Denethor

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Escrito por Cassiano Ricardo Dalberto
denethor_1.jpgDenethor II foi o último Regente Governante de Gondor. Ele governou Gondor por 35 anos e defendeu sua terra e seu povo da crescente ameaça de Sauron. Mas durante a Guerra do Anel, Denethor ficou profundamente enlutado pela perda de seu filho mais velho, Boromir, e sucumbiu ao desespero quando Sauron mostrou-lhe visões da perdição de Gondor no palantír. Denethor queimou-se vivo e tentou levar Faramir, seu filho mais novo, com ele, mas enquanto Denethor pereceu em chamas, Faramir sobreviveu e tornou-se Regente de Aragorn, o Rei Elessar.
 

 

Denethor nasceu em 2930. Ele possuía duas irmãs mais velhas. Seu pai foi Ecthelion II, o 25º Regente Governante de Gondor.

Os Regentes originalmente serviam aos Reis de Gondor, mas após a linhagem dos Reis falhar, em 2050, os Regentes governaram Gondor como substitutos. Era o dever dos Regentes preservar e proteger o Reino até que um Rei retornasse. Os Regentes sentavam-se em uma cadeira aos pés da plataforma onde o trono do Rei permanecia vazio. Eles carregavam um bastão branco ao invés de uma coroa, e seu estandarte era completamente branco.

Denethor lembrava os antigos Reis de Númenor. Ele era alto e de comportamento régio, e possuía feições esculturais, pele clara, olhos negros e um nariz longo e curvo. Ele era valoroso e tornou-se hábil no uso da espada. Ele também era sábio e estudou e aprendeu os antigos conhecimentos de Gondor nos arquivos de Minas Tirith, aprendendo muita coisa que há muito tempo estava esquecida.

Conforme Denethor tornava-se adulto em Gondor, Sauron foi acumulando poder do outro lado do Anduin, em Mordor. Sauron retornou para Mordor em segredo em 2942, e em 2951 ele declarou abertamente sua presença e reconstruiu a Torre Negra de Barad-dûr. Em 2954 a Montanha da Perdição explodiu em chamas e os Homens de Gondor que viviam em Ithilien, nas margens de Mordor, foram forçados a fugir.

Ecthelion, pai de Denethor, respondeu à ameaça crescente reforçando as defesas de Gondor. Ele tomou muitos homens valorosos a seu serviço, incluindo um que se auto-intitulava Thorongil. Thorongil era muito admirado pelos outros capitães e especialmente por Ecthelion, que favorecia Thorongil acima de todos os outros, até mesmo de seu próprio filho. Ele valorizava os conselhos de Thorongil em questões de defesa e prestava atenção aos seus avisos para confiar no Mago Gandalf, mas não em Saruman. Denethor cresceu ressentido e encarou Thorongil como seu rival, apesar de Thorongil não ter feito nada para tentar usurpar a posição de Denethor.

Denethor era um homem perspicaz e discernidor, e ele aparentemente descobriu que Thorongil era de fato Aragorn, o Líder dos Dúnedain do Norte, e como tal, alguém que poderia reivindicar o trono de Gondor. Denethor suspeitou que Aragorn e Gandalf estivessem aliados para suplantá-lo. 

Denethor se opôs a ceder o governo de Gondor ao herdeiro do reino perdido de Arnor. Os reis de Gondor eram descendentes do filho de Elendil, Anárion, enquanto Arnor era governada pelos descendentes do outro filho de Elendil, Isildur. Os dois reinos foram separados por quase 3000 anos, e o Reino do Norte havia deixado de existir há mais de 1000 anos. Os Herdeiros de Isildur tornaram-se líderes de um povo nômade conhecido como Guardiões, e Denethor considerava que eles haviam perdido sua nobreza e dignidade.

Em 2980, Thorongil liderou um ataque em Umbar e derrotou os Corsários que eram aliados de Sauron. Mais tarde, ele não voltou a Minas Tirith e enviou uma mensagem de despedida para Ecthelion. Denethor não ficou triste em vê-lo partir, mas não se esqueceu dele e continuou a desconfiar de Gandalf.

Denethor tornou-se o 26º Regente Governante de Gondor após a morte de seu pai, em 2984. Ele era um governante forte, que ouvia os avisos de seus conselheiros, mas tomava suas próprias decisões. Denethor era um homem orgulhoso, e acreditava que ele estava destinado a governar Gondor na hora mais sombria. Logo ele retomou a cidade de Osgiliath, no Anduin, das forças de Sauron, e colocou uma guarnição lá como primeira linha de defesa contra Mordor.

Denethor casou-se com Finduilas, a filha do Príncipe Adrahil de Dol Amroth, em 2976. Ela era 20 anos mais nova do que ele. Eles tiveram dois filhos: Boromir, nascido em 2978, e Faramir, nascido em 2983. Denethor amava Finduilas, mas ela estava infeliz em Minas Tirith, distante do Mar, e a Sombra de Mordor a aterrorizava. Ela provavelmente tornou-se ciente também do esforço de seu marido, que resultou em seu uso do palantír. Finduilas morreu em 2988, e Denethor tornou-se ainda mais amargo e retirado.

Acredita-se que Denethor começou a usar o palantír logo após tornar-se Regente. Denethor estudou por muito tempo o conhecimento dos palantíri – as sete pedras usadas para comunicar e observar a grandes distâncias. O palantír de Minas Tirith, chamado de Pedra de Anor, foi mantido em segredo por muitos anos na Torre de Ecthelion. Temia-se que sua pedra companheira, a Pedra de Ithil, estivesse em posse de Sauron.

Denethor foi o primeiro Regente que atreveu-se a usar o palantír. Com o palantír, Denethor podia ver muitas coisas acontecendo por toda a Terra-média. Uma de suas motivações para usar a pedra era manter um olho em Gandalf e Aragorn, e tentar sobrepujá-los em conhecimento. Outro motivo era descobrir os planos de Sauron para defender Gondor contra um ataque que ele percebia ser iminente.

Após muitos anos, Sauron tornou-se ciente do uso do palantír por Denethor. Denethor tinha grande força de vontade, e ele inicialmente pôde manter o controle da Pedra de Anor e evitou que Sauron forçasse seu olhar para a Pedra de Ithil. O esforço custou caro a Denethor e ele começou a envelhecer prematuramente. Sauron não conseguiu quebrar a vontade de Denethor ou corrompê-lo como fez com Saruman, mas eventualmente ele conseguia manipular o que Denethor via no palantír, em um esforço para convencê-lo que a derrota era inevitável.

Denethor chegou a ver a si mesmo como o oponente primário de Sauron, e ele entendeu o conflito como sendo entre Mordor e Gondor, ao invés de incluir toda a Terra-média. De uma mentalidade parecida era seu filho mais velho, Boromir, que compartilhava o orgulho de seu pai pela força de Gondor, e conseguiu a preferência de seu pai como um filho leal e obediente. Em outras maneiras, porém, Boromir era diferente de seu pai – ele era um guerreiro e não estava interessado em conhecimento e sabedoria.

Faramir, por outro lado, compartilhava a inteligência e o discernimento de seu pai e nele, assim como em seu pai, o sangue de Númenor corria verdadeiramente. Mas Faramir era de uma natureza gentil e era inclinado a compreender e ter piedade dos outros, o que alguns viam como fraqueza. E apesar de ele também ser um guerreiro hábil, Faramir não estava interessado em glória para si mesmo, e ele acreditava que havia um bem maior acima de Gondor sozinha.

Faramir também tornou-se amigo de Gandalf, que visitava os arquivos de Minas Tirith periodicamente. Ele passou tempo com o Mago e aprendeu muito com ele, o que descontentava Denethor. Denethor via a amizade de Faramir com Gandalf como uma deslealdade a ele.

Em 3017 Gandalf foi a Minas Tirith uma vez mais para procurar nos arquivos. Ele encontrou um pergaminho escrito por Isildur, descrevendo o Um Anel de Sauron, que Gandalf começava a suspeitar estar em posse de Frodo Bolseiro no Condado. Denethor era familiarizado com muito do conteúdo dos arquivos, mas esse pergaminho em particular era desconhecido para ele, e Gandalf não compartilhou seus interesses com o Regente.

Em 20 de Junho de 3018, Sauron desferiu o primeiro ataque da Guerra do Anel. Uma força liderada pelo Senhor dos Nazgûl atacou Osgiliath. Ninguém pôde se opor à sua presença maligna, e a parte da cidade na margem oriental do Anduin foi tomada. Boromir e Faramir derrubaram a ponte e defenderam a metade ocidental da cidade. Mas o propósito de Sauron em ordenar o ataque era testar as defesas de Gondor e providenciar cobertura para os Nazgûl começarem a caçada pelo Um Anel, e uma vez cumprido, Sauron parou o ataque.

Boromir e Faramir contaram ao seu pai sobre um sonho que ambos compartilhavam:

Procure a Espada que foi quebrada:
Em Imladris ela está;
Mais fortes que de Morgul encantos
Conselhos lhe darão lá.
E lá um sinal vai ser revelado
Do Fim que está por vir,
E a Ruína de Isildur já acorda,
E o Pequeno já vai surgir.

A Sociedade do Anel: “O Conselho de Elrond,” p. 260

Denethor não contou aos seus filhos o que ele fez com esse enigma. Ele provavelmente entendeu que “a Espada que foi quebrada” se referia a Narsil, a espada de Elendil que foi quebrada em batalha contra Sauron e foi guardada pelos herdeiros de Isildur no Norte. Ele provavelmente pensou muito e com grande esforço sobre a Ruína de Isildur e pode eventualmente ter percebido que se tratava do Um Anel de Sauron.

Faramir voluntariou-se para viajar até Imladris, que denethor informou tratar-se de Valfenda, o lar de Senhor Élfico Elrond. Mas Boromir insistiu em tomar para si a jornada, e Denethor relutantemente concordou – uma decisão da qual ele se arrependeria amargamente.

Em 26 de Fevereiro de 3019, Boromir foi morto por um Uruk-hai em Amon Hen. Ele tentou pegar o Um Anel de Frodo, mas morreu honradamente defendendo Merry Brandebuque e Pippin Tûk. Denethor ouviu a Grande Corneta soada por Boromir à distância e foi preenchido por um mau presságio. Então a Grande Corneta foi encontrada quebrada em dois pedaços nas águas do Anduin. Os fragmentos da Corneta foram levados para Denethor, que os guardou em sua capa, enquanto aguardava notícias sobre o destino de seu filho. Todavia, em seu coração ele sabia que seu amado filho estava morto.

Denethor ficou profundamente enlutado pela morte de Boromir, e foi um golpe severo para seu espírito e sua mente. No entanto, ele continuou a preparar-se para a guerra próxima com Sauron. Ele usava sua cota de malha e sua espada o tempo todo, até mesmo dormindo, para manter-se forte e preparado. Ele ordenou o reparo da Rammas Echor – a grande muralha externa que cercava os Campos de Pellenor. As mulheres e crianças de Minas Tirith foram evacuados para as províncias do sul de Gondor.

Em 8 de Março chegou uma notícia de que uma frota de Corsários estava preparada para atacar Gondor no sul. Na manhã seguinte, Denethor ordenou que fossem acesas as Colinas dos Faróis para pedir o auxílio de Rohan. Denethor também enviou um mensageiro chamado Hirgon para Rohan, carregando a Flecha Vermelha, como um sinal da necessidade de Gondor. O Rei Théoden recebeu a Flecha Vermelha na manhã de 9 de Março. Tropas também foram convocadas dos feudos do sul de Gondor, e elas chegaram a Minas Tirith em 9 de Março.

Nesse mesmo dia, Gandalf chegou a Minas Tirith com o Pequeno Pippin Tûk. Gandalf trouxe notícias sobre a vitória contra as forças de Saruman na Batalha do Abismo de Helm em Rohan, mas Denethor já sabia a respeito através do uso do palantír. Ele estava mais interessado em escutar um relato de Pippin sobre a morte de Boromir, dizendo “Mas, embora todos os sinais prenunciem que o fim de Gondor se aproxima, menor para mim agora é essa treva que a minha própria treva.” (RdR, p. 13)

Através de cuidadosamente questionar o Hobbit, Denethor confirmou sua suspeita de que Aragorn estava vindo para Minas Tirith com Narsil reforjada. Ele acreditava que Aragorn pretendia tomar o governo de Gondor com o auxílio de Gandalf. Denethor não tinha intenção em permitir que isso acontecesse.

Pippin ofereceu sua espada e sua lealdade a Denethor. Denethor aceitou, pois mesmo acreditando que a intenção de Pippin era espioná-lo e reportar para Gandalf, o gesto o tocou e o entreteu. Ele também esperava descobrir mais de Pippin com o Hobbit próximo a ele.

No dia seguinte, Faramir retornou de patrulha em Ithilien e reportou que ele havia encontrado Frodo. Denethor ficou furioso por Faramir não ter trazido o Um Anel apara ele, como ele acreditava que Boromir teria feito. Ele enganadamente acreditou que a força e a lealdade de Boromir permitiriam que ele superasse a tentação do Anel. Ele via Faramir como desleal e sob influência de Gandalf. Denethor disse a Faramir que ele desejava que o destino de seus filhos fosse invertido – que Boromir tivesse sobrevivido e Faramir morrido.

Denethor sentia que a Ruína de Isildur não deveria ser levada para Mordor para ser destruída, mas, ao invés disso, “deveria ter sido guardada, escondida, muito bem escondida. Não usada, eu lhe digo, exceto numa extrema necessidade, mas colocada fora de alcance dele, a não ser que ocorresse uma vitória tão decisiva que o que acontecesse depois não nos incomodasse, pois estaríamos mortos.” (RdR, p. 77)

Gandalf apontou que eles possuíam uma obrigação com as pessoas além do reino de Gondor, e com as futuras gerações, e também disse que Denethor não seria capaz de resistir à tentação do Anel, não importa quão profundo ele fosse escondido. Mas Denethor orgulhava-se de sua própria força a da importância suprema de Gondor, e não levou esses argumentos em consideração.

No dia seguinte, em 11 de Março, Denethor convocou um conselho de seus capitães. Ele anunciou sua intenção de enviar uma força para defender a travessia do rio em Osgiliath. Faramir acreditava ser uma missão perdida, uma vez que eles estaria em grande desvantagem numérica para as forças de Sauron, apesar de ter se voluntariado a ir.

“Uma vez que Boromir lhe foi roubado, farei o que puder no lugar dele – se o senhor assim ordenar.”
“Assim ordeno” – disse Denethor.
“Então adeus” – disse Faramir. “Mas, se eu retornar, faça melhor juízo de mim.”
“Isso depende de como você retornar” – disse Denethor.

O Retorno do Rei: “O cerco de Gondor,” p. 80-81

Faramir partiu imediatamente para Osgiliath. Um grande exército liderado pelo Senhor dos Nazgûl chegou em 12 de Março e rapidamente tomou a passagem do rio. Faramir e seus homens estavam em desvantagem numérica de 10 para 1, e foram forçados a recuarem para a Ramas Echor. As forças inimigas invadiram a muralha em 13 de Março e dominaram os Campos do Pellenor. Faramir estava decidido a permanecer com seus homens até o fim.

Denethor sentou-se em uma alta câmara na Torre de Ecthelion, observando a retirada. Ele sabia que as forças inimigas eram lideradas pelo Senhor dos Nazgûl, e ele também sabia que outra força havia capturado Cair Andros e cruzado o rio mais ao norte. Esse conhecimento possivelmente foi adquirido através do palantír, que Denethor consultava com crescente freqüência.

Mas Denethor não sabia novidades sobre se os Rohirrim estavam vindo em resposta ao seu pedido de ajuda. Hirgon, o mensageiro enviado a Rohan, foi morto na jornada de volta a Minas Tirith. É possível que o palantír não pudesse ser usado nessa questão pois Sauron já era capaz de controlar o que era visto por Denethor, cuja vontade fora enfraquecida pela perda do filho mais velho

Denethor enviou uma tropa liderada pelo Príncipe Imrahil para ajudar os homens que estavam recuando ante as forças de Sauron. Um terço dos homens haviam sido mortos e muitos mais estavam feridos, incluindo Faramir. O filho mais novo de Denethor foi trazido inconsciente e próximo da morte até a sala de Denethor na Torre de Ecthelion.

Denethor foi até a sala secreta no topo da Torre e consultou o palantír mais uma vez. Ele ficou chocado com o que viu. Provavelmente lhe foi mostrada uma visão de Frodo, que naquele mesmo dia havia sido capturado pelos Orcs da Torre de Cirith Ungol. Denethor acreditou que o Anel também havia sido capturado: “A esperança do tolo fracassou. O Inimigo descobriu isso, e agora seu poder aumenta; ele enxerga nossos próprios pensamentos, e tudo o que fizermos será desastroso.” (RdR, p. 88) Mas a desconhecimento de Denethor, Sam Gamgi estava com o Um Anel e mais tarde resgatou Frodo.

Denethor retornou para sentar ao lado do leito de seu filho. Ele estava profundamente entristecido e arrependido de seus atos com Faramir. “Enviei meu filho, sem meus agradecimentos, sem minha bênção, em direção a um perigo desnecessário, e aqui jaz ele, como veneno nas veias.” (RdR, p. 88) O escudeiro de Denethor, Pippin Tûk, permaneceu com ele durante essas horas sombrias.

E enquanto observava teve a impressão de que Denethor envelhecia diante de seus olhos, como se algo tivesse arrebentado em sua altiva obstinação, derrotando sua vontade inflexível. Talvez a tristeza tivesse feito aquilo, e o remorso. Naquele rosto outrora empedernido, Pippin enxergava lágrimas , mais insuportáveis que a ira.

O Retorno do Rei: “O cerco de Gondor,” p. 88

Visões mais distantes no palantír mostraram a Denethor uma frota de navios Corsários navegando Anduin acima, em direção a Minas Tirith. Ele não sabia que a frota era comandada por Aragorn, que estava vindo a resgate de Gondor. Denethor acreditou que Gondor estava prestes a ser destruída e que ele estava prestes a perder seu único filho e herdeiro restante. Frente a essas perdas insuportáveis, a mente de Denethor fracassou e ele caiu em loucura e desespero.

Denethor abandonou o controle das defesas de Gondor, e Gandalf foi forçado a cuidar das mesmas em seu lugar. A Cidade estava sitiada e o primeiro nível estava em chamas, e os homens estavam abandonando seus postos. Mas Denethor manteve-se impassível.

“Por quê? Por que fogem os tolos?” – disse Denethor. “É melhor ser queimado mais cedo que mais tarde, pois esse será nosso fim. Voltem para a sua fogueira! E eu? Eu irei agora para a minha pira. Para a minha pira. Nada de túmulo para Denethor e Faramir. Nada disso! Nada de longos sonos de morte embalsamada. Vamos arder como arderam os reis bárbaros antes que qualquer navio tivesse vindo do oeste para cá. O Ocidente fracassou. Voltem e queimem!” 
O Retorno do Rei: “O cerco de Gondor,” p. 90

Nas primeiras horas de 15 de Março, Denethor carregou Faramir para a Casa dos Regentes na Rua Silenciosa, onde os Regentes de Gondor eram tradicionalmente sepultados. Ele ordenou que uma pira fosse feita para queimar ele e seu filho vivos. Foi empilhado madeira ao redor de Faramir, e ele foi banhado com óleo.

Pippin correu para procurar a ajuda de Beregond e Gandalf. Gandalf foi forçado a abandonar a perseguição ao Senhor dos Nazgûl, que partira para matar Théoden de Rohan antes de ser ele mesmo morto por Éowyn e Merry.

Na Casa dos Regentes, Gandalf resgatou Faramir da pira. Ele tentou convencer Denethor a encarar o inimigo com um líder de seu povo e, se necessário, morrer honravelmente em batalha ao invés de cometer suicídio. Mas denethor havia perdido toda a esperança. As visões a ele mostradas por Sauron no palantír o convenceram de que a derrota era inevitável.

“Tu pensaste que os olhos da Torre Branca estavam cegos? Não, vi mais do que sabes, Tolo Cinzento. Pois tua esperança é apenas fruto da ignorância. Então vai e trabalha na cura! Avança e luta! Vaidade. Por pouco tempo pode-se triunfar no campo, por um dia. Mas contra o Poder que agora se levanta não há vitória.”

O Retorno do Rei: “A Pira de Denethor,” p. 120

Além disso, mesmo se um breve adiamento fosse possível, Denethor não iria querer conceder o governo de Gondor a Aragorn.

“Sou um Regente da Casa de Anárion. Não vou me rebaixar para ser o camareiro caduco de um arrivista. Mesmo que a reivindicação dele se mostrasse autêntica, ainda assim ele apenas pertence à linhagem de Isildur. Não me curvaria diante desse sujeito, o último representante de uma casa destruída, há muito tempo desprovida de realeza e dignidade.”

“Então, o que escolheria você” – disse Gandalf, – “se seu desejo pudesse ser realizado?”

“Eu escolheria as coisas como elas sempre foram em todos os dias da minha vida” – respondeu Denethor, – “e nos dias de meus antepassados que me precederam: ser o Senhor desta Cidade em paz, e deixar meu lugar para um filho depois de mim, um filho que fosse dono da própria vontade, e não o pupilo de um mago. Mas se o destino me nega isso, então não quero nada: nem a vida diminuída, nem o amor pela metade, nem a honra abalada.”
O Retorno do Rei: “A Pira de Denethor,” p. 121

Denethor então tentou matar Faramir com uma faca, mas foi impedido por Beregond.

“Então” – gritou Denethor. “Tua já roubaste metade do amor de meu filho. Agora roubas também os corações de meus cavaleiros, de modo que por fim eles me roubam inteiramente o meu filho. Mas pelo menos nisto tu não desafiarás minha vontade: não decidirás sobre o meu próprio fim.”
O Retorno do Rei: “A Pira de Denethor,” p. 121

Denethor pulou na pira, quebrou o cajado de sua Regência, e ateou fogo a si mesmo, agarrando o palantír. É dito que suas mãos queimadas podiam ser vistas para sempre no palantír após isso.

Mais tarde naquele dia, a Batalha dos Campos do Pellenor foi vencida com a ajuda dos Rohirrim – que haviam chegado à aurora enquanto Denethor preparava sua pira – e Aragorn, que viera nos navios negros que Denethor confundira como um arauto da destruição de Gondor. Faramir foi curado por Aragorn e imediatamente o reconheceu como seu verdadeiro Rei. Sauron foi derrotado em 25 de Março, quando o Um Anel foi destruído nas chamas da Montanha da Perdição. Aragorn foi coroado Rei de Gondor em 1º de Maio, e Faramir tornou-se seu Regente.

Fontes Adicionais:

Apêndice A
de O Senhor dos Anéis possui uma seção em “Os Regentes” que inclui informações sobre o início da vida de Denethor, seu casamento e sua rivalidade com Thorongil.

Contos Inacabados: “Os Palantíri” fornece detalhes adicionais sobre o uso do palantír por Denethor e seus efeitos sobre ele.

A Carta 183 em As Cartas de J.R.R. Tolkien fornece mais visões sobre as motivações de Denethor.

The History of Middle-earth, vol XII, The Peoples of Middle-earth: "The Heirs of Elendil," p. 206-7 menciona que Denethor possuía duas irmãs mais velhas.

Datas Importantes:

2930
Nascimento de Denethor.

2942
Sauron retorna em segredo para Mordor

2950
Nascimento de Finduilas, filha do Príncipe de Dol Amroth.

2951
Sauron declara-se abertamente em Mordor e começa a reunir poder.

2954
A Montanha da Perdição explode em chamas.

c. 2980
Thorongil deixa Gondor após ganhar a preferência de Ecthelion e causar inveja em Denethor

2976
Denethor casa-se com Finduilas de Dol Amroth.

2978
Nascimento de Boromir, primeiro filho de Denethor.

2983
Nascimento de Faramir, segundo filho de Denethor.

2984
Morte do pai de Denethor, Ecthelion II. Denethor II torna-se Regente de Gondor. Ele começa a usar o palantír pouco depois.
2988
Morte da esposa de Denethor, Finduilas.

3017

Gandalf visita Minas Tirith e lê o pergaminho de Isildur.

3018
19 de Junho: Faramir tem um sonho a respeito da Espada que Foi Quebrada e a Ruína de Isildur.
20 de Junho: As forças de sauron atacam Osgiliath. Boromir e Faramir defendem a margem ocidental do Anduin.

4 de Julho: Boromir parte para Valfenda para descobrir o significado do sonho sobre a Ruína de Isildur.

3019
26 de Fevereiro: Denethor ouve a Corneta de Boromir à distância. Boromir é morto pelos Uruk-hai em Amon Hen.

8 de Março:
Notícias chegam a Minas Tirith de que a frota dos Corsários está se aproximando das Fozes do Anduin.
9 de Março: As Lanternas de Gondor são acesas. Os exércitos dos feudos de Gondor chegam a Minas Tirith. Hirgon, o mensageiro de Denethor, chegam a Rohan com a Flecha Vermelha pedindo ajuda.
10 de Março: O Dia sem Aurora. Faramir retorna a Minas Tirith e reporta sobre seu encontro com Frodo, o Portador do Anel. Uma força inimiga toma Cair Andros e cruza o rio ao Norte de Minas Tirith.
11 de Março: Denethor envia Faramir para defender a passagem do rio em Osgiliath.
12 de Março: Uma força liderada pelo Senhor dos Nazgûl captura a passagem em Osgiliath. Faramir é forçado a recuar.
13 de Março: A Rammas Echor é rompida e os Campos do Pellenor são invadidos. Faramir é levado de volta a Minas Tirith ferido e próximo da morte. Denethor olha no palantír e provavelmente vê a captura de Frodo Bolseiro, levando-o a erroneamente concluir que Sauron estava com o Um Anel.
14 de Março: Denethor permanece ao lado do leito de seu filho e abdica do comando das defesas de Minas Tirith para Gandalf. Outra visão no palantír revela uma frota de Corsários se aproximando, que sem que Denethor saiba é comandada por Aragorn. Denethor prevê a perdição para Faramir e Gondor, e cai em loucura e desespero.
15 de Março: Denethor tenta queimar a si e seu filho vivos em uma pira. Faramir é salvo, mas Denethor morre.
25 de Março: O Um Anel é destruído e Sauron é derrotado.

1º de Maio: Aragorn é coroado Rei de Gondor. Faramir torna-se seu Regente.


Nomes e Títulos:

Denethor II:
Denethor foi o segundo Regente de Gondor com esse nome. Também houve um elfo em tempos antigos chamado Denethor. O nome Denethor significa “flexível e alto/magro” de dene, significando “magro e forte, maleável, flexível” e thara, significanfo “alto (ou comprido) e magro.”
The History of Middle-earth, vol. XI, The War of the Jewels: "Quendi and Eldar," p. 412, note 17

Regente Governante de Gondor:
Denethor foi o 26º e último dos Regentes Governantes de Gondor, que governavam na ausência do Rei. Ele também era referido como Senhor de Gondor, Senhor da Cidade, o Senhor da Torre Branca, e Senhor Denethor

 

 
Árvore Genealógica:

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Fonte: Thain’s Book  

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