Azanulbizar – A Guerra dos Anões e dos Orcs

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Escrito por Gustavo Braga
Náin em Azanulbizar, por Jacek Kopalski

A Guerra entre os Anões e Orcs ocorreu nas Montanhas da Névoa entre 2793 e 2799, e foi um dos conflitos mais sangrentos da Terceira Era.

 

Tudo começou quando os Anões, comandados por Thrain II, declararam guerra aos Orcs das Montanhas da Névoa, em 2790, depois de o líder dos Orcs, Azog, ter matado Thrór, pai de Thrain, nos Portões de Moria; e não só o matou como gravou o seu nome na cabeça ferida do Anão, desfez o corpo em pedaços e o deu de alimento aos corvos, atirando aos Anões, que pediam a cabeça de volta, um saco de dinheiro como pagamento por ela. Durante três anos, Anões de diferentes casas e lugares da Terra-Média juntaram-se para formar um grande exército, tendo lançado o seu ataque contra os Orcs em 2793.

Muitas batalhas foram travadas nas cavernas e túneis sob as Montanhas da Névoa, onde os Anões eram inigualáveis em combate. Os Anões saquearam a fortaleza Orc debaixo do Monte Gundabad, entre muitas outras, caminhando em força para sul ao longo das montanhas e eliminando todos os grupos de Orcs que encontravam. Os Anões eram mais fortes e dispunham de melhor armamento, além de serem movidos pelo desejo vingativo de encontrar Azog e fazer justiça. Depois de seis anos de lutas incessantes, os Orcs das Montanhas da Névoa recuaram para Moria.

A Batalha de Nanduhirion

Em 2799, a última batalha da guerra deu-se fora do Portão Leste de Moria, no vale de Nanduhirion, a que os Anões chamam Azanulbizar, e também conhecido como Vale do Riacho Escuro. Mais tarde seria dito, acerca desta batalha, que fazia “os Orcs tremerem e os Anões chorarem”.

Os Anões vieram para o vale num dia escuro de Inverno e descobriram que estavam em desvantagem numérica para com os Orcs que lá se encontravam, estando um exército Orcs posicionado no sopé das montanhas circundantes, e com reforços vindo do Portão Leste.

Thrain comandou o primeiro assalto, mas as suas tropas foram rechaçadas para as florestas em redor do Lago-Espelho. Muitos Anões foram mortos, incluindo Fundin, pai de Balin, e Frerin, o filho mais novo de Thrain. Também Thrain foi ferido, bem como o seu filho mais velho, Thorin – que, tendo perdido o seu escudo, usou um ramo de carvalho no seu lugar (ficando conhecido mais tarde como Thorin Escudo de Carvalho).

Mais tarde naquele dia, uma tropa de guerreiros, sob as ordens de Náin, chegou dos Montes de Ferro, mudando a sorte da batalha. Avançaram até ao Portão Leste, onde Náin desafiou Azog a sair. O líder dos Orcs respondeu ao desafio, e os dois lutaram junto ao Portão. Náin estava cansado e furioso, e enquanto desferia um golpe em Azog, este lhe chutou a perna, fazendo com que caísse, e em seguida quebrou-lhe o pescoço. O filho de Náin, Dáin Pé-de-Ferro, vingou o seu pai decapitando Azog. A sua cabeça foi colocada numa estaca, com um saco de moedas dentro da boca.

Assim, os Anões acabaram por vencer a batalha. As forças dos Orcs foram devastadas, contando-se que morreram perto de dez mil; os sobreviventes fugiram para Sul. Vitoriosos, os Anões tinham, apesar de tudo, sofrido baixas pesadas, com metade do seu exército jazendo morto ou gravemente ferido. Não podendo construir túmulos de pedra, como era seu costume, para todos os soldados caídos, foram forçados a cremar os corpos. Mais tarde, aqueles que haviam perecido na Batalha de Azanulbizar seriam orgulhosamente chamados de “Anões cremados”.

Após a batalha, Thrain quis retomar Moria, mas os demais Anões recusaram, dizendo que tinham honrado a memória de Durin e isso era o melhor que podiam fazer na sua presente situação: estavam demasiado fracos para defender Moria caso os Orcs regressassem, ou sequer montar uma força que conseguisse conquistá-la, e, como Dáin lembrou a Thrain, o Balrog ainda habitava nas profundezas das minas. Os Anões voltaram às suas casas, e o povo de Thrain – que havia sido expulso da Montanha Solitária anos antes – estabeleceu-se nas Montanhas Azuis, a oeste de Eriador.

De entre os Orcs que fugiram, alguns foram para as Montanhas Brancas, onde tentaram refugiar-se, importunando o povo de Rohan; mas a maioria acabou por regressar para os túneis sob as Montanhas da Névoa e recuperaram alguma da sua força antiga. Ainda assim, graças à guerra contra Anões, os Orcs deixaram de constituir uma ameaça para Eriador, não voltando mais as suas atenções para o oeste, fora alguns pequenos focos de resistência que, ocasionalmente, atormentavam os viajantes. Anos mais tarde, os Orcs das Montanhas da Névoa seriam conduzidos, pelo filho de Azog, Bolg, a uma nova derrota na Batalha dos Cinco Exércitos – tendo Bolg caído pelas mãos de Beorn. Não obstante, as Montanhas da Névoa e Moria permaneceram infestadas de Orcs até à derrota de Sauron no final da Terceira Era.

Nomes e Etimologia:
A Batalha de Azanulbizar foi assim chamada devido ao nome do vale onde ocorreu. Azanulbizar era o nome do Vale do Riacho Escuro na Língua dos Anões, onde zn significa “escuro, turvo”, ûl, significa “riacho”, e bizar significa “vale”.

Fontes:

Thain’s Book
O Senhor dos Anéis – Apêndice A, “Os Regentes”, p. 341; “O povo de Durin” p.361-64
The History of Middle-earth, vol. VI, The Return of the Shadow: “The Mines of Moria,” p. 466, nota 36 (definição de Azanulbizar).

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