seria relevante se o povo da cidade em que tudo ocorreu, Passos, não acabasse por eleger a obra de Palmério como a mais original das versões sobre o episódio.

Como em Vila dos Confins, o escritor escolhido em 1968 para suceder João Guimarães Rosa na Academia Brasileira de Letras, nos leva ao Brasil dominado pelo coronelismo político, reconstruindo todas as facetas desta dominação e suas conseqüências para a comunidades e os indivíduos.

Mais amadurecido no manejo da composição, atuando com desembaraço e verdade no levantamento dos tipos mais expressivos de sua galeria de personagens, Mário Palmério, como este chapadão do Bugre, confirmou sua condição de ficcionista de ato nível, de escritor capaz de transpor para a literatura a linguagem e os costumes do homem do interior.

Altamente dramático, cruel e violento, o romance prende o leitor pela sua trama, mas é o tom de conversa entre compadres que o torna inesquecível.

- O Morro das Setes Voltas - Romance - Inédito
- Seleta..., organização, estudos e notas de Ivan Cavalcanti Proença (1974).


MEUS PITACOS

Já li os 2 romances dele que foram lançados, não sabia da existência desse inédito (???) e da Seleta, a organização citada acima. Posso dizer que ele é um excelente escritor que gostava da região de Minas Gerais e retratou muito bem o coronelismo e as eleições daquela região, que acredito que seja semelhante Brasil a fora.
Sobre o Chapadão do Bugre, trata-se de um atentado muito famoso que aconteceu na cidade da minha família (Passos-MG) onde foram assassinados vários manda-chuvas da região. Eu recomendo fortemente a leitura pra quem curte uma literatura nacional e para os mineiros do sul/sudoeste/triângulo digo que é leitura obrigatória.
Enfim, o cara é pouco conhecido aqui no fórum pelo o que tenho visto, mas é muito bom e quem perder um tempo lendo não irá se arrepender (espero que não).

Fontes:
Wikipédia
Literácio
Vestibular 1
 

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