Carta #183

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Escrito por John Ronald Reuel Tolkien
Um comentário, aparentemente escrito para a própria satisfação de Tolkien e não enviado ou mostrado à qualquer outro, sobre “Ao término da Saga, Vitória”, uma crítica literária de O Retorno do Rei feita por W. H. Auden no Book Review do New York Times, em 22 de Janeiro de 1956. O texto dado aqui é uma reedição em alguma data mais tarde da versão anterior, agora perdida, que foi provavelmente escrito em 1956. Na resenha, Auden escreveu: “A vida, como eu a experimento em minha própria pessoa, é principalmente uma sucessão contínua de escolhas entre alternativas. Para objetivar esta experiência, a imagem natural é aquela de uma jornada com um propósito, atacada por riscos e obstáculos perigosos. Mas quando eu observo a humanidade, tal imagem parece falsa. Por exemplo, eu posso ver que só os ricos e aqueles de férias podem fazer jornadas; a maioria dos homens, a maior parte do tempo, tem que trabalhar em um lugar. Eu não posso observá-los fazendo escolhas, só as ações a que eles se submetem e, se eu conheço bem alguém, eu normalmente posso predizer como ele agirá em uma determinada situação. Se, então, eu tentar descrever o que vejo como se fosse uma câmera fotográfica impessoal, produziria, não uma Saga, mas um documento “naturalista”. Ambos extremos, é claro, falsificam a vida. Existem Sagas medievais que justificam a crítica feita por Erich Auerbach no seu livro Mimesis: “O mundo de experiências heróicas é um mundo de aventura. As façanhas [dos heróis] são feitos realizados ao acaso que não se ajustam politicamente em qualquer padrão proposital” … Sr.Tolkien foi mais bem sucedido que qualquer escritor anterior neste gênero usando as propriedades tradicionais da Saga.”

Caro Auden,

Estou muito grato por esta resenha. Muito encorajadora, tendo vindo de um homem que é ao mesmo tempo um poeta e um crítico de distinção. Não ainda (eu penso) alguém que tenha muita prática em narrar contos. Em todo caso estou um pouco surpreso por esta, pois apesar de seu elogio, me parece mais o modo de falar de um crítico em lugar de um autor. Não é, pelo que sinto, o jeito certo de considerar tanto Sagas em geral quanto a minha história em particular. Acredito que seja justamente porque não tentei, e nunca pensei em tentar “objetivar” minha experiência pessoal de vida, que o relato da Saga do Anel tivesse tido êxito em dar prazer a Auden (e a outros). Provavelmente também é a razão, em muitos casos, por não ter agradado alguns leitores e críticos. A história não é sobre JRRT absolutamente, e não é em nenhum ponto uma tentativa para alegorizar sua experiência de vida – por aquela é que o objetivo da sua experiência subjetiva em um conto deve significar, se qualquer coisa.

Eu sou historicamente preocupado. A Terra-média (Middle earth) não é um mundo imaginário. O nome é a forma moderna (surgida no século XIII e ainda em uso) de midden-erd > middel-erd, um nome antigo para oikoumene-, a residência dos Homens, objetivamente o mundo real, em uso especificamente oposto a mundos imaginários (como o Reino das Fadas) ou mundos não vistos (como Céu ou Inferno). O teatro de meu conto é esta terra, na qual nós vivemos agora, mas o período histórico é imaginário. Os elementos essenciais daquela residência estão todos lá (no caso para os habitantes do Noroeste da Europa), então naturalmente parece familiar, mesmo que um pouco glorificado pelo encanto da distância no tempo.

Homens realmente partem, e tem na história partido em jornadas e sagas, sem qualquer intenção de representar alegorias da vida. Não é verdade dizer que no passado ou no presente “só os ricos ou aqueles de férias podem fazer jornadas”. A maioria dos homens faz algumas jornadas. Quer sejam longas ou pequenas, com uma missão ou simplesmente para ir “lá e de volta outra vez”, não é a importância principal. Como tentei expressar na Canção de Caminhar de Bilbo, até mesmo um passeio ao entardecer pode ter efeitos importantes. Quando Sam não tinha ido mais além do que a Ponta do Bosque ele já tinha tido um “esclarecimento”.

Pois se há qualquer coisa em uma jornada de qualquer duração, para mim é isso: uma libertação do estado vegetativo de sofredor passivo e impotente, um exercício, ainda que pequeno de vontade, e mobilidade – e de curiosidade, sem a qual uma mente racional torna-se embrutecida. (Embora é claro que tudo isso seja uma reflexão tardia, e perca o ponto principal. Para um contador de histórias uma jornada é um artifício maravilhoso. Esta fornece uma linha forte na qual uma infinidade de coisas que ele tem em mente possa ser amarrada para fazer uma coisa nova, variada, imprevisível, e ainda coerente. Minha razão principal para usar esta forma foi simplesmente técnica).

Em todo caso não vejo os meus membros da raça humana que eu tenha observado do modo como foram descritos. Sou velho o bastante agora para ter observado alguns deles o suficiente para ter uma noção do que, eu suponho, Auden chamaria o seu caráter básico ou inato, enquanto notando mudanças (freqüentemente consideráveis) no seu modo de comportamento. Não sinto que uma jornada no espaço seja uma comparação útil para entender estes processos. Penso que a comparação com uma semente é mais esclarecedora: uma semente com sua vitalidade e hereditariedade inatas, sua capacidade para crescer e se desenvolver. Uma grande parte das “mudanças” em um homem é sem dúvida o desdobramento dos padrões escondidos na semente; embora estes naturalmente sejam modificados pela situação (geográfica ou climática) na qual esta é lançada, e que possam ser prejudicados por acidentes terrestres. Mas esta comparação omite inevitavelmente um ponto importante. Um homem não é apenas uma semente se desenvolvendo em um padrão definido, bem ou mal de acordo com sua situação ou seus defeitos como um exemplo de sua espécie; um homem é tanto uma semente como de certa forma também um jardineiro, para bem ou mal. Sou impressionado pelo grau no qual o desenvolvimento do “caráter” pode ser um produto de intenção consciente, a vontade para modificar tendências inatas em direções desejadas; em alguns casos a mudança pode ser grande e permanente. Conheci um ou dois homens e mulheres que poderiam ser descritos como “autoformados” neste respeito, com pelo menos tanta verdade parcial quanto “autoformados” possa ser aplicado àqueles cuja abundância ou posição possam ser ditas por terem sido alcançadas, em grande parte, pela sua própria vontade e esforços com pouca ou nenhuma ajuda de riqueza herdada ou posição social.

Em todo caso, descubro a maioria das pessoas imprevisíveis em qualquer situação específica ou emergência. Talvez porque eu não seja um bom juiz de caráter. Mas até mesmo Auden só diz que pode normalmente predizer como eles agirão; e pela inserção de “normalmente”, um elemento de incompatibilidade é admitido que, por menor que seja, está prejudicando seu ponto de vista.

Algumas pessoas são, ou parecem ser, mais previsíveis que outras. Mas isso é devido mais à sua sorte do que pela sua natureza (como indivíduos). As pessoas previsíveis residem em circunstâncias relativamente fixas, e é difícil pegá-las e observá-las em situações que são (para elas) estranhas. Essa é outra boa razão para enviar “hobbits” – uma visão de pessoas simples e previsíveis em circunstâncias simples e há muito estabelecidas – em uma jornada para longe do lar em terras estranhas e perigosas. Especialmente se eles são providos com algum motivo forte para resistência e adaptação. Embora sem qualquer motivo forte as pessoas realmente mudam (ou ainda, revelam o oculto) em jornadas: isso é um fato de observação usual sem qualquer necessidade de explicação simbólica. Em uma jornada de duração suficiente para fornecer o desfavorável em qualquer grau de desconforto para temer a mudança em companheiros bem conhecidos na “vida normal” (e em si mesmo) é freqüentemente notável.

Não gosto do uso da “política” em tal contexto; me parece falso. Parece-me claro que o dever de Frodo era “humano”, e não político. Ele naturalmente pensou primeiro no Condado, uma vez que suas raízes estavam lá, mas a saga teve como seu objeto não a preservação desta ou daquela política, como a meio república meio aristocracia do Condado, mas a liberação de uma tirania má de todos os “humanos”¹ – incluindo aqueles, como os “orientais” e os Haradrim, que ainda eram os servos da tirania.

Denethor estava corrompido pela mera política: conseqüentemente ocorreu seu fracasso e sua desconfiança de Faramir. Ela tinha se tornado para ele um motivo principal para preservar o governo de Gondor, como era, contra um outro potentado, que tinha se tornado mais forte e seria temido e oposto por essa razão mais propriamente do que pelo novo governo ser desumano e mau. Denethor menosprezava homens inferiores, pode-se estar seguro de que ele não distinguia entre orcs e aliados de Mordor. Se tivesse sobrevivido como vencedor, até mesmo sem uso do Anel, teria dado longos passos para se tornar um tirano, e as condições e tratos que outorgaria com os povos iludidos do leste e do sul teriam sido cruéis e vingativas. Ele tinha se tornado um líder “político”: sic. Gondor contra o resto.

Mas essa não era a política ou o dever estabelecido pelo Conselho de Elrond. Só depois de ouvir o debate e perceber a natureza da demanda é que Frodo realmente aceita o fardo da sua missão. De fato, os Elfos destruíram sua própria política em perseguição de um dever “humano”. Isto não aconteceu somente como um dano desastroso da Guerra; era sabido por eles ser um resultado inevitável da vitória, que poderia ser de nenhuma maneira vantajosa para os Elfos. Não pode ser dito que Elrond tem um dever ou um propósito político.

O uso da “política” por Auerbach pode à primeira vista parecer mais justificado; mas não é, eu penso, realmente inadmissível – nem mesmo se nós reconhecemos o enfado para qual a mera condição “errante” foi reduzida como a leitura de passatempo de uma classe principalmente interessada por feitos de armas e amor². A respeito do quão divertidas para nós (ou para mim) são histórias sobre cricket, ou contos sobre a viagem de um time, para aqueles que (como eu) acham cricket (como este agora é) um enfado ridículo. Mas os feitos de armas em um (diga-se) Romance Arturiano, ou romances presos àquele grande centro de imaginação, não precisam se “ajustar em um padrão politicamente deliberado”³. Assim era nas tradições Arturianas primitivas. Ou pelo menos esta linha de primitiva porém poderosa imaginação era um elemento importante nelas, como também em Beowulf. Auerbach deveria aprovar Beowulf, pois nele um autor tentou ajustar uma ação errante em um campo político complexo: as tradições inglesas das relações internacionais da Dinamarca, Gotland, e Suécia em dias antigos. Mas essa não é a força da história, antes a sua fraqueza. Os objetivos pessoais de Beowulf na sua jornada para a Dinamarca são precisamente aqueles de um herói posterior: o seu próprio renome, e acima disso a glória do seu senhor e rei; mas todo o tempo nós vislumbramos algo mais profundo. Grendel é um inimigo que atacou o centro do reino, e trouxe para dentro do corredor real a escuridão exterior, de forma que só na luz do dia o rei pode se sentar no trono. Isto é algo bastante diferente e mais horrível que uma invasão “política” de iguais – homens de um outro reino semelhante, tal como o posterior ataque de Ingeld à Heorot.

A subversão de Grendel faz um bom conto-maravilhoso, porque ele é muito forte e perigoso para qualquer homem comum derrotar, mas é uma vitória na qual todos os homens podem se regozijar porque ele era um monstro, hostil a todos os homens e para todo o companheirismo e alegria humana. Comparado a ele até mesmo os há muito politicamente hostis Dinamarqueses e Geatish eram Amigos, do mesmo lado. É a monstruosidade e a qualidade de conto de fadas de Grendel que realmente faz o conto importante, sobrevivendo ainda quando a política enfraquece e a cura das relações entre Dinamarqueses e Geatish em um “entendimento cordial” entre duas casas governantes um assunto secundário da história obscura. Naquele mundo político Grendel parece tolo, embora ele certamente não seja tolo, porém ingênua pode ser a imaginação do poeta e a descrição dele.

Claro que na “vida real” as causas não estão claras – se somente porque os humanos tiranos raramente são totalmente corrompidos em puras manifestações de intenção má. Até onde possa julgar, alguns parecem ter sido assim corrompidos, mas até mesmo eles devem reger assuntos apenas em parte regularmente corruptos, enquanto muitos ainda necessitam ter bons motivos, reais ou fingidos, apresentados a eles. Como nós vemos hoje. Ainda há casos claros: por exemplo, atos de agressão cruel transparente nos quais, portanto o certo está desde o princípio completamente em um lado, qualquer que seja o mal que o sofrimento ressentido do mal possa gerar eventualmente em membros do lado certo.

Também existem conflitos sobre idéias ou outras coisas importantes. Em tais casos sou mais impressionado pela extrema importância de estar do lado certo, do que estou transtornado pela revelação da selva de motivos confusos, propósitos particulares, e ações individuais (nobres ou vis) no qual o certo e o errado em conflitos humanos reais são normalmente envolvidos. Se o conflito realmente é sobre coisas propriamente chamadas de certa e errada, ou boa e má, então a retidão ou bondade de um lado não é demonstrada ou estabelecida pelas reivindicações de qualquer lado; deve depender de valores e convicções superiores e independentes do conflito particular. Um juiz deve apontar o certo e errado de acordo com princípios que ele considera válidos em todos os casos. Sendo assim, o direito permanecerá uma possessão inalienável do lado certo e justificará sua causa inteiramente. (Falo de causas, não de indivíduos. Claro que para um juiz cujas idéias morais têm uma base religiosa ou filosófica, ou realmente para qualquer um não obscurecido por fanatismo partidário, a retidão da causa não justificará as ações de seus defensores, como indivíduos que são moralmente maus. Mas embora a “propaganda” possa aproveitar casos como esses como provas de que sua causa não era de fato certa, isso não é válido. Os agressores são eles mesmos os primeiros a se culparem pelas más ações que procedem da sua violação original da justiça e das paixões que a sua própria maldade deve naturalmente (pelos seus padrões) ter sido esperada que despertasse. Eles não têm nenhum direito para exigir de qualquer modo que as suas vítimas quando atacadas não devam exigir olho por olho ou dente por dente).

Semelhantemente, ações boas por aqueles no lado errado não justificarão a sua causa. Pode haver ações no lado errado de coragem heróica, ou algumas de um nível moral mais alto: ações de clemência e paciência. Um juiz pode lhes outorgar honra e pode se alegrar por ver como alguns homens podem se elevar acima do ódio e da raiva de um conflito; até mesmo enquanto ele pode lamentar as ações más do lado certo e pode ficar preocupado por ver quanto o ódio uma vez provocado pode os arrastar para baixo. Mas isto não alterará o seu julgamento com relação a qual lado estava no direito, nem a sua designação da culpa primária para todo o mal que seguiu ao outro lado.

Em minha história não lido com Mal Absoluto. Não acho que exista tal coisa, uma vez que isso é insignificante. Não acho que de qualquer modo qualquer “ser racional” seja completamente mau. Satanás caiu. Em meu mito Morgoth caiu antes da Criação do mundo físico. Em minha história Sauron representa o mais próximo de uma vontade completamente má como é possível. Ele tinha percorrido o caminho de todos os tiranos: começando bem, pelo menos no nível que enquanto desejando ordenar todas as coisas de acordo com a sua própria sabedoria ele ainda no princípio considerou o bem-estar (econômico) de outros habitantes da Terra. Mas ele foi mais adiante que os tiranos humanos em orgulho e avidez pela dominação, sendo em origem um espírito imortal (angélico)4. Em O Senhor dos Anéis o conflito não é basicamente sobre “liberdade”, embora esta esteja naturalmente envolvida. É sobre Deus, e Seu exclusivo direito à honra divina. Os Eldar e os Númenorianos acreditaram no Único, o verdadeiro Deus, e consideravam a adoração de qualquer outra pessoa uma abominação. Sauron desejou ser um Deus-Rei, e foi considerado como tal por seus servos5; se ele tivesse sido vitorioso ele teria exigido honra divina de todas as criaturas racionais e poder temporal absoluto sobre o mundo inteiro. Então até mesmo se em desespero “O Oeste” tivesse criado ou contratado hordas de orcs e tivesse cruelmente saqueado as terras de outros Homens enquanto aliados de Sauron, ou somente para lhes impedir de ajudá-lo, a Causa deles teria permanecido irrevogavelmente certa. Como faz a Causa daqueles que se opõem agora ao Deus-Estado e Marechal Isto ou Aquilo como seu Alto Sacerdote, até mesmo se for verdade (como infelizmente é) que muitas das ações deles estejam erradas, até mesmo se fosse verdade (como não é) que os habitantes do “Oeste”, com exceção de uma minoria de chefes ricos, vivem em medo e esqualidez, enquanto os adoradores do Deus-Estado vivem em paz e abundância e em estima mútua e confiança.

Então sinto que a inquietação-esfraquecimento em resenhas e correspondência sobre elas, assim como se minhas “pessoas boas” eram amáveis e misericordiosas e davam abrigo (de fato elas assim o são), ou não, realmente não vem ao caso. Alguns críticos parecem determinados em me representar como um adolescente simplório, inspirado pelo, digamos, espírito de luta e justiça, e intencionalmente distorcem o que é dito em meu conto. Eu não tenho aquele espírito, e ele não aparece na história. Só a figura de Denethor é suficiente para prová-lo; mas eu não fiz nenhuma das pessoas do lado “certo”, Hobbits, Rohirrim, Homens de Valle ou de Gondor, nada melhor do que os homens tem sido ou são, ou possam ser. O meu não é um “mundo imaginário”, mas um momento histórico imaginário na “Terra-média” – que é nossa morada.

Notas do Autor

1. humanos: estes (estando em uma história de fadas) incluem-se é claro Elfos, e certamente todas as “criaturas falantes”.

2. Principalmente interessada: isto é como temas de “literatura” como uma diversão. Na verdade a maior parte deles era principalmente interessada na aquisição de terra e o uso de alianças por casamento em alcançar seus objetivos.

3. Nada a não ser “política” é estreitada (ou estendida) tanto que estamos considerando imaginativamente apenas um centro ou fortaleza de ordem e benevolência cercada por inimigos: florestas desabitadas e montanhas, homens bárbaros e hostis, feras selvagens e monstros, e o Desconhecido. A defesa do reino pode então na verdade se tornar simbólica da situação humana.

4. Da mesma espécie que Gandalf e Saruman, mas de uma ordem muito mais alta.

5. Por uma tripla traição: 1. Por causa de sua admiração pela Força ele se tornou um seguidor de Morgoth e caiu com ele dentro dos abismos do mal, se tornando seu principal agente na Terra-média 2. Quando Morgoth foi derrotado pelos Valar finalmente ele abandonou sua aliança; mas por causa de medo apenas, ele não apresentou-se aos Valar ou implorou por perdão, e permaneceu na Terra-média 3. Quando ele descobriu quão grandemente seu conhecimento era admirado por todas as outras criaturas racionais e quão fácil seria influenciá-las seu orgulho tornou-se ilimitado. No fim da Segunda Era ele assumiu a posição de representante de Morgoth. No fim da Terceira Era (embora na verdade muito mais fraco que antes) ele proclamou ser Morgoth retornado.

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