Livro fala sobre galês inspirando Tolkien

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Escrito por Reinaldo José Lopes

Nos últimos anos do século 19, um menino inglês que crescia nos arredores de Birmingham se apaixonou pela primeira vez — um amor que durou a vida inteira. E a paixão era por uma língua estranha registrada em vagões cheios de carvão, em frases singelas como adeiladwyd 1887 — "construído em 1887". A língua era o galês e o menino era J.R.R. Tolkien, como conta um novo livro sobre a obra de Tolkien lançado por uma pesquisadora da Universidade de Cardiff, no País de Gales.

 

As informações são do site "WalesOnline", que teve acesso ao livro "Tolkien, Race and Cultural History: From Fairies to Hobbits" (Tolkien, Raça e História Cultural: De Fadas a Hobbits), de autoria de Dimitra Fimi. A pesquisadora de Cardiff mostra como a obra do Professor foi influenciada por sua paixão pelo galês, idioma que serviu como principal inspiração para o sindarin, a língua élfica mais usada no SdA e no legendarium da Terra-média como um todo.

Já adulto, após o lançamento do SdA, o Professor reconheceu numa palestra o profundo impacto do galês sobre sua obra e declarou seu amor a essa língua céltica: "É o idioma nativo ao qual, com um desejo inexplorado, ainda queremos retornar", afirmou ele.

Fimi, que é de origem grega mas vive e trabalha em Gales, reafirma a importância dos idiomas inventados para entender a obra de Tolkien. "Eles abrem uma porta diferente para a mente do autor. Para mim, não dá para separar o SdA das línguas que são faladas naquele mundo", declarou.

Para ela, a criação de línguas artificiais era um fenômeno relativamente comum durante a juventude de Tolkien. "Quando ele começou a criar a primeira língua élfica havia o esperanto, bem como cerca de 150 outros projetos desse tipo. Era tudo muito idealista, mas então chega a Primeira Guerra Mundial e joga por terra todos esses ideais", conta.

De acordo com Fimi, Tolkien via uma beleza intrínseca no galês, "algo antigo que precisava ser preservado e passado adiante". "A visão dele era que os sons se encaixam com o sentido das palavras de forma ideal. O som da linguagem seria quase como música na maneira como satisfaz o ouvido humano". Se alguém quiser comprar o livro de presente de Natal pra mim na Amazon, vou estar aceitando 😉

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