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[Galford Strife] Prólogo do meu livro[L]

Lah vai, versão final (espero) do prólogo e versão inicila do Capitulo 1 (quase certeza que ainda sofrerá alterações):

Prólogo


O salão está cheio, o teatro da grande capital élfica é imenso, maior do que qualquer um já construído pelos humanos. E nesta noite irá sediar um evento um tanto incomum para um lugar que costumava receber grandiosos espetáculos artísticos. Esta noite o grande teatro élfico receberá um julgamento. Não o julgamento de um criminoso qualquer, fosse este o caso, seria sediado em seu devido lugar: o fórum. Mas esta é uma audiência especial, pois será julgado o elfo responsável pela quase morte da princesa do reino.

- Silêncio! – bradou o majestoso rei élfico.

A multidão, que há vários minutos já preenchia o teatro, cumpriu de imediato a ordem do rei, deixando o salão em silêncio total. Vários nobres elfos estavam presentes nos lugares mais altos e com vista privilegiada. Na parte superior direita, podia-se notar um grande camarote, que os frequentadores assíduos do teatro sabiam que pertencia a família real, mas nessa noite ela estava coberta com uma tela élfica, que era usada para dificultar a visão dos curiosos, tornando difícil para que as pessoas que estivessem fora dela conseguissem avistar quem estava ali presente. No centro do palco estava o rei em sua mesa, logo em sua frente encontrava-se a cadeira do réu, ainda vazia, e ao lado a bancada que havia sido montada para contar com a presença do conselho dos cinco. O conselho dos cinco, obviamente composto por cinco integrantes, era o nome dado ao grupo de conselheiros escolhidos pelo rei, que na maioria das vezes eram elfos com grande conhecimento científico e militar e em alguns casos podendo também contar com a presença de algum grande mago. No caso dos julgamentos a função deles é semelhante à de um júri, com a diferença de que ao invés de julgar o réu, eles somente aconselham o rei baseado no que veem no julgamento, podendo o rei seguir esses conselhos ou não, mas na grande maioria das vezes o desfecho se dava pela primeira opção, afinal, o rei tem que demonstrar confiança para com seus conselheiros.

- Tragam o acusado. – disse o rei, agora um pouco mais calmo, porém sempre demonstrando seriedade.

Uma grande porta, que ficava no lado direito do que normalmente era usado como palco, se abriu e por ela passaram alguns integrantes da guarda real que trajavam belas armaduras douradas. Logo após eles, o dito criminoso passou por ela, ele estava acorrentado de uma forma que chegava a ser exagerada, e trajava um capuz negro cobrindo toda a sua cabeça. Escoltado por dois guardas, o réu finalmente sentou-se no lugar que lhe havia sido destinado.

- Podem tirar-lhe o capuz. - ordenou o rei aos guardas.

Imediatamente após o mesmo ser removido, a “plateia” presente voltou a se agitar, afinal, a população ainda não havia tomado conhecimento de quem era o acusado. O fato que lhes causou grande espanto era o de o réu ser apenas um adolescente.

- Mas que tipo de ligação com o atentado que houve contra a vida da princesa pode ter um elfo tão jovem? – indagou uma elfa qualquer.

- Silêncio! - voltou a bradar o rei com autoridade.

Imediatamente a multidão aquietou-se e dirigiu os olhares ao jovem elfo, que se encontrava sentado e cabisbaixo. Sua situação chegava a ser deplorável, pois aparentemente não se banhava a um longo tempo, e trajava uma roupa imunda e com vários rasgos. A verdade é que o acontecimento principal que levou a esse julgamento havia ocorrido há exatos dois meses, e por todo esse tempo o jovem esteve preso, pois o rei não queria realizá-lo sem a sua filha estar presente para poder testemunhar, e para isso ela precisou passar por um longo período de recuperação, pois a ferida havia sido muito grave.

- O réu aqui presente responderá por atentado à coroa. Há dois meses ele tentou sequestrar a princesa e após alguns dias eles foram encontrados na cidade do Porto e a princesa estava gravemente ferida. Agora o acusado terá o direito de apresentar sua defesa, escolha bem suas palavras. – Disse o rei, tentando aparentar que estava calmo.


********************


- Não tenho muito mais a acrescentar além do que vossa majestade já sabe. Sou filho de um dos mais honrados generais que esse reino já teve, mas que infelizmente morreu nos defendendo contra os orcs nessa guerra que parece não ter fim. A pedido de meu pai, vossa majestade me autorizou a realizar o treinamento da guarda real, coisa que me levou a conhecer a princesa. Com o tempo a gente passou a conversar cada vez mais e nossa relação passou a ser mais do que uma princesa pode possuir com alguém que não seja da nobreza. Sabendo que não poderíamos viver juntos aqui em nosso reino, pois a princesa já estava prometida para outro, tentamos fugir para a cidade do porto, para tentar pegar alguma embarcação que nos levasse ao continente do leste. Infelizmente fomos atacados no caminho por um grupo de orcs e... – o acusado hesitou um pouco, sua expressão pareceu ter ficado bem mais triste. – Eu... Eu... Tentei... Eles eram muitos. Eram mais ou menos cinco deles, consegui lutar com alguns, mas... Não percebi que havia um sexto orc... – uma lágrima caiu do rosto do acusado. – E infelizmente ele conseguiu acertar a princesa com a sua espada, a sorte é que eu ainda consegui derrubá-lo a tempo de impedir que ele desferisse outro golpe. Depois a carreguei até a cidade do porto para buscar por ajuda e foi onde nos encontraram.


********************


A multidão estava perplexa com o depoimento do jovem elfo, afinal, os elfos em geral sempre tiveram um respeito muito grande por suas leis e tradições, e a princesa quase havia quebrado uma das mais importantes regras da nobreza. O rosto do rei também havia se alterado, sua pele, que já era muito branca, chegou a ficar quase da cor da neve.

- Você... Você alega que teve um romance recíproco com a princesa? – perguntou o rei, tentando disfarçar sua perplexidade.

- Sim, mas eu não tinha intenção de colocá-la em perigo. Ela é... Muito... Importante pra mim. – respondeu o acusado, tentando não demonstrar seu nervosismo.

- Saiba que isso é muito grave. E antes de ser importante pra você, a princesa é importante para o futuro do reino. – disse o rei.

O jovem elfo ficou em silêncio, pois sabia que nada do que dissesse lhe ajudaria, sua única esperança era a de que a princesa lhe ajudasse de alguma forma.

- Como o acusado aparenta não ter mais nada a declarar, peço que a princesa desça para depor. – disse o rei.

Após alguns minutos a porta voltou a se abrir. Uma linda e jovem elfa passou por ela, demonstrava claros sinais de fraqueza e caminhava com a ajuda de duas criadas. A princesa trajava um belíssimo vestido azul, que contrastava muito bem com seus longos cabelos vermelhos. Ela sentou-se em uma cadeira que estava posicionada um pouco ao lado de onde estava o rei.

- Princesa, você que estava acompanhando a audiência do camarote real, agora tem a liberdade para comentar sobre a versão do acusado e caso seja necessário, nos contar a sua. – disse o rei, já mais calmo do que anteriormente.

- Sua versão está correta. Mas peço perdão a vossa majestade e a todos os elfos de nosso reino. Sei que o que fiz foi errado, que não deveria ter caído nos encantos e nas mentiras desse elfo, mas quero que saibam que qualquer ligação emocional que eu possuía com ele não mais existe. Reconheço que ao segui-lo eu pus minha vida em perigo e poderia ter prejudicado o destino de nosso reino, além de ter traído meu prometido, e disso me arrependo muito. - a princesa fez uma breve pausa. - A conduta exercida pelo acusado, em nosso reino normalmente seria punida com a execução, coisa que eu estaria em total acordo. Porém, o fato de ter salvado a minha vida lhe garante o direito de que, ao menos seja estudada a hipótese de ganhar uma pena menos severa. Isso é tudo o que eu tenho a dizer vossa majestade. Se o senhor permitir, eu gostaria de retornar ao camarote, pois ali eu posso acompanhar o julgamento com mais conforto, devido a minha condição. Assim que melhorar, fico a disposição para, assim como o acusado, responder por meus atos. – disse a princesa (que manteve uma expressão vazia em seu rosto durante todo o tempo) com frieza.

Após ouvir isso, o jovem acusado teve uma mistura de emoções muito grande, não sabia se ficava triste, com raiva ou com medo de seu possível destino, mas uma coisa ele sabia: nada de bom iria acontecer naquela noite, ou no tempo que pudesse restar de sua agora miserável vida.

- A corte entrará em recesso por 2 horas, voltaremos com a decisão sobre o destino do acusado, obrigado. – disse o rei.


********************


Um velho elfo seguia seu caminho até a sala onde se reuniria com o rei e os demais membros do conselho, ele era o mais experiente dos cinco. Expressava certa preocupação em seu rosto, sabia que seu plano para proteger o acusado poderia não dar certo, mas ele havia encaminhado bem as coisas.

- Ora, Ora. Se não é o protetor dos bandidos... - Disse um elfo de rosto fino e cabelos negros que estava encostado na parede do corredor.

- Não tenho tempo para seus joguinhos, temos que nos reunir com o rei. - respondeu o conselheiro com desdém.

- Não adianta proteger esse ignóbil. Se ele for poupado, irei caçá-lo até no fim do mundo, pois ninguém me faz de idiota dessa forma. Acha que eu irei perdoar o infeliz que tentou roubar minha futura esposa? - Respondeu o estranho elfo, com uma expressão de muita raiva.

- Faça o que quiser. Não podemos deixar o rei esperar mais. Podemos ir? - Perguntou o conselheiro com um sorriso falso no rosto.

O prometido da princesa assentiu e saiu na frente do conselheiro, caminhando com pesados passos que demonstravam sua insatisfação. O velho deu um longo suspiro, sabia que aquele elfo tornaria as coisas mais difíceis.


********************


A população que compareceu ao julgamento não parava de falar sobre a pena que o acusado deveria sofrer. Alguns diziam que ele deveria ser executado, outros diziam que ele deveria virar escravo, alguns diziam que ele deveria passar a vida toda aprisionado, outros diziam que deveria ser jogado em território orc e deixado à própria sorte. Muitas eram as opiniões do povo, mas ninguém de fato sabia o que o conselho dos cinco iria dizer ao rei e que decisão que ele tomaria.

Pouco mais de duas horas haviam passado quando a porta tornou a se abrir. Por ela passaram o rei, o conselho e, pouco tempo depois, o réu sendo escoltado pelos guardas. Quando todos estavam em seus devidos lugares, o rei olhou para o público presente, havia chegado a hora de anunciar a sentença, ele respirou profundamente e disse:

- Chegamos à decisão da pena que será destinada ao acusado. Por ele ter salvado a vida da princesa e por seu pai ter salvado a minha em uma batalha há alguns anos, irei lhe poupar para pagar essa dívida que eu e o reino temos com ele. Porém, não podemos deixar nenhum crime contra a coroa sem punição. Já que o réu deseja fugir para o continente do leste, é pra lá que ele será mandado. Ele será exilado, não só do nosso reino, como do nosso continente. Caso venha aparecer aqui de novo, será punido com a morte. Seu nome será apagado de qualquer registro élfico, para não manchar a honra de seu pai. Em todo livro constará que ele foi o último de sua família e que não deixou herdeiros.

Enquanto o rei pronunciava essas palavras, o povo presente permanecia em silêncio total. A maioria esperava que o réu não fosse morto, pois o rei não era considerado uma má pessoa, pelo contrário, sempre foi visto com bons olhos por seu povo e sempre soube ser misericordioso quando necessário. Mas o que mais surpreendeu foi a decisão do exílio, pois há muito tempo nenhum elfo recebia tal pena, tanto que quase ninguém conhecia a marca que os exilados recebiam.

O rei direcionou seu olhar ao réu, que se manteve cabisbaixo durante todo o discurso, e disse:

- Acusado, agora você será levado para receber a marca do exílio e depois irá direto para a cidade do porto, onde irá embarcar em um navio que estará lá especialmente para te levar ao continente do leste. Que você nunca volte a pisar nessas terras. A partir de agora você não mais existe, e nunca existiu em nosso reino.


Capítulo 1


Era uma noite fria e a floresta de pinheiros estava coberta de neve. Um jovem elfo caminhava, quase sem forças, ainda com esperanças de encontrar uma saída daquele lugar. O jovem estava tão cansado e fraco que mal conseguia sentir frio, mesmo com os poucos trapos e a pouca pele que trajava. Durante o dia ele havia entrado em um feroz combate com um lobo. Precisava de alimento e naquela floresta não era fácil de encontrar animais no inverno. Ele acabou saindo vitorioso, matou o lobo com a pequena faca que possuía, mas ficou com vários ferimentos de mordida no corpo. Depois de esfolar o animal, ele comeu sua carne crua, pois seria muito difícil acender um fogo no meio de toda aquela neve. Não foi a refeição mais agradável que ele já teve, mas com a fome que estava nem se importava com isso. Depois de saciar sua fome, ele colocou a pele do falecido lobo em seus ombros. Era essa a única proteção que o jovem elfo tinha além de suas roupas rasgadas.

Ele não se lembrava de como havia sido levado para o meio daquela floresta, sua última recordação era a de ter sido escoltado para dentro de um barco, onde seria transportado para seu exílio. Ao entrar no barco sentiu uma pancada na cabeça e tudo havia ficado escuro, mas era óbvio que aquilo não o faria ficar desacordado durante todo o trajeto, algo mais havia acontecido, talvez alguma droga ou algo do tipo, mas isso estava longe de ser o que importava nesse momento.

A cada passo o elfo ficava mais fraco, mas ele precisava encontrar um abrigo para passar o restante da noite. Mas tudo estava ficando escuro e silencioso. Subitamente o jovem desabou no meio da neve, então tudo se apagou.


*******************


Galfrid Strife havia saído cedo para caçar. Ele era um general aposentado, havia sido um dos heróis na guerra que decretou a independência do reino de Kostaldia. O velho guerreiro vivia com seu filho em uma cabana no meio da floresta, que ficava na parte norte do reino. Era uma vida pacata para quem estava acostumado com as muitas batalhas que a guerra trazia, mas ele gostava da calmaria que essa nova vida lhe trazia, além de lhe proporcionar mais tempo para cuidar de seu filho.

Ele caminhava pela floresta em busca de algum animal que pudesse emboscar. O inverno deste ano era bem rigoroso, e nem sua longa barba loira o impedia de sentir a brisa gelada bater em seu rosto. Mas o ex-general já havia se acostumado com o clima da parte norte do continente e, mesmo preferindo o clima mais ameno da capital do reino, não mais se incomodava com o frio.

Algumas horas haviam se passado e ele não havia encontrado uma presa, a floresta estava bem silenciosa e parecia que ele teria que gastar mais algumas horas até encontrar algo. Quando finalmente ele conseguiu avistar alguns lobos, eram quatro no total, e estavam rodeando algo que parecia ser algum animal que eles haviam acabado de abater. Galfrid se agachou e começou a caminhar sorrateiramente, com um arco em mãos. Ele conseguiu se posicionar atrás de um pinheiro que estava a uma distância que ele conseguia ter uma visão que facilitaria sua mira.

Um dos lobos mordeu o ser caído e puxou algo que parecia ser um tecido, e o velho guerreiro percebeu que o que jazia ali não era um animal qualquer, era um humano. Rapidamente ele retirou uma flecha da aljava que carregava nas costas, e atirou contra o lobo que mordia o pobre coitado. A flecha atingiu o lobo, perfurando seu pescoço, ele soltou alguns guinchos desesperados e tombou. Os outros lobos correram assustados, não sabiam o que havia atacado seu companheiro.

O velho caminhou até o corpo para ver quem era o pobre homem que havia sido emboscado pelos lobos. Notou que o corpo estava coberto de machucados e algumas mordidas, mas nada que parecia ter sido fatal. Pegou o braço do homem e verificou que ele ainda tinha pulso, estava bem fraco, mas ele estava vivo. Tinha um rosto jovem, que estava com uma coloração levemente azulada por causa do frio. Galfrid tirou uma pele que estava usando como casaco para poder aquecer o pobre homem, e resolveu levá-lo até sua casa para que ele pudesse se recuperar de seus ferimentos. Mas, quando o ergueu pôde notar um fato que havia passado despercebido: o jovem que ali estava não era um homem comum, era um elfo.


********************


- Adoro deitar-me aqui para ver as estrelas.

A princesa élfica dizia para um jovem elfo da guarda real. Ela estava deitada no extenso gramado do jardim que era localizado na parte de trás do castelo. “O que eu estou fazendo aqui?”.

- Você pode deitar do meu lado para apreciá-las também. Não é como se um orc fosse invadir o castelo para me sequestrar... – disse a princesa, olhando para o jovem guarda.

- Desculpe... Mas... Eu não posso. Não que eu não queira... Quero dizer... – O jovem tentava formular uma resposta com certo nervosismo, afinal a princesa era linda e eles só podia se aproximar dela em caso de urgência.

- Não precisa ficar nervoso, sei que você não pode ser visto muito perto de mim. Mas as vezes isso é tão chato. Não tenho nenhum amigo verdadeiro, só pessoas que me bajulam pelo fato de eu ser a princesa. Não posso nem conversar com meu noivo, pois não tenho o mínimo de intimidade com ele. As pessoas pensam que a vida na realeza é uma coisa feliz, mas é muito triste. Você não escolhe seus amigos, não escolhe com quem vai casar... Eu só queria fugir disso tudo. – A princesa falou para o guarda em forma de desabafo.

- Princesa eu... Não sei o que dizer, eu sou apenas um guarda encarregado da sua segurança. – respondeu o jovem.

- Eu sei. Mas você parece ser diferente dos guardas anteriores... – a princesa fez uma breve pausa - Antes eu vivia fugindo para poder vir aqui no jardim. Mas você aceitou me acompanhar sem reclamar.

- As ordens que eu tenho são de te proteger e não deixar que a senhora saia desacompanhada. Eu estando junto, a senhora não fica desacompanhada. – disse o guarda, agora um pouco mais calmo.

- Você pode parar de me chamar de senhora. – disse a princesa com um sorriso.

- Desculpe, mas tenho que seguir as regras.

- Viu, era disso que eu falava anteriormente. – A princesa ficara com uma expressão mais triste e tornou a olhar para as estrelas.

De repente outro cenário se formou. “O que estava acontecendo?” A princesa estava abraçada com o jovem guarda. “Eu me lembro disso.”

- Eu não quero me casar com aquele elfo. É você que eu amo. Durante todo esse tempo, você que esteve do meu lado ouvindo meus problemas... Que sempre me apoiou... – A princesa falava para o guarda, enquanto uma lágrima descia por seu rosto.

- Princesa, eu... Não sei o que dizer... Eu também gosto de você, mas sabemos que é proibido. – Disse o jovem, tentando camuflar seus sentimentos, que eram maiores do que ele havia dito.

- Vamos fugir. Para longe daqui... Longe de tudo isso. Onde possamos ficar juntos sem essas regras idiotas. Podemos ir para o continente do leste. O que me diz? – A princesa perguntou com um olhar que demonstrava esperança.

Novamente a imagem se desfez. Dando lugar a outro acontecimento. Agora apareceu o que parecia ser o julgamento de um jovem elfo. “Isso é muito familiar... Será que estou sonhando? Espera... Aquele sou eu?!”

- Como o acusado aparenta não ter mais nada a declarar, peço que a princesa desça para depor. – disse o rei.

Uma linda elfa de cabelos vermelhos entrou por uma larga porta que estava próxima. Era carregada por duas criadas e demonstrava sinais de fraqueza. Essa cena não era estranha para o jovem elfo. A sensação de que já havia visto essa cena crescia a medida que a elfa chegava mais perto.

A princesa começou a falar que não o amava mais. “Como ela pode estar fazendo isso comigo? Ela queria que fugíssemos juntos. Porque ela está me humilhando publicamente?” O elfo começou a ficar desesperado.

- Se o senhor permitir, eu gostaria de retornar ao camarote, pois ali eu posso acompanhar o julgamento com mais conforto, devido a minha condição. Assim que melhorar, fico a disposição para, assim como o acusado, responder por meus atos. – disse a princesa com uma expressão fria no rosto.

- Não! – O jovem elfo gritou, levantando de seu assento. – Princesa, por quê? Princesa!


********************


- Princesa! – O jovem elfo levantou da cama gritando.

Galfrid estava sentado em uma mesa próxima. Quase havia engasgado com o pão que estava comendo.

- Bom dia garoto. Vejo que finalmente acordou. – disse enquanto recuperava o fôlego.

- Onde eu estou? – perguntou o elfo.

- Em minha casa. Mais precisamente em uma floresta que fica na parte norte do reino de Kostaldia. – respondeu o general aposentado.

- Como vim parar aqui?

- Não sei dizer. Você estava caído na floresta, por pouco não virou comida de lobo.

Aos poucos o jovem elfo recuperava a memória. Ele havia sido exilado de seu povo e levado ao continente leste, que era dominado pelos homens. Havia acordado em uma floresta desconhecida e procurava por saída. Depois disso deve ter desmaiado, pois lembra que tudo havia escurecido aos poucos.

- O que um faz um elfo aqui no continente dos homens? – Perguntou Galfrid.

- Não lembro muito bem... Alguém me deixou aqui... – O elfo ainda não se sentia seguro o suficiente para confiar a verdade a esse homem estranho.

- Não precisa mentir meu jovem, se eu lhe quisesse algum mau simplesmente o teria deixado para os lobos famintos. Eu costumava ser um general do exército desse reino, sei quando alguém está mentindo, principalmente quando é um jovem ingênuo. – Disse o general.

Realmente, ele tinha experiência com mentirosos, pois havia realizado o interrogatório de diversos bandidos na época em que servia o reino.

- Bom... Eu fui expulso de meu povo por tentar fugir com a princesa de nosso reino. Ela disse que me amava e queria ficar comigo... Eu... Eu ainda a amo, mas ela acabou negando tudo em meu julgamento. Fui exilado, nunca mais poderei voltar a pisar em terras élficas. – disse o jovem.

- Isso é uma coisa dura para se acontecer com alguém tão jovem... Sabe, o amor é uma coisa difícil. Não podemos saber o que se passa na cabeça das mulheres. Aliás, me chamo Galfrid – ele apontou para um garoto que estava encolhido, e com o olhar assustado, em um canto da parede – e aquele é meu filho Akross.

- Oi... – o elfo disse olhando para o garoto.

O jovem garoto apenas acenou para o elfo, mas continuava encolhido em seu canto. Por mais que estivesse assustado, mantinha o olhar fixo no visitante.

- Ele está assustado, não está acostumado com estranhos, ainda mais um estranho com orelhas grandes e pontudas... – após falar Galfrid deu uma gargalhada.

Esse era uma das características mais marcantes de um elfo. Tinham as orelhas com praticamente o dobro do tamanho de uma orelha humana, mas após passar do tamanho normal considerado para um humano comum, elas se afinavam até terminar em uma ponta.

- Terei que escondê-las, afinal, homens não costumam gostar de elfos... – disse o jovem.

- Muitos não gostam, muitos são fascinados por sua cultura, outros não têm opinião. Vocês elfos são muito fechados, muitos veem isso como arrogância, não acho que esse seja o caso, mas concordo que o melhor é que você esconda a orelha quando for sair... – ele deu uma pausa – Mas você está convidado a ficar aqui se quiser, uma ajuda é sempre boa. Akross é muito jovem para me ajudar com as coisas.

- Não é uma má ideia. Mas... – disse o jovem, até ser interrompido por Galfrid.

- Não me venha com “mas”, pelo menos até você se recuperar desses ferimentos você tem que ficar aqui. Depois você pode decidir.

- Obrigado.

- Não é nada. Você ainda não me disse seu nome.

- Perdi o direito de usar meu nome, não que seja medo de algum elfo saber que estou usando, mas longe do meu povo ele não tem mais significado nenhum pra mim. – disse o elfo, com ar triste.

- Você vai precisar de um nome por aqui... Que tal Galford? Era o nome do meu avô. Bom homem.

- Galford... Gostei.

***********************

E aí, o que estão achando?
 
Estou achando a princesa FDP e a história está legal.

Mas ta pouco ainda para classificar, precisamos de mais capítulos!
 
sei que pouca gente está acompanhando :-(

Mas, antes de escrever o capítulo 2, eu escrevi um parágrafo final para o Cap. 1, escrevi por causa de uma ideia que tive de ir acrescentando trechos de livros e diários existentes no mundo do livro, para que eu possa ir explicando os eventos históricos aos poucos e os leitores não ficarem perdidos. Segue o trecho que eu acrescentei no final do Capítulo 1:

“Está sendo difícil manter as cinco regiões do reino em ordem. A tarefa de um rei nunca é fácil. Mesmo mantendo governadores de confiança em cada um deles, sempre acontecem coisas que fogem ao seu controle. Recebi notícias de uma organização separatista se formando no reino de Kostaldia. A princípio não é nada que nos ameace muito, mas não posso deixar que esse grupo cresça a ponto de se transformar em uma dor de cabeça futuramente. Mandei uma das tropas de elite da capital, liderada por Gunther, meu general mais habilidoso, para o reino de Kostaldia. Suas ordens são para matar qualquer pessoa que possua alguma ligação com essa organização que ameaça a coroa...” Trecho extraído do diário do Rei Bastian (escrito no ano de 1327).
 
No livro Duna tem esse mesmo esquema de ter uma citação de um diário nos caítulos. Acho bem legal. Não sei se começou nesse livro...
 
Pois leia. É foda em muitos aspectos.
E, sim, todos os livros da série têm essa característica de começar cada capítulo com um excerto de algum texto fictício daquele universo e ir nos elucidando as coisas e tal.
 
então, eu li uma sinopse dele, e ele está na minha lista de "quero ler" do skoob, mas ainda estou com um monte de livros na frente (mas quero ler ele esse ano ainda). Agora estou lendo Fundação do Asimov...
 
Qual a vantagem de publicar nesse site? Que tipo de vantagens ele oferece?
 
toh tentando descobrir ainda, mas pelo que vejo bastante gente usa... aih tem como alcançar um pessoal e tals...

Oi Galford! Quero dar uma dica... não cheguei a ler o que você escreveu, fui atraído pra cá pelo título do tópico, sobre prólogo de um livro. Entretanto, por mais que escreva adequadamente e com habilidade na sua história, no momento em que se expressa com "toh", "aih", "tah", "tals" no fórum, você perde toda a credibilidade. Passa a imagem de um adolescente de 13 anos que resolveu escrever alguma história sobre League of Legends. :roll:

Por favor, não se ofenda... é só uma crítica. Se pretende ser escritor, é necessário que mantenha a conduta de escritor para garantir que terá credibilidade para despertar o interesse e respeito das pessoas. ;)
 
Oi Galford! Quero dar uma dica... não cheguei a ler o que você escreveu, fui atraído pra cá pelo título do tópico, sobre prólogo de um livro. Entretanto, por mais que escreva adequadamente e com habilidade na sua história, no momento em que se expressa com "toh", "aih", "tah", "tals" no fórum, você perde toda a credibilidade. Passa a imagem de um adolescente de 13 anos que resolveu escrever alguma história sobre League of Legends. :roll:

Por favor, não se ofenda... é só uma crítica. Se pretende ser escritor, é necessário que mantenha a conduta de escritor para garantir que terá credibilidade para despertar o interesse e respeito das pessoas. ;)

Nem tinha pensado nisso. Na verdade eu escrevo assim no fórum mais por praticidade, sou uma pessoa que separa as coisas, não penso que pelo fato de alguém escrever com essas "gírias" de internet ela não sabe escrever de fato. Mas sei que nem todos pensam assim e curti sua dica.
 
(...) não penso que pelo fato de alguém escrever com essas "gírias" de internet ela não sabe escrever de fato.

Eu entendo a questão de praticidade, e também escrevo de maneira informal, mas faço isso com pessoas específicas e em chat apenas (Facebook, Whatsapp, etc). Por exemplo, tenho mania de ignorar plurais, já que aqui no Sul nós tudo falamo quenem grosso, então nem tole de ficar ignorando essas merda de plural. :p Mas quando alguém que lê muito e/ou escreve muito vê você escrever de maneira informal, por indução acaba interpretando que a pessoa não sabe escrever, e pior, que é burra mesmo. Já ouviu falar de "desilusão ortográfico-amorosa"? Já fiquei com garotas que eu jamais poderia ter levado num relacionamento sério porque me mandavam mensagens assassinando a gramática!

Talvez seja extremismo meu, mas sei que não sou o único. :p
Depois vou ler seu prólogo e dar minha opinião... rs.
 
Eu entendo a questão de praticidade, e também escrevo de maneira informal, mas faço isso com pessoas específicas e em chat apenas (Facebook, Whatsapp, etc). Por exemplo, tenho mania de ignorar plurais, já que aqui no Sul nós tudo falamo quenem grosso, então nem tole de ficar ignorando essas merda de plural. :p Mas quando alguém que lê muito e/ou escreve muito vê você escrever de maneira informal, por indução acaba interpretando que a pessoa não sabe escrever, e pior, que é burra mesmo. Já ouviu falar de "desilusão ortográfico-amorosa"? Já fiquei com garotas que eu jamais poderia ter levado num relacionamento sério porque me mandavam mensagens assassinando a gramática!

Talvez seja extremismo meu, mas sei que não sou o único. :p
Depois vou ler seu prólogo e dar minha opinião... rs.

Entendo seu ponto de vista. O melhor é que eu me adeque mesmo, para poder agradar a todos. Quando for ler, leia a versão do wattpad, pois ela está mais revisada e completa. 8-)
 
Bem, agora posso fazer uma crítica, @Galford Strife ;p

Em primeiro lugar, você escreve com propriedade, tem um vocabulário adequado, ponto muito positivo (o que destoa da sua escrita informal, ou seja, causa crise de identidade... rs).
Vou agora destacar alguns pontos positivos (+) e negativos (-) que observei.

Esse começo de enredo está interessante, gostei da proposta do julgamento (+) e esse mergulho direto no meio da história (+), é um recurso que eu mesmo uso muito. Você se preocupa em descrever bem as cenas (+), mas ainda te falta um pouco de percepção na divisão das sentenças (frases)(-), que não estão tendo uma alternância harmoniosa e satisfatória. É o tipo de coisa que se adquire com mais leitura e mais prática, nada muito difícil, apenas um certo "feeling" que você logo pegará. Também falta cuidado com a repetição de sentenças (-), especialmente após diálogos, como "disse o rei" (...) "disse o rei". É algo que você precisa cuidar e consertar quando revisar o texto, antes de publicá-lo. Outro ponto negativo é que você se preocupa em descrever bem algumas cenas, mas as transições são abruptas e vagas (-), o que ressalta o contraste. E algo MUITO negativo é a alternância abrupta e breve de perspectiva/ponto de vista, como no caso do mais experiente dos conselheiros (-). Na verdade a alternância de perspectiva é um recurso usado por escritores profissionais, mas eu acho uma técnica muito pobre, por mudar o foco sem necessidade. Existem artifícios descritivos para tratar de casos assim, Tolkien era muito bom neles, se você ler alguns trechos de O Senhor dos Anéis vai acabar se inspirando. Sendo mais específico, você não deve mudar a perspectiva para outro personagem, faça uma descrição em terceira pessoa: "Enquanto isso, o conselheiro mais experiente dirigiu-se à sala (...), sendo tratado com desprezo e escárnio pelos seus colegas, que o insultaram (...), mas sobre os efeitos de sua interferência, o jovem elfo não saberia por muito tempo". > Volta à perspectiva original.

Não tenho tempo para fazer uma análise muito criteriosa para ti, apontando cada coisinha que me incomoda, quero apenas deixar um parecer: você não está pronto para publicar, mas tem um grande potencial. Não desanime; eu estava na mesma situação há poucos anos, e um amigo me disse com todas as letras o que repasso a você: aprender a escrever com qualidade exige vários anos de estudo, prática e refinamento. Continue escrevendo, LEIA MUITO, revise, nunca se canse de reler o que já escreveu, analisando o que está bom e o que pode melhorar. Tome cuidado com a coerência das sentenças, com a harmonia das descrições. Logo isso se torna automático, então você se acostumará a escrever "corrido", mas ao revisar já perceberá onde foi omisso e deverá complementar as descrições com transições adequadas.

Mas é isso aí, está no caminho certo, já tem uma boa habilidade, falta apenas refinamento para ficar em condições de publicar uma boa obra ;)

P.S.: não sei o que é wattpad, e já tinha lido quando você respondeu :p
 

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