Terceira Era do Sol

Escrito por Fábio Bettega
Os principais assuntos da história de Tolkien sobre a Terceira Era do Sol são a sobrevivência dos Reinos de Gondor e Arnor, e o paradeiro do Um Anel de Sauron, o Senhor dos Anéis. Ao final da Segunda Era quando Sauron, O Senhor dos Anéis, foi sobrepujado, foi Isildur, o Grande Rei dos Reinos Unidos de Gondor e Arnor, que cortou o Um Anel de sua Mão.
 
Na época isto pareceu a coisa certa, e a única maneira de se destruir o poder do Senhor Escuro; no entanto uma que vez que o próprio Isildur apossou-se do Um Anel, uma parte de si corrompeu-se com seu poder maligno. Por mais forte e virtuoso que ele fosse, Isildur não pôde conter-se diante de sua promessa de poder.

Mesmo estando ele próprio nas encostas da vulcânica Montanha da Perdição, no fogo onde havia sido forjado o Anel e o único lugar onde ele poderia ser destruído, ele não foi capaz de destruí-lo. Isildur sucumbiu à tentação e tomou o Um Anel como seu, e assim sua maldição logo caiu sobre ele. No ano 2 da Terceira Era, Isildur e seus três filhos mais velhos estavam marchando para o norte pelos vales do Anduin quando a companhia foi emboscada por Orcs.

Esta foi a Batalha dos Campos de Gladden da qual resultou na morte de Isildur e seus três filhos e a perda do Um Anel no Rio Anduin. As conseqüências desastrosas da perda do Um Anel significavam que o espírito maligno de Sauron não poderia ser levado ao descaso enquanto ele não fosse encontrado e destruído, enquanto que a morte do Grande Rei dos Dúnedain resultou na divisão do reino em duas partes: Arnor e Gondor.

De fato, como Isildur sucumbiu à tentação do Um Anel, sua maldição acabou recaindo sobre todo o povo dos Dúnedain. Esta maldição do Anel estendeu-se por toda a Terceira Era, pois o Reino Unido não poderia ser restaurado e reunificado até que o Um Anel fosse destruído e um único legítimo herdeiro (que tivesse o poder de resistir à tentação do Anel) fosse reconhecido por todo o povo dos Dúnedain. Só então poderia um Grande Rei governar novamente sobre o Reino Reunido dos Dúnedain.

Ainda assim, durante o primeiro milênio da Terceira Era, o poder do Reino do Sul de Gondor cresceu, a despeito dos constantes conflitos na suas fronteiras, e as invasões dos Easterlings do quinto e sexto séculos. Pelo nono século, Gondor havia construído uma poderosa frota para unir-se ao poder militar de seu exército. Pelo décimo primeiro século, Gondor atingiu o auge de seu poder, recuando os Easterlings até o Mar de Rhûn, fazendo de Umbar uma fortaleza de Gondor e subjugando o povo de Harad.

Embora o Reino do Norte de Arnor nunca tenha expandido suas fronteiras para além de Eriador, ele prosperou bem até o nono século. Neste período disputas internas resultaram em sua divisão em três estados independentes, e estes finalmente acabaram lutando entre si.

No décimo segundo século, o espírito de Sauron havia retornado secretamente à Terra Média na forma de um único olho coroado de chama. Ele encontrou refúgio ao sul de Mirkwood na fortaleza de Dol Guldur. Desta hora em diante, as forças do mal cresceram constantemente em poder através da Terra Média.

A partir do décimo terceiro século, Arnor foi constantemente reduzido em uma combinação de desastres naturais e brigas internas. No entanto a maior de suas maldições era o maior servo de Sauron, Senhor dos Espíritos dos Anéis, o Rei Feiticeiro de Angmar que manteve um estado de guerra contra Arnor por mais de cinco séculos. Finalmente em 1974 o Rei Feiticeiro assolou a última fortaleza de Arnor, Fornost, e Arnor deixou de existir como um reino. Depois da morte do vigésimo terceiro Rei de Arnor, a linhagem real continuou através dos Chefes tribais dos Dúnedain.

O declínio do Reino do Sul de Gondor através do segundo milênio da Terceira Era foi atribuído a três grandes tragédias. A primeira foi a guerra interna do quinto século. Esta foi uma sangrenta guerra civil que resultou em milhares de mortos, destruição de cidades, a perda da maior parte da frota de Gondor e o fim de seu controle sobre Umbar e Harad.

A segunda desgraça foi a Grande Praga de 1636, a qual Sauron lançou sobre Gondor e Arnor. Deste mal os Dúnedain praticamente nunca se recuperaram, pois desde então partes de seu reino permaneceram desabitadas para sempre. A terceira desgraça foram as invasões dos Wainriders dos séculos dezenove e vinte. Estas invasões foram promovidas por Easterlings fortemente armados e duraram quase cem anos. Embora os Easterlings serem finalmente forçados a recuar e derrotados, eles enfraqueceram criticamente o já diminuido poder de Gondor.

Conseqüentemente, no ano 2000, o mesmo Rei Feiticeiro que havia destruído o Reino do Norte de Arnor agora erguia-se de Mordor. Com sua terrível horda ele atacou Gondor diretamente e tomou a torre de Minas Ithil, a qual ele renomeou Minas Morgul. No ano 2050 o Rei Feiticeiro assassinou o trigésimo primeiro e último Rei de Gondor. A partir de então estava sem um herdeiro legítimo para o trono e foi governado pela linhagem dos Regentes. Resumindo, Arnor tinha um rei sem reino e Gondor um reino sem rei. Mais tarde, inspiradas pela maldade de Sauron, houveram invasões progressivas e assaltos pelos Easterlings, Balcloth, Southorns, Numenoreanos Negros, Corsários, Dunlendings e Hillmen contra os Dúnedain e seus aliados. Somado a isso houve o despertar do Balrog, o levantar de Dragões, as invasões dos Lobos e Wargs, e a geração dos novos maléficos Uruk-hai, os Olog-hai e os Meio-Orcs. Todos estes somados com a reunião de legiões de Orcs e Trolls que reconheciam Sauron como seu mestre.

Por mais mil anos, o poder de Sauron cresceu enquanto que o dos Dúnedain diminuía. A culminação de todos os eventos da Terceira Era vieram no ano 3019 com a erupção da Guerra do Anel, quando Sauron o Senhor dos Anéis apostou tudo em sua feitiçaria e seu poder militar em uma investida para destruir os últimos dos Dúnedain e lançar domínio sobre toda a Terra Média. Foi neste contexto que J. R. R. Tolkien plotou sua obra prima, a trilogia épica O Senhor dos Anéis.

É interessante observar como todo o peso destes três mil anos é ampliado nos dois anos, 3018 e 3019, com os quais a trilogia lida. Os eventos da Aventura e da Guerra do Anel são imbuídos de importância histórica pois o leitor fica ciente que o fato de cada uma das ações dos personagens centrais é crítica para o desfecho de toda a era.

A Terceira Era chega ao fim quando o Um Anel é destruído: o império do mal de Sauron entra em colapso, os demais anéis de poder tornam-se inócuos, e o último herdeiro legítimo dos dois reinos é coroado o Grande Rei do Reino Reunido dos Dúnedain. Existe a resolução não somente do romance, mas da Terceira Era como um todo. De fato existe um senso de término de todos os conflitos de todos os 37.063 anos da história de Arda.

Com o final da Guerra do Anel, paz e prosperidade regressaram à Terra Média. Ainda ao mesmo tempo foi ordenado que os últimos dos grandes poderes Ã

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